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Doenças benignas da mama

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Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
Doenças benignas da mama 
1° - ANATOMIA DA MAMA: 
 
2° - FISIOLOGIA DA MAMA: 
• Durante o ciclo menstrual: 
Fase proliferativa → + estrogênio = desenvolvimento do tecido epitelial = mitoses. 
Fase secretora → + progesterona = dilata ductos mamários = diferenciação em 
células acinares (secretoras). 
Fase pré-menstrual → + estrogênio e progesterona = maior volume mamário devido 
edema interlobular e proliferação ductoacilar. 
Menstruação → - células glandulares = menor volume mamário. 
• Mudanças nas faixas etárias: 
Jovem → Predomina tecido de sustentação e glandular. 
Adulto → Lipossubstituição mamária = + tecido adiposo e conjuntivo = atrofia de 
tecido intralobular e estroma interlobular. 
Menopausa → - função ovariana = involução mamária com colapso de lóbulos e 
permanência de ductos. 
• Gestação e lactação: 
Altos níveis de esteróides, hormônio lactogênio placentário, prolactina, gonadotrofina 
coriônica = Proliferação celular, ramificação de ductos, diferenciação de células 
alveolares em células capazes de produzir colostro. 
• Secreção do leite: 
Ocorre por meio da sucção que estimula centro hipotalâmico a produzir ocitocina → 
neurohipófise → células mioepiteliais → ejeção do leite. 
Mamogênese: Desenvolvimento da glândula mamária na puberdade e só termina na 
gestação. Lactogênese: Início da produção láctea. Galactopoese: Manutenção da 
produção láctea. Galactoscinese: Remoção de leite no decorrer da sucção. 
3° - VISÃO GERAL DAS DBM: 
As doenças benignas da mama são condições clínicas evidenciadas por dor e/ou 
nodularidade, que surgem no período do menacme, iniciada e/ou intensificada no 
período pré-menstrual, tendendo a desaparecer com a menopausa. Consistem na 
maioria das lesões. Os principais tipos de DBM são: 
→ Mastalgia, derrame papilar, mastites, nódulos benignos e cistos. 
O importante no manejo dessas doenças é eliminar o desconforto, excluir suspeitas 
de câncer, preservar a estética, quantificar o risco para câncer, orientar e tranquilizar. 
4° - AVALIAÇÃO DAS MAMAS: 
Exame físico é dividido em → estático (paciente sentada, observa volume, forma, 
abaulamento, retrações e/ou lesões) e dinâmico (manobras que estimulam a 
elevação da mama. 
Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
Palpação → Da axila e fossa subclavicular em busca de linfonodos. Paciente em 
decúbito dorsal com braços atrás da cabeça. Deve estabelecer forma, localização, 
mobilidade, sensibilidade... 
Expressão papilar → Realizada quando há queixa de descarga papilar espontânea. 
AUTOEXAME 
Auxilia diagnóstico de CA de mama. Deve ser realizado uma vez ao mês, sete dias 
após o início da menstruação para mulheres ainda na menacme. Para aquelas da 
menopausa, podem ser realizadas em qualquer período do mês. 
 
5° - MASTALGIAS: 
É um sintoma → dor nas mamas. Pode aparecer também ingurgitamento mamário e 
aumento na sensibilidade. Dividida em: Cíclica (relacionada ao ciclo menstrual, 
bilateral, mais intensa no final da fase lútea) e acíclica (focal, constante e/ou 
intermitente, pode ser causada por cistos simples até um CA de mama). 
FATORES DE RISCO 
Estresse → A liberação de opioides como serotonina, diminui a liberação de 
dopamina = aumento de prolactina. Teoria para a mastalgia cíclica. 
Tabagismo → Associação fumo com dor mamária cíclica. Retenção hídrica; cafeína 
ou metilxantinas; atividades diárias; uso de hormônios, antidepressivos e 
ansiolíticos → aparecimento ou piora da mastalgia. 
 
ETIOLOGIA 
Relacionada com alterações no conteúdo aquoso intersticial e na pressão intersticial 
devido ao estrogênio e progesterona. São hipóteses: 
Teoria do hiperestrogenismo → O estrógeno é fundamental para a mastalgia cíclica. 
Deficiência de progesterona na fase lútea → Menores níveis séricos de 
progesterona podem ocasionar. Não foi confirmada na literatura. Aumento dos níveis 
séricos de gonadotrofinas → Relacionada c/ mastalgia cíclica, devido alterações no 
mecanismo pulsátil de gonadotrofinas. 
Alterações no mecanismo pulsátil de prolactina → Relaciona-se à mastalgia 
cíclica, apresentando liberação facilitada desse hormônio. Não há hiperprolactinemia. 
Apresentam picos noturnos elevados, alteração circadiana e aumento na fase lútea. 
Ectasia ductal → Na USG apresentam ductos dilatados, sendo o grau de dilatação 
relacionado com a intensidade da dor. 
Deficiência de ácidos graxos → Mais aceita. Isto levaria à maior sensibilidade e 
afinidade nos receptores mamários aos estrogênios e progestágenos. A dificuldade 
na síntese de prostaglandina e1 (moduladora da ação hormonal) influencia na dor. 
QUADRO CLÍNICO 
Dor cíclica (de menstruação), acíclica e extramamária. A maioria de portadoras 
possuem ansiedade e depressão. 
→ Mastalgia cíclica = Dor + ingurgitamento, dias antes da menstruação e desaparece 
após o término do fluxo menstrual. Pode se prolongar. Bilateral, difusa, em pontada. 
→ Mastalgia acíclica = Intensa, unilateral, desconforto em um ponto da mama, pode 
irradiar p/ axila, mão, ombro, braço. 
→ Dor extramamária = Origem na parede torácica, sendo percebida na mama. 
Nevralgia intercostal, contratura muscular, espondiloartrose, costocondrite... 
A intensidade da dor determina o tratamento. Mastalgia leve → não interfere na vida. 
Mastalgia moderada → Interfere na qualidade de vida, mas não nas atividades 
diárias. Mastalgia grave → Interfere na vida e nas atividades. 
DIAGNÓSTICO 
Clínico. Anamnese + exame físico. Os exames de imagem são restritos para pacientes 
com necessidade de rastreamento ou c/ suspeita de lesões focais. 
Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
TRATAMENTO 
Inclui → Exclusão do CA de mama, orientações ao paciente e evitar tratamento 
medicamentoso. 
O tratamento medicamentoso é indicado a pacientes com sintomas por mais de 6 
meses que tenham alterações nas atividades diárias e/ou na qualidade de vida. 
Nenhum dos fármacos cura completamente. 
AINES → Geralmente eficaz, porém muitos efeitos colaterais se usado por longo 
prazo. Podem ser empregados em casos agudos. Em forma de gel tem menos efeitos 
colaterais. 
Bloqueio hormonal → Na mastalgia cíclica. Inibidores de estrogênio e prolactina. 
Tamoxifeno e Danazol → Em casos de mastalgia grave. 
6° - DERRAME PAPILAR: 
Fluxos papilares são saídas, de forma espontânea, de material fluido fora do ciclo 
gravídico-puerperal. A secreção não láctea é chamada de telorreia. Não é certeza de 
malignidade. São divididos em fisiológicos, patológicos, galactorreia e 
pseudoderrames. Mais comum durante a menacme. 
ETIOLOGIA 
Papiloma intraductal → Principal causa de derrame papilar sanguinolento ou 
serossanguinolento. Acomete ductos principais subareolares e pode gerar nódulo 
solitário nos ductos terminais. Entre 30 – 50 anos. Tratamento é incisão justareolar ou 
periareolar c/ exérese dos ductos acometidos. 
Carcinoma → Causa derrame quando associado a um nódulo. Derrame espontâneo, 
aquoso, sanguinolento e uniductal. 
Ectasia Ductal → Entre 50 – 80 anos. Descarga amarelo-esverdeada e espessa. Não 
exige tratamento, só se estiver abundante. 
DBM → Descarga multiductal, bilateral, seroesverdeada. 
Fisiológico → Secreção apócrina da mama, após manipulação do mamilo. 
Multiductal. Coloração varia de branco-amarelada até esverdeada e azulada. Não é 
sanguinolento. 
Gravidez → Pode ser sanguinolenta, devido a hipervascularização dos ductos. 
Galactorreia → Causa medicamentosa ou tumores hipofisários. 
Doença de Paget → Lesão ulcerada que pode ter descarga sanguinolenta ou serosa. 
QUADRO CLÍNICO 
Bilateralidade e ser multiductal sugerem benignidade. O derrame de CA é 
sanguinolento ou água em rocha, uniductal e espontâneo. 
→ Descarga fisiológica = Provocada, multiductal, bilateral, multicolorida, esporádica. 
→ Descarga patológica = Espontânea, uniductal, unilateral, aquosa/sanguinolenta, 
persistente. 
• Coloração: 
Matalgia cíclica, adensamentose cistos → seroesverdeado. 
Mastites e infecção → Purulento. 
DIAGNÓSTICO 
Anamnese → Início, cor, acometimento, unilateral, espontâneo, medicação... Exame 
físico → Secreção sobre gaze branca. 
• Exames complementares: 
→ Citologia do derrame – Difícil interpretação. Derrame suspeito e citologia negativa 
= prosseguir propedêutica. Mamografia e USG – baixa sensibilidade nas descargas, 
mas avalia lesões. 
 
Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
TRATAMENTO 
Derrame fisiológico não requer investigação e tratamento. Se tiver galactorreia, 
avaliar se há adenoma de hipófise e prossegue com tratamento. Derrame patológico 
é necessário a biopsia cirúrgica (diagnóstico e as vezes tratamento), nas pacientes 
que desejam amamentar, a ressecção é seletiva do ducto acometido. Se a mulher não 
irá amamentar, ressecção dos ductos principais e árvore ductal em forma de cone 
invertido. 
7° - MASTITE: 
Processo infeccioso, agudo ou crônico que acomete as mamas. São dependentes 
de fatores de higiene, saneamento. Mais comum entre 18-50 anos. 
MASTITE AGUDA – PUERPERAL / LACTACIONAL 
Mais comum. Deriva de germes saprófitas da pele. As fissuras quebram a barreira 
imune da pele e os germes penetram pelos linfáticos superficiais. Fatores de risco: 
A primiparidade e idade menor que 25 anos, má higiene, anormalidades mamilares, 
ingurgitamento, fissura. 
• Etiologia: 
Os germes mais relacionados são os Staphylococcus aureus e epidermidis. As 
basctérias como Escherichia coli. Ocorre no período de amamentação, mais comum 
na 2° - 5° semana. A estase láctea e má higiene são predisponentes. Mamilos planos 
ou umbilicados, pele fina e pouca elasticidade. 
• Manifestações clínicas: 
Início com a estase láctea, surgindo dor, calor rubor, fabre (39°-40°), calafrios, 
turgência mamária extensa e pode ter adenopatia. Quando houver área de flutuação, 
suspeitar de abscesso + mastite. Pode ter náuseas, vômitos, anorexia. Quando 
acarretada por estafilococos apresentam abscessos multiloculados, pus, evoluindo 
para celulites, podendo ter necrose em diabéticas e imunodeprimidas. 
• Diagnóstico: 
Clínico + laboratorial. USG pode ser útil em caso de abscesso. 
• Tratamento: 
Não medicamentoso → amamentação e ordenha delicada, analgésicos, sutiã ou 
faixas de sustentação, antitérmicos. 
Medicamentoso sintomático → Analgésicos e antitérmicos durante amamentação é 
o paracetamol e dipirona. 
Antibioticoterapia → Inicialmente VO, se piorar deve usar EV. Cefalosporinas de 
primeira geração como a Cefalexina. 
Drenagem → Se abscesso mamário, a drenagem cirúrgica é obrigatória, deve mandar 
a para cultura e antibiograma. 
Suspensão do aleitamento → Se houver drenagem purulenta espontânea pela 
papila ou incisão cirúrgica para drenagem de abscesso flutuante muito próximo ao 
mamilo. 
MASTITE CRÔNICA 
Tempo de evolução > 30 dias ou recorrência após tratamento. Evolução lenta, 
precedidas ou não da aguda. Comum em mulheres 30 – 40 anos, difícil acontecer em 
pós-menopausa. Dividida em infecciosa e não infecciosa. Resultam de mastite mal 
diagnosticada ou tratada. 
• Infecciosas: 
Abscessos mamários → Múltiplos ou multiloculados. Predomina na região inferior 
devido estase láctea e difícil drenagem. Staphylococcus aureus mais comum e alguns 
abscessos tem agente anaeróbico. Maioria unilateral, início localizado e depois 
pequeno abscesso que drena espontaneamente por fístula. Tem cavidade que reabre 
a cada ativação da infecção. Diagnóstico: clínico + mamografia que analisa 
malignidade, porém pode ser negativa em jovens. USG é mais utilizado e guia p/ 
drenagem. Tratamento: Drenagem cirúrgica sob anestesia geral. Coleta do material 
p/ cultura, lavagem das cavidades, exérese de necrose, antibioticoterapia mínimo 14 
dias. 
Mastite tuberculosa → Histórico ou HF positiva p/ tuberculose. Reativação do bacilo. 
Vários abscessos de evolução lenta ou fístulas periféricas. Pode ter linfonodos axilares 
palpáveis. Diagnóstico: Prova tuberculínica, raio-x de tórax para avalia pulmão, 
biopsia da lesão que analisa granulomas caseosos e cultura para achar o BAAR. 
Tratamento: Tuberculostáticos + acompanhamento c/ infectologista. 
Outros tipos → Micobactérias, viral, luética, sífilis mamária. 
• Não infecciosas: 
Mastite periductal → Mulheres não lactantes na vida reprodutiva. Relacionada com 
bactéria e tabagismo. Maioria multíparas que amamentaram. Mastalgia acíclica 
Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
unilateral, secreção verde-escura ou serosa, retração mamilar, massa subareolar, 
pode ter fístula. Diagnóstico: Mamografia, citologia do derrame, biopsia e cultura do 
material e USG p/ descartar outras causas. Tratamento: Antibióticos durante fase 
infecciosa p/ os organismos achados na cultura. Cirurgia para corrigir fístula ou 
derrame que incomode. A exérese dos ductos pode dificultar amamentação. 
Mastite granulomatosa idiopática → Rara. Inflamação granulomatosa em torno dos 
lóbulos e ductos, sem causa específica. Duração depende do paciente. Acometimento 
lobular é característico. Pode mimetizar malignidade quando apresenta massa firme 
irregular ou retração. Processo difuso e pouco pus. Diagnóstico: Exame de imagem 
são inespecíficos. Tratamento: Adaptado p/ o paciente. Corticoterapia em alta dose 
(60mg/dia) ou metotrexato. 
Outros tipos → Síndrome de mondor e sarcoidose mamária. 
8° - NÓDULOS: 
Lesões delimitadas em largura, comprimento e profundidade. Maioria unilateral, 80% 
são benignos. Podem ser: Fibroadenomas, papilomas e tumores filóides. A anamnese 
(idade, medicamentos, status hormonal, fator de risco p/ CA de mama) + exame físico 
após a menstruação. 
INVESTIGAÇÃO DAS LESÕES NODULARES 
• Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): 
Realizar primeiro, diferencia lesões císticas de sólidas. Baixo custo e sensibilidade > 
90%, pode ser guiada por USG ou raio-x. Cistos: aspirado sanguinolento ou não 
(líquido). Tumor sólido: Não aspira líquido com PAAF. 
• USG das mamas: 
Benignidade → diâmetro laterolateral > craniocaudal; ecogenicidade homogênea; 
bordas bem delimitadas; pseudocápsula ecogênica fina, sombras laterais à lesão e 
reforço acústico posterior. 
Malignidade → Margens irregulares; hipoecogenicidade e textura heterogênea 
(inespecífico); diâmetro craniocaudal > laterolateral (nódulo mais alto que largo); 
sombra acústica posterior. Contorno microlobular. 
Bi-Rads → Gradua os achados em risco para lesão maligna. Também usado na 
mamografia. 
 
 
• Mamografia de alta resolução (MMG): 
Principal método. Indicações: Rastreamento de lesões em assintomáticas; estudo de 
lesões palpáveis; acompanhamento pré e pós-terapêutico de CA de mama; guia 
procedimentos invasivos; pesquisa de sítio primário. 
• Ressonância magnética: 
Alta sensibilidade e baixa especificidade, não é propedêutica de rotina, usada p/ 
situações especiais. 
• Biopsia cirúrgica: 
Mais tradicional e maior disponibilidade. Incisional quando tem retirada de parte da 
lesão, excisional quando a retirada é total. 
9° - FIBROADENOMA: 
Tumor benigno mais prevalente. Entre 20-35 anos, pode ocorrer na puberdade. 
Associado com doença proliferativa, maior risco de CA de mama. As lesões são 
hormônio-dependentes apresentando receptores de estrogênio e progesterona, sendo 
o estrogênio responsável por origem e crescimento. 
 
Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
• Quadro clínico: 
Lesão solitária, pode ser bilateral, firme, elástica, móvel ou dominante do parênquima 
mamário, bordas lisas e regulares, superfície pode ser borcelada. Assintomático, pode 
ser achado no autoexame e medir 1-2cm. Quando cresce aceleradamente, considerar 
variante benigna e maligna do tumor filoide ou fibroadenoma juvenil. 
• Diagnóstico: 
Clínico. Consistência fibroelástica, mas em mais velhor pode haver deposição de 
cálcio, sendo mais endurecidos. Teste triplo: Exame clínico + imagem + biopsia por 
agulha. Quando concordante benignoé 99% acurado e os nódulos são 
acompanhados apenas com exames clínicos a cada 6 meses. Se sugerir malignidade, 
deve ser retirado. Mesmo benigno, pode oferecer retirada completa a paciente. 
• Tratamento: 
Acompanhamento → benignidade e paciente < 25 anos. Individualizada → entre 
20-35 anos. Retirada do nódulo → após 35 anos, em lesões palpáveis, crescimento 
rápido e história familiar CA de mama e exames de imagem duvidosos. 
10° - CISTOS: 
Lesões decorrente da involução das mamas, frequente na pré-menopausa e por volta 
dos 40 anos. Dilatação e acúmulo de secreção de uma unidade ducto-lobular terminal. 
Lesões arredondadas, circunscritas e móveis, consistência pode ser amolecida ou 
endurecida. Nódulo doloroso de crescimento rápido. Risco de CA de mama 4x maior. 
• Fisiopatologia: 
Decorrem dos cistos osculatórios sucessivos. A ativação constante do estroma por 
esteróides sexuais levaria à síntese crônica de colágeno e fibrose que ao obstruir os 
ductos e dútulos mamários, induz a formação de microcistos e depois de macrocistos. 
Menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, oligoparidade ou primiparidade 
tardia e amamentação curta ou ausentes, favorecem o surgimento. Na 
amamentação: Pode ser formado galactoceles → cistos lácteos, podendo ter 
conteúdo purulento. 
• Quadro clínico: 
Nódulos súbitos, regulares, móveis e dolorosos. As vezes a parede do cisto pode 
sofrer metaplasia apócrina produzindo fluidos que causa recidivas frequentes. 
 
• Diagnóstico: 
Mamografia obrigatória em >40 anos. USG: Mais sensível p/ cistos, a melhor maneira 
de diferenciar de lesão sólida. 
Microcistos e macrocistos → Cistos de até 1cm são microcistos; 1cm ou mais são 
macrocistos. Cistos simples → Bem circunscritos, c/ sombra acústica posterior, sem 
debris internos ou componentes sólidos e sem vascularização ao Doppler. Cistos 
complicados → Bem circunscritos de paredes finas, presença de debris internos 
homogêneos, sem componente sólido, sem septos espessos e sem vascularização 
ao Doppler. Cistos complexos → Material sólido internamente, as vezes 
ecogenicidade heterogênea à USG, paredes espessas ou septos grosseiros 
(>0,5mm). 
Biopsia excisional → Indicada em casos de recidivas locais > 3. Realizar quando 
conteúdo aspirado for sanguinolento ou quando persistir massa palpável ou densidade 
mamográfica após remoção de todo o líquido. 
• Tratamento: 
PAAF → Para pacientes sintomáticas devido a dor e compressão do parênquima 
mamário. Em múltiplos cistos, a punção de todos não é necessária, deve acompanhar 
por USG. Se o líquido for amarelo-citrino ou esverdeado, despreza o conteúdo. 
Biopsia ou analise do material se for sanguinolento. 
Cirurgia → Indicado em exclusão de neoplasia dos cistos com várias recidivas que 
apresentam massa residual pós-punção; líquido danguinolento, cisto complexo. 
11° - TUMOR FILÓIDE: 
O cystosarcoma phyllodes apresenta-se móvel, lobulado e indolor. É muito raro, sendo 
2% dos tumores fibroepiteliais da mama, mais comum > 40 anos. Na maioria (80% 
dos casos) é benigno. Porém, apresenta alta tendência de recidiva local e pode sofrer 
degeneração maligna sarcomatosa. 
A característica peculiar deste tumor é a grande celularidade do estroma, comparada 
à do fibroadenoma. O epitélio pode ser hiperplásico, com ou sem atipias. 
Diagnóstico → Para definição de benignidade ou malignidade, faz contagem mitótica 
do componente estromal, atipias celulares e comprometimento das margens. A 
principal diferença clínica entre o tumor filóides e o fibroadenoma, é o seu crescimento 
e atingir grandes volumes rapidamente, pode ocupar toda a mama. A consistência é 
elástica e a adenopatia axilar não é incomum, mas é de natureza inflamatória. A 
associação com fibroadenoma ocorre em 30% dos casos. A bilateralidade e a 
Módulo Saúde da Mulher | Samille Donato 
 
multicentricidade são excepcionais. Os parâmetros clínicos não são sufi cientes para 
diferenciar as variantes benignas das malignas do tumor filóides. O diagnóstico é 
clínico e a mamografia é inespecífica. A PAAF e a biópsia percutânea apresentam 
baixo valor preditivo, pelo fato de o tumor ser bastante volumoso e apresentar em seu 
interior, áreas de infarto hemorrágico. A biópsia com agulha grossa pode diferenciar o 
tumor filóides do carcinoma, mas, não discrimina a variedade benigna da maligna, 
sendo necessária a avaliação anátomo-patológica de todo o tumor. 
Tratamento → O cirúrgico consiste na tumorectomia com retirada de 1 a 2 cm de 
tecido mamário peritumoral macroscopicamente normal, para garantir margens 
cirúrgicas livres e diminuir a recorrência. Nos tumores mais volumosos, que 
comprometem toda a mama, faz a mastectomia total ou a adenomastectomia, com 
reconstrução plástica imediata. A linfadenectomia axilar é desnecessária. Nesta 
condição, o prognóstico é sombrio, não havendo resposta com emprego da radio, 
quimio ou hormonioterapias. 
12° - ANÁLISE DO CASO CLÍNICO: 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
- Tratado de ginecologia – FEBRASGO; 
- Nódulos benignos da mama: uma revisão dos diagnósticos diferenciais e conduta – 
Afonso Celso pinto et al. – artigo de revisão da Ver. Brasileira de ginecologia e 
obstetrícia – 2007 - scielo. 
- Processos inflamatórios da mama: caracterização e manejo terapêutico - nathalia 
da cunha rossato et al. – Biblioteca virtual em saúde. 
- Rastreamento mamográfico no Brasil: Resultados preliminares – Ver. Brasileira de 
mastologia – vol 23 – 2013 – Jacó Saraiva.

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