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Raphaela Faria Medicina XXIX MANOBRAS DE LEOPOLD E ESTÁTICA FETAL As manobras de Leopold possuem como objetivo determinar a posição do feto no abdome gravídico (estática fetal) através da palpação. Didaticamente essas manobras são divididas em quatro tempos, que durante a prática médica se torna apenas uma manobra contínua. Primeiro tempo (primeira manobra) O primeiro tempo da manobra tem como objetivo identificar o polo fetal presente no fundo uterino e assim determinar qual a situação do feto. Para isso, o examinador deve utilizar ambas as mãos encurvadas de forma a comprimir a parede abdominal com as bordas cubitais para delimitar o fundo uterino. É importante que nesse primeiro tempo a palpação seja feita com a face palmar da mão, e não com as polpas digitais. Após delimitar o fundo uterino, deve-se determinar qual a parte do feto que está localizada no fundo uterino. Geralmente a parte fetal a ser palpada é o polo pélvico, identificado por ser mais volumoso, esferoide, de superfície irregular e amolecido. Agora, se for palpado o polo cefálico, a sensação é de um corpo de superfície regular, resistente e endurecido. A partir dessa manobra, já dá para prever qual é a apresentação fetal, uma vez que essa é a situação. Assim, se for palpado o polo pélvico, a apresentação é cefálica, assim como, se for palpado o polo cefálico, a apresentação será pélvica. Quanto à situação, o feto pode estar em situação longitudinal (vertical), transversal ou córmica, ou oblíqua, em relação ao eixo materno. Segundo tempo (segunda manobra) Após o primeiro tempo, o examinador desliza as mãos para o polo inferior do órgão, regiões laterais no abdome, para tentar identificar o dorso fetal de um lado e as pequenas partes ou membros do outro lado. O dorso fetal é sentido como uma superfície resistente, lisa, regular e contínua. Quando o dorso está localizado para trás, os membros fetais são mais perceptíveis, pois estarão em contato mais direto com a parede anterior. Assim, fica perceptível que, se o dorso estiver orientado para a direita, os Raphaela Faria Medicina XXIX membros estarão posicionados à esquerda, e vice-versa. Essa manobra tem como objetivo determinar a posição fetal e pode até ajudar a identificar o melhor foco de ausculta dos batimentos cardíacos do feto (dorso). Terceiro tempo (terceira manobra) O terceiro tempo possui como objetivo avaliar a mobilidade do polo fetal inferior em relação ao estreito superior da bacia materna, determinando assim a apresentação fetal. Para isso o examinador precisa apreender o polo entre o polegar e o dedo médio da mão direita, realizando movimentos de lateralidade para indicar o grau de penetração da apresentação na bacia. Quando o polo fetal está alto e móvel durante o exame, o polo balança facilmente de um lado para outro. Agora, se o polo estiver mais insinuado, se encontrará fixo. A apresentação fetal pode ser classificada quanto ao polo inferior em cefálica, quando o polo inferior é o polo cefálico, pélvica, quando o polo inferior é o polo pélvico, e córmica, quando o feto encontra-se em situação transversal. Quarto tempo (quarta manobra) Por fim, a quarta manobra de Leopold, responsável por determinar a insinuação fetal, é a única manobra realizada com as costas do examinador voltada para a cabeça da paciente. Nesse tempo, o examinador precisa posicionar suas mãos sobre as fossas ilíacas, aprofundando-as na pelve como se estivesse “escavando”, indo em direção ao hipogástrio, à procura do polo fetal inferior. Assim como no primeiro tempo, ao achar o polo inferior, é necessário determinar através das características qual é a parte fetal localizada. O polo cefálico é menor, com uma superfície regular, lisa e endurecida (apresentação cefálica). Já o polo pélvico é maior, com uma superfície irregular e amolecida (apresentação pélvica). Na apresentação córmica, no qual o feto está em situação transversa e, durante o quarto tempo, o polo inferior encontrará vazio. Raphaela Faria Medicina XXIX Conclusão Mesmo depois de tantos anos desde sua primeira descrição, as manobras de Leopold são muito utilizadas devido a sua grande eficácia para garantir informações sobre o feto e ajudar na determinação do próximo passo. Dessa forma, é muito importante o conhecimento dessas manobras para a prática médica. Raphaela Faria Medicina XXIX Raphaela Faria Medicina XXIX REFERÊNCIAS FREITAS, Fernando et al. Rotinas em Obstetrícia. 6 ed. Porto Alegre. Artmed, 2011. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 7 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2014. MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa; FILHO, Jorge de Rezende. Rezende obstetrícia. 13 ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2017. AUREO, Marcel. 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