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EXAME FÍSICO DO ABDOME Inspeção abdominal: paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas. São observadas, forma, volume e alterações cutâneas do abdome. ● Forma: avaliar presença assimetria, como pode ocorrer na hepatoesplenomegalia, hérnias de parede abdominal, neoplasias e obstruções. Globoso (panículo adiposo ou líquido ascítico), escavado (emagrecimento ou síndrome consuptiva), pendular (gravidez). ● Abaulamentos: presença de massas abdominais, como neoplasias ou hérnia da parede abdominal. ● Circulação colateral: pode ser visível em caso de obstrução do sistema venoso porta (cabeça de medusa) ou veia cava. ● Lesões cutâneas: sinal de Cullen e sinal de Turner, presentes na pancreatite aguda. Ausculta abdominal: Deve ser realizada nos quatro quadrantes de forma superficial para avaliar os ruídos hidroaéreos. Para avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio ao longo do trajeto da aorta. Principais alterações a serem pesquisadas na ausculta: ● Presença de ruídos hidroaéreos (descrever intensidade ++++/IV); ● Peristaltismo de luta: obstrução; ● Íleo paralítico: silêncio abdominal; ● Sopros: sugerem aneurismas e compressões arteriais. Palpação abdominal: Palpação superficial: Avaliar sensibilidade, integridade anatômica e grau de distensão da parede abdominal. Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por último. Deve ser feita com uma mão a 45 graus ou duas mãos superpostas. Pontos dolorosos: ● Ponto epigástrico: sensível na úlcera péptica em atividade; ● Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pelo rebordo costal direito com a borda externa do músculo reto abdominal, na interseção da linha hemi clavicular com o rebordo costal direito. Deve ser palpado em busca do Sinal de Murphy que pode estar presente na colecistite aguda. ● Ponto de McBurney: união do terço externo com dois terços internos da linha que une a espinha ilíaca ântero-superior à cicatriz umbilical. Dor nessa região sugere apendicite aguda. O Sinal de Blumberg , dor a descompressão, pode ser pesquisado na palpação profunda. Palpação profunda: tem como objetivo palpar órgãos abdominais em busca de visceromegalias e tumorações. ● Palpação do fígado: o método mais utilizado na prática é o de Lemos Torres, em que o examinador com a mão esquerda na região lombar direita do paciente tenta evidenciar o fígado para frente e com a mão direita espalmada sobre a parede anterior, tenta palpar a borda hepática anterior durante a inspiração profunda. Deve ser avaliado a borda hepática, se tem borda fina ou romba; regularidade da superfície, sensibilidade, consistência, presença de nodulações. ● Palpação do baço: normalmente não é palpável, exceto quando atinge duas ou três vezes seu tamanho normal. Para palpá-lo, o examinador posiciona-se à direita do paciente e com a mão direita em garra tenta sentir o polo esplênico inferior durante a inspiração profunda próximo ao rebordo costal esquerdo. Causas de esplenomegalia: hipertensão portal, infecção, anemia hemolítica, linfomas, esquistossomose. Percussão abdominal: A partir da percussão é possível identificar presença de ar livre, líquidos e massas intra-abdominais. A técnica é digito-digital, em que o examinador posiciona uma das mãos sobre o abdome e percute com o dedo indicador. ● Som normal: maciço (baço e fígado), timpânico (vísceras ocas); ● Percussão normal: macicez hepática no hipocôndrio direito; timpanismo no espaço de Traube, timpanismo nas demais regiões. ● Massas abdominais sólidas ou líquidas (ascite) são maciços. ● Timpanismo generalizado pode indicar obstrução Algumas manobras são fundamentais para avaliar o paciente com suspeita de ascite, que é o acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. Essa avaliação baseia-se justamente na percussão como veremos nas duas principais manobras abaixo: ● Macicez móvel: ocorre em casos de ascite de médio volume. Quando o paciente está em decúbito dorsal o líquido acumula-se na região lateral do abdome, revelando timpanismo na região anterior, quando o paciente posiciona-se em decúbito lateral, o líquido desloca-se para o mesmo lado, onde fica maciço e a região acima fica timpânica. ● Semi-círculo de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal percute-se a regiçao periumbilical do meio para as extremidades. Em casos de ascite, observa-se alteração do timpanismo. MANOBRAS: ● Sinal de Giordano: punho-percussão das lojas renais. Se o paciente sentir dor, é positivo e pode indicar pielonefrite aguda. ● Sinal de Jobert: percussão do hipocôndrio direito com detecção de timpanismo. É indicativo de pneumoperitôneo (ar na cavidade abdominal). ● Sinal de Corvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável. Pode ser indicativo de neoplasia. ● O Sinal de Blumberg , dor a descompressão, pode ser pesquisado na palpação profunda. ● Sinal de Murphy que pode estar presente na colecistite aguda, dor na descompressão (mão em garra no hipocôndrio direito). ● Sinal de Valsava: aumentar a pressão intra-abdominal, hérnias. ● Sinal de Mcburney: descompressão rápida do quadrante inferior direito, apendicite. ● Sinal de Rovsing: descompressão rápida do quadrante inferior esquerdo, apendicite.
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