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@RENATA.DONATO.SAUDE 1 @renata.donato.saude @RENATA.DONATO.SAUDE 2 Conteúdo Programático • Módulo 1.1 1.1a – Introdução à Embriologia 1.1b – Terminologias mais utilizadas na embriologia 1.1c – Termos de orientação anatômica e planos corporais utilizados para o estudo de embriões e fetos 1.1d – Os planos do corpo são utilizados no estudo da Embriologia para orientação das estruturas corporais visualizadas em diferentes modos de secção • Módulo 1.2 – Gametogêneses 1.2a – Células germinativas primordiais 1.2b – Teoria cromossômica 1.2c – Entrecruzamento 1.2d – Corpúsculos polares/Corpo polar 1.2e – Mudanças morfológicas durante a maduração dos gametas • Módulo 1.3 – Primeira semana de gestação 1.3a – Ciclos reprodutivo e ovariano 1.3b – Fecundação @RENATA.DONATO.SAUDE 3 1.3c – Segmentação ou Clivagem 1.3d – Formação do blastocisto 1.3e – O útero no momento da implantação • Módulo 1.4 – Segunda semana de gestação (Disco germinativo bi-laminar) 1.4a – Dia 08 1.4b – Dia 09 1.4c – Dias 11 e 12 1.4d – Dia 13 Módulo 1.5 – Terceira semana de gestação (Disco germinativo trilaminar) 1.5a – Gastrulação 1.5b – Formação da notocorda 1.5c – Estabelecimento das linhas corporais 1.5d – Estabelecimento do mapa de destino celular durante a gastrulação 1.5e – Crescimento do disco embrionário 1.5f – Desenvolvimento do trofoblasto • Módulo 1.6 – Terceira a oitava semana de gestação (Período embrionário) @RENATA.DONATO.SAUDE 4 1.6a – Capa germinativa ectodérmica 1.6b – Capa germinativa mesodérmica 1.6c – Capa germinativa endodérmica 1.6d – Sangue e vasos sanguíneos 1.6e – Final da terceira semana de gestação 1.6f – Aspectos externo durante o segundo mês • Módulo 1.7 – Terceiro mês ao nascimento 1.7a – Desenvolvimento do feto 1.7b – Membranas fetais e placenta 1.7c – Córion frondoso e decídua basal 1.7d – Estrutura da placenta 1.7e – Âmnios e cordão umbilical 1.7f – Mudanças na placenta no final da gestação 1.7g – Líquido amniótico 1.7h – Membranas fetais em gêmeos 1.7i – Parto Questionário de revisão @RENATA.DONATO.SAUDE 5 Módulo 1.1 1.1a – Introdução à Embriologia A palavra embriologia tem origem do grego émbryon (embrião) e loggia (estudo), estudo do embrião. Estuda as fases embrionária desde a fecundação até a formação de todos os órgãos. O período organogênese é desde a quarta até oitava semana, tendo o embrião uma aparência, mas humanoide. No século IV a.C. o filósofo grego Aristóteles propunha descrições e suposições sobre desenvolvimento embrionário humano e de animais, como a galinha. Ao longo do tempo, foi se criando o conceito e o entendimento de Embriologia, que se estabelecia como uma ciência descritiva. Muitas teorias foram surgindo, sendo que uma das mais conhecidas é a Teoria da Pré- formação, que postulava a existência de uma miniatura de feto no interior do espermatozoide. Muito tempo (séculos) depois nasceu a ideia da transformação lenta e gradual no desenvolvimento. Apenas no século XIX a Embriologia tornou-se experimental e se consolidou. 1.1b – Terminologias utilizadas na embriologia Teratologia é a divisão da embriologia e da patologia que lida com o desenvolvimento anormal (defeitos congênitos). @RENATA.DONATO.SAUDE 6 Embriogênese é o processo de divisão e diferenciação celular do embrião que ocorre durante as etapas de desenvolvimento humano. Lactância é o período de vida extrauterina que ocorre, aproximadamente, durante o primeiro ano após o nascimento. Um lactante de idade de um mês ou menos é denominado neonato. Infância é o período de vida extrauterina entre o primeiro ano de vida e a puberdade. Puberdade é o período no qual os seres humanos se tornam funcionalmente capazes de procriar (reprodução). A obtenção do crescimento completo e da maturidade geralmente é atingida entre as idades de 18 e 21 anos. A ossificação e o crescimento estão virtualmente completos durante o início da idade adulta (21 a 25 anos). O desenvolvimento humano é um processo contínuo que se inicia quando um oócito (óvulo) de origem feminina é fecundado por um espermatozoide, de origem masculina. É dividido entre os períodos pré-natal (antes do parto) e pós-natal (após o parto), e a partir da fecundação de um oócito até o parto é dividido em dois períodos principais, o embrionário e o fetal. 1.1c – Termos de orientação anatômica e planos corporais utilizados para o estudo de embriões e fetos @RENATA.DONATO.SAUDE 7 Em Anatomia, todas as descrições do adulto supõem que o corpo está em posição ereta, com os membros superiores posicionados lateralmente e as palmas das mãos voltadas para frente. Porém esses termos usados na anatomia do adulto, não são adequados para as primeiras semanas do desenvolvimento por não terem os membros superiores e inferiores definidos. Nos embriões, os termos cranial e caudal são utilizados para denotar as relações com a cabeça e a cauda. Rostral, cranial ou cefálico: significa mais próximo da extremidade “da frente”, que se considera como sendo a área da cabeça, anterior ou região óptica, de acordo com a idade do embrião. Caudal ou inferior: significa mais próximo da extremidade inferior do corpo. Ventral ou anterior: significa mais próximo da frente do corpo. Dorsal ou posterior: significa mais próximo das costas das diferentes estruturas. Proximal e distal: significam as distâncias do local de fixação de uma estrutura. @RENATA.DONATO.SAUDE 8 1.1d – Os planos do corpo são utilizados no estudo da Embriologia para orientação das estruturas corporais visualizadas em diferentes modos de secção Plano Mediano: é um plano imaginário de secção vertical que passa longitudinalmente pelo corpo dividindo-o em metades direita e esquerda. Plano Sagital: é toda secção que passa pelo corpo paralelamente ao plano mediano. Plano Coronal (frontal): é todo plano que intersecta o plano mediano formando um ângulo reto e divide o corpo nas partes frontal (anterior ou ventral) e dorsal (posterior). Plano Transversal (horizontal): é todo plano que forma um ângulo reto com os planos mediano (sagital) e coronal. Figura 1. Planos de corte em um embrião. Figura 2. Orientação anatômica de um embrião. @RENATA.DONATO.SAUDE 9 Módulo 1.2 1.2a – Células germinativas primordiais O gameta masculino, espermatozoide, e o gameta feminino, ovócito. Os gametas derivam das células germinativas primordiais. As células germinativas derivam do epiblasto durante a gastrulação e migram até a parede do saco vitelino durante a quarta semana de gestação. Gametogênese é a origem, a formação do gameta, e inclui a meiose para reduzir a quantidade de cromossomas e a citodiferenciação para completar a maduração. 1.2b – Teoria cromossômica Certos genes herdados do cromossomo da mãe e do pai determinam as características do novo indivíduo. O ser humano tem aproximadamente 23.000 genes em 46 cromossomos. Os gametas contêm a metade do número de cromossomos (número haploide de 23 cromossomos) presentes nas células somáticas. A união dos gametas masculino e feminino restabelece para o número diploide de 46 cromossomos. Durante a meiose os cromossomas homólogos se unem e mesclam material genético. @RENATA.DONATO.SAUDE 10 Mitose é o processo que a célula se divide para dar origem a duas células filhas geneticamente idênticas a célula mãe. As fases da mitose são: prófase, prometafase, metáfase, anáfase e telófase. Prófase: os cromossomos começam a unir-se, contrair-se e condensar-se. Prometafase: começa a identificaras cromátides. Metáfase: os cromossomos se alinham no plano equatorial e é visível sua dupla estrutura. Anáfase: formação do fuso mitótico e o centrómero de cada cromossomo se divide. Telófase: os cromossomos deixam de estar unidos e alargam, a envoltura nuclear se restabelece e o citoplasma se divide. A divisão do citoplasma dando origem a duas células filhas se chama citocinese. A diferença de Meiose I para Meiose II, é que na primeira, os cromossomos homólogos se emparelham e trocam entre si de material genético, e na segunda, as células não replicam seu DNA de maneira que cada uma das células recebem um número haploide de cromossomos. Os defeitos congênitos podem prover de anomalias no número ou estrutura do cromossomo, também de mutações em um só gen. @RENATA.DONATO.SAUDE 11 Trissomia significa que tem um cromossomo extra. Monossomia significa a perdida de um cromossoma. Figura 3. Fases da mitose 1.2c – Entrecruzamento São processos críticos da Meiose I, é o intercâmbio de segmentos de cromátides entre cromossomos homólogos emparelhados. Os segmentos se rompem trocando entre si como cromossomos homólogos individuais. À medida que se realiza esse rompimento, os pontos de intercâmbio ficam unidos temporariamente e formam uma estrutura parecida com um “X”, um quiasma. A cariogamia é a fusão dos núcleos de duas células sexuais. Ao finalizar as divisões meióticas, ocorre: Aumento da variabilidade genética mediante: o entrecruzamento que redistribui o material genético, @RENATA.DONATO.SAUDE 12 e a distribuição aleatória de cromossomos homólogos entre as células filhas. Cada célula germinal contém um número haploide de 23 cromossomos, no qual se restabelece na fecundação o número diploide de 46 cromossomos. 1.2d – Corpúsculos Polares/Corpo Polar É durante a meiose que um oócito primário dá origem a quatro células filhas, sendo cada uma com 22 cromossomos autossomos mais 1 cromossomo sexual X. Sendo somente uma célula filha se transformará em um gameta maduro, o oócito. As três células filhas que restaram são os corpúsculos polares ou corpo polar, porque receberam pouco citoplasma e se degeneraram. Um espermatócito primário produz quatro células filhas, sendo dois com 22 cromossomos autossomos mais 1 cromossomo sexual X, e dois com 22 cromossomos autossomos mais 1 cromossomo sexual Y. Porém as quatros células filhas do espermatócito primário chegam a ser gametas maduros. 1.2e – Mudanças morfológicas durante a maduração dos gametas @RENATA.DONATO.SAUDE 13 Oogênese é a maduração da célula germinativa feminina que começa antes do nascimento. Espermatogênese é a maduração da célula germinativa masculina que inicia na puberdade. Espermiogênese é a série de mudanças que transformam as espermátides em espermatozoides. É na prófase da Meiose I que forma o oócito primário. Nenhum oócito primário se forma após o nascimento, o que contrasta com a produção contínua de espermatócitos primários. Os oócitos primários permanecem em repouso nos folículos ovarianos até a puberdade, quando geralmente um folículo ovariano amadurece a cada mês e ocorre a ovulação (liberação do oócito do folículo ovariano). O oócito primário se detém na metáfase da Meiose por 3 horas antes da ovulação para completar a divisão celular depois da fecundação. A oogênese é a sequência de eventos pelos quais as oogônias (células germinativas primordiais) são transformadas em oócitos maduros. A oogênese continua até a menopausa, que é a interrupção permanente do ciclo menstrual. Células foliculares rodeiam o oócito primário e são derivados do epitélio celômico do ovário, juntos formam o @RENATA.DONATO.SAUDE 14 folículo primário (suas células foliculares se tornam cúbicas e depois cilíndricas). O oócito primário é logo envolvido por um material glicoproteico acelular e amorfo, a zona pelúcida. Fases do folículo ovariano: Primária ou pré-antral Vesicular ou antro Vesicular maduro ou folículo de De Graaf Características de um folículo ovariano: Crescimento e diferenciação de um oócito primário Proliferação das células foliculares Formação da zona pelúcida Desenvolvimento das tecas foliculares A espermatogênese é a sequência de eventos pelos quais as espermatogônias (células germinativas primordiais) são transformadas em espermatozoides maduros. As espermatogônias são transformadas em espermatócitos primários. Cada espermatócito primário sofre, em seguida, uma divisão reducional – a primeira divisão meiótica – para formar dois espermatócitos secundários haploides. Em seguida, os espermatócitos secundários sofrem a segunda divisão meiótica para formar quatro espermátides haploides. @RENATA.DONATO.SAUDE 15 As espermátides são transformadas gradualmente em quatro espermatozoides maduros pelo processo conhecido como espermiogênese. Fases das espermátides: Formação do acrossoma Condensação do núcleo Formação do colo, da peça intermédia e da calda Desaparecimento da maior parte do citoplasma As espermatogônias tardam 74 dias para converter-se em espermatozoides maduros. @RENATA.DONATO.SAUDE 16 Módulo 1.3 – Primeira semana de gestação 1.3a – Ciclos: Reprodutivo e Ovariano O ciclo reprodutivo feminino inicia-se na puberdade entre 10 a 13 anos de idade, as mulheres passam por ciclos reprodutivos (ciclos sexuais), que envolvem a atividade do hipotálamo do encéfalo, da glândula hipófise, dos ovários, do útero, das tubas uterinas, da vagina e das glândulas mamárias. É controlado pelo hipotálamo e pela hipófise, o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) é sintetizado pelas células neurossecretoras do hipotálamo e atua na hipófise que segrega gonadotrofina FSH (hormônio folículo- estimulante) e LH (hormônio luteinizante). Os hormônios atuando nos ovários: O hormônio folículo-estimulante (FSH) que estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção de estrogênio pelas células foliculares. FSH + LH = maduração do folículo e ovulação. O hormônio luteinizante (LH) que age como um “disparador” da ovulação (liberação do oócito secundário) e estimula as células foliculares e o corpo lúteo a produzirem progesterona. LH = corpo lúteo. Esses hormônios também induzem o crescimento dos folículos ovarianos e do endométrio. O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários, o ciclo ovariano, o desenvolvimento dos folículos, a ovulação @RENATA.DONATO.SAUDE 17 (liberação de um oócito de um folículo maduro) e a formação do corpo lúteo. Por volta da metade do ciclo ovariano, o folículo ovariano, sob influência do FSH e do LH, sofre um repentino surto de crescimento, produzindo uma dilatação cística ou uma saliência na superfície ovariana, um pequeno ponto avascular, o estigma. A ovulação é disparada por uma onda de produção de LH, ocorrendo após 12 a 24 horas desse pico. 1.3b – Fecundação A fecundação é o processo de união dos gametas masculino e feminino que se unem para produzir o zigoto. Se o oócito não é fecundado, o corpo lúteo involui e se degenera 10 a 12 dias após a ovulação. Ele é, então, chamado corpo lúteo menstrual. O corpo lúteo, em seguida, se torna uma cicatriz branca no tecido ovariano, denominada corpo albicans. Se o oócito é fecundado, o corpo lúteo cresce e forma o corpo lúteo gestacional e aumenta a produção de hormônios. A degeneração do corpo lúteo é impedida pela ação da gonadotrofina coriônica humana, um hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. Para que o espermatozoide fecunde o oócito, ocorre: Capacitação: período em que se elimina a capa de glucoproteínas e plasma seminal da cabeça. @RENATA.DONATO.SAUDE 18 Reação acrossómica: liberação de acrosina e tripsinapara penetrar na zona pelúcida. Durante a fecundação o espermatozoide penetra: Corona radiata Zona pelúcida Membrana celular do oócito Quando o espermatozoide penetra o oócito, ocorre: O oócito termina sua segunda divisão meiótica e forma o pronúcleo feminino. A zona pelúcida fica impenetrável a outros espermatozoides. A cabeça do espermatozoide se separa da cola dando origem ao pronúcleo masculino. Uma vez replicado o DNA dos pronúcleos feminino e masculino, se mesclam dividindo-se e dando origem a fase bicelular. Resultados da fecundação: Restabelecimento do número diploide dos cromossomos. Determinação do sexo acrossómica Iniciação da segmentação 1.3c – Segmentação ou Clivagem @RENATA.DONATO.SAUDE 19 Consiste em uma série de divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um aumento rápido do número de células (blastômeros). Essas células embrionárias tornam-se menores a cada divisão. A divisão do zigoto em blastômeros se inicia aproximadamente 30 horas após a fecundação. Fases da segmentação: Fase bicelular Fase de quatro células Mórula (16 células) Figura 4. Fase bicelular até a mórula. 1.3d – Formação do Blastocisto Blastocisto é formado depois da mórula, quando entra no útero no terceiro ou quarto dia depois da fecundação, @RENATA.DONATO.SAUDE 20 aparece uma cavidade formando a cavidade blastocística, preenchido por líquido. O blastocisto se implanta no útero na fase secretora. O líquido da cavidade blastocística divide o blastômero em duas partes: Uma delgada camada celular externa, o trofoblasto, que formará a parte embrionária da placenta. Um grupo de blastômeros localizados centralmente, o embrioblasto (massa celular interna), que formará o embrião. 1.3e – O útero no momento da implantação O útero é um órgão muscular com formato de pera e paredes espessas, medindo 7 a 8 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura na sua porção superior, e 2 a 3 cm de espessura da parede. Ele é formado por duas porções principais, o corpo e o colo. Paredes do útero: Endométrio ou mucosa que reveste a parede interna Miométrio uma capa grossa de músculo liso Perimétrio a capa peritoneal que recobre a parede externa Fases do endométrio durante o ciclo menstrual: @RENATA.DONATO.SAUDE 21 Fase proliferativa que começa ao final do ciclo menstrual, tem baixa influencia ao estrogênio e coincide com o crescimento dos folículos ovarianos Fase secretora ou progestacional começa uns 2 a 3 dias depois da ovulação em resposta a progesterona produzida pelo corpo lúteo Fase menstrual ocorre se não ocorre a fecundação, tendo um desprendimento do endométrio O endométrio participa na implantação e na formação da placenta. O endométrio tem três capas: Capa compacta que é superficial Capa esponjosa que é intermédia Capa basal que é delgada Figura 5. Paredes do útero. @RENATA.DONATO.SAUDE 22 Módulo 1.4 – Segunda semana de gestação (Disco germinativo bi-laminar) 1.4a – Dia 08 O trofoblasto está parcialmente incrustado no estroma endometrial. Características do dia 08: Ferida aberta no endométrio Endométrio em reação tecidual Formação da cavidade amniótica Embrioblasto – folheto epiblasto e folheto hipoblasto Trofoblasto (futura placenta) – citotrofoblasto (multinucleado) e sinciciotrofoblasto (mononucleada) Figura 6. Dia 08. . 1.4b – Dia 09 Chamado de período lagunar Características do dia 09: @RENATA.DONATO.SAUDE 23 Coágulo de fibrina Formação da membrana exocelômica (de Heuser) Formação do saco vitelino primitivo Formação de lacunas no sinciciotrofoblasto Figura 7. Dia 09 1.4c – Dias 11 e 12 O coágulo de fibrina está menor nesses dias. Características dos dias 11 e 12: Estabelecimento da circulação uteroplacentária Formação de rede intercomunicada entre as lacunas do sinciciotrofoblasto Formação do mesoderma extraembrionário – mesoderma esplancnopleural e mesoderma somatopleural @RENATA.DONATO.SAUDE 24 Figura 8. Dias 11 e 12 1.4d – Dia 13 Ocorre o restabelecimento do endométrio Características do dia 13: Blastócito está completamente dentro do endométrio Formação do cisto exocelômico (resto do saco vitelino primário) Formação do saco vitelino secundário ou definitivo Formação do pedículo de fixação (futuro cordão umbilical) Formação de vilosidades placentárias primarias – citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto @RENATA.DONATO.SAUDE 25 Figura 9. Dia 13 A segunda semana gestacional também é conhecida como “Semana dos pares”, porque: O trofoblasto se diferencia em: citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. O embrioblasto dá origem: epiblasto e hipoblasto. O mesoderma extraembrionário se divide em: somatopleural e esplancnopleural. Formação de duas cavidades: cavidade amniótica e cavidade do saco vitelino. @RENATA.DONATO.SAUDE 26 Módulo 1.5 – Terceira semana de gestação (Disco germinativo trilaminar) (Período de Gastrulação) 1.5a – Gastrulação Na terceira semana de gestação começa com o aparecimento da linha primitiva onde o extremo cefálico é o nó primitivo. Na região do nó primitivo e da linha primitiva, as células epiblásticas se dirigem ao interior invaginando-se para formar as capas: endoderma e mesoderma. As células que não migram pela linha primitiva formam a capa ectoderma, permanecendo no epiblasto. O epiblasto dá origem as capas germinativas do embrião, que constituem todos os tecidos e órgãos: Capa Ectoderma Capa Mesoderma Capa Endoderma A gastrulação é a formação das três capas germinativas. As células do epiblasto formam as três capas por invaginação da linha primitiva. Etapas da Gastrulação Começa com a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto. @RENATA.DONATO.SAUDE 27 A porção cefálica da linha, o nó primitivo, consiste em uma área elevada que cerca a fosseta primitiva. As células do epiblasto migram para a linha primitiva, soltando-se do epiblasto e deslizando para debaixo dele. Esse movimento para dentro é chamado de invaginação, e a migração e a especificação celulares são controladas pelo fator de crescimento de fibroblasto 8 (FGF8). As células invaginadas deslocam o hipoblasto criando o endoderma embrionário, outras células ficam entre o epiblasto e o endoderma recém-criado formando o mesoderma, e as células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma. Figura 10. Gastrulação. 1.5b – Formação do Notocórdio ou Notocorda As células pré-notocordais entram na fosseta primitiva até as células do hipoblasto (na placa pré-cordal) para forma a placa pré-notocordal. A placa pré-notocordal é formada por células pré- notocordais e células do hipoblasto. @RENATA.DONATO.SAUDE 28 As células pré-notocordais irão se desprender das células do hipoblasto e formarão a notocorda na parte média do disco embrionário, o notocorda definitiva. Notocorda é um cordão maciço que formará parte da coluna vertebral, que sustenta o tubo neural e serve como base para o esqueleto axial. O alongamento da notocorda forma primeiro a porção cranial e logo depois a porção caudal. O canal neurentérico conecta temporariamente as cavidades amnióticas e vitelina. A membrana cloacal é formada na porção caudal do disco embrionário por células ectodérmicas e endodérmicas. No 16º dia de desenvolvimento embrionário, a parede posterior da vesícula vitelina forma o divertículo alantoentérico ou alantoide. Formação da notocorda As células pré-notocordais migram pela linha primitiva, intercalam-se com o endoderma para formar a placa notocordal, onde iram se soltar do endoderma para constituir a notocorda definitiva. A) A porção mais cranial da notocorda definitiva está formada. Observe que algumascélulas migram à frente da notocorda. Essas células mesodérmicas formam a placa pré-cordal que participará na indução da formação do prosencéfalo. @RENATA.DONATO.SAUDE 29 B) A placa notocordal se soltará do endoderma para formar a notocorda definitiva. C) Notocorda definitiva. 1.5c – Estabelecimento das linhas corporais As células do epiblasto começam a se proliferar e migram para região mediana do disco, onde esse disco vai dar o estabelecimento dos eixos corporais, o disco terá uma porção cranial, caudal, lados direito e esquerdo, porções ventral e dorsal. Genes expressos na placa são fatores de transição. A partir da linha primitiva temos o estabelecimento dos eixos corporais: A porção ventral está voltada para o saco vitelino. A porção dorsal está em contato com a vesícula amniótica. Figura 11. Eixo das linhas corporais. @RENATA.DONATO.SAUDE 30 1.5d – Estabelecimento do mapa de destino celular durante a gastrulação As regiões do epiblasto que migram e ingressam pela linha primitiva foram mapeadas. As células primitivas que migram nas extremidades laterais do nó primitivo e da porção cranial da linha primitiva formam o mesoderma paraxial. As células primitivas que migram pela região média da linha primitiva formam o mesoderma intermediário. As células primitivas que migram um pouco mais caudal da linha média formam o mesoderma da placa lateral. As células primitivas que migram da parte caudal da linha primitiva formam o mesoderma extraembrionário. 1.5e – Crescimento do disco embrionário O crescimento do disco embrionário é cefalocaudal. O disco embrionário inicialmente plano e quase redondo, pouco a pouco se alarga com um extremo cefálico largo e um extremo caudal estreito. O crescimento e o alongamento se dão pela migração contínua de células da região da linha primitiva, onde a região cefálica ocorre na metade da terceira semana até o final da quarta semana de desenvolvimento embrionário, enquanto que na região caudal ocorre a partir do final da quarta semana. @RENATA.DONATO.SAUDE 31 No final da quarta semana desaparece a linha primitiva. 1.5f – Desenvolvimento do trofoblasto No início da terceira semana o trofoblasto é caracterizado por vilosidades primárias formada por células citotrofoblásticas e sincicial. As células mesodérmicas penetram o centro das vilosidades primárias e crescem na direção decídua, surgindo as vilosidades secundárias. No final da terceira semana as células mesodérmicas no centro da vilosidade começam a se diferenciar em células sanguíneas e pequenos vasos sanguíneos formando o sistema capilar de vilosidade, surgindo as vilosidades terciárias ou vilosidade placentária definitiva. A vilosidade é chamada de vilosidade terciária (os capilares fazem contato com os capilares no mesoderma da placa coriônica e do pedículo embrionário, estabelecendo contato com o sistema circulatório embrionário conectando a placenta e o embrião). As vilosidades que se estendem da placa coriônica à placa decidual (parte do endométrio onde se formará a placenta) recebe o nome de vilosidades de ancoragem ou troncal (troncos vilosos). As vilosidades que se ramificam dos troncos vilosos são vilosidades livres (terminais) onde ocorrerá as trocas de nutrientes. @RENATA.DONATO.SAUDE 32 A cavidade coriônica se alarga, e no 19º ou 20º dia o embrião está ligado a capa trofoblástica pelo pedículo embrionário ou pedículo de fixação. Esse pedículo embrionário se transformará no cordão umbilical que unirá a placenta ao embrião. Vilosidades primárias: citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto. Vilosidades secundárias: citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto e mesoderma. Vilosidades terciárias: citotrofoblasto, sinciciotrofoblasto e vasos sanguíneos. Vilosidades troncais ou ancoragem: citotrofoblasto (sustentam a placenta em seu devido local). Figura 12. Vilosidades. @RENATA.DONATO.SAUDE 33 Módulo 1.6 – Terceira a oitava semana de gestação (Período embrionário) 1.6a – Capa germinativa ectodérmica Período embrionário é a fase em que as três capas germinativas, ectoderma, mesoderma e endoderma, dão origem a tecidos e órgãos. O aspecto da notocorda e do mesoderma pré-cordal fazem que o ectoderma sobrejacente se alargue para formar a placa neural. Esta indução é o processo de neurulação. Células da placa neural é neuroectoderma. A indução da placa neural se deve a regulação do FGF (fator de crescimento dos fibroblastos) e a BMP4 (proteína morfogênica óssea 4). Inativa a BMP a secreção de outras três moléculas: nogina, cordinha e folistatina, que se encontra no nódulo primitivo, notocorda e mesoderma pré-cordal. Esses indutores neurais induzem os tecidos prosencéfalo e mesencéfalo. As proteínas secretadas WNT3a e FGF induzem as estruturas das placas caudal e neural. Neurulação É o processo onde a placa neural produz o tubo neural. Formação da prega neural e surco neural: a placa neural produz um movimento lateral à medial no plano @RENATA.DONATO.SAUDE 34 ectoderma e mesoderma, conforme vai alargando suas bordas laterais se elevam para produzir pregas neurais e a região medial deprime para formar o surco neural. As pregas neurais se fusionam de caudal para cranial formando o tubo neural. Os extremos cefálico e caudal do tubo neural se comunicam com a cavidade amniótica através dos neuroporo anterior (cranial) e posterior (caudal). Neuroporo cranial se fecha no 25º dia e o neuroporo caudal no 28º dia, onde termina a neurulação. Figura 13 e 14. Neurulação. Células da crista neural O sistema nervoso central está representado pela medula espinhal (que é estreita na parte caudal) e por várias dilatações, as vesículas encefálicas (que são largas na parte cefálica). A crista neural é quando as pregas se elevam e fusionam passando por uma transição epiteliomesenquimal. @RENATA.DONATO.SAUDE 35 Mesoderma: células derivadas do epiblasto e tecidos extraembrionários. Mesênquima: tecido conectivo embrionário. As células da crista neural saem do neuroectoderma e migram por duas vias: 1- Via dorsal: cruza a dermes, entram no ectoderma para produzir melanócitos da pele e nos folículos pilosos da pele. 2- Via ventral: através da metade de cada somito e converte em gânglios sensoriais, neurônios simpáticos e entéricos, células de Schwann e células da medula suprarrenal. A crista neural é conhecida como a quarta capa germinativa. A capa germinativa ectodérmica origina: Sistema nervoso central (SNC) Sistema nervoso periférico (SNP) Epitélio sensorial do ouvido, nariz e olhos Epidermes (cabelos e unhas) No período em que o tubo neural se fecha, dois espaçamentos ectodérmicos bilaterais, os placódios óticos e os placódios dos cristalinos, tornam-se visíveis na região cefálica do embrião. Os placódios óticos invaginam e formam as vesículas óticas, que se desenvolve para a audição e o equilíbrio. Os @RENATA.DONATO.SAUDE 36 placódios do cristalino invaginam e formam os cristalinos dos olhos, durante a quinta semana. 1.6b – Capa germinativa mesodérmica Mesoderma: células derivadas do epiblasto e tecido extraembrionários. Tipos de capa germinativa mesodérmica: Mesoderma paraxial (somitomeros) Mesoderma intermédio (sistema urinário e gônadas) Mesoderma lateral (dermes, osso, cartilagem, tubo intestinal e pericárdio) Por volta do 17º dia, as células próximas à linha média formam uma camada espessa, a placa mesoderma paraxial, e mais lateralmente a camada mesodérmica permanece fina formando a placa lateral, onde se divide em duas camadas: 1- Camada mesodérmica somática ou parietal: uma camada contínua com o mesoderma cobrindo o âmnio. 2- Camada mesodérmica visceral ou esplâncnica:uma camada contínua com o mesoderma cobrindo a vesícula vitelina. Juntas, essas camadas revestem a cavidade intraembrionária que é contínua a cavidade extraembrionária. @RENATA.DONATO.SAUDE 37 Mesoderma paraxial Tem início na terceira semana onde começa a organizar os somitômeros, que na região cefálica se convertem em neurônios, que de occipital no sentido caudal se convertem em somitos. Mesoderma intermédio Conecta o mesoderma paraxial a placa lateral e diferencia estruturas urogenitais. Na região cervical e torácica superior, formam os nefrotomas. Na região caudal o cordão nefrógeno origina o sistema urinário e as gônadas. Mesoderma da placa lateral Se divide em capas parietal (somática) e visceral (esplênica) que revestem a cavidade intraembrionária e os órgãos. Dá origem a dermes, ossos, tecido conectivo e osso esterno, cartilagens costais e músculos. A capa visceral junto com o endoderma embrionário produz a parede do tubo intestinal, peritônio, pleura e pericárdio. @RENATA.DONATO.SAUDE 38 Figura 15. Camadas mesodérmicas. 1.6c - Capa germinativa endodérmica Origina o tubo gastrointestinal. Cobre a superfície ventral do embrião formando o teto do saco vitelino. Revestimento epitelial do sistema respiratório. Parênquima das glândulas tireoide e paratireoide, fígado e pâncreas. Estroma reticular das amídalas e do timo. Revestimento epitelial da bexiga urinária e da uretra. Revestimento epitelial da cavidade timpânica e conduto auditivo. A parede ventral do corpo se fecha por completo exceto na região umbilical onde permanecem aderidos al pedículo embrionário de fixação e do saco vitelino. Se as pregas laterais do corpo não se fecham, produzem defeitos da parede ventral do corpo. @RENATA.DONATO.SAUDE 39 Tubo intestinal Intestino: a raiz cefalocaudal e as pregas da parede lateral do corpo se incorporam ao corpo do embrião e formam o intestino. O tubo intestinal está dividido em três regiões: 1- Intestino anterior: delimitado pela membrana orofaríngea. Essa membrana separa o estomodeu (cavidade oral primitiva derivada do ectoderma). 2- Intestino médio: se comunica ao saco vitelino pelo ducto vitelino. 3- Intestino posterior: termina na membrana cloacal onde na 7ª semana se rompe e forma o orifício anal. A membrana cloacal separa a porção superior do canal anal (derivado do endoderma) da porção inferior chamada proctodeu. 1.6d – Sangue e vasos sanguíneos As células sanguíneas e os vasos sanguíneos surgem do mesoderma. Os vasos sanguíneos se formam de duas maneiras: 1- Vasculogênese: os vasos surgem de ilhotas sanguíneas, na terceira semana de desenvolvimento embrionário, que surgem das células mesodérmicas que são induzidas a originar hemangioblastos, para a formação de vasos e células sanguíneas. @RENATA.DONATO.SAUDE 40 2- Angiogênese: envolve a ramificação a partir de vasos já existentes. As células-tronco hematopoiéticas definitivas são derivadas do mesoderma que circunda a aorta próximo ao rim metanefrico, chamado de região AGM (aorta-gônada- mesonefros). As células-tronco hematopoiéticas colonizam o fígado entre o 2º e 7º mês de gestação, e as células-tronco do fígado colonizam a medula óssea no 7º mês de gestação. Os hemangioblastos periféricos se diferenciam em angioblastos. A maturação e o modelamento da vasculatura são regulados pelo fator de crescimento derivado de plaquetas. 1.6e – Final da terceira semana de gestação O tubo neural se eleva e fecha na região do dorso, o tubo intestinal se contorce e fecha na região ventral criando um tubo encima de outro tubo. O mesoderma mantém juntos os tubos do intestino. As duas capas visceral e parietal junto com o ectoderma subjacente dá origem as pregas da parede lateral. Cavidade corporal primitiva: é o espaço estre as capas visceral e parietal do mesoderma. @RENATA.DONATO.SAUDE 41 Conduto vitelino: é a união do tubo intestinal ao saco vitelino. Cordão umbilical: é formado pelas pregas das paredes laterais que se estendem pelo pedículo de fixação. Quando a parede ventral não se fecha formam anomalias. Exemplo: ectópica cárdia, gastrosquise e extrofia da bexiga e da cloaca. O mesoderma parietal dará origem a capa parietal das membranas serosas. Os nervos frénicos surgem dos segmentos cervicais 3 a 5 na medula espinhal. Hernia diafragmática congênita é uma anomalia da membrana pleuroperitoneal do lado esquerdo. Membranas pleuropericardeais divide a cavidade torácica em cavidade pericárdica e duas cavidades pleurais dos pulmões. Capa parietal das membranas serosas recobrem o exterior das cavidades peritoneal, pleural e pericárdica. A capa visceral dará origem a capa visceral das membranas serosas. A capa visceral das membranas serosas recobre os pulmões, coração e órgãos abdominais. No intestino as capas formam o peritônio e os mesentérios. @RENATA.DONATO.SAUDE 42 Mesentérios oferecem uma via aos vasos, nervos e linfáticos até os órgãos. Mesentério dorsal prende na parede dorsal o tubo intestinal desde o extremo caudal do intestino anterior até o intestino posterior. Mesentério ventral procedente do tabique transverso. Só existe na região terminal do esôfago, estômago e porção superior do duodeno. Diafragma divide a cavidade corporal em cavidade torácica e cavidade peritoneal. Origem do diafragma: Tabique transverso (tendão central) Membranas pleuroperitoneais Mesentério dorsal do esôfago Estruturas musculares provenientes dos somitos nos níveis cervicais 3 a 5 Da parede corporal 1.6f - Aspectos externos durante o segundo mês No final da 4ª semana, o embrião tem 28 somitos, e as principais características externas são os somitos e os arcos faríngeos. A idade do embrião é expressa em somitos. A partir do segundo mês de gestação, a idade do embrião é indicada pelo comprimento cefalocaudal ou craniocaudal (CCC) em @RENATA.DONATO.SAUDE 43 milímetros, onde é medido do vértice do crânio ao ponto médio entre os ápices das nádegas. Ocorre o aumento do tamanho da cabeça e a formação dos membros, face, orelhas, nariz e olhos. No início da 5ª semana de gestação os membros superiores e inferiores aparecem como brotos. Número de somitos correlacionados com a idade aproximada em dias Idade aproximada (dias) Números de somitos 20 1 – 4 21 4 – 7 22 7 – 10 23 10 – 13 24 13 – 17 25 17 – 20 26 20 – 23 27 23 – 26 28 26 – 29 30 34 – 35 @RENATA.DONATO.SAUDE 44 Eventos do período embrionário Dias Somitos Comprimento (mm) Traços característicos 14 a 15 0 0.2 Linha primitiva aparece 16 a 18 0 0.4 Processo notocorda surge. Células hematopoiéticas na vesícula vitelina. 19 a 20 0 1 a 2 Mesoderma intraembrionário se espalha abaixo do ectoderma cranial. Linha primitiva continua. Os vasos umbilicais e as cristas neurais começam a se formar. 20 a 21 1 a 4 2 a 3 As cristas neurais craniais se elevam e o sulco neural profundo se estabelece. O embrião começa a se curvar. 22 a 23 5 a 12 3 A fusão das pregas neurais inicia-se na região cervical. Os neuroporos cranial e caudal são abertos. Os arcos viscerais 1 e 2 estão presentes. O tubo cardíaco começa a se dobrar. 24 a 25 13 a 20 3 a 4 Início da dobra cefalocaudal. Neuroporo cranial está se fechando ou está fechado. As vesículas óticas estão formadas. Os placódios óticos aparecem. 26 a 27 21 a 29 3 a 5 Neuroporo caudal está se fechando ou está fechado. Os brotos dos membros superiores surgem. Vesículas óticas são formadas. Aparecem três arcos viscerais. 28 a 30 30 a 35 4 a 6 O quarto arco visceral é formado. Os brotos dos membros inferiores aparecem. Vesícula ótica e placódio da lente. 31 a 35 7 a 10 Os membros superiores tem formato de remo. As saliências nasais são formadas.O embrião tem formato semelhante a um C. 36 a 42 9 a 14 Raios digitais nas placas das mãos e dos pés. Vesículas cefálicas proeminentes. Aurícula externa se formando das saliências auriculares. Início da hernia umbilical. 43 a 49 13 a 22 Visível a pigmentação da retina. Raios digitais se separando. Mamilos e cílios formados. Inchaços maxilares se fundem com os inchaços nasais médios conforme o lábio superior se forma. Hernia umbilical presente. 50 a 56 21 a 31 Membros longos, dobrados nos cotovelos e joelhos. Dedos das mãos e pés livres. Face com formato mais humanoide. Desaparece a cauda. @RENATA.DONATO.SAUDE 45 Módulo 1.7 – Terceiro mês ao nascimento (Período fetal) 1.7a – Desenvolvimento do feto O período fetal é desde a 9ª semana até o nascimento. Ocorre a maduração dos tecidos e órgãos, e o rápido crescimento do corpo. A medição do feto medida em cm é: Longitude cefalocaudal (LCC) sentado Longitude vértice-talón (LVT) em pé A duração da gestação é de 280dias ou 40 semanas, depois do último período menstrual. No 3º mês a cabeça constitui a metade da longitude cefalocaudal, tem aspecto humano, já existe o centro de ossificação primário dos ossos largos e crânio, e mostra as genitálias. No 5º mês 1/3 da cabeça constitui a metade da longitude do 3º mês, e ao nascer a cabeça consta 1/4 do tamanho. Com dois meses e meio as alças intestinais produzem grande protuberância, tumefação no cordão umbilical, más no 3º mês se retrai até a cavidade abdominal. 4º e 5º meses ocorre: Crescimento do feto Peso < 500g Feto coberto por lanugem Se distingue o pelo das sobrancelhas e da cabeça @RENATA.DONATO.SAUDE 46 5º mês a mãe sente os movimentos fetais. 6º mês a pele é avermelhada e de aspecto rugoso pela falta de tecido conectivo subjacente. O nascimento prematuro do feto custa sobreviver porque o sistema respiratório e o sistema nervoso central não estão coordenados entre si. 7º mês o feto tem 25cm (LCC) e 1.100g, adquire contornos redondeados devido ao depósito de gordura subcutânea. Ao final da vida uterina o feto está recoberto por vérnix caseosa (substancia gordurosa e esbranquiçada) para proteção da pele. 9º mês o perímetro do crânio é maior que o corpo para dar passagem no parto, o peso estará entre 3.000 à 3.400g, a LCC 36cm e a LVT 50cm. 1.7b - Membranas fetais e placenta A placenta é um órgão que realiza a troca de nutrientes e gases entre a mãe e o feto. A placenta no 4º mês, a parte fetal deriva do trofoblasto e do mesoderma extraembrionário e é formada pelo cório frondoso, bordeada pela placa coriônica; a parte materna é formada pela decídua basal, a placa decidual integra a placenta. Os troncos vilosos (vilosidades de ancoragem) se estendem do mesoderma da placa coriônica para o @RENATA.DONATO.SAUDE 47 trofoblasto, onde a superfície da vilosidade é formada pelo sinciciotrofoblasto. O sangue materno é fornecido à placenta por artérias espiraladas onde liberam sangue nos espaços intervilosos, que são alcançados pela invasão endovascular pelas células citotrofoblásticas. Classificação da placenta humana é hemocorial porque o sangue materno nos espaços intervilosos estão separadas do sangue fetal por um derivado coriônico. Funções da placenta: Troca de gases (oxigênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono) Troca de nutrientes e eletrólitos (aminoácidos, carboidratos e vitaminas) Transmissão de anticorpos maternos (imunoglobulina materna G) Produção de hormônios (progesterona, estriol, gonadotropina e somatomamotropina) 1.7c - Córion frondoso e decídua basal As vilosidades cobrem a superfície do cório dando origem ao cório frondoso. A placa decidual faz contato direto com o cório. @RENATA.DONATO.SAUDE 48 A fusão do âmnio e do cório formam a membrana amniocoriônica. É essa membrana que se rompe no trabalho de parto. Figura 16. Córion Frondoso. 1.7d - Estrutura da placenta Placenta: tem formato discoide, 15 à 25cm de diâmetro com 3cm de largura, peso de 500 à 600g e 150ml de sangue. No início do 4º mês a placenta tem dois componentes: 1- Porção fetal formado pelo cório frondoso. 2- Porção materna constituída pela decídua basal. Membrana placentária (início)é composta por quatro camadas: Revestimento endotelial dos vasos fetais Tecido conjuntivo no núcleo das vilosidades Capa citotrofoblásticas @RENATA.DONATO.SAUDE 49 Sinciciotrofoblasto Zona juncional: Onde o trofoblasto e as células deciduais se misturam Formada por células gigantes deciduais e sinciciais Rica de material extracelular amorfo 4º e 5º mês a decídua forma septos deciduais. 1.7e – Âmnios e cordão umbilical Cordão umbilical primitivo ocorre quando o âmnio envolve o pedículo de fixação e do saco vitelino, compactando-os e formando o cordão umbilical. Estruturas que cruzam o anel umbilical primitivo: Pedículo de fixação (alantoides e vasos umbilicais) Conduto vitelino (acompanha os vasos) Canal que conecta as cavidades intrauterinas e extraembrionárias. O cordão umbilical contém duas artérias umbilicais, uma veia umbilical e geleia de Wharton para a proteção dos vasos. 1.7f – Mudanças na placenta no final da gestação Aumento do tecido fibroso no eixo da vilosidade. Espessamento das membranas basais nos capilares fetais. @RENATA.DONATO.SAUDE 50 Alterações que obliteram os pequenos capilares das vilosidades. Deposição de fibrinoide na superfície da vilosidade na zona juncional e na placa coriônica. 1.7g – Líquido amniótico É um líquido claro e aquoso produzido em parte pelas células amnióticas e derivado do sangue materno. Aumenta desde 30ml na 10ª semana de gestação até 450ml na 20ª semana, sendo que em 37ª semana é de 800 e 1000ml. Função do líquido amniótico: Absorve sacudidas Evita adesão do embrião ao âmnio Permite os movimentos do feto O volume de líquido amniótico é reposto a cada 3h. 1.7h – Membranas fetais em gêmeos Gêmeos dizigóticos ou fraternos É aumentada a incidência conforme a idade materna (duplicando aos 35 anos) e com procedimentos de fertilização. Os zigotos se implantam individualmente no útero. @RENATA.DONATO.SAUDE 51 Desenvolve sua própria placenta, âmnio e saco coriônico. Gêmeos monozigóticos ou idênticos Se desenvolvem em um único oócito fertilizado. Os dois embriões têm uma placenta e uma cavidade coriônica em comum. Semelhança em relação ao tipo sanguíneo, impressões digitais, sexo, aparência externa, cor dos olhos e cabelos. 1.7i – Parturição – Parto Fases do parto: Apagamento (diminuição e encurtamento) e dilatação do colo uterino Nascimento do feto Expulsão da placenta (30 min após o parto) e das membranas fetais Estágios do parto: Estágio 1: produzido pelas contrações uterinas. Estágio 2: aumento da pressão intra-abdominal pela contração dos músculos abdominais. Estágio 3: requer as contrações uterinas e é auxiliado pelo aumento da pressão abdominal. As contrações tem geralmente um intervalo de 10min e durante a segunda fase ocorrem entre 30 a 90seg. @RENATA.DONATO.SAUDE 52 A baixa quantidade de líquido amniótico é chamada de oligodrâmnios. Grande quantidade de líquido amniótico é chamado de hidrâmnios. Questionário de Revisão 1) Em qual período o embrião começa a ter uma aparência, mas humanoide? 2) Qual a diferença entre os termos embriologia e teratologia? 3) O que foi a Teoria da Pré-formação? 4) Qual a diferença entre os termos cefálico e caudal? 5) Como é dividido o desenvolvimento de um ser humano a partir da fecundação de um oócito até o parto? 6) Como é dividido o desenvolvimento humano? 7) Os termos de posicionamentos humanos adulto podem ser utilizados em embriões? Justifique. 8) Quais são os planos anatômicos utilizados na embriologia?9) O que significa os termos proximal e distal? 10) Como denomina-se um lactente de idade de um mês ou menos? 11) Como é chamado os gametas feminino e masculino? @RENATA.DONATO.SAUDE 53 12) O que é gametogênese? 13) De onde se originam as células germinativas? 14) Quantos cromossomos tem uma célula haploide e uma célula diploide? 15) O que é mitose? 16) Quais são as fases da mitose? Explique cada uma. 17) Qual a diferença entre meiose I e meiose II? 18) Qual a diferença entre espermatogênese e espermiogênese? 19) Quais são as fases e características do folículo ovariano? 20) Cite as fases da espermátide: 21) Quando se inicia o ciclo reprodutivo feminino? 22) Quais hormônios atuam nos ovários? E quais suas funções? 23) O que é fecundação? 24) O que ocorre quando um espermatozoide fecunda (entra em) um oócito? 25) Quais são as camadas do oócito? 26) Quais os resultados da fecundação? 27) Quais são as fases da clivagem? 28) Quais são as partes de um blastômero? @RENATA.DONATO.SAUDE 54 29) Quantas e quais são as camadas (paredes) do útero? 30) Quais são as fases do endométrio durante o ciclo menstrual? Explique cada fase. 31) Quais são as características do dia 08? 32) Quais são as características do dia 09? 33) Quais são as características dos dias 11 e 12? 34) Quais são as características do dia 13? 35) Porque a segunda semana de gestação é chamada de semana dos pares? 36) O que o embrioblasto da origem? 37) Em que se divide o mesoderma extraembrionário? 38) Quais as cavidades formadas na segunda semana de gestação? 39) Em que se diferencia o trofoblasto? 40) Em que irá se transformar o pedículo de fixação e o trofoblasto? 41) O que é gastrulação? 42) O epiblasto dá origem a quais capas germinativas? 43) Como ocorre a gastrulação? 44) Quem controla a migração e a especificação das células do epiblasto? 45) Quais células formam a placa pré-notocordal? @RENATA.DONATO.SAUDE 55 46) Como é formada a notocorda? 47) Como é formada a membrana cloacal e o que ocorre no 16º dia de desenvolvimento embrionário? 48) De que são formadas as vilosidades primaria, secundária e terciária? 49) Quais são os eixos corporais e como são formados os mesodermas paraxial, intermédio, lateral e extraembrionário? 50) Qual o sentido de crescimento do disco embrionário, quando desaparece a linha primitiva e quem formará o cordão umbilical? 51) Como é chamado o período da terceira à oitava semana de gestação? 52) O que é neurulação e como é formado? 53) Quando é que os neuroporos cranial e caudal se fecham? 54) As células da crista neural saem do neuroectoderma e migram por duas vias, quais são? Explique 55) O que a capa ectodérmica e endodérmica origina? 56) Quem formam os cristalinos dos olhos e em qual semana ocorre? 57) Quais os tipos de capas germinativas mesodérmicas 58) Como está dividido o tubo intestinal e quais as características de cada um? @RENATA.DONATO.SAUDE 56 59) Como são formados os vasos sanguíneos? Explique. 60) Como é medida a idade do embrião antes e depois do 2º mês de gestação? 61) Quando ocorre o período fetal? 62) Como é feita a medição do feto? 63) O que ocorre no 3º e 5º mês de gestação? 64) Explique como é a placenta fetal e materna no 4º mês de gestação. 65) Quais são as funções da placenta e quais as camadas placentárias? 66) O que é formado com a fusão do âmnio e do cório? 67) Quais estruturas compõe o anel umbilical primitivo? 68) Qual a função do líquido amniótico e quanto de volume tem na 37ª semana de gestação? 69) Quais as fases do parto? 70) O que é oligodrâmnios e hidrâmnios?
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