Prévia do material em texto
Gônadas Diferenciação Sexual: → Formação dos Testículos: Gene SRY/TDF; → Células precursoras das células de Sertoli: São as primeiras a expressarem o gene SRY, elas que vão formar os cordões seminíferos e iniciarão a diferenciação gonadal. → Gene WT1: Expresso pelas células de sertoli e as da granulosa, ele está implicado na morfogênese do trato genital após a determinação sexual; → Possui interação com o gene SRY. → SF-1 (Steroidogenic Factor 1) ou FtzF1 (Fushi Tarazu Factor): É um receptor nuclear que regula a transcrição de um grande número de genes implicados na esteroidogênese e desenvolvimento das gônadas; Ele regula a transcrição do gene do hormônio anti-mulleriano (AMH) e interage com SOX-9, WT1 e DAX-1. → SOX-9: É uma proteína necessária para a transcrição de AMH e portanto participa da manutenção dos níveis elevados de AMH no testículo fetal de todos os mamíferos. A sua diminuição redunda em feminilização das gônadas de indivíduos 46,XY, podendo produzir indivíduos hermafroditas; → DAX-1: Ele está localizado no cromossomo X. Este gene inibe a diferenciação testicular e como consequência a gônada acaba se tornando um ovário. Embriologia → 5a Semana: Surgimento, entre o mesométrio e o mesentério dorsal, dois espessamentos longitudinais, as cristas gonadais, formado pela proliferação e condensação do epitélio celomático e do mesênquima. → A partir dessa proliferação, surgem cordões digitiformes, os cordões sexuais primários, que servirão de sustentáculo para as células que invadirão a gônada primitiva. De acordo com o sexo cromossômico- XX ou XY - , as células germinativos primordiais irão se dispor mais na zona cortical ou medular, respectivamente; → Substâncias quimiotáticas: A síntese e liberação dessas substâncias devem estar ligadas a expressão dos genes associados a cromossomos sexuais; → Células germinativas primordiais ou gonócito: Situam-se na parede do saco vitelino, próximo ao alantóide e através de movimentos amebóides ativos migram, seguindo o mesentério dorsal, para a gônada em formação; → A partir da 12 a semana ocorre a diferenciação interna da genitália; → A ausência do cromossomo Y vai promover a diferenciação para ovário a partir da 12a semana. Homens: → Desenvolvimento dos cordões seminíferos é o primeiro evento na formação dos testículos - 7a Semana; → Os embriões do sexo masculino começam a apresentar uma série de modificações estruturais nos cordões sexuais primários que já estão bem definidos e separados entre si pelo mesênquima; → Os cordões que estão na região medular ramificam-se e anastomosam-se, formando a rete testis; → As células germinativas que estão nesta fase são chamadas de espermatogônias, precocemente são circundadas pelas células somáticas que formam o cordão seminífero; estas células são as precursoras das células de sertoli; → Abaixo do epitélio superficial: desenvolve-se uma espessa camada e tecido fibroso, a túnica albugínea, formando uma cápsula ao redor do testículo. → A cápsula albugínea emite trabéculas dividindo o órgão em lobos. → Os cordões seminíferos produzem os túbulos seminíferos, os túbulos retos e a rete testis; → Diferenciação das células de Leydig ou intersticiais: É o 3° tipo de célula a se diferenciar, essa célula se origina do mesênquima localizado entre os cordões seminíferos; → Células de Sertoli: Começam a produzir AMH que causa a regressão dos ductos de Muller; → Células de Leydig: Produzem testosterona; Mulheres: → Desenvolvimento do ovário: ocorre mais tardiamente que o do testículo; → Os cordões sexuais primitivos são formados a partir do epitélio celomático. Estes cordões chegam a formar uma rete ovarii rudimentar, que se desintegra em pequenos ninhos, cada um com um gonócito, neste caso, ovogônia, circundado por células do epitélio celomático semelhantes as células de Sertoli; → Essas estruturas são os folículos primordiais; → As ovogônias são capazes de se mover entre as células somáticas. Nesta fase também estão ovogônias em processo ativo de multiplicação; → Nesta fase ocorre a famosa parada das ovogônias na prófase meiótica que cessa a divisão e só completarão esse processo na ovulação, na puberdade; Referência Bibliográfica usada: https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2018/01/diferencia%C3%A7%C3%A3o-s exual.pdf http://www.reproducao.ufc.br/determinacaosexual.ppt Estadios de Tanner - Homem https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2018/01/diferencia%C3%A7%C3%A3o-sexual.pdf https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2018/01/diferencia%C3%A7%C3%A3o-sexual.pdf http://www.reproducao.ufc.br/determinacaosexual.ppt Estadios de Tanner - Mulher Esteroidogênese: Puberdade: → A puberdade compreende o período de transição entre a infância e a vida adulta. Ela se caracteriza por aparecimento das características sexuais secundárias, aceleração do crescimento linear e maturação gonadal (ovários no sexo feminino e testículos no sexo masculino), resultando na aquisição da função reprodutiva e em modificações psicológicas em ambos os sexos. → A secreção de GnRH é coordenada por uma rede neuronal complexa, constituída de neurônios secretores de fatores estimulatórios (kisspeptina, glutamato, glicina, norepinefrina, dopamina, serotonina) e/ou inibitórios (opióides endógenos, ácido gama-aminobutírico, neuropeptídeo Y, peptídeo intestinal vasoativo, CRH, melatonina) e pela ativação recíproca de mecanismos de comunicação glia–neurônio. → No período neonatal, a secreção de LH e FSH encontra-se elevada devido à imaturidade dos mecanismos hipotalâmicos regulatórios da secreção de gonadotrofinas, que resulta em síntese e secreção de testosterona no sexo masculino, e estradiol no sexo feminino, porém sem manifestação clínica de puberdade; → Secreção de FSH no sexo feminino durante os 2 primeiros anos de vida, ao passo que a secreção de LH predomina no neonato do sexo masculino nos primeiros 6 meses de vida. Este período é chamado de minipuberdade e é seguido de um período de quiescência hormonal, durante o qual o eixo gonadotrófico apresenta baixa atividade, devido aos mecanismos inibitórios hipotalâmicos dependentes e independentes dos esteróides sexuais; → Na puberdade essa atividade inibitória é reduzida e, dessa forma, esse eixo HHG é estimulado, pela secreção de GnRH, culminando numa reativação desse eixo; → No sexo feminino o LH é o principal regulador da biossíntese de esteróides nos ovários, nos quais ele estimula a conversão do colesterol a pregnenolona e a síntese de andrógenos nas células da teca e intersticiais; → O FSH regula o processo final de conversão dos andrógenos a estrógenos, estimulando o processo de aromatização nas células da granulosa. ● Biossíntese de andrógenos: Nas células da teca e intersticiais; ● Conversão de Andrógenos em Estrógenos: Células da granulosa; → Na vida adulta, as ações coordenadas do LH e FSH no ovário regulam o crescimento folicular, a ovulação e a manutenção do corpo lúteo. No sexo masculino, o LH estimula a síntese e a secreção da testosterona pelas células de Leydig, ao passo que o FSH atua principalmente nas células de Sertoli, com ação primordial nas fases iniciais da espermatogênese; → Homem: ● Início: 12 Anos; → Mulher: ● Início: 10 Anos; Puberdade Precoce: Vilar: Página 365 → A puberdade é considerada precoce quando o aparecimento das características sexuais secundárias ocorre antes dos 8 anos de idade no sexo feminino, e antes dos 9 anos no sexo masculino; Classificação: → Central: Precoce verdadeira ou dependente de gonadotrofinas; → O desenvolvimento das características sexuais secundárias é decorrente da ativação prematura do eixo gonadotrófico; → É sempre isossexual; → Periférica: Pseudopuberdade precoce ou independente de gonadotrofina; → Resulta da produção autônoma dos esteróides sexuais; → Pode ser iso ou heterossexual. Telarca Precoce Isolada (TPI) → Representa o aumento unilateral ou bilateral das mamas nas meninas antes dos 8 anos, sem outros sinais de maturação sexual. Trata-se de uma condiçãoclínica benigna, que pode regredir espontaneamente ou permanecer até o desenvolvimento puberal na idade normal; → O diagnóstico diferencial com lipomastia, nas meninas com sobrepeso ou obesidade, pode ser difícil. A maior incidência de TPI ocorre antes dos 3 anos de vida, reduzindo após essa idade e novamente se elevando após os 6 anos de idade; → Mecanismos de Fisiopatologia: 1. Ativação transitória do eixo gonadotrófico com secreção excessiva e predominante de FSH; 2. Aumento da sensibilidade do tecido mamário às pequenas concentrações de estrogênios circulantes; 3. Secreção transitória de estrogênio por cistos ovarianos; 4. Ingestão de alimentos com substâncias que atuam como desreguladores endócrinos (bisfenol A, ftalatos), dentre outros. → Pacientes com TPI apresentam valores das gonadotrofinas e dos esteróides sexuais dentro da faixa pré puberal normal. A idade óssea, diferentemente das formas completas de precocidade sexual, não se encontra avançada. A ultrassonografia (US) pélvica pode ser útil na distinção entre TPI e estágios iniciais da puberdade precoce. Pubarca Precoce Isolada → Consiste no aparecimento isolado dos pelos pubianos antes dos 8 anos de idade nas meninas e dos 9 anos de idade nos meninos, sem outros sinais de virilização ou maturação sexual; → O termo adrenarca precoce é utilizado para definir a elevação precoce dos andrógenos adrenais que, com frequência, se associa à pubarca precoce isolada. Em metade dos casos, as concentrações de andrógenos – androstenediona, DHEA e, sobretudo, o DHEA-S – estão elevadas para a idade cronológica, mas compatíveis com os valores do estágio Tanner II de desenvolvimento puberal. Etiologia: → Atribuída à maturação prematura da zona reticular do córtex adrenal, levando ao aumento dos andrógenos adrenais que, por sua vez, levam ao aparecimento prematuro da pubarca. → O aparecimento de odor e pelos axilares, acne, aumento da velocidade de crescimento e discreto avanço da idade óssea podem ser também observados, porém sem comprometimento da estatura final e da progressão da puberdade. → Investigação de outras patologias: a forma não clássica da hiperplasia adrenal congênita, tumores gonadais ou adrenais virilizantes, administração exógena de andrógenos), puberdade precoce ou causas raras como a síndrome de Cushing na infância. A contaminação inadvertida de crianças pré-púberes por esteróides sexuais tópicos (cremes e pomadas com testosterona) tem sido observada como causa de pubarca precoce; → Investigação Laboratorial: dosagens de DHEA-S, 17-hidroxiprogesterona, androstenediona e testosterona, bem como radiografia de mão e punho não dominante para avaliação da idade óssea. Artigo: → É dita central quando há ativação do eixo HHG, podendo ser orgânica (PPCO), quando a lesão do SNC ou idiopática (PPCI); → Meninas: A maioria das vezes a PPC é idiopática; → Meninos: A maioria das vezes a PPC é de lesão orgânica em 50% dos casos; → É dita periférica (PPP) ou pseudopuberdade precoce quando o eixo HHG não está ativado, decorrendo, na maioria das vezes, de patologias primárias das gônadas ou das adrenais; → Marcador clínico: Telarca, em meninas, e o crescimento dos testículos, nos meninos; → Define-se como PP o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários antes de oito anos no sexo feminino e antes de nove anos no sexo masculino. Em meninas, menarca antes dos 10 anos pode servir de critério adicional; → A evolução da puberdade precoce central idiopática: → Meninas: ● 60% dos casos: A secreção de estradiol é regular, progressiva e resulta, se não tratada, em redução da estatura adulta e menarca antes de 10 anos; ● 10 % dos casos: A secreção de estradiol e os sinais clínicos regridem espontaneamente, podendo corresponder a uma ativação transitória do eixo; ● 30% dos casos: A estrogenização e a progressão dos caracteres sexuais são lentas, resultando em estatura adulta adequada e menarca em idade normal (slow evolutive form). → Meninos: Observam-se também graus distintos de evolução do processo puberal; Diagnóstico da PPC → O diagnóstico de PP é clínico. Deve-se considerar, além do aparecimento dos caracteres sexuais secundários, a velocidade de progressão dos mesmos para os estágios subseqüentes de Tanner. A curva de crescimento é elemento de fundamental importância, pois a velocidade de crescimento costuma estar aumentada para a faixa etária e é um dos critérios que pode interferir na conduta terapêutica. → Laboratorial: 1. Esteróides Sexuais: enquanto a elevação da testosterona em meninos é achado adicional útil na avaliação da PP, o valor diagnóstico do estradiol é limitado, já que metade das meninas com PPC mostra estradiol em níveis pré-puberais; 2. Dosagem de Gonadotrofinas: é importante na identificação do mecanismo gerador do processo (central ou periférico) e da evolução do mesmo. A avaliação dos níveis de gonadotrofinas basais depende do método utilizado: ensaios mais antigos mostram valores superponíveis nas populações pré-puberal e puberal, enquanto que, em ensaios mais sensíveis e específicos, a dosagem de LH em amostra isolada pode ser útil. Entretanto, o “padrão-ouro” continua sendo o teste de estimulação com GnRH. A interpretação do teste, contudo, não é uniforme: alguns estudos consideram a relação pico LH/pico FSH, outros valorizam o pico isolado de LH; 3. Outras dosagens hormonais: em alguns casos, exames adicionais, como função tireoidiana, 17 OH progesterona e determinação de hCG são necessários para excluir causas secundárias de PP. Retardo constitucional de crescimento e puberdade (RCCP) ● É uma variação da normalidade em que indivíduos saudáveis e com bom padrão nutricional crescem lentamente desde a infância e entram espontaneamente na puberdade após os 13 anos (meninas) e 14 anos (meninos); ● É mais frequente em meninos. ● Etiopatogenia: ○ Resulta do atraso na reativação do pulso gerador de GnRH (controlado pela kisspeptina, via seu receptor), determinando uma deficiência funcional da secreção desse hormônio e, consequentemente, das gonadotrofinas em relação à idade cronológica; ○ O atraso puberal está de acordo com o estágio do desenvolvimento fisiológico compatível com a idade óssea; ○ Além de fatores genéticos Fatores ambientais estão também envolvidos, incluindo aspectos nutricionais e disruptores endócrinos. ● Diagnóstico Clínico e Laboratorial: ○ Manifestações: ■ Meninos: 14 ou 15 anos com baixa estatura em relação à idade cronológica, associada a velocidade de crescimento (VC) e idade estatural compatíveis, com idade óssea (IO) atrasada; ● Dosagens Hormonais ■ LH e FSH: os níveis basais de LH e FSH são geralmente mais baixos no HHI do que no RCCP, mas há grande superposição de valores; ■ Inibina B sérica: dados recentes indicam que dosagem sérica de inibina B pode facilitar na diferenciação entre as duas situações, já que no RCCP os valores são maiores. Contudo, ainda não foi identificado um ponto de corte ideal. Em um estudo, meninos pré-púberes com valores de inibina B > 35 pg/mℓ tiveram sensibilidade e especificidade de 100% para o RCCP. Esse achado não foi ratificado em estudo subsequente. Em estudo mais recente, LH basal < 0,3 UI/ℓ e inibina B < 110 pg/mℓ tiveram especificidade para HHI de 88% e 92%, respectivamente. Contudo, a combinação de LH basal < 0,3 UI/ℓ com inibina B < 110 pg/mℓ propiciou especificidade de 98,1%; ■ Teste de estímulo com GnRH: respostas pré-puberais são obtidas em alguns pacientes com RCCP, bem como naqueles com HH, mas valores de LH pós-GnRH < 0,8 UI/ℓ (IFMA) são mais indicativos de HH em meninos. Melhor distinção entre RCCP e HH parece ser obtida com o estímulo com potentes agonistas do GnRH, como a triptorrelina. Em estudo recente, entre meninos com retardo puberal, um valor de LH < 5,3 UI/ℓ 4 horas após a injeção de triptorrelina (0,1 mg) teve 100% de especificidade para HHI. → O retardo puberal é definido como a ausência dos sinais do início da puberdade (aumento testicular em meninos ou desenvolvimento mamário em meninas) em idade cronológicasuperior a 2 ou 2,5 desvios padrões da média populacional (tradicionalmente, 14 anos em meninos e 13 anos em meninas). Na sua gênese estão envolvidos fatores genéticos e ambientais, incluindo fatores nutricionais e disruptores endócrinos. Contudo, a causa mais comum, sobretudo no sexo masculino, é o retardo constitucional de crescimento e puberdade (RCCP). Características importantes do RCCP são forte história familiar; estatura baixa, mas de acordo com a reduzida idade óssea; e desenvolvimento tardio da puberdade. Seu principal diagnóstico diferencial é com o hipogonadismo hipogonadotrófico isolado (HHI), mas ainda não há nenhum teste hormonal com acurácia plena consistente na distinção entre as duas condições. A presença de desenvolvimento puberal progressivo endógeno até a idade de 18 anos ainda é o “padrão ouro” para diferenciar o RCCP do HHI. Contudo, dados recentes têm enfatizado o papel da dosagem da inibina B e do LH 4 horas após estímulo com triptorrelina, um potente agonista do GnRH. Hormônios: → Testosterona: ● 5alfa redutase transforma a testosterona em dihidrotestosterona (DHT) que atua na diferenciação da genitália externa; ● A testosterona vai atuar na genitália interna e características sexuais secundárias (pós-natais); ● A testosterona é convertida em estrogênio pela aromatase. → Estrogênio: ● Promove o desenvolvimento da maioria das CSS da mulher; ● Mama: ○ Atua no desenvolvimento dos tecidos estromais