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MEDIAÇÃO EDUCATIVA 
EM ESPAÇOS NÃO 
FORMAIS 2
PROJETOS CULTURAIS
Um projeto cultural tem como resultado o desenvolvimento de um 
produto cultural, aí incluídos os serviços, as ações e os resultados culturais. 
A variedade de produtos culturais que pode ser desenvolvida, através de um 
projeto, é imensa. Publicação de livro, produção de filmes, de um musical, de 
CD, pesquisa para publicação, restauração estrutural de um museu, organização 
de workshop, realização de exposição de arte, apresentação de peça teatral e 
realização de festival de música são alguns dos inúmeros exemplos do que se 
pode produzir. Ao longo deste tópico iremos aprofundar nosso conhecimento 
acerca da natureza, especificidade e dinâmica do projeto cultural, bem como 
conhecer algumas de suas diversas possibilidades, voltadas ao campo das artes, 
cinema e literatura. 
APRESENTAÇÃO
Organização
Vania Konell
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
Autora
Brigitte 
Grossmann 
Cairus
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
PROJETOS 
CULTURAIS
.02
TÓPICO 1 
POSSIBILIDADES DE PROJETOS CULTURAIS
1 INTRODUÇÃO
Um projeto cultural tem como resultado o desenvolvimento de um 
produto cultural, aí incluídos os serviços, as ações e os resultados culturais. 
A variedade de produtos culturais que pode ser desenvolvida, através de um 
projeto, é imensa. Publicação de livro, produção de filmes, de um musical, de 
CD, pesquisa para publicação, restauração estrutural de um museu, organização 
de workshop, realização de exposição de arte, apresentação de peça teatral e 
realização de festival de música são alguns dos inúmeros exemplos do que se 
pode produzir. Ao longo deste tópico iremos aprofundar nosso conhecimento 
acerca da natureza, especificidade e dinâmica do projeto cultural, bem como 
conhecer algumas de suas diversas possibilidades, voltadas ao campo das 
artes, cinema e literatura. 
2 CONCEITO E ESCOPO DO PROJETO CULTURAL
Como qualquer projeto, o projeto cultural é um instrumento técnico, 
estratégico e de comunicação, no entanto, com especificidades. Um projeto 
cultural possui como eixo central a cultura e as artes, quaisquer que sejam 
as linguagens artísticas. 
As Organizações das Nações Unidas definem como projeto “um 
empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-
relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro dos 
limites de um orçamento e de um período de tempo dados” (PROCHONW; 
SCHAFFER, 1999 apud ONU, 1984). Esta definição reforça as orientações 
básicas para a elaboração de um projeto cultural, quando são necessárias 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
a composição, com qualidade e eficiência, de um conjunto de ideias bem 
articuladas entre justificativa, objetivos, cronogramas, estratégias, orçamentos 
e demais itens que compõem a estrutura de um projeto. 
As orientações básicas para a escolha e a construção de um projeto 
cultural referem-se à necessidade de composição, com qualidade e eficiência, 
de um conjunto de ideias bem articuladas entre apresentação, metas, 
justificativa, cronogramas, orçamentos, comunicação e mais produtos que 
compõem a estrutura distintiva de um projeto. Cada projeto possui qualidades 
próprias, seu desenho final depende de sua natureza, intenção e de seu porte.
O projeto precisa partir de um contexto social, histórico e cultural para 
que seja articulado. O que leva à necessidade de conhecer a realidade na 
qual se deseja atuar, levantando dados e pesquisas que possam subsidiar e 
reforçar a sua concepção. Avaliar o contexto no qual está inserido, o que 
está acontecendo no seu entorno, identificar as possibilidades e os desafios, 
conhecer quais e como têm sido desenvolvidos trabalhos semelhantes. 
Levar em consideração o público beneficiado e o conjunto de indivíduos 
que se deseja alcançar positivamente nas ações do projeto. Cada item de 
desenvolvimento do projeto precisa estar interligado. Isto significa que, na 
prática, no momento em que estamos planejando e estruturando um projeto, 
cada atividade precisa se remeter ao seu propósito exclusivo, e esse ao 
propósito principal do projeto e aos resultados almejados. Tudo isto reflete 
nos recursos financeiros necessários para sua viabilização e nos recursos 
humanos capazes de modificar as ideias em ações culturais e artísticas efetivas.
O propósito dessa construção é traçar um caminho claro para que as 
ações estejam interligadas e mantenham, ao mesmo tempo, a coerência 
no conjunto da proposta. Elas precisam ser consideradas como base, 
principalmente na quantificação de públicos, nos resultados esperados e na 
percepção da necessidade de estabelecimento de parcerias.
Dessa maneira, ao longo do processo de planejamento e organização 
de um projeto deve-se observar as políticas e diretrizes específicas dos 
planos e programas nos quais estão inseridos, uma vez que o ideal é que 
sua concepção, desde o início, seja a partir dos programas que integram um 
planejamento. O que não significa a ausência de projetos independentes, 
isolados, que, de acordo com suas características e afinidades, podem ser 
absorvidos por programas e editais da instituição proponente ou de editais 
externos. As especificidades de cada projeto devem observar alguns pontos 
básicos para sua concepção, como o público que deseja beneficiar e a 
compreensão do contexto social, histórico e cultural no qual está incorporado. 
Precisa ter um caminho lógico próprio, compreendendo que cada projeto 
é “único”, mesmo que interligado com outros projetos afins e parceiros. É 
necessária muita atenção à necessidade de recursos financeiros para que 
seja executado, considerando as possibilidades de financiamento disponíveis, 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
como editais de empresas públicas, privadas e de fundações, e também o 
uso de leis de incentivo no âmbito municipal, estadual e federal, os fundos 
de cultura, as parcerias, entre outros. Quando preciso, para a realização da 
captação de recursos financeiros é necessário acertar textos e planilhas de 
projetos aos instrumentos e roteiros específicos elaborados pelas instituições 
que administram e/ou possuem recursos via editais. 
Para a concepção do projeto cultural é necessário, também, ter 
conhecimento sobre os demais aspectos e percepções que são determinantes 
para um resultado final positivo, tais como a proteção e promoção à diversidade 
cultural; a consciência das necessidades de acesso aos bens e serviços culturais; 
a consciência da dinâmica relativa às cadeias de produção na área cultural; 
o compartilhamento de responsabilidades e de ações entre os vários atores 
sociais (organismos governamentais, companhias e organizações da sociedade 
civil); a transversalidade com outras áreas como cultura, educação, turismo, 
saúde e meio ambiente; a profissionalização da relação de patrocínios e da 
gestão cultural. Desta maneira, ao elaborar projetos culturais, considerando 
o contexto no qual está inserido, precisamos ter consciência de que a forma 
estratégica de agir está em sintonizá-lo com a sua realidade, tornando-se 
crucial identificar, conhecer, valorizar, reforçar o que já há: as culturas locais, 
a programação existente (calendário de eventos locais), formas de produção 
e de superação de problemas sociais e as necessidades específicas de cada 
contexto social, político e econômico. 
3 MONTAGEM DE PEÇAS DE TEATRO, PRODUÇÕES MUSICAIS 
E DE DANÇA
3.1 PEÇA DE TEATRO
Uma peça de teatro é uma forma literária geralmente constituída de 
diálogos entre personagens e destinada a ser encenada – não somente lida. 
As peças teatrais, tais como as que conhecemos no mundo ocidental, surgiram 
na Grécia Antiga, através das mãos de grandes teatrólogos, como Ésquilo, 
Sófocles, Eurípedes e Aristófanes.
Nas encenações, os atores precisam acatar um roteiro, realizado por um 
dramaturgo. O diretor tem o papel de fazer comque o roteiro seja executado 
em mínimos detalhes, e também é o encarregado por administrar os ensaios. 
Os cenógrafos similarmente são bastante essenciais, já que eles caracterizam o 
espaço no qual a peça será apresentada. Embora de não receber o seu devido 
valor sempre, indiscutivelmente o teatro é essencial na formação cultural e 
pessoal, uma vez que nos mostra a cultura e a maneira de julgar das mais variadas 
épocas e contextos sociais. O teatro causa emoção e comoção, sendo apontado 
umas das expressões artísticas mais fortes, independentemente de sua localidade. 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
FIGURA 1 - ATORES NO PALCO
FONTE: Disponível em: <https://www.guiadasemana.com.br/teatro/
noticia/temporada-da-peca-meu-filho-lady-gaga-sera-exibida-no-teatro-
augusta-ate-4-de-agosto>. Acesso em: 7 ago. 2017.
O teatro é uma das formas mais completas de manifestações artísticas 
do ser humano. Podemos dizer que ele é um ótimo “alimento” para o estímulo 
das mentes ávidas, uma vez que produz e reforça laços sociais e vínculos 
afetivos. Suas vantagens se estendem desde os protagonistas da peça teatral 
a seus telespectadores de maneira substancial, de muitas formas:
Relação interpessoal: a partir do abarcamento da individualidade, tempo 
e concentração durante o desenrolar da trama, os dois aprendem o respeito 
que devemos ter com todo aquele que participa da peça ou com quem está 
apreciando naquele momento. 
Inteligência linguística: cada nova peça representa uma nova história 
e a abrangência da cultura geral. Acontece similarmente a ampliação do 
vocabulário com a compreensão de novas palavras e expressões que, dentro 
de um contexto, ganham sentido e conhecimento pleno. 
Noções de lógica e causalidade : abarcamento do conjunto das 
informações, percebendo a ideia e a construção do início, meio e fim. As 
cenas se encaixam em uma sequência compreendida por meio das atitudes 
e ações ao longo de toda a trama.
Linguagem não verbal: durante o teatro usam-se as mais variadas 
expressões corporais. Uma abundância de elementos que despertam a 
capacidade de análise de reações e expressões que irão fabricar novos 
significados, ajudando na construção do simbólico e desenvolvendo a 
capacidade de absorção de um futuro próximo. Habilidade intrapessoal: 
você elabora suas próprias emoções ao se abarcar com a história vivenciada 
no palco, por causa de ao despertar de sentimentos e reações emocionais. 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Montar uma peça de teatro parece ser simples, mas é bastante trabalhosa. 
Mas por ser uma atividade artística bastante completa e divertida, pode ser 
usada com um fim educativo nas escolas e em outros grupos comunitários.
3.2 PRODUÇÕES MUSICAIS E DE DANÇA
O musical, originariamente é uma expressão artística ligada ao teatro, 
mas também presente no cinema e na televisão. Está no âmbito musical, 
nos diversos gênero de óperas, na ópera chinesa, inclusive, nos musicais 
modernos, e nos cabarés. A estrutura cênica do musical é um texto vinculado 
a composições musicais que dão suporte as falas ou mesmo se tornam o 
diálogo na coreografia do espetáculo que tem como suporte orquestra, efeitos 
sonoros ou banda de música. 
Na atual idade, os musicais estão associados aos espetáculos da 
Broadway, nos cinemas e congêneres. Este estilo de performance é inspirado 
em comédias musicais, que por sua vez, tem origem em espetáculos musicais 
ingleses do fim do século XIX, que posteriormente, no século XX, se tornam 
populares nos Estados Unidos. 
Os musicais que conhecemos hoje que são apresentados na Broadway, 
nos cinemas e nas mais variadas casas de espetáculos foram influenciados pela 
comédia musical, que é um tipo de peça musicada surgida na Inglaterra no 
final do século XIX, e que em seguida vem fazer sucesso nos Estados Unidos 
no início do século XX. 
FIGURA 2 - O MUSICAL CHICAGO EM CARTAZ HÁ 17 ANOS NA BROADWAY
FONTE: Disponível em: <https://www.guiadasemana.com.br/teatro/noticia/10-
musicais-que-ficaram-mais-tempo-em-cartaz-na-broadway>. Acesso em: 7 ago. 
2017.
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A comédia musical se fundamenta numa narrativa dramática composta 
por diálogo e música. Pode-se estabelecer como marco cronológico do teatro 
musical o ano de 1927, com o espetáculo intitulado “Show Boat”, o pioneiro 
deste gênero nos Estados Unidos, musicado por Jerome David Kern e com 
texto de Oscar Hammerstein. Outros espetáculos musicais se destacam nas 
décadas seguintes com destaque para: “Oklahoma!”, em 1943, “My Fair Lady”, em 
1956, “West side Storey”, em 1957, “Hello Dolly”, em 1964, entre tantos outros. 
No musical “Oklahoma!”, por exemplo, a composição coreográfica ganhou mais 
destaque dentro do gênero, ampliando a combinação de diálogos, músicas, 
coreografias e melodias orquestradas. Originalmente, a dança não tinha tanto 
destaque na comédia musical, porém, com o aperfeiçoamento das habilidades 
técnicas dos atores-cantores-bailarinos e a montagem de megaproduções, 
surge o Jazz-dance, um novo estilo de dança surge para enquadrar-se nessa 
nova estética de espetáculo. Estas mudanças, resultaram em mudanças na 
escolha dos atores, anteriormente selecionados entre bailarinos de formação 
clássica com habilidade para sapatear ou protagonizar performances exóticas. 
Outras transformações nos musicais, como a criação de uma estética 
americana, por exemplo, surgem como exigência do público da Broadway. 
Como resultado, o musical americano passa a ser produzido em grande 
escala com estilo fluido e indefinido como metáfora de um país sedento de 
inovações tecnológicas, ruidoso e difuso como as metrópoles americanas. 
A releitura de clássicos literários tornou-se uma peculiaridade dos musicais 
americanos em razão da falta de interesse nos velhos clichês dramáticos 
excessivamente sentimentais. 
A fórmula se materializa em produções inspiradas em Shakespeare com 
destaque para “A megera domada”, convertida em “Kiss me, Kate” e “Romeu e 
Julieta”, transformada em “West Side Story”.
A produção de musicais, por causa da quantidade de profissionais 
que este gênero requer, é geralmente mais cara. Outrossim, os ensaios 
ocorrem em ambientes separados com o objetivo de montar as coreografias 
simultaneamente, de forma ininterrupta, para que, próximo à estreia, sejam 
integradas num formato final, que combine as diversas linguagens artísticas, 
sob uma direção geral única. O musical não é apenas uma performance 
acompanhada de música, mas essencialmente é um gênero dramático que 
combina as linguagens da música, do teatro e da dança.
4 EXPOSIÇÃO DE ARTES VISUAIS
A exposição de artes visuais é a forma de comunicação mais comum 
entre museus e o público. No museu, o profissional desta área, utiliza o espaço 
para atingir seu público-alvo em consonância com acervo da instituição com 
o objetivo de otimizar o resultado da difusão cultural. 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Inicialmente, para a elaboração de uma exposição, é necessário selecionar 
um tema ou conceito relacionado com o acervo selecionado como temática 
observando o público a ser atraído. A meta a ser alcançada é apresentar o 
resultado de uma pesquisa que possua uma narrativa que consolide a sintonia 
entre público-visitante, acervo e instituição. A pesquisa constitui um papel 
relevante porque está presente em todas as etapas da exposição, incluindo a 
museografia, composta pelos materiais preparados para apresentar o acervo, 
com o objetivo de transmitir, através da linguagem visual e espacial, a proposta 
de uma exposição. 
 
Mas afinal, o que é uma exposição? É uma exibição pública de objetos 
ordenados e arranjados com o intuito de transmitir conceitos ou abordagens 
da realidade. Pode ser de caráter perene ou provisório, fixa ou ambulante. 
FIGURA 3 - EXEMPLO DE EXPOSIÇÃO DE ARTES VISUAIS
FONTE: Disponível em: <http://www.vsw.org/>. Acesso em: 7 ago. 2017.
E as artes visuais, quais são? São formas de arte essencialmente vistas,como o desenho, a pintura, a fotografia, os vídeos e outras. Uma peculiaridade 
entre elas é a representação do mundo real ou imaginário, visão, avaliação 
e apreensão.
A exposição de artes visuais, no âmbito dos museus, se destaca na 
representação e promoção da pesquisa do patrimônio da instituição. É um 
espaço físico e simbólico e também imaginário porque se constitui em 
intermediador entre as imagens dos espaços do imaginário aos espaços reais. 
Para os visitantes, em geral, as exposições se confundem com o museu. 
As exposições são o primeiro contato do público com a coleção do museu e 
ao conteúdo das exposições, oferecendo simultaneamente entretenimento e 
cultura. A realização de uma exposição é produto de pesquisa sólida, escolha 
de acervo e formulação de seus objetivos e metodologia. Para que a exposição 
tenha êxito é importante se observar uma série de aspectos, sem os quais, 
algumas etapas de seu percurso podem ser comprometidas. 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
O planejamento e produção de uma exposição precisa levar em 
consideração sua essência como resultado de um projeto de pesquisa cujo 
produto final é a exposição caracterizada por um discurso tridimensional do 
trabalho realizado. Logo, é fundamental a escolha de profissionais qualificados 
e, preferencialmente de áreas distintas para a montagem de uma equipe 
multidisciplinar com o intuito de ampliar as discussões e o alcance dos 
objetivos desejados.
5 PRODUÇÃO DE OBRAS AUDIOVISUAIS 
(CINEMATOGRÁFICAS E VIDEOFONOGRÁFICAS)
Produção de obras audiovisuais é o processo de fazer um fi lme 
ou documentário, de uma ideia inicial de história ou escrita do roteiro, 
filmagem, edição e finalmente distribuição para um público. Tipicamente isso 
envolve um grande número de pessoas e o processo pode demorar de meses 
a anos para ser completado. Uma produção cinematográfica pode ocorrer em 
qualquer lugar do mundo, com grandes diferenças de contexto econômico, 
social e político, usando uma variedade de tecnologias e técnicas. 
Produção de cinema requer muita organização. Deve-se fazer um roteiro 
de tudo o que será necessário no set, desde alimentação até os equipamentos 
de iluminação e maquinaria. Entre os processos necessários para criação 
de um filme estão: criação do roteiro, storyboards com desenhos de todas 
as cenas para facilitar na preparação do set, planejamento, equipe técnica, 
elenco, preparação do set, cenários, captação das imagens internas e externas, 
filmagem, trilha sonora, edição, pós-produção, promoção e distribuição, além 
de muitos outros.
FONTE: Disponível em: <https://rushmediastudios.com/usc-film-faculty-a-
assessment/>. Acesso em: 7 ago. 2017.
FIGURA 4 – PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Uma produção cinematográfica é necessariamente coletiva, e, portanto, 
as tarefas devem estar muito claras e os objetivos muito bem definidos. Mas 
que tarefas são estas? Existem, claro, inúmeras funções no cinema, cada uma 
delas é responsável por uma determinada faixa de atuação, uma necessidade 
frente a um contexto específico – o filme – e que variam em certa medida 
de acordo com o caráter da produção. Entretanto, há certas funções que 
são básicas, e que sem a qual não se faz cinema, pois são de necessidade 
primordial. São elas: direção, produção, fotografia, arte, som, montagem e 
finalização.
Com exceção do montador que, dependendo da produção, pode 
trabalhar sozinho, todas as demais funções pressupõem equipes, cujo 
número de integrantes também é variável de acordo com a necessidade e/
ou disponibilidade da produção. Mas, em linhas gerais, uma equipe funciona 
com uma média de três integrantes: um diretor e dois assistentes. Designamos 
o diretor de um filme por esta função – diretor – e os demais, por diretores 
técnicos.
6 PUBLICAÇÃO DE LIVROS
Quando o autor está lá nas primeiras páginas de seu texto, já está 
pensando na publicação de seu futuro livro. Sim, pois ter um livro publicado 
é um grande sonho para muitas pessoas e a tarefa nem sempre é fácil. A 
publicação de livros requer que etapas sejam respeitadas. Além da confecção 
da parte escrita inteira, que engloba colocar as ideias no papel, editar, revisar, 
diagramar e ilustrar, a publicação de livros inclui também a divulgação. Uma 
vez que o texto estiver pronto, o autor terá que escolher uma entre as várias 
formas de publicação. 
Um livro pode ser impresso em pequenas ou grandes tiragens, dependendo 
da intenção do autor. Há autores, por exemplo que não querem lucrar com 
seu trabalho, e desejam publicar seu livro para um público menor de pessoas, 
por um desejo ou satisfação pessoal. Pequenas tiragens costumam ir de 20 
a 100 exemplares.
Mas para que um livro atinja um grande público, ele deve ser impresso 
em grande quantidade, em média de 500 ou 1.000 exemplares. O lado bom é 
que, aumentando a tiragem, cai o preço que o autor paga por cada exemplar, 
então é possível ter algum lucro com a venda. Algumas editoras têm feito um 
bom trabalho com esse tipo de publicação, inclusive divulgando o autor e 
distribuindo em livrarias. Mas, para vender o livro, o autor terá que se esforçar 
bastante. Trabalhar com literatura é igual a trabalhar em qualquer outra área. 
Para se tornar um profissional de verdade, primeiro é necessário investir em 
sua carreira. Investir dinheiro, tempo e esforço. 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Se o autor não tiver recursos financeiros o suficiente, ele poderá optar 
por uma edição sob demanda. O autor envia seu livro para o site da empresa 
e toda vez que alguém comprar, eles vão imprimir um exemplar apenas, e 
mandar para a pessoa. Antigamente, esse tipo de publicação estava associado 
à baixa qualidade, mas o cenário vem mudando. Novas tecnologias permitem 
alcançar a mesma qualidade da alta tiragem. Por sua vez, o custo unitário fica 
bem mais alto que numa baixa ou alta tiragem. 
FIGURA 5 – E-BOOK
FONTE: Disponível em: <http://www.caroli.org/write-ebook-action-
plan-get-started-reach-1000-downloads/>. Acesso em: 7 ago. 2017.
Caso o autor queira seguir uma carreira literária e está disposto a trabalhar 
e a divulgar seu trabalho, mas não tem recursos financeiros, o e-book, livro 
em suporte eletrônico, pode ser a melhor solução. A cada dia, mais e mais 
leitores aderem à leitura digital. Isso acontece porque, apesar da resistência, 
o formato é muito acessível. Já que os leitores não terão a opção de ler 
a versão física, a publicação de um e-book requer um cuidado especial 
tanto com o conteúdo da obra quanto com a sua apresentação, que devem 
estar impecáveis. Muita atenção deve ser direcionada também para a capa, 
diagramação e revisão do texto. 
7 PRESERVAÇÃO DO PATRIMONIO CULTURAL MATERIAL E 
IMATERIAL
Conforme vimos na Etapa 1 deste livro de estudos, patrimônio é o 
conjunto de bens materiais e imateriais que contam a história de um povo e 
sua relação com o meio ambiente. É o legado que herdamos do passado e que 
transmitimos a gerações futuras. Já estudamos também que um patrimônio 
pode ser material ou imaterial. Por patrimônio material entendemos aquilo 
que é constituído por aspectos mais concretos ou materiais da vida humana, 
como uma construção, arte, objeto ou artefato. Por patrimônio imaterial 
entendemos um conjunto de manifestações populares e religiosas de um 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
povo, transmitidos oralmente, festivamente ou ritualmente, recriados e 
transformados ao longo do tempo, que não pode ser tocado, mas assimilado 
em seu teor cultural.
Qual o significado de preservação de um patrimônio? É a manutenção 
de um bem no estado físico em que se encontra e a desaceleração de sua 
degradação, visando prolongar e salvaguardar o patrimônio cultural.
Por que devemos preservar um patrimônio? Cada indivíduo é parte 
de um todo – da sociedade e do ambiente onde vive – e constrói, com os 
demais, a história dessa sociedade, legando às gerações futuras, por meio 
dos produtos criados e das intervençõesno ambiente, registros capazes 
de propiciar a compreensão da história humana pelas gerações futuras. A 
destruição dos bens herdados das gerações passadas acarreta o rompimento 
da corrente do conhecimento, levando-nos a repetir incessantemente 
experiências já vividas. Atualmente, a importância da preservação ganha novo 
foco, decorrente da necessária consciência de diminuirmos o impacto sobre 
o ambiente, provocado pela produção de bens. A preservação e o reuso de 
edifícios e objetos contribuem para a redução de energia e matéria-prima 
necessárias para a produção de novos. 
FIGURA 6 - PATRIMÔNIO MATERIAL (CONJUNTOS ARQUITETÔNICOS) E 
IMATERIAL (FREVO)
FONTE: Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/62>. 
Acesso em: 7 ago. 2017.
O que devemos preservar? Todos os bens de natureza material e 
imaterial, de interesse cultural ou ambiental, que possuam significado histórico, 
cultural ou sentimental, e que sejam capazes, no presente ou no futuro, de 
contribuir para a compreensão da identidade cultural da sociedade que o 
produziu.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
O que é tombamento? Tombar, no contexto do patrimônio, não significa 
derrubar, mas bem ao contrário. Tombamento é um conjunto de ações, 
realizadas pelo poder público e alicerçado por legislação específica, que 
visa preservar os bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e 
afetivo, impedindo a sua destruição e/ou descaracterização. 
Por que o nome tombamento? É o ato de tombar, ou seja, inventariar, 
arquivar, registrar coisas ou fatos relativos a uma especialidade ou região, 
para proteger, assegurar, garantir a existência por parte de algum poder. Este 
nome tem origem em Portugal, vem da Torre do Tombo, arquivo central do 
governo português desde a Idade Média. 
Preservar é o mesmo que tombar? Não, a preservação pode existir sem 
o tombamento. O tombamento é uma imposição legal; porém, sem ele não 
há garantia real de preservação. Esta é uma importante ação a ser tomada 
para garantir a preservação definitiva do patrimônio, impedindo, por lei, a sua 
descaracterização/destruição e propiciando a sua plena utilização.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
TÓPICO 2 
PRODUÇÃO CULTURAL DE EVENTOS
1 INTRODUÇÃO
Produção cultural é uma atividade profissional que consiste em gerenciar 
a organização de eventos culturais ou a confecção de bens culturais. Produtores 
culturais podem organizar eventos, shows, exposições de arte, espetáculos 
de música, dança, teatro, ou coordenar a gravação de discos, vídeos, programas 
de TV, rádio e inúmeras outras atividades de expressão cultural. Vamos aqui 
nos concentrar na produção cultural de eventos. 
Existem dois tipos de eventos, os naturais, ou seja, aqueles provenientes 
da natureza (maremoto, enxurrada, terremoto etc.) e os eventos produzidos 
pelo homem, tais como eventos culturais, profissionais, oficiais e acadêmicos. 
Neste tópico daremos ênfase aos eventos culturais. 
FIGURA 7 – SHOW DE ROCK COMO EXEMPLO DE PRODUÇAO CULTURAL DE 
EVENTO
FONTE: Disponível em: <https://oglobo.globo.com/cultura/preco-de-ingressos-para-
eventos-culturais-no-rio-superou-inflacao-desde-2000-9341749>. Acesso em: 7 ago. 2017.
2 EVENTOS CULTURAIS
Eventos culturais são todos os acontecimentos previamente planejados, 
organizados e coordenados de forma a contemplar o maior número de pessoas 
em um mesmo espaço físico e temporal, com informações, medidas e projetos 
sobre uma ideia, ação ou produto cultural, apresentando os diagnósticos de 
resultados e os meios mais eficazes para se atingir determinado objetivo. Cada 
evento é organizado a partir de um tema, desenvolvido a partir do objetivo do 
evento. Assim temos, por exemplo, eventos culturais de cunho étnico-racial, de 
cunho religioso, de gênero e geracional. Identidade e diferença são temas em 
destaque na contemporaneidade, abertos a debates e reconstruções. Assim, 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
os eventos culturais promovem o diálogo e a celebração da diversidade junto 
à várias identidades, o que possibilita novos caminhos de convívio cultural e 
social entre as pessoas. 
3 EVENTOS DE CUNHO ÉTNICO-RACIAL
Nos últimos anos, a diversidade étnico-cultural tem sido objeto na 
formulação de várias políticas públicas, por exemplo, no campo da educação 
com a obrigatoriedade do ensino da história da cultura negra e indígena no 
ensino básico como tema transversal. Também têm sido constituídos em 
várias instâncias governamentais órgãos de promoção de políticas de equidade 
racial. Na iniciativa privada, várias empresas e companhias têm se preocupado 
em instituir programas de diversidade étnico-cultural no interior das suas 
corporações. E no campo da cultura, esta diversidade tem sido celebrada e 
difundida, pois o conhecimento de outras culturas nos enriquece e nos torna 
mais humanos. 
Assim os eventos de cunho étnico-racial visam contribuir na difusão de 
conhecimentos culturais e sociais ligados a grupos de minorias étnicas e são 
compostos de várias atividades, como workshops, palestras, apresentações 
de comunicações orais e de conteúdos artísticos, de design, gastronomia etc. 
Visam promover um espaço de debates, trocas de experiências e reflexões 
sobre como a arte e a cultura podem contribuir para a construção de uma 
educação inclusiva e plural.
FIGURA 8 – DIVERSIDADE ÉTNICO-CULTURAL
FONTE: Disponível em: <http://etnicorracial.blogspot.com.br/>. Acesso 
em: 7 ago. 2017.
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FIGURA 9 - FESTA DE IEMANJÁ EM SALVADOR BAHIA
FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=v3RucvH5acM>. 
Acesso em: 7 ago. 2017.
Os eventos de cunho rel igioso podem ser organizados por uma 
comunidade religiosa, por organizadores profissionais de eventos, ou até 
mesmo por órgãos públicos, como é o caso, por exemplo, da Semana Padre 
Cícero, realizada todo ano pela Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte.
5 EVENTOS DE DIVERSIDADE DE GÊNERO, SEXUAL E 
GERACIONAL
Conviver numa sociedade plural significa estar preparado para todas as 
diferenças entre indivíduos, sejam elas culturais, religiosas, étnico-raciais, de 
gênero, de orientação sexual ou de geração. Nossa sociedade está repleta de 
diversidade, e ao longo dos tempos esse tema vem sendo trazido à tona, por 
noticiários, programas de televisão, entre outros. Com o objetivo de reflexão, 
teorização e celebração das múltiplas identidades, podemos apontar também 
para os eventos de diversidade de gênero, sexual e geracional (entre idades 
diferentes). Esta última, a diversidade geracional, ou de geração, por exemplo, 
é muito natural e deve ser também celebrada e respeitada, pois, o ser humano 
geralmente passa por fases na vida: infância, juventude, fase adulta e velhice.
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FIGURA 10 - EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO DE EVENTO PARA 
TERCEIRA IDADE
FONTE: Disponível em: <https://pedreiraagora.wordpress.com/tag/
baile-melhor-idade/>. Acesso em: 7 ago. 2017.
Estes eventos que celebram e defendem a diversidade são muito 
importantes pois servem de porta-voz e de motivação frente aos desafios 
que indivíduos de diversas identidades confrontam no meio cultural e social. 
Um exemplo de evento de diversidade de gênero e de orientação sexual seria 
a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que atualmente é o maior evento 
LGBT do mundo.
FIGURA 11 - PARADA DO ORGULHO LGBT DE SÃO PAULO
FONTE: Disponível em: <http://viajabi.com.br/parada-lgbt-sao-
paulo-2016/>. Acesso em: 7 ago. 2017.
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TÓPICO 3
ATIVIDADES DE CURADORIA
1 INTRODUÇÃO
As atividades de curadoria abrangem um campo muito extenso, tanto 
nos planos cultural e artístico quanto no comercial. O artista é aquele que 
produz arte. Já o curador é aquele que prepara alguma coisa, nesse caso uma 
exposição. O trabalho do curador abrange todas as principais ações para a 
montagem de uma exposição, destacando-se: a conceituação, seleção final 
do acervo, o acompanhamentodo projeto museográfico, a coordenação na 
produção de textos e as demais peças gráficas do evento.
É por isso que o curador tem tanta importância, porque ele é a ponte 
entre a crítica – ou seja, a reflexão intelectual sobre uma produção artística – 
e o mercado consumidor dessa arte – não só no sentido de compra e venda 
da obra física, mas sobretudo no sentido mais amplo de circulação social dos 
bens culturais. 
2 DEFINIÇÃO DE CURADORIA
Segundo a Funarte - Fundação Nacional das Artes (2012), órgão 
vinculado ao Ministério da Cultura, o termo curador em sua significação 
primeira refere-se a cuidar, curar, no entanto, a função de conservar e 
preservar as obras de arte precede tal denominação, que têm seu surgimento 
em meados do século XX, e adquiriu no breve período de sua existência, 
signif icativa relevância e presença para a concepção das exposições. 
Segundo Castilho (2015) a curadoria desempenha o papel de tutoria, de cuidar, 
preservar uma exposição de arte desde a ideia até o seu gerenciamento. 
O exercício dessa atividade tem por objetivo determinar o conteúdo da 
exposição, normalmente obtido por meio de agrupamentos e articulações 
de semelhanças ou diferenças visuais ou conceituais que as obras possam 
revelar. Para isso, geralmente determina-se um conceito ou tema, a partir do 
qual, funcionando como fio condutor, elabora-se o processo para obtenção 
de uma unidade na mostra (CASTILLO, 2008, p. 299-300).
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FIGURA 12 - O CURADOR
FONTE: Disponível em: <http://emergeart.agency/services/curatorship/>. 
Acesso em: 7 ago. 2017.
3 TIPOS E CARACTERISTICAS DA CURADORIA
A palavra curadoria é muito conhecida na área artística-cultural: o 
curador terá como responsabilidade a manutenção de artes em museus, por 
exemplo.
Outro contexto nessa área de curadoria de arte é associado ao processo 
de organização e montagem da exposição pública de um conjunto de obras 
de determinado artista ou mesmo um conjunto deles.
Porém, atualmente um curador de arte não atua somente na organização: 
a definição dele já abrange a intermediação não somente das artes visuais, 
mas também com outras áreas de produção – mesmo dentro das artes 
criativas, incluindo também o design, a moda, a gastronomia e também em 
áreas voltadas para a organização da informação. 
Mais do que preservar e cuidar de obras, a curadoria deve viabilizar a 
obra, o local e o público, ou seja, a curadoria atua e assume atividades desde 
a seleção dos trabalhos artísticos dentro de um recorte proposto, como por 
exemplo, uma exposição sobre arte contemporânea, articulando as obras com 
o espaço da mostra, que pode ser um museu ou um centro cultural.
A curadoria deve proporcionar um diálogo entre as próprias obras, 
escolhidas para compor a exposição, problematizando conceitos presentes 
nos trabalhos, responsabilizando-se por supervisionar a montagem da 
exposição, a manutenção das obras, a elaboração de textos de apresentação 
e divulgação, a fim de proporcionar maior visibilidade e proximidade entre 
as obras e o público. 
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A curadoria deve realizar uma concepção artística responsável que 
requer:
• Envolvimento;
• Pesquisa;
• Colaboração;
• Relacionamento;
• Diálogos tanto com os artistas quanto para o público;
• Conhecimentos culturais, artísticos e técnicos de acordo com a proposta 
e tipo de obra a ser apresentada;
• Viabilizar projetos tanto do ponto de vista da infraestrutura quanto de verbas 
e disponibilidade financeira.
A curadoria desempenha um papel importante na produção e na 
gestão cultural contemporânea, por proporcionar:
• Diversidade cultural, diversidade de públicos, diversidade de entendimento, 
vozes, formas, pensamentos. 
• Relação entre o público e privado, entre o bem de todos e as novas formas 
de privatização. 
• Distribuição dos bens culturais como elemento fundamental da distribuição 
mais equitativa da qualidade de vida. 
• Circulação de conhecimento, de arte, de produção simbólica como motor 
de sustentabilidade e mudanças na cidadania.
• Acordos e microcooperações que possibilitem a mobilidade e visibilidade 
da nossa produção pode modificar a familiaridade da sociedade aos bens 
criativos. 
• Promover discussões para ampliar visões e possibilitar novos caminhos.
4 DINÂMICAS E DESAFIOS DA CURADORIA NA 
CONTEMPORANEIDADE
No papel que hoje desempenha, o curador é, antes de tudo, aquele que 
transita com familiaridade através das emaranhadas florestas das produções 
artísticas. Convive com artistas, elabora conceitos, projetos, realiza pesquisas, 
circula pelo mundo, organiza os espaços, estabelece aproximações e diálogos 
entre as obras, a partir de suas significações, temas, gêneros, localização 
histórica ou geográfica. Enfim, o curador vem se desprendendo de uma função 
meramente institucional e burocrática para dar ao seu trabalho um estatuto 
autoral, transformando em uma das formas possíveis de arte o próprio recorte 
específico que estabelece na densa e intrincada malha das artes. 
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Crescentemente o curador tem de trabalhar com os art istas no 
desenvolvimento e apresentação de suas obras. Assim, seu papel deixa de ser 
o de um zelador de objetos, deslocando-se para a função de um mediador e 
intérprete ou mesmo produtor. O artista também se transforma em um agente 
mediador e facilitador que supervisiona um time colaborativo e habilita a 
interação do usuário para a contribuição que este presta à obra. O público 
torna-se participante da obra – uma ideia que mina a noção tradicional do 
museu como templo para a contemplação de objetos sagrados.
Mais do que isso, a flexibilidade inerente à pluralidade chega a permitir 
que o usuário também se envolva no trabalho curatorial. Vem daí a ideia 
de uma “curadoria pública” que, atualmente, ainda se encontra em estágio 
experimental.
Mas esforços estão sendo despendidos nessa direção de modo que o 
público possa participar do espaço da galeria ou por meio de sites. Assim, uma 
“curadoria pública” borraria as fronteiras entre público e curadores, permitindo 
que novos modelos possibilitem uma reflexão sobre as exigências, gostos e 
pontos de vista do público. Essas reconfigurações dos papéis do curador, do 
artista, dos museus e do público exigem que as instituições se readaptem 
às exigências da arte na complexidade que ela apresenta. Esse é o caso dos 
museus.
Desde o advento da arte da fotografia, seguida pela videoarte, muitas 
vezes conectadas a instalações e arte ambiental, os espaços museológicos 
foram aumentando de tamanho para abrigar os mais variados tipos de 
arte. Ao mesmo tempo, o crescimento quantitativo da produção artística 
e a centralidade crescente de seu papel na cultura levaram ao aumento da 
construção de novos museus, surgindo obras de arte arquitetônicas. Essa 
grandiosidade dos museus funciona como índice do tipo de sensibilidade 
do nosso tempo em relação à arte. Mas é certo também que o imenso 
investimento financeiro que eles implicam denuncia um outro aspecto mais 
problemático no circuito da arte contemporânea: a dependência que esse 
circuito tem da cultura oficial, de vultosos subsídios e do alto comércio.
Entretanto, não se pode negar que mudanças importantes vêm ocorrendo 
nos museus, antes considerados espaços exclusivos da alta cultura, do 
conhecedor instruído e do observador sério. Atualmente, os museus procuram 
agradar a plateias mais amplas, transformando-se também em “locais de 
espetáculos, sensações, ilusões e montagens – espaços que proporcionam 
experiências, em vez de incutir o valor do saber canônico e das hierarquias 
simbólicas dominantes”. É nesses espaços que se dão os processos de 
articulação, transmissão e disseminação da experiência para os vários públicos 
e plateias por meio de intelectuais e intermediários culturais. É também por 
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meio dessas pedagogias que novas sensibilidades vão sendoincorporadas 
nas práticas cotidianas do público, na maior parte das vezes jovens ávidos 
por conhecer, saber, sentir, como acontece em países como o Brasil.
Os museus contemporâneos estão enfrentando um elenco de novos 
problemas decorrentes da proliferação recente de obras de arte produzidas 
com componentes tecnológicos provenientes de diversos períodos históricos. 
Eles são analógicos e digitais, mecânicos e eletrônicos, frequentemente 
multimídia, e incluem diversos objetos tais como hardware , software , 
sistemas eletrônicos, imagens das mais diversas origens, materiais tradicionais 
misturados (elementos pictóricos e escultóricos), assim como materiais não 
tradicionais (materiais e técnicas industriais). As coleções crescem na medida 
mesma em que crescem as influências dos profissionais ligados à arte e dos 
curadores na cena internacional contemporânea da arte.
FIGURA 13 - RELEITURA DIGITAL DA OBRA DE SALVADOR DALI
FONTE: Disponível em: <https://creators.vice.com/en_au/article/4x45ab/classic-
artwork-gets-a-digital-makeover-in-new-art-exhibition>. Acesso em: 7 ago, 2017.
Se isolarmos, nesse universo de misturas, apenas as características 
das mídias digitais, estas já apresentam numerosos desafios que o mundo 
tradicional da arte não sabe mais como enfrentar. Por longo tempo, museus, 
galerias e o mercado da arte em geral estiveram exclusivamente orientados 
para o mundo dos objetos, configurando suas molduras e infraestruturas 
para acomodar a apresentação e preservação de um objeto estático. As 
novas mídias estão agora provocando o deslocamento dos objetos para os 
processos. Como formas de arte baseadas no tempo, dependentes do contexto, 
dinâmicas, interativas, colaborativas e variáveis, as artes digitais interativas 
resistem à “objetificação” transformando as noções tradicionais de um “objeto 
de arte”.
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Depois de três décadas, o vídeo encontrou um lugar estabelecido e 
seguro no mundo da arte, mas a relação dos museus com a performance e o 
som como forma de arte são ainda extremamente problemáticas. Entretanto, 
sob esse aspecto, deve-se considerar que não há um único tipo de circuito 
para todos os tipos de artes. Os circuitos são diferenciados.
Quando surgem formas de arte produzidas por novos meios tecnológicos, 
elas não são imediatamente absorvidas nos circuitos existentes. Sempre leva 
certo tempo até que espaços de recepção adequados sejam encontrados. 
A arte tecnológica de ponta, por exemplo, dada sua estreita relação com 
a ciência, é inseparável de institutos de pesquisa e de órgãos de fomento, 
financiadores de projetos.
Desde o nascimento do modernismo, os artistas demonstraram fascinação 
pelas novas tecnologias. Gradualmente, as tecnologias foram tomando a linha 
de frente do experimentalismo nas artes até o ponto de muitos curadores 
terem abandonado as formas tradicionais de arte, pintura e escultura, por 
considerá-las não contemporâneas. A fotografia, imagens digitalizadas, vídeos, 
filmes e, principalmente, as várias formas de instalação e arte ambiental 
midiática passaram a ocupar espaços negociáveis em museus e galerias. 
Portanto, longe de terem usurpado o lugar social das artes, as mídias foram 
crescentemente se transformando em suas aliadas mais íntimas.
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