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AULA 01 ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO - INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS DE CRÉDITO E RISCO

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ANÁLISE DE CRÉDITO E RISCO 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cleverson Luiz Pereira 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
O crédito é um assunto de pauta para todos os momentos no mercado, 
uma vez que tanto os bancos quanto as empresas necessitam dele para 
canalizar seus recursos e desenvolver atividades comerciais. Desse modo, na 
disciplina de Análise de Crédito e Risco vamos buscar juntos compreender por 
meio de nossas aulas o conteúdo conceitual e prático que torne claro o 
entendimento sobre a concessão de crédito. É importante reforçar que crédito é 
confiança e que, para ele se tornar mais seguro, necessitamos implantar técnicas 
de avaliações capazes de reduzir os riscos inerentes à modalidade e atingir 
resultados esperados com a operação de crédito concedida. Jamais o risco será 
eliminado, no entanto, podemos identificá-lo e tomar medidas capazes de reduzi-
lo para que fiquemos menos expostos a futuras situações de inadimplência e 
perdas. A exposição desnecessária está ligada diretamente ao não cumprimento 
na íntegra de uma premissa básica do crédito, a qual é o levantamento das 
informações sobre o tomador de crédito. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Na Antiguidade, houve um período de estruturação das tribos, no qual as 
pessoas tinham por hábito a prática do escambo ou troca. Logo, as necessidades 
de suas demandas de consumo os levavam a trocar de forma direta um produto 
por outro, ou seja, se uma família precisava de arroz para o consumo e tinha 
feijão em sobra procurava por outra família para obter a troca de arroz por feijão. 
No entanto, podemos perceber que a metodologia utilizada apresentava uma 
relação direta de pagamento, não necessitando de espera ou geração de 
confiança para pagamento futuro. Com o passar do tempo, por motivos diversos, 
como condições climáticas, êxodos de uma terra para outra, gerou-se às 
civilizações uma nova necessidade de troca com o pré-requisito de confiança, 
pois as pessoas recebiam o feijão antes para pagar com o arroz no futuro. 
Com o desenvolvimento das relações comerciais entre os povos ao longo 
do tempo, surgiu a necessidade de transações entre as pessoas envolvendo 
confiança. A partir daí, surge o conceito e a prática de confiança conhecidos 
como crédito. A palavra crédito origina-se do latim credit, que significa a 
confiança que se tem em algo. Segundo Schrickel (1998), crédito é todo o ato de 
 
 
3 
vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte 
de seu patrimônio a um terceiro, com as expectativas de que essa parcela volte 
a sua posse integralmente, após decorrido o tempo estipulado. 
A partir da compreensão de que crédito e confiança estão unidos por uma 
só lógica, essa ideia se torna muito importante para estabelecer o incremento de 
negócios nas diversas transações comerciais da economia de um país. 
Por exemplo, no Brasil hoje o crédito bancário ao setor privado é superior 
a R$ 3 trilhões e equivale a 55% do PIB, segundo a Federação Brasileira dos 
Bancos (FEBRABAN). Fora os bancos, existe um fomento grandioso nas 
pequenas, médias e grandes empresas quanto à necessidade de vender as 
mercadorias a prazo gerando concessão de crédito a seus clientes, o que eleva 
ainda mais esses números e demonstra uma expansão potencial nas linhas de 
crédito por todos os setores da economia brasileira. Para fomentarem seus 
negócios, os setores da economia dependem cada dia mais das operações de 
crédito nos últimos anos. 
Logo, podemos concluir que o crédito tem como princípio básico a 
geração de confiança e a elevação da atividade produtiva da economia de um 
país. 
 
TEMA 1 – CONCEITOS E HISTÓRICOS DO CRÉDITO 
O conceito de crédito está claramente definido como o ato de conceder 
um total ou parte do patrimônio de um cedente para um cessionário (tomador de 
crédito) com a confiança de que este lhe devolverá ao longo de um período o 
valor total mais a correção. A partir desse conceito, encontramos também o fator 
de remuneração conhecido como juros, que é o valor cobrado pelo montante 
adquirido em crédito desde a concessão até o seu pagamento. 
A história demonstra diversos fatores interessantes sobre a evolução do 
crédito por intermédio de produtos capazes de canalizar a concessão nas 
diversas áreas de atuação da economia brasileira. 
Dentre esses produtos, citamos os Títulos de Crédito, papéis que 
concedem ao seu comprador um direito creditício literal e autônomo conforme 
descrito no documento e devidamente registrado por vias jurídicas legais. Mais 
tarde, esses documentos ganharam forma e evolução gerando papéis 
conhecidos nos mercados atuais como letra de câmbio, nota promissória, 
cheque, duplicata, entre outros. É fundamental evidenciar que todos esses 
 
 
4 
papéis geram direitos creditícios: literal e autônomo aos seus compradores, pois, 
caso desejem repassar esse direito a outro comprador, podem realizar 
normalmente de acordo com a descrição oficializada no documento. 
Em uma história mais recente, deparamos com um produto de crédito 
envolvendo transações eletrônicas que revolucionaram o conceito de crédito no 
mercado econômico mundial. Em 1950, em Nova York, o executivo Frank 
MacNamara jantava com amigos em um restaurante quando perceberam que ao 
final do evento estavam sem dinheiro e talão de cheques para pagar a conta. 
Logo, o executivo se comprometeu a pagar no outro dia e, para isso, o dono do 
restaurante exigiu sua assinatura no relatório da conta apresentado. A partir do 
ocorrido, o executivo observou o potencial econômico que um cartão de crédito 
provocaria na economia mundial e naquele mesmo ano criou o primeiro cartão 
de crédito: o Diners Club Card. 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre o assunto, acesse: 
http://www.infoescola.com/economia/historia-do-cartao-de-credito/ 
 
 
TEMA 2 – CRÉDITO NA PRÁTICA 
Como compreendemos acima, a ideia de crédito vem do princípio de 
confiança, portanto o zelo é um dos fatores primordiais na hora de conceder 
crédito de uma pessoa a outra, seja ela física ou jurídica. O crédito na prática é 
aplicado por meio de técnicas de análise e gestão de riscos que reduzem, porém 
nunca eliminam possíveis perdas (default) e até mesmo inadimplências que 
geram dificuldades e desgastes ao processo. 
A prática demonstra também que o cedente de crédito visualiza a 
operação como uma entrega de um valor no presente com a promessa de 
pagamento no futuro, e que o cessionário (tomador de crédito) enxerga a 
situação como uma antecipação de consumo. Isso eleva o pensamento da 
concessão do crédito para a proposta de preocupação com o risco da operação, 
direcionando o estudo e a análise para três pontos fundamentais de coleta de 
informações, sendo eles: 
 
http://www.infoescola.com/economia/historia-do-cartao-de-credito/
 
 
5 
 
 Passado: levantamento de dados que possam descrever em sua 
essência um histórico fundamentado do tomador de crédito capaz 
de produzir parâmetros de confiança para emprestar o valor 
desejado. 
 Presente: Coletar a situação atual do tomador de crédito, seja ele 
pessoa física ou jurídica, e verificar o que ele cresceu 
profissionalmente, financeiramente, em patrimônio, conquista de 
mercado, promoção profissional, entre outros. 
 Futuro: analisar e criar um cenário capaz de gerenciar os riscos 
que podem expor a operação de crédito para o pagamento futuro 
dela. É importante ressaltar a força do acompanhamento do crédito 
após sua concessão, uma vez que, ao acompanhar o tomador de 
crédito até o dia do pagamento, o cedente terá uma situação real a 
cada dia sobre sua capacidade de honrar com o valor no dia do 
pagamento. 
 
O segredo para realizar um bom estudo sobre a coleta das informações 
abordadas acima está na boa análise de crédito estruturada. Tanto os bancos 
como as instituições financeiras e as empresas em seus departamentos de 
crédito necessitam formalizardiretrizes de condução para analisar propostas de 
crédito. Essas diretrizes apresentam como começo a coleta de informações 
sobre o consumidor de crédito que busca o recurso a prazo. 
Na coleta de informações, a busca por dados que possam demonstrar ou 
desenhar um perfil do tomador de crédito pode significar uma proposta de crédito 
bem fundamentada e elaborada para a análise de um analista capacitado em 
levantar e diagnosticar possíveis exposições a riscos na operação. Logo, os 
bancos e as empresas apresentam preocupações constantes com os fatores de 
levantamento das informações bem como a validação da veracidade delas. E, 
durante a expectativa de pagamento do crédito, acompanham e atualizam esses 
dados coletados para visualizar o andamento da situação do tomador de crédito 
quanto à geração de capacidade financeira para honrar com o compromisso, 
evitando assim possíveis perdas e inadimplências. 
Quando o levantamento dos dados de um tomador de crédito é realizado 
com eficiência, é possível quantificar os riscos inerentes ao tomador de crédito 
 
 
6 
e à operação. A estatística demonstra que, quando quantificamos claramente as 
informações, podemos trabalhar com probabilidades de situações 
aparentemente certas se transformarem em erradas. 
Enfim concluímos que, de posse de dados detalhados e verdadeiros, 
podemos fundamentar melhor uma proposta de crédito, fazer uma avaliação 
eficaz dos riscos envolvidos e tomar a decisão para a concessão ou não da 
referida proposta. 
A seguir, veremos um estudo sobre os riscos envolvidos na concessão de 
crédito seja para pessoa física ou pessoa jurídica. 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre o assunto, acesse: 
http://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/19700/tecnica-
de-coleta-de-dados-e-ficha-cadastral 
 
 
TEMA 3 – RISCO DE CRÉDITO 
Vamos pensar na seguinte situação: a compra de um carro importado dos 
sonhos zero Km, cujo valor de aquisição pode significar anos de trabalho duro e 
árduo. A decisão dessa compra será tomada após a avaliação de alguns 
parâmetros importantes quanto aos riscos expostos no negócio (compra do 
veículo). O principal deles é um risco de depreciação do valor do bem, que ocorre 
logo que tiramos da loja, e na sequência o risco de avarias e furtos a que estamos 
expostos ao sair na rua com o carrão. A partir desse raciocínio, vem a pergunta: 
compro ou não compro? 
A resposta para a questão será derivada de uma série de levantamentos 
de informações capazes de produzir de maneira verdadeira um cenário em que 
o comprador possa visualizar os riscos aos quais estará exposto com a aquisição 
do bem. Caso escolha comprar o carro, deverá, a partir daquele momento, estar 
atento aos riscos a que está exposto em virtude da compra. 
A situação acima demonstra um parâmetro de incerteza, pois 
constantemente estamos expostos a risco em quase todas as decisões que 
tomamos quando decidimos investir em algo. 
Já no crédito, a incerteza de pagamento do valor concedido gera riscos 
conhecidos como inadimplência e perda. 
http://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/19700/tecnica-de-coleta-de-dados-e-ficha-cadastral
http://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/19700/tecnica-de-coleta-de-dados-e-ficha-cadastral
 
 
7 
 
O que é, então, um risco de crédito? É a probabilidade de o tomador de 
crédito não pagar o cedente do crédito na data comprometida quando da 
contratação da operação. 
As empresas, quando realizam vendas a prazo aos seus clientes, avaliam 
o risco do cliente e do valor envolvida na transação, risco da operação. 
Já os bancos e instituições financeiras estão sujeitos a três principais 
riscos de crédito: risco do cliente, da operação e de concentração. 
O risco do cliente está diretamente ligado à sua capacidade ou vontade 
(caráter) de honrar com o crédito adquirido anteriormente na data futura de 
pagamento. Para gerenciar esse risco, é fundamental realizar uma coleta de 
dados com informações detalhadas e verídicas que possam apresentar 
parâmetros para avaliação do grau de exposição ao risco que o cliente possui 
no momento da contratação do crédito. É muito importante nessa avaliação 
aplicar a técnica de coleta de informações do passado, situação do presente e 
perspectivas futuras para gestão do risco. No Tema 4 da Aula 3 da disciplina, 
estudaremos os Cs do crédito que são utilizados como estrutura fundamental 
para analisar crédito no mercado. São eles: Caráter, Capacidade, Capital, 
Condições, Conglomerado e Colateral. Eles descrevem muitos elementos 
estatísticos que podem gerar uma análise probabilística sobre o risco do cliente 
para uma referida aquisição de crédito. Os bancos e instituições financeiras 
utilizam frequentemente essa técnica. Para subsidiá-los na tomada de decisões, 
os riscos do cliente são classificados em uma escala de risco de 1 a 4. 
 Grau 1: Se todos os Cs forem fortes, o risco será baixo. 
 Grau 2: Se muitos Cs forem fortes e poucos fracos, o risco Serpa 
será razoável. 
 Grau 3: Se muitos Cs forem fortes e muitos fracos, o risco será 
duvidoso. 
 Grau 4: Se todos os Cs forem fracos, o risco será alto. 
 
Vale ressaltar que a lógica aplicada pode variar de cliente para cliente 
consumidor de crédito. 
Já o risco da operação está ligado às características de contratação da 
modalidade de crédito. Os fatores como objetivo da contratação do crédito, prazo 
e garantia estão diretamente ligados à mensuração e à gestão dos riscos. 
8 
O C do Colateral aborda as garantias concedidas para a contratação de 
uma operação de crédito, e, de acordo com a garantia ofertada, o risco pode ser 
aumentado ou reduzido. Vejamos os tipos de garantias existentes: 
Reais: são aquelas em que o gestor de crédito leva em consideração os 
tópicos de avaliação (valor do bem), liquidez (facilidade de conversão), 
depreciação (perda de valor) e controle (tomada de posse), vinculando o bem ao 
cumprimento da obrigação adquirida, por exemplo hipoteca, penhor e alienação 
fiduciária. 
Pessoais ou não reais: são aquelas que não vinculam bem ao 
cumprimento da obrigação adquirida. Nos contratos de crédito, é mencionado 
um terceiro como garantia da operação de crédito. Por exemplo, aval e fiança. 
O acordo de Basileia II prevê a alocação de recursos para possíveis 
fraudes, roubos ou falhas processuais que também estão inseridos no risco da 
operação, pois as fraudes, os roubos e as falhas podem levar a perdas 
significativas dos bancos e instituições financeiras. 
E por fim o risco de concentração, que pode gerar perdas decorrentes 
da não diversificação do crédito, concentrando os valores em poucos setores da 
economia. Quando os bancos optam por trabalhar com carteiras de crédito 
concentradas em um segmento (varejo, middle e corporate), que permite 
centralizar concessões nas mãos de poucos clientes, podem ocorrer perdas 
devastadoras para as instituições financeiras em caso de default de crédito. 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre o assunto, acesse: 
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbfin/article/viewFile/1419/1729 
TEMA 4 – PERDA X DIVERSIFICAÇÃO 
A perda em uma concessão de crédito está caracterizada pelo não 
pagamento por parte do devedor, ou seja, inadimplência. A perda em crédito é 
considerada o fim da possibilidade de recebimento de um valor concedido, ou 
seja, é a fase do sinistro em que, mesmo com recebimento ao longo de alguns 
anos, estará evidenciada como prejuízo a parte cedente do crédito. 
Como evitar perdas? 
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbfin/article/viewFile/1419/1729
 
 
9 
 
Essa é uma questão difícil de ser respondida quando é envolvido o fator 
risco em uma situação de crédito. As medidas para reduzir perdas estão 
diretamente relacionadas aos procedimentos de análise de crédito bem 
elaborados. Por isso, como já estudamos até aqui a coleta de dados e 
informações verídicas, a avaliaçãodos fatores de riscos e a inclusão de garantias 
podem gerar redução nas perdas ou sinistros de operações de crédito tanto em 
bancos quanto em empresas. 
Muitos bancos utilizam sistemas de tecnologia de informação, capazes de 
gerir dados de maneira a cruzá-los e produzir informações sobre o perfil 
financeiro e de caráter do cliente no mercado bancário e de consumo. De posse 
desses cruzamentos, os analistas de crédito podem tomar decisões assertivas e 
ter mais confiança nas concessões a serem realizadas. 
As instituições financeiras e empresas também optam por escolher certas 
modalidades de crédito que estarão menos vulneráveis a perda, ou seja, as 
conhecidas como carteiras de crédito fracas. Por exemplo, quando um banco vai 
realizar um desconto de duplicata para uma empresa tomadora de crédito, ele 
deve se atentar para os papéis creditórios que irá descontar. Caso os papéis 
sejam de boa liquidez e pulverizados, eles se tornam fortes e com poucas 
possibilidades de perda. Já quando os papéis são concentrados e de baixa 
liquidez, é assumido um risco que pode gerar alta possibilidade de perda. 
A diversificação é uma metodologia muito utilizada para gerir e reduzir 
exposição a riscos de perdas em créditos e de ativos em aplicações e 
investimentos. Ao diversificar, a empresa ou banco pulveriza seus riscos e 
inibem a exposição ao risco de concentração em poucos ativos. Logo, a 
probabilidade de perda de crédito reduz, gerando perspectivas de resultados 
satisfatórios às concessões de crédito. 
Os bancos costumam diversificar suas carteiras operando em percentuais 
menores nas carteiras de alto risco de crédito, como são as operações com 
garantias não reais, e em percentuais maiores nas carteiras de baixo risco de 
crédito, como são as operações com garantias reais. 
Outro ponto importante da diversificação é pulverizar as operações em 
empresas, onde as situações econômicas do mercado podem gerar perdas de 
receitas significativas a elas. Uma economia volátil e em período de recessão 
pode interferir diretamente nos resultados de uma empresa que não está 
 
 
10 
consolidada na atuação de seu mercado. Logo, essa empresa poderá sofrer com 
as dificuldades de geração de caixa e não honrar com os créditos contratados 
junto aos bancos ou de outras empresas. 
 
Saiba Mais 
Para saber mais sobre o assunto, acesse: 
https://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps191.pdf 
 
 
TEMA 5 – PROCESSO DE CRÉDITO: INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E 
EMPRESAS 
O processo de crédito em bancos, instituições financeiras e empresas 
parte da mesma linha de raciocínio de que é necessário criar uma excelente 
estrutura de dados capaz de subsidiar o analista com informações verdadeiras 
que possam facilitar o trabalho dele na tomada de decisão quanto a concessão 
do valor. Para isso, as instituições financeiras seguem as seguintes fases que 
também são utilizadas em sua maioria pelos departamentos de crédito das 
empresas, sendo elas: obtenção e verificação de informações, avaliação do risco 
do cliente, estruturação e decisão, monitoramento e recebimento. 
A Obtenção e verificação de informações abrange a coleta e checagem 
da veracidade de todas as informações que a instituição financeira ou empresa 
julgam importantes para avaliar o crédito. Dentre essas informações, citamos a 
parte documental como contrato social, balanços e demonstrações financeiras, 
entre outros no caso de uma pessoa jurídica; RG, CPF, declaração de renda, 
entre outros no caso de uma pessoa física. 
Avaliação do risco do cliente: são os procedimentos e as técnicas de 
análise adotados de acordo com a política ou diretrizes adotadas pelo cedente 
do crédito. É aqui que uma empresa ou banco, por exemplo, verificam quais são 
os riscos a que estão expostos em conceder o crédito ao tomador de crédito. A 
fase é de suma importância para identificar o risco, definir o seu grau de 
exposição e decidir se irá ficar exposto a ela diante da concessão do crédito. 
Dentre as ferramentas de avaliação de riscos, podemos citar uma muito utilizada 
no sistema bancário, o Score de Crédito ou Credit Score que indica, de maneira 
estatística, a probabilidade de inadimplência de determinado grupo ou perfil no 
https://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps191.pdf
 
 
11 
qual o tomador de crédito está inserido sem afirmar se ele esteve, está ou será 
inadimplente. 
Estruturação e decisão: engloba a decisão de negócio frente à 
caracterização do risco do crédito do cliente. A fase de estruturação é 
fundamental, como o nome já diz, pois a decisão será pautada a partir dos 
fundamentos bem elaborados e que descrevam e fortaleçam a ideia de que o 
valor deve ser concedido ao tomador de crédito. Para estruturar, é preciso de 
uma boa coleta de dados e informações verídicas, e de posse delas realizar uma 
avaliação qualitativa do risco de forma a ponderá-lo para acompanhamento e 
gestão dele. 
Monitoramento: após a liberação dos recursos, possíveis alterações no 
risco previamente atribuído ao cliente ou à operação. O ato de monitorar está 
ligado ao fator de acompanhamento na situação do tomador de crédito durante 
o período em que ele estiver com o crédito ativo, ou seja, ainda possuir fluxo de 
pagamentos do valor contratado em empréstimo. Para muitos bancos, essa é a 
fase da prevenção, pois é aqui que medidas devem ser tomadas para ajustar a 
operação de crédito, quando necessário, antes que ocorra uma perda ou default. 
Recebimento: perspectiva de retorno do patrimônio concedido. É 
acompanhar o fluxo de pagamento do crédito contratado em suas diversas 
modalidades. 
Tomar medidas necessárias de cobrança, desde a amigável até judicial, 
em caso de inadimplência. 
Leitura Obrigatória 
Realizar leitura do capítulo 1 da obra: Rodrigues, C. M. Análise de crédito 
e risco. Curitiba: Ibpex, 2011, a fim de buscar mais informações sobre o conceito 
e a aplicação da concessão de crédito. 
 
Saiba Mais 
Você sabia que, quanto mais informações buscar em uma concessão de 
crédito, maior será o grau de confiança na hora de decidir sobre a liberação do 
valor ao cliente? Logo, a coleta de dados e a análise de risco estão diretamente 
ligadas à segurança da operação de crédito pleiteada. Por isso, pesquisar é 
encontrar resposta para aquilo que está duvidoso. 
 
 
 
 
12 
 
Para saber, pesquise. Para dúvidas sobre conceitos de crédito e risco, 
acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=BEJcHhsAPaA 
 
TROCANDO IDEIAS 
O crédito apresenta características diferentes de uma empresa para outra, 
sejam bancos ou empresas comuns, no entanto sua essência, que é o fator 
segurança, será sempre a mesma para qualquer uma das instituições. Portanto, 
para conceder crédito, é fundamental buscar atingir um nível de confiança 
satisfatório que permita decidir pela concessão de maneira segura. 
A maioria das pessoas, ao estudar as premissas do crédito, entende o 
porquê de muitas empresas, principalmente bancos, exigirem diversas 
informações na hora da aprovação de um crédito, seja ele um cheque especial 
ou até mesmo para aquisição de um imóvel. Quanto mais informações 
verdadeiras o banco possuir sobre o tomador de crédito, mais seguro ele estará 
para conceder o crédito. Por isso, não podemos ocultar ou negar informações 
quando desejamos realmente adquirir o crédito junto aos bancos ou empresas. 
 
NA PRÁTICA 
As informações verídicas são fundamentais para o início de uma operação 
de crédito. De posse dessas informações, como podemos reduzir o risco de 
cliente? 
Resposta: O risco do cliente está exposto em grau de classificação 
quanto ao seu tamanho de exposição. Logo, para reduzir o risco do cliente, é 
fundamental encontrar nas informações a nota evidenciada aos Cs do caráter, 
capacidade, condição, capital e conglomerado, nos quais temos os seguintes 
intervalos: 
 Grau 1: Se todos os Cs forem fortes, o risco será baixo. 
 Grau 2: Se muitos Cs foremfortes e poucos fracos, o risco será 
razoável. 
 Grau 3: Se muitos Cs forem fortes e muitos fracos, o risco será 
duvidoso. 
 Grau 4: Se todos os Cs forem fracos, o risco será alto. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=BEJcHhsAPaA
 
 
13 
 
Lembrando que o C do Colateral está diretamente ligado ao risco da 
operação, uma vez que envolve garantias. 
 
SÍNTESE 
O conceito de crédito está ligado diretamente ao pressuposto de 
confiança e sua prática encontra-se focada em um bom levantamento de 
informações, compilação dessas informações e análise de riscos a que a 
modalidade pode estar exposta. Com base nessas premissas, os bancos e as 
empresas se estruturam de forma a atender às demandas por crédito e fazer 
isso de maneira segura para evitar possíveis perdas ou default. 
Dentre as atitudes tomadas por bancos para não se expor a perdas, estão 
os fatores de diversificação dos ativos, e tipos de operação de crédito para não 
se expor a riscos de concentração. 
 
REFERÊNCIAS 
1º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, Febraban. 
Disponível em: 
<http://www.febraban.org.br/7Rof7SWg6qmyvwJcFwF7I0aSDf9jyV/sitefebraban
/antonio%20castrucci%20ADMINISTRANDO%20O%20RISCO%20DE%20CR
%C9DITO%20-%20FEBRABAN%20-VFINAL.pdf>. Acesso em: 9 out. 2016. 
CROUHY, M.; GALAI, D.; MARK, R. Gerenciamento do risco: 
abordagem conceitual e prática. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. 
FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 2002. 
PACIEVITCH, T. História do cartão de crédito. Disponível em: 
<http://www.infoescola.com/economia/historia-do-cartao-de-credito/>. Acesso 
em: 8 out. 2016. 
RODRIGUES, C. M. Análise de crédito e risco. Curitiba: Ibpex, 2011. 
 
 
 
14 
 
TECLES, P. L.; TABAK, B. M.; STAUB, R. B. Concentração e 
inadimplência nas carteiras de empréstimos dos bancos brasileiros. 
Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps191.pdf>. Acesso em: 
8 out. 2016. 
YANADA, G.; HOLLAND, M. Basileia II e exigência de capital para risco 
de crédito dos bancos no Brasil. Disponível em: 
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rbfin/article/viewFile/1419/1729>. 
Acesso em: 8 out. 2016.

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