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1 Marcela Oliveira - Medicina A aterosclerose é uma lesão arterial caracterizada por: Espessamento da camada intima por deposito de lipídio, cálcio e outros elementos. Essa lesão afeta prioritariamente artérias de grande e médio calibre (elásticas e musculares). É uma doença inflamatória crônica, sistêmica e progressiva. O espessamento que vai correr na artéria pode ser difuso ou localizado, formando placas que são conhecidas como placas de aterosclerose, placas ateromatosas ou ateromas. Na camada intima espessada e nas placas é comum encontrar a deposição de lipídios, inclusive cristais de colesterol. Ela pode progredir ao longo da vida toda e torna-se mais grave na idade avançada. Portanto sua prevalência e gravidade aumentam progressivamente com a idade. Então, praticamente todos os idosos apresenta uma lesão aterosclerótica em algum local do corpo. São vários os fatores de risco, entre eles encontramos: hipercolesteromia, hipertensão, tabagismo e sedentarismo. Apesar de grandes progressos, o conhecimento da etiopatogênese ainda é incompleto. Inicialmente, vamos ter uma lesão endotelial (agentes químicos, biológicos) principalmente pelo excesso de colesterol, isso vai causar um aumento da permeabilidade e adesão de monócitos (leucócitos) e plaquetas. E também nessa região, começa ocorre um acúmulo de lipoproteínas. Os monócitos vão migrar do lúmen para a camada intima e se transformam em células espumosas (macrófagos, monócitos que estão degradando os lipídios). Ocorre então a migração das células musculares da camada média para a camada intima, isso ocorre pois está Aterosclerose 2 Marcela Oliveira - Medicina havendo liberação de fatores e substancias pelas células endoteliais e macrófagos. Portanto, podemos ver que está ocorrendo um processo inflamatório. Ocorre também modificação das lipoproteínas por oxidação. As células musculares lisas da camada media que migraram para a intima começa a se proliferar (hiperplasia) com isso ocorre à formação de uma matriz extracelular devido ao acumulo de proteoglicanos e colágeno que vai formar uma capa fibrosa subjacente ao centro lipídico, no qual temos um núcleo necrótico, levando ao espessamento da camada intima. Com isso vamos ter a formação completa da placa de ateroma, com acumulo intracelular de lipídios e diversos elementos. ARTÉRIA CORONÁRIA – PLACA ATEROMATOSA Nessa imagem vemos uma artéria coronária com uma placa ateromatosa. Na imagem A temos uma obstrução mínima do lúmen, com uma das regiões contendo uma placa ateromatosa que é o espessamento da camada intima. Já na imagem B temos uma redução da luz vascular devido a uma placa ateromatosa muito mais desenvolvida. Vamos ter núcleos necróticos com acúmulos de elementos lipídicos, células espumosas. Nessa outra imagem, vamos ter representado pela seta uma placa com capa fibrosa (fibras colágenas e células musculares lisas), vamos ter um núcleo necrótico. Com isso, o espessamento afeta praticamente todo o lúmen. Não conseguimos visualizar muito bem, mas podemos encontrar a neoformação de pequenos vasos sanguíneos. A placa ateromatosa pode ser instável ou mole nas quais predomina conteúdo lipídico, restos celulares e leucócitos com pouco tecido conjuntivo. Pode ser do tipo estável ou duro, com predomínio de componente fibroso, havendo pouco componente lipídico. Nessa outra imagem podemos ver uma capa fibrosa mais densa e uma placa ocluindo quase todo o lúmen da artéria. Temos espessamento da intima, formação do núcleo necrótico com 3 Marcela Oliveira - Medicina diversos compostos químicos (macrófagos, cálcio, lipídios, prostaglandinas). Podemos observar em detalhes umas regiões esbranquiçadas, são locais de acúmulos de colesterol, porem no momento da imagem, o lipídio se dissolve ficando as regiões esbranquiçadas. No entanto, são imagens características de colesterol. Podemos observar os cristais de colesterol, espessamento da intima (marcado pela linha pontilhada) mais intenso no lado direito, onde temos a presença do núcleo necrótico no qual os lipídios estão dissolvidos. No aumento maior dos cristais de colesterol, encontramos os cristais de colesterol alongados, em forma de fendas, diferente de vacúolos que vimos em outras patologias. Portanto, isso tudo está no núcleo necrótico. Estamos visualizando macrófagos com citoplasma espumosos preenchido com lipídios em solução. Então são vários macrófagos que estão degradando os lipídios. São células grandes com citoplasma claro. 4 Marcela Oliveira - Medicina Artéria coronária com obstrução e com placa aterosclerótica com áreas de calcificação Essa artéria está obstruída por um trombo nessa região rosa mais escura, com grande espessamento difuso da intima. Essa imagem foi subdivida em duas partes: 1. Em verde vamos ter a camada adventícia, em azul a camada média (em uma artéria normal é a camada mais espessa) e em amarelo a camada intima. Temos a presença de um trombo que está obstruindo praticamente todo o lúmen do vaso. Então quando ocorre a perda endotelial, ocorre coagulação sanguínea intensa e formação desses trombos que pode ocluir o vaso. Portanto, esse trombo é uma consequência da lesão endotelial. 5 Marcela Oliveira - Medicina Aqui vemos mais detalhes das camadas. Podemos notar como a camada intima está bastante espessada, com presença de monócitos e células musculares. 2. Nessa imagem percebe-se um ateroma calcificado (roxo) sendo normal ocorrer com o passar do tempo. Além disso temos também uma placa ateromatosa ou fibroateromatosa. Vemos uma camada intima espessada pelo acumulo de diversos elementos devido a uma reação inflamatória. Nessa camada intima vemos bastante tecido fibroso denso, com um núcleo necrótico dessa placa ateromatosa. No aumento vemos fibrinas e diversas células mononucleares com núcleos arredondados. Enquanto as células com núcleos compridos são células de musculo liso. Dependendo do calibre do vaso, a expansão da placa leva a redução progressiva e acentuada da luz. Então nem sempre o crescimento do ateroma resulta em obstrução. Isso porque pode ocorrer nas fases iniciais um remodelamento da parede, que pode ocorrer uma dilatação da luz sem diminuir a passagem sanguínea.
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