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Antidiabéticos orais Diabetes A Síndrome de Diabetes Melito resulta de um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam hiperglicemia em comum. A hiperglicemia pode resultar de ausência absoluta de insulina (Diabetes melito de tipo 1) ou de insuficiência relativa de produção de insulina na presença de resistência à insulina (Diabetes melito de tipo 2). Diabetes Melito tipo 2 (DM2) Caracterizado pelo estado de resistência à insulina Com o aumento da idade e de peso, os tecidos que antes eram normalmente responsivos à insulina tornam-se relativamente refratários à ação do hormônio e necessitam de níveis aumentados de insulina para responder de modo apropriado Patogenia da resistência à insulina: Acumulo ectópico de lipídios em fígado e músculo – gordura visceral Inflamação induzida pela obesidade Resistência à insulina -> Aumento na produção do hormônio pelas células beta do pâncreas -> Aumento da secreção da insulina Consequências do aumento dessa produção de insulina (exaurição das células beta) Perda da capacidade das células beta de produzir insulina (aumento da apoptose ou renovação diminuída) Desequilíbrio entre as ações da insulina e dos hormônios contrarreguladores, o que pode contribuir para a hiperglicemia e a dislipidemia, visto que fígado e tecido adiposo mobilizam inapropriadamente combustíveis a partir das reservas teciduais Tratamento da DM 2 O objetivo é manter a glicemia dentro dos limites normais e evitar o desenvolvimento das complicações de longo prazo Medidas não farmacológicas: Redução da massa corpórea Exercícios físicos Modificação da dieta Intervenção farmacológica: Hipoglicemiantes orais Hiperglicemiantes orais Úteis no tratamento de pacientes que têm DM2 que não é controlado com a dieta Pacientes que desenvolvem o diabetes após os 40 anos de idade e têm a doença há menos de 5 anos tendem a responder melhor aos hipoglicemiantes orais Pacientes com a doença há muito tempo podem exigir uma combinação de hipoglicemiantes orais com ou sem insulina para controlar a hiperglicemia Agentes que estimulam a secreção de insulina 1. Sulfanilureias -> Secretagogos (faz com que uma substância seja excretada) Fármacos 2ª Geração: Gilbenclamida, Glipizida e Glimeprida Locais de ação: Pâncreas (células beta) Mecanismo de ação Bloqueio dos canais de K+/ATP (os canais de potássio tem diversas subunidades - Subunidade SUR1 será inibida) -> Despolarização da célula -> Influxo de Ca2+ -> Aumenta liberação de insulina Diminui produção de glicose pelo fígado Aumenta a sensibilidade periférica à insulina Efeitos adversos: Aumento de massa corporal, hiperinsulinemia e hipoglicemia 2. Meglitinidas (glinidas) -> Secretagogos Fármacos: Repaglinida e Nateglinida Local de ação: pâncreas (células beta) Mecanismo de ação Bloqueio dos canais de K+/ATP (atua na subunidade Kir 6.2) -> despolarização da célula -> Influxo de cálcio -> aumenta liberação de insulina Tem ação rápida e duração mais curta do que as sulfaniuréias São mais eficazes na liberação precoce de insulina após a refeição -> reguladores glicêmicos pós- prandiais Não devem ser usadas associadas Às sulfonilureias -> sobreposição dos mecanismos de ação -> aumenta o risco de hipoglicemia grave Efeitos adversos: hipoglicemia e aumento de massa corporal Agentes que reduzem os níveis de glicose em virtude de suas ações sobre o fígado, o músculo e o tecido adiposo 1. Biguanidas Fármaco: Metformina -> Fármaco de escolha contra o DM2 Locais de ação: Fígado Mecanismo de ação Redução da Gliconeogênese hepática, retardo da absorção intestinal de açúcar e melhora a sua captação e uso periférico Aumenta a captação e o uso de glicose pelos tecidos-alvo -> diminuição da resistência à insulina Não interfere na secreção de insulina -> não ocorre hiperisnsulinemia e o risco de hipoglicemia é muito menor do que com sulfonilureias Efeitos adversos: efeitos gastrintestinais, acidose lática e diminuição da massa corporal Receptor ativado por proliferador de peroxissomo gama (PPARgama) – introdução a ação do medicamento abaixo O PPArgama -> fator de transcrição que atua como regulador dominante da diferenciação das células adiposas e desempenha importante papel no metabolismo dos lipídios A ativação do PPARgama: Diminui níveis séricos de ácidos graxos livres Aumenta lipogênese no tecido adiposo Diminui conteúdo de gordura – fígado Diminui a produção de glicose - fígado Aumenta sua sensibilidade à insulina – fígado Localização: células adiposas, células beta do pâncreas, endotélio vascular, leucócitos, músculo esquelético e fígado Agentes que reduzem os níveis de glicose em virtude de suas ações sobre o fígado, o músculo e o tecido adiposo - faz parte do de cima 1. Tiazolidinedionas (TZD) Fármacos: pioglitazona e rosiglitazona -> monoterapia ou associada com outros hipoglicemiantes ou com insulina Local de ação: tecido adiposo, pâncreas, músculo esquelético e fígado Mecanismo de ação: Ativação do fator de transcrição Agonista do PPARgama -> A ativação do PPARgama regula a transcrição de vários genes responsivos à insulina -> aumento da sensibilidade à insulina -> alteração nas concentração de colesterol e de lipoproteínas plasmáticas Rosiglitazona: aumenta LDL-C e triglicerídeos Pioglitazona: diminui triglicerídeos *esses dois fármacos aumentam o HDL-C Devem ser evitados em pacientes com insuficiência cardíaca grave Não interfere na secreção de insulina Agentes que retardam principalmente a absorção intestinal da glicose 1. Inibidores da alfa-glicosidade Fármacos: Acarbose e Miglitol Local de atuação: intestino delgado Mecanismo de ação: Inibição reversível da alfa-glicosidade -> retardo da digestão de carboidratos, resultando em níveis mais baixos de glicose pós-prandial Devem ser ingeridos no início da refeição Não interferem na liberação ou na sensibilidade da insulina -> não causam hipoglicemia quando usados em monoterapia Efeitos adversos: flatulência, diarreia e cólicas intestinais Peptídeo semelhante ao Glucagon (GLP-1) ‘’Incretinas’’ – introdução aos medicamentos abaixo Localização: intestino delgado Ação: Célula beta do pâncreas -> GLP-1 aumenta a secreção de insulina em resposta a uma carga oral de glicose (o que explica o efeito de ‘’incretina’’ de GLP-1) Célula alfa do pâncreas -> GLP-1 suprime a secreção de glucagon Análogos do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon) Fármaco: Exenatida Locais de ação: pâncreas (células alfa e beta) Mecanismos de ação Agonista dos receptores GLP-1 Aumenta secreção de insulina pelas células beta do pâncreas de modo dependente da glicose Diminui secreção de glucagon pelas células alfa do pâncreas Retarda o esvaziamento gástrico Diminui apetite Efeitos adversos: Perda de peso, náuseas e pancreatite aguda (raro) Como a exenatida aumenta a secreção de insulina em resposta a uma carga de glicose oral, ela não está associada ao desenvolvimento de hipoglicemia, a não ser que seja usada em associação com agentes como as sulfenilureias Inibidores da DPP-4 (enzima que inativa o GLP-1) Fármacos: sitagliptina e saxagliptina São utilizados em monoterapia ou em associação com TZD ou metformina Mecanismo de ação: Os inibidores da DPP-4 prolongam a meia-vida do GLP-1 endógeno ao inativar a enzima plasmática DPP-4 Aumentam as concentrações circulantes de GLP-1 e insulina de modo dependente de glicose e diminuem as concentrações de glucagon São bem tolerados e neutros quanto a seu efeito sobre o peso Não causam hipoglicemia,quando em monoterapia Inibidores do cotransportador 2 sódio-glicose Fármacos: Canagliflozina e Dapagliflozina Local de ação: rins Mecanismo de ação: Inibe o SGLT2 Diminui reabsorção de glicose Aumenta excreção urinária da glicose Diminui glicemia OBS: a inibição do SGLT2 também diminui a reabsorção de sódio e causa diurese osmótica e diminui a pressão arterial -> hipotensão São administrados uma vez ao dia, de manhã, preferencialmente antes da primeira refeição A escolha do medicamento deve levar em consideração Estado geral e idade do paciente Obesidade Comorbidades presentes (complicações do diabetes ou outras), principalmente doença renal crônica diabética e doença cardiovascular Valores de glicemias de jejum e pós-prandial, bem como HbA1c Eficácia do medicamento Risco de hipoglicemia Possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindições Custo do medicamento Preferência do paciente
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