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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA – CCSST CAMPUS DE IMPERATRIZ – BOM JESUS CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL II DOCENTE: PEDRO DE FREITAS FAÇANHA FILHO EXPERIMENTO 7: DILATAÇÃO LINEAR JHESSYCA MANARY IMPERATRIZ-MA 2021 JHESSYCA DANTAS MANARY EXPERIMENTO 7: DILATAÇÃO LINEAR Relatório apresentado à disciplina Física Experimental II do curso engenharia de alimentos, como requisito para obtenção de nota. Docente: Dr. Pedro de Freitas Façanha Filho IMPERATRIZ - MA 2021 1 1. INTRODUÇÃO O primeiro grande físico a propor de forma clara um problema envolvendo a deformação de corpos foi Galileu Galilei, que formulou uma situação concreta sobre como os objetos se deformam. Galileu inspirou-se nas escoras de madeira que apoiam telhas pelos telhados da cidade e que, com o passar do tempo, deformavam-se com facilidade.[1] Porém somente em 1676, é que vamos encontrar, pela primeira vez, no livro “De Potentia Restitiva”, de Robert Hooke, uma relação para a deformação dos corpos em geral. Comparando o corpo considerado a uma grande mola, a deformação seria proporcional à força aplicada. “Ut tensio sic vis” foram as palavras em latim 18 utilizadas por Hooke para descrever esta relação.[1] A lei de Hooke constitui-se na base da teoria matemática moderna da elasticidade dos corpos. Em sua descrição, ela cita que a carga no corpo é devida à ação da força que é proporcional à razão entre a variação de comprimento do material considerado pelo seu comprimento inicial.[2] A maioria dos materiais sofre expansão ou dilatação térmica quando aquecidos. Temperaturas em elevação fazem o líquido se expandir em um termômetro formado por um líquido dentro de um tubo e curvam lâminas bi metálicas.[3] A variação em qualquer dimensão de um sólido, como o seu comprimento, largura ou espessura, é chamado de dilatação linear. Se o comprimento desta dimensão linear é L, a variação na temperatura ∆T causa uma variação no comprimento ∆L. Se ∆T é suficientemente pequeno, esta variação no comprimento ∆L é proporcional à variação de temperatura ∆T e ao comprimento original L, desse modo: ∆𝐿 = 𝛼𝐿 ∆𝑇 Onde α, denominado coeficiente de dilatação linear, possui diferentes valores para diferentes materiais. Reescrevendo a equação, em função de α, tem-se: 𝛼 = ∆𝐿/𝐿 ∆𝑇 (𝐸𝑞. 1) De modo que α possui o significado de uma variação fracionária do comprimento por grau de variação de temperatura.[4] 2 O valor de α depende da temperatura existente e da temperatura de referência escolhida para determinar L. Entretanto, a sua variação é normalmente desprezível em comparação com a exatidão com qual a medição precisa ser feita. Frequentemente é suficiente escolher um valor médio que pode ser tratado como uma constante dentro de uma determinada faixa de temperatura. A tabela a seguir 1.0 apresenta valores experimentais para o coeficiente de dilatação linear médio de alguns sólidos comuns.[5] Tabela 1 – Coeficientes de dilatação linear térmico de algumas substâncias Substância Α (10-6 por Cº) Alumínio 23 Aço 11 Chumbo 29 Cobre 17 Gelo 51 Latão 19 Liga invar 0,7 Quartzo (fundido) 0,5 Vidro (comum) 9 Vidro ( Pyrex) 3,2 Fonte: Livro Física II (Young & Fredman) Nos sólidos, por exemplo, o coeficiente de dilatação linear (característico de cada sólido) permite relacionar variações de comprimento com mudanças de temperatura. A dilatação de um sólido, através do aumento de sua temperatura, pode ser explicada pelo aumento na agitação de seus átomos, a partir da posição de equilíbrio; eles afastam-se cada vez mais desta, em função da energia recebida. Em consequência, a distância média entre os átomos aumenta, aumentando assim as dimensões do corpo. Essas variações, entretanto, são muito pequenas, de modo que se torna praticamente impossível, numa aula experimental, medi-las diretamente. Uma das maneiras de superar essa dificuldade é ampliar o efeito, medindo as variações indiretamente.[6] 3 2. OBJETIVOS Compreender as grandezas físicas relacionadas ao fenômeno de dilatação térmica linear; ✓ Estudar a dilatação dos sólidos, especificamente a dilatação linear, onde consideramos como grandeza dimensional o comprimento; ✓ Descrever, a partir de atividade empírica, o processo de dilatação térmica linear. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS •Conjunto de dilatometria Edutec; • Barras metálicas (latão, aço e cobre); • Água; • Fogareiro elétrico; • Recipiente para ferver a água; • Termômetro. 3.2 MÉTODOS Inicialmente foi selecionado o corpo de prova (aço, latão ou cobre); em seguida, fez-se a montagem do aparelho de acordo com a figura esquemática e adicionou-se cerca de 300 mL de água no recipiente; mediu-se o comprimento inicial do corpo de prova (L0). A temperatura inicial do corpo de prova é temperatura ambiente(T0). Em seguida ligou-se a fonte de calor e esperou-se que a água entrasse em ebulição, sem tampar o recipiente. Então, mediu-se a temperatura da água em ebulição (Temperatura final, Tf) e tampou- se o recipiente, aguardando o vapor percorrer pelo corpo de prova. Aguardando um período, até que o equilíbrio térmico seja alcançado, e anotou- se a temperatura final(Tf) do corpo em prova. Logo após, calculou-se a variação de temperatura e observou-se a dilatação sofrida pelo corpo. Por fim determinou-se o coeficiente de dilatação linear (α) do corpo em prova. 4 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os dados obtidos no experimento foram anotados e dispostos conforme abaixo: Tabela 1 – Dados das substâncias. Substância L0 Ti ∆𝑳 Tf Latão 70 cm 33 °C 0,25 mm 98 °C Aço 70 cm 33 °C 0,29 mm 100 °C Cobre 70 cm 33 °C 0,25 mm 100 °C Fonte: Próprio autor. Calculou-se então os coeficientes lineares para cada substância conforme a tabela a seguir: Tabela 2 – Coeficiente de Dilatação Linear Substância Coeficiente de dilatação Linear Latão 5,5 x 10-6 °C-1 Aço 6,2 x 10-6 °C-1 Cobre 5,3 x 10-6 °C-1 Fonte: Próprio autor Percebeu-se que na os resultados obtidos nos cálculos do coeficiente de dilatação linear foram diferentes do encontrado na literatura, tal erro pode ser explicado por conta da temperatura que se manteve constante ou mesmo por erros técnicos. 5 5. CONCLUSÃO A partir dos valores encontrados durante a prática, podemos concluir que os fatores externos interferem diretamente na obtenção do coeficiente de dilatação linear. Isso ocorre, pois, o material estudado reage com o meio. O medidor de variação pode ter feito à medida de maneira equivocada, gerando assim erros nos cálculos. Apesar de não obtermos os valores desejados o experimento mostra de forma sucinta a teoria de dilatação linear. Pode-se verificar também a variação de comprimento de um material na prática, como é seu comportamento em determinada temperatura e como diferentes substâncias reagem à mesma temperatura. REFERÊNCIAS [1] Souza, L. F. D. (2007). Um experimento sobre a dilatação térmica e a lei de resfriamento. [2] Pimentel, J. R., & Ruiz, A. I. (1988). Laboratório caseiro: equipamento didático simples para estudo de dilatação linear. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 5(2), 101-111. [3] YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física II: termodinâmica e ondas. São Paulo: Pearson, 2008. 12 v. 184 e 186p. [4] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth S. Física 2. Rio de Janeiro: LTC, 2003. 213 p. [5] PEREIRA, A. B., BEZERRA, C. J., & SILVA, O. (2014). Uso da experimentação para o ensino de física: um relato de experiência na dilatação linear. V Encontro Nacional das Licenciaturas, Natal–RN. [6] Lopes,W. (2011). Construção de um dilatômetro e medida do coeficiente de dilatação linear médio de um tubo de cobre. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 28(2), 423-434.
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