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METABOLISMO DE LIPÍDIOS LIPÍDIOS: o Gordura neutra (triglicerídeos) – apresentam ácidos graxos; ▪ Ácidos graxos mais comuns: • Ácido esteárico (saturada); • Ácido oleico (apresenta uma dupla ligação); • Ácido palmítico (saturada); ▪ Fornece energia para diferentes processos metabólicos; o Fosfolipídios – apresentam ácidos graxos; ▪ Formam as membranas das células do organismo; o Colesterol – não apresentam ácidos graxos diretamente, porém seu núcleo esterol é sintetizado a partir desses; ▪ Fornece energia para diferentes processos metabólicos; ▪ Formam as membranas das células do organismo; TRANSPORTE DE LIPÍDIOS NOS LÍQUIDOS CORPORAIS • Durante a digestão, a maioria dos triglicerídeos dividem-se, por meio da lipase, em monoglicerídeos e ácidos graxos. o Lipases: localizadas no enterócito e no pâncreas; • Após isso, na passagem através das células epiteliais intestinais, são ressintetizados em novas moléculas de triglicerídeos. Dessa forma, chegam à linfa como quilomícrons (compostos por triglicérides, colesterol, fosfolipídios e um pouco de apoproteína B, a qual aumenta a estabilidade e impede a aderência às paredes dos vasos linfáticos). Pelo fato de os vasos linfáticos se reunirem no ducto torácico, isso tudo é enviado para lá, na junção das veias subclávia e jugular; • Os quilomícrons deixam o plasma turvo, porém possuem meia vida de 1 hora. Eles “desaparecem” da seguinte maneira: o Ao passar pelos capilares do tecido adiposo, do músculo esquelético e do músculo cardíaco, há a ação da lipase lipoproteica (isso ocorre quando se identifica a presença da apoproteína B), a qual hidrolisa os triglicerídeos, liberando ácido graxo e glicerol; ▪ Esses ácidos graxos são altamente miscíveis nas membranas das células (tecido adiposo e tecido muscular), e podem ser utilizados como combustíveis ou novamente sintetizados em triglicerídeos. • O transporte dos ácidos graxos livres ocorre combinada com a albumina; ▪ Os remanescentes dos quilomícrons se ligam a receptores nas células endoteliais dos sinusóides do fígado. A Apolipoproteína E na superfície desses remanescentes e secretadas pelas células do fígado auxiliam na depuração dessas lipoproteínas plasmáticas; “ÁCIDOS GRAXOS LIVRES” SÃO TRANSPORTADOS NO SANGUE COMBINADOS À ALBUMINA • O transporte de gordura do tecido adiposo para outros tecidos ocorre na forma de ácidos graxos livres. Esse transporte é conseguido pela hidrólise dos triglicerídeos de volta à forma de ácidos graxos e glicerol. • Essa hidrólise pode ocorrer por dois motivos: o Quando a glicose disponível é insuficiente, um dos produtos do metabolismo da glicose, o α-glicerofosfato, também fica indisponível. Pelo fato dessa substância ser importante para manter a porção glicerol dos triglicerídeos, e resultado é a hidrólise deles. o A lipase celular hormônio-sensível pode ser ativada por diversos hormônios das glândulas endócrinas, o que promove a hidrólise rápida dos triglicerídeos. • Ao sair dos adipócitos, os ácidos graxos são ionizados no plasma e a porção iônica se combina com moléculas de albumina das proteínas plasmáticas. Assim, os ácidos graxos com essas proteínas são chamados de ácidos graxos livres ou não esterificados. • A concentração de ácidos graxos livres no plasma é cerca de 15 mg/dL – 0,45 grama na circulação total. o Apesar da pequena quantidade, a intensidade de renovação é alta: metade dos ácidos graxos livres são substituídos a cada 2 a 3 minutos. Os ácidos graxos saturados são melhores para a indústria, pois são sólidos em temperatura ambiente. o Condições que aumentam a utilização de gordura também aumentam a concentração de ácidos graxos livres no sangue – se eleva por cinco a oito vezes. Isso ocorre normalmente em casos de inanição ou diabetes melito. • Em condições normais, cerca de três moléculas de ácido graxo se associam a cada albumina, mas esse número pode chegar a trinta, dependendo da necessidade. LIPOPROTEÍNAS – SUA FUNÇÃO ESPECIAL NO TRANSPORTE DO COLESTEROL E DOS FOSFOLIPÍDIOS • Depois que todos os quilomícrons tiverem sido removidos do sangue, mais de 95% dos lipídios no plasma estarão sob a forma de lipoproteínas (contendo triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios e proteínas). TIPOS DE LIPOPROTEÍNAS • Quilomícrons; • VLDLs (muito baixa densidade), com altas concentrações de triglicerídeos e moderadas de colesterol e fosfolipídios; • IDLs (densidade moderada), que são VLDL das quais uma parte de triglicerídeos foi removida, então ficam aumentadas as concentrações de colesterol e fosfolipídios; • LDLs (baixa densidade), derivadas das IDLs, com remoção de quase todos os triglicerídeos, deixando alta concentração de colesterol e média de fosfolipídios; • HDLs (alta densidade), com concentração elevada de proteínas e menores de carboidratos e fosfolipídios. FORMAÇÃO E FUNÇÃO DAS LIPOPROTEÍNAS • Formadas no fígado, que é onde ocorre a síntese do colesterol plasmático dos fosfolipídios e triglicerídeos. • Pequenas quantidades de HDL são sintetizadas no epitélio intestinal, durante absorção de ácidos graxos no intestino. • Função principal é transportar componentes lipídicos no sangue. o VLDL transportam triglicerídeos sintetizados no fígado para o tecido adiposo. o Outras lipoproteínas são importantes nos diferentes estágios de transporte dos fosfolipídios e colesterol do fígado para tecidos periféricos e vice-versa. DEPÓSITOS DE GORDURA TECIDO ADIPOSO • Armazenar os triglicerídeos; • Isolamento térmico; • Secreção de hormônios (leptina e adiponectina – afetam apetite e gasto de energia); • Adipócitos armazenam os triglicerídeos em forma líquida, pois só dessa maneira a gordura pode ser hidrolisada e transportada para fora dos adipócitos; • Pode ocorrer também a catalisação dos triglicerídeos, quilomícrons e lipoproteínas, havendo ou não a liberação de ácidos graxos; LIPÍDIOS HEPÁTICOS • Degradar os ácidos graxos em pequenos compostos que podem ser usados como fonte de energia; • Sintetizar triglicerídeos, principalmente a partir de carboidratos e algumas proteínas; • Sintetizar outros lipídios a partir dos ácidos graxos, principalmente colesterol e fosfolipídios; • Há grande quantidade de triglicerídeos no fígado por três motivos: o Durante estágios iniciais da inanição (jejum prolongado); o Diabetes melito; o Outra condição onde a gordura é utilizada como fonte de energia, ao invés do carboidrato; • O fígado pode armazenar grandes quantidades de lipídios quando existe lipodistrofia (atrofia ou deficiência genética de adipócitos); • A capacidade do fígado realizar dessaturação (por meio da desidrogenase) dos ácidos graxos é muito importante, pois muitos elementos estruturais de todas as células contêm quantidades razoáveis de gorduras insaturadas, e a principal fonte disso é o fígado; COMO FONTE DE ENERGIA – ATP • Ácidos graxos e glicerol são transportados no sangue para os tecidos ativos, onde vão ser oxidados para liberar energia; • Apenas as células do tecido cerebral e hemácias não utilizam ácidos graxos como fonte de energia; • Quando o glicerol penetra no tecido ativo, é transformado em glicerol-3-fosfato, que entra na via glicolítica para metabolização da glicose e então ser usada como energia; • Os ácidos graxos devem ser ainda mais processados nas mitocôndrias para serem utilizados como fonte de energia; o A entrada dos ácidos graxos na mitocôndria ocorre por um transportador (carnitina). Depois disso, separam-se do transportador e são degradados e oxidados; o A degradação ocorre por meio da liberação progressiva de acetil-CoA, ou seja, por meio da betaoxidação de – além disso, ainda quatro átomos de carbono são liberados de cada ácido graxo;o A acetil-CoA liberada penetra no ciclo do ácido cítrico, associando-se ao ácido oxaloacético para formar ácido cítrico, que é degradado em dióxido de carbono e átomos de hidrogênio. Esses são oxidados pelo sistema quimiosmótico oxidativo das mitocôndrias. ▪ Para cada molécula de ácido graxo metabolizado para formar 9 moléculas de acetil-CoA, 32 átomos de hidrogênio são liberados. ▪ Para cada uma das 9 moléculas de acetil-CoA que são degradadas no ciclo do ácido cítrico, 8 átomos de hidrogênio são removidos – totalizando 72. ▪ Desses 104 átomos de hidrogênio, 34 são removidos pela degradação de ácidos graxos pelas flavoproteínas e 70 são removidos pelo NAD+ sob a forma de NADH e H+. • Na reação de um de cada um dos 34 átomos de hidrogênio, uma molécula de ATP é sintetizada – totalizando 34. • Na reação de um de cada um dos 70 átomos de hidrogênio, 1,5 molécula de ATP é sintetizada – totalizando 105 • Além disso, 9 moléculas de ATP são formadas no ciclo do ácido cítrico. • 148 ATP são formadas e 2 consumidas, totalizando ganho líquido de 146 ATP. FORMAÇÃO DE ÁCIDO ACETOACÉTICO NO FÍGADO E SEU TRANSPORTE NO SANGUE • O fígado utiliza uma pequena parte da degradação dos ácidos graxos para seu processo metabólico. Assim, quando as cadeias de ácido graxo tiverem se dividido em acetil-CoA, duas dessas moléculas se condensam para formar uma molécula de ácido acetoacético, que é transportada pelo sangue para outras células. • Parte do ácido acetoacético também é convertida em ácido β-hidroxibutírico e menores quantidades são convertidas em acetona. • O ácido acetoacético, ácido β-hidroxibutírico e a acetona de difundem facilmente através das membranas celulares e, quando entram na célula em que atuarão, formam-se novamente moléculas de acetil-CoA, as quais entram no ciclo do ácido cítrico. CETOSE DURANTE A INANIÇÃO, NO DIABETES E EM OUTRAS DOENÇAS • As concentrações de ácido acetoacético, ácido β- hidroxibutírico e acetona podem ficar maiores que o normal, condição chamada de cetose – esses três compostos são corpos cetônicos. • Em alguns casos, como a inanição ou diabetes, os carboidratos não são totalmente metabolizados – por falta de insulina, por exemplo. • Quando o carboidrato não é metabolizado, quase toda energia do corpo deve vir do metabolismo das gorduras. • As células são limitantes na quantidade de corpos cetônicos que podem oxidar – uma das mais importantes é que um dos produtos do metabolismo dos carboidratos é o oxalacetato, necessário para a ligação com a acetil-CoA, antes de ir para o ciclo do ácido cítrico. Assim, com a deficiência de oxalacetato limita a entrada de acetil-CoA no ciclo, o que faz com que as concentrações de ácido acetoacético, ácido β- hidroxibutírico e acetona subam ainda mais, levando a uma acidose extrema. • A acetona é uma substância volátil, eliminada no ar pelos pulmões (deixa com hálito - diagnóstico). • Na condição de uma dieta rica em gorduras, o corpo de acostuma a usar o ácido acetoacético, sem gerar cetose. SÍNTESE DE TRIGLICERÍDEOS A PARTIR DOS CARBOIDRATOS • Quando consumimos mais carboidratos do que o usado para energia e do que o possível para armazenar em glicogênio, ele é convertido em triglicerídeos e armazenado no tecido adiposo. • Os triglicerídeos são sintetizados no fígado e transportados pelos VLDLs para o tecido adiposo. CONVERSÃO DA ACETIL-COA EM ÁCIDOS GRAXOS • A primeira etapa para síntese dos triglicerídeos é a conversão dos carboidratos em acetil-CoA. • Posteriormente, a acetil-CoA e convertida em ácidos graxos, com o uso da malonil-CoA e da NADPH reduzida como intermediários. COMBINAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS COM ALFA- GLICEROFOSFATO PARA FORMAR TRIGLICERÍDEOS • Depois de sintetizados, as cadeias de ácidos graxos se ligam ao glicerol (dada pelo α-glicerofosfato, que é derivado da degradação da glicose) para formar os triglicerídeos. • Eficiência da conversão de carboidrato em gordura: 85%. IMPORTÂNCIA DA SÍNTESE E ARMAZENAMENTO DAS GORDURAS • As células têm pequena capacidade de armazenar os carboidratos sob forma de glicogênio, porém o organismo consegue armazenar grandes quantidades sob a forma de triglicerídeos, no tecido adiposo. • Cada grama de gordura tem 2,5 vezes mais calorias de energia do que cada grama de glicogênio. IMPOSSIBILIDADE DE SINTETIZAR GORDURAS A PARTIR DE CARBOIDRATOS NA AUSÊNCIA DE INSULINA • Com a falta de insulina, a glicose não entra nos adipócitos, nem nas células hepáticas de modo satisfatório, assim pequena quantidade de acetil-CoA e NADPH necessárias para a síntese de gordura podem derivar da glicose. • A ausência da glicose nas células adiposas reduz a disponibilidade de α-glicerofosfato, o que dificulta a formação de triglicerídeos pelos tecidos. SÍNTESE DE TRIGLICERÍDEOS A PARTIR DE PROTEÍNAS • Diversos aminoácidos são convertidos em acetil-CoA e posteriormente em triglicerídeos, portanto, quando ingerimos mais proteínas do que o necessário, elas são armazenadas na forma de gordura. REGULAÇÃO DA LIBERAÇÃO DE ENERGIA DOS TRIGLICERÍDEOS PREFERÊNCIA DE CARBOIDRATOS SOBRE AS GORDURAS SOBRE AS GORDURAS COMO FONTE DE ENERGIA NA PRESENÇA DE EXCESSO DE CARBOIDRATOS • Quando há muitos carboidratos no corpo, eles são usados de preferência aos triglicerídeos como fonte de energia. Isso por dois motivos: o As gorduras nas células adiposas estão presentes sob duas formas: triglicerídeos armazenados e pequenas quantidades de ácidos graxos livres. Quando quantidades excessivas de α-glicerofosfato estão presentes (ou seja, pouco carboidrato), o que sobra disso se liga aos ácidos graxos livres sob a forma de triglicerídeos armazenados. Assim, o equilíbrio entre triglicerídeos e ácidos graxos livres é desviado no sentido dos triglicerídeos armazenados – assim, quantidades mínimas de ácidos graxos ficam disponíveis para uso como fonte de energia. o Quando carboidratos estão em excesso, ácidos graxos são sintetizados mais rápido do que degradados, isso pela grande quantidade de acetil-CoA (formada a partir dos carboidratos) e pela baixa concentração de ácidos graxos livres no tecido adiposo. o A primeira etapa (limitante) é a carboxilação da acetil-CoA para formar malonil-CoA – intensidade é controlada pela acetil-CoA carboxilase, cuja atividade é aumentada em presença de intermediários do ácido cítrico. Assim, quando muito carboidrato está sendo usado, esses intermediários aumentam, levando ao aumento da síntese de ácidos graxos. • Dessa forma, o excesso de carboidratos aumenta a reserva de gordura. ACELERAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE GORDURA COMO FONTE DE ENERGIA NA AUSÊNCIA DE CARBOIDRATOS • Devido à ausência de carboidratos, há a redução da secreção pancreática de insulina. Isso, além de reduzir a utilização da glicose, diminui o armazenamento de gorduras. REGULAÇÃO HORMONAL DA UTILIZAÇÃO DAS GORDURAS • Liberação de epinefrina e norepinefrina pela medula adrenal, durante os exercícios, como resultado de estímulos simpáticos. Esses hormônios ativam a lipase triglicerídeo sensível a hormônio, presente nas células adiposas, o que provoca a ruptura dos triglicerídeos e mobilização dos ácidos graxos. Às vezes, a concentração de ácidos graxos de pessoas que estão fazendo exercícios físicos aumenta oito vezes, e o uso deles pelos músculos aumenta proporcionalmente – esse processo pode ocorrer também em situações de estresse. • O estresse faz com que muita corticotropina seja liberada pela hipófise anterior, o que faz com que o córtex adrenal secrete glicocorticoides. Esses hormônios ativam a lipase triglicerídeo sensível a hormônio, assim como o exemplo anterior. Quando há excesso de corticotropina e glicocorticoide (como na síndrome de Cushing), gorduras sãomobilizadas até um ponto que ocorre cetose – assim, esses hormônios têm efeito cetogênico. O hormônio de crescimento tem efeito similar, apesar de mais fraco do que a corticotropina e glicocorticoide. • O hormônio tireoidiano mobiliza as gorduras, o que aumenta o metabolismo energético em todas as células do corpo. A redução no acetil-CoA e em outros intermediários (dos metabolismos dos carboidratos e lipídeos) é estimula para a mobilização de gorduras. FOSFOLIPÍDIOS E COLESTEROL FOSFOLIPÍDIOS • Tipos: lectinas, cefalinas e esfingomielina, nas quais na estrutura química há ao menos uma molécula de ácido graxo e ácido fosfórico e, em geral, uma base nitrogenada. • Propriedades físicas: lipossolúveis, transportados por lipoproteínas, e empregados para finalidades estruturais, como em membranas celulares e intracelulares. FORMAÇÃO DE FOSFOLIPÍDIOS • São sintetizados em todas as células do organismo – porém 90% são nas células hepáticas e quantidades significativas nas células epiteliais intestinais, durante a absorção intestinal dos lipídios. • A intensidade dessa formação é controlada indiretamente pelo metabolismo de lipídios, porque, quando os triglicerídeos são depositados no fígado, a formação de fosfolipídio aumenta. • A colina, obtida na dieta e sintetizada no corpo, é necessária para a formação de lectina, pois é a base nitrogenada dessa. • Inositol é necessário para a formação de algumas cefalinas. USOS ESPECÍFICOS DOS FOSFOLIPÍDIOS • Componentes importantes das lipoproteínas no sangue – na ausência de fosfolipídios, podem ocorrer anormalidades no transporte de colesterol e lipídios. • A tromboplastina, necessária para iniciar a coagulação, é formada principalmente por cefalinas. • A esfingomielina, presente no sistema nervoso, age como isolante elétrico na bainha de mielina. • Fosfolipídios são doadores de radicais fosfato para diferentes reações químicas nos tecidos. • Participação na formação de elementos estruturais – principalmente membranas – nas células do corpo. COLESTEROL • Presente na dieta normal e pode ser absorvido pelo trato gastrointestinal para a linfa intestinal. • É capaz de formar ésteres com os ácidos graxos. FORMAÇÃO DE COLESTEROL • Além do colesterol absortivo pelo trato gastrointestinal – colesterol exógeno, há o que é formado nas células – colesterol endógeno. • Todo o colesterol endógeno, que circula nas lipoproteínas do plasma, é formado pelo fígado, mas todas as outras células do corpo formam pelo menos algum colesterol. • A estrutura básica do colesterol é o núcleo esterol, sintetizado a partir da acetil-CoA. Por sua vez, o núcleo esterol pode ser modificado para formar colesterol, ácido cólico (base dos ácidos biliares) e muitos hormônios esteroides importantes, secretados pelo córtex adrenal, ovários e testículos. FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO DO COLESTEROL PLASMÁTICO – CONTROLE POR FEEDBACK DO COLESTEROL CORPORAL • Aumento na quantidade de colesterol ingerido a cada dia pode aumentar ligeiramente a concentração plasmática. Contudo, quando o colesterol é ingerido, a concentração crescente dele inibe a enzima mais importante para a síntese endógena – 3-hidróxi-3- metilglutaril CoA redutase, formando sistema de controle por feedback intrínseco, para impedir aumento excessivo da concentração do colesterol plasmático. • Dieta de gorduras muito saturadas aumenta a concentração de colesterol no sangue, principalmente quando está associada a ganho de peso e obesidade. Esse aumento de colesterol sanguíneo resulta do aumento de gordura no fígado, que fornece mais acetil-CoA nas células hepáticas para produção de colesterol. Assim, para manter os níveis normais de colesterol, tão importante quanto não o consumir, é não consumir gorduras saturadas. • A ingestão de gorduras com alto teor de ácidos graxos insaturados diminui a concentração do colesterol. • A ausência de insulina ou de hormônio tireoidiano aumenta a concentração de colesterol sanguíneo, enquanto o excesso de hormônio tireoidiano, diminui. Isso ocorre por modificações do grau de ativação de enzimas específicas. • Distúrbios genéticos do metabolismo do colesterol podem aumentar significativamente os níveis de colesterol plasmático. Por exemplo, mutações no gene do receptor de LDL impedem que o fígado remova o LDL rico em colesterol do plasma, o que faz com que o fígado produza mais colesterol. As mutações no gene que decodifica a Apolipoproteína B, a parte do LDL que se liga ao receptor, também causa produção excessiva de colesterol pelo fígado. USOS ESPECÍFICOS DO COLESTEROL NO CORPO • Formação de ácido cólico no fígado, que é posteriormente conjugado com outras substâncias para formar sais biliares, que promovem digestão e absorção de gorduras. • Formação de hormônios adrenocorticais, pelas adrenais. • Formação de progesterona e estrogênio, pelos ovários. • Formação de testosterona, pelos testículos. • Certa quantidade de colesterol é depositada na camada córnea da pele e, junto com outros lipídios, a torna muito resistente à absorção de substâncias hidrossolúveis e à ação de agentes químicos. FUNÇÕES ESTRUTURAIS CELULARES DE FOSFOLIPÍDIOS E COLE STEROL – ESPECIALMENTE PARA MEMBRANAS • Formação de estruturas especializadas: membranas. o Cargas polares dos fosfolipídios reduzem a tensão interfacial entre as membranas celulares e os líquidos adjacentes. o Lenta renovação dessas substâncias na maioria dos tecidos não hepáticos – em células cerebrais, contribui com processos de memória, por sua propriedade física “indestrutível”. ATEROSCLEROSE • Doença das artérias de tamanho médio e grande, em que as lesões de gordura chamadas placas ateromatosas se desenvolvem nas superfícies das paredes arteriais. • Arterioesclerose é o termo geral, que se refere a vasos sanguíneos espessados e enrijecidos de todos os tamanhos. • Lesão de endotélio vascular: aumenta a expressão das moléculas de aderências nas células endoteliais e reduz sua capacidade de liberar óxido nítrico e outras substâncias que ajudam a impedir a aderência de macromoléculas, plaquetas e monócitos a seu endotélio. • Esses monócitos e lipídios circulantes (principalmente LDLs) começam a se acumular no local da lesão. • Monócitos cruzam o endotélio até a camada íntima da parede do vaso e diferenciam-se de macrófagos, que ingerem e oxidam as lipoproteínas acumuladas, adquirindo aspecto espumoso. Esses macrófagos espumosos se agregam no vaso sanguíneo e formam estrias de gordura, que é visível. • Essas estrias de gordura aumentam e coalescem, e os tecidos dos músculos lisos e fibrosos adjacentes proliferam para formar placas cada vez maiores. Os macrófagos também liberam substâncias que causam inflamação e maior proliferação de músculos lisos e tecido fibroso na superfície interna da parede arterial. Os depósitos de lipídios e a proliferação celular podem ficar tão grandes que as placas se destacam do lúmen da artéria e reduzem muito o fluxo sanguíneo, podendo obstruir o vaso. • Mesmo sem a oclusão, os fibroblastos da placa eventualmente depositam quantidades extensas de tecido conjuntivo denso. A esclerose (fibrose) fica tão grande que as artérias enrijecem. Além disso, os sais de cálcio se precipitam com o colesterol e outros lipídios das placas, levando a calcificações pétreas que podem fazem com que as artérias se tornem tubos rígidos. • Nos locais onde as placas invadem o lúmen com sangue circulante, suas superfícies ásperas podem levar à formação de coágulos, com resultante formação de trombos ou êmbolos. OS PAPÉIS DO COLESTEROL E DAS LIPOPROTEÍN AS NA ATEROSCLEROSE AUMENTO DE LIPOPROTEÍNAS DE BAIXA DENSIDADE • A elevada concentração plasmática de colesterol sob a forma de lipoproteínas debaixa densidade é fator importante na etiologia da aterosclerose. A concentração plasmática dessas LDLs e elevado teor de colesterol é aumentada por diversos fatores, principalmente com ingestão de gorduras saturadas diariamente, obesidade e inatividade física. Em menor extensão, a ingestão de quantidades excessivas de colesterol pode também aumentar os níveis plasmáticos de LDL. HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR • Doença que a pessoa herda genes defeituosos para formação de receptores de LDL nas superfícies das membranas celulares do corpo. Assim, o fígado não é capaz de absorver as LDL nem as IDL, o que faz com que o mecanismo de colesterol das células hepáticas de descontrole, produzindo novo colesterol. Ele deixa de responder à inibição por feedback, desencadeado pela presença de muito colesterol plasmático. Como resultado, o fígado libera para o plasma mais VLDL. • A concentração sanguínea de colesterol para esses pacientes é de 600 a 1000 mg/dL. PAPEL DAS LIPOPROTEÍNAS DE ALTA DENSIDADE NA PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE • Lipoproteínas de alta densidade são capazes de absorver cristais de colesterol que são depositados nas paredes arteriais. • Quando uma pessoa apresenta proporção elevada entre lipoproteínas de alta e baixa densidade, a probabilidade de desenvolver aterosclerose fica diminuída. OUTROS FATORES DE RISCO IMPORTANTES DA ATEROSCLEROSE • Inatividade física e obesidade, diabetes melito, hipertensão, hiperlipidemia e tabagismo. • Teoria de que hormônios sexuais masculinos podem ser aterogênicos ou então os femininos são protetores. • Estudos sugerem que níveis sanguíneos elevados de ferro podem levar à aterosclerose, provavelmente pela liberação de radicais livres no sangue, que lesam as paredes vasculares. PREVENÇÃO DE ATEROSCLEROSE • Manter peso saudável, ser fisicamente ativo e ingerir dieta contendo principalmente gorduras insaturadas com baixo teor de colesterol. • Prevenir a hipertensão, mantendo dieta saudável e sendo fisicamente ativa, ou efetivamente controlando a pressão arterial com fármacos anti- hipertensivos, caso a hipertensão se desenvolva. • Controlar efetivamente a glicose sanguínea, com insulina ou outros fármacos na presença de diabetes. • Evitar fumar cigarros. • Qualquer agente que se combine com ácidos biliares no trato gastrointestinal e impeça sua reabsorção na circulação pode reduzir o grupo total de ácidos biliares no sangue circulante. Isso leva à maior conversão do colesterol hepático em novos ácidos biliares.
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