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_Estudos Observacionais - Parte 1 - Estudo Transversal

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Saúde Coletiva e Atenção Primária IV - 4° Semestre
ESTUDOS OBSERVACIONAIS
PARTE 1
ESTUDO TRANSVERSAL
→ É um tipo de desenho de estudo observacional.
Em um estudo transversal, o investigador mede o
resultado e as exposições nos participantes do
estudo ao mesmo tempo.
→ Desenhos transversais são usados para
pesquisas de base
populacional e para avaliar a prevalência de
doenças em
amostras de base clínica.
→ Esses estudos geralmente podem ser realizados
com relativa rapidez e são baratos.
→ Eles podem ser realizados antes do
planejamento de um estudo de coorte ou uma linha
de base em um estudo de coorte.
→ Exemplo: consumo de alimentos gordurosos em
uma escola (se inicia uma coleta em determinado
tempo, abrangendo as pessoas que comem, não
comem e que tem fatores de risco).
→ É um estudo descritivo e não tem objetivo de
provar, somente de expor. Não é possível distinguir
a temporalidade dos eventos nem estabelecer
relação causal.
→ Pontos fortes de um estudo transversal:
• Os estudos transversais geralmente podem ser
realizados relativamente mais rápido e são baratos
- particularmente quando comparados com estudos
de coorte (prospectivos).
• Estes são estudos realizados antes do
planejamento de um estudo de coorte ou na linha
de base de um estudo de coorte. Esses tipos de
projetos nos darão informações sobre a prevalência
de resultados ou exposições; esta informação será
útil para projetar o estudo de coorte.
• Esses desenhos de estudo podem ser úteis para o
planejamento, monitoramento e avaliação de saúde
pública. Por exemplo, às vezes o Programa Nacional
de AIDS conduzia pesquisas sentinela transversais
entre grupos de alto risco e mães pré-natais todos
os anos para monitorar a prevalência do HIV nesses
grupos.
→ Limitações do estudo transversal:
• Uma vez que esta é uma medição única de
exposição e resultado, é difícil derivar relações
causais da análise transversal.
• Esses estudos também estão sujeitos a certos
vieses.
• Exemplo: desejamos estudar a relação entre dieta
e exercícios e estar com sobrepeso ou obesidade.
- Realizamos um estudo transversal e recrutamos
250 indivíduos. Avaliamos seus hábitos
alimentares, hábitos de exercício e índice de massa
corporal em um ponto do tempo em uma pesquisa
transversal.
- Porém, indivíduos com sobrepeso / obesidade
passaram a fazer mais exercícios ou alteraram seus
hábitos alimentares (comem mais saladas).
Portanto, em uma pesquisa transversal, podemos
descobrir que indivíduos com sobrepeso / obesos
também são mais propensos a comer saladas e
fazer mais exercícios. Portanto, devemos ter
cuidado ao interpretar as associações e direção das
associações de uma pesquisa transversal.
→ Medida de associação:
• Risco de Prevalência (RP) = número de casos
novos + número de casos antigos / população.
• A medida de associação é a razão de prevalência
(RP), a qual analisa a relação dos dados apontados,
ou seja, expostos e não expostos:
Bruna Embacher Sanz ❥
Saúde Coletiva e Atenção Primária IV - 4° Semestre
• Interpretação:
✓ RP= 1: ausência de associação.
✓ RP<1: frequência da doença é menor entre os
expostos; associação negativa.
✓ RP>1: frequência do desfecho foi maior entre os
expostos; associação positiva.
• Após achar o valor da RP, sempre que o resultado
for positivo (acima de 1) deve se subtrair 1 do
resultado, pois se considera o intervalo de
segurança.
• O estudo transversal observa e cria hipóteses em
cima da prevalência e o estudo de coorte confirma.
OBS:
* Prevalência é estudo transversal → observação da
população em um único momento, coletando
variável dependente e independente. A medida de
associação é a PREVALÊNCIA (não difere casos
novos de casos antigos). Neste estudo jamais vai
provar que aquele desfecho é devido aquela causa.
* Incidência é estudo de coorte. Escolha da
população segundo variável independente.
Acompanha os indivíduos até o desfecho. Medida
de associação é a INCIDÊNCIA (RISCO).
→ Vantagens x Desvantagens:
VANTAGENS
➢ São relativamente baratos, rápidos e fáceis de
conduzir.
➢ Úteis na investigação das exposições que são
características individuais fixas tais como grupo
étnico e grupo sanguíneo.
➢ Na investigação de surtos epidêmicos, a
realização de um estudo transversal medindo
diversas exposições é, em geral, o primeiro passo
para a determinação da sua causa.
➢ Úteis para avaliação das necessidades em saúde
da população.
➢ Forma eficiente de realizar o acompanhamento
da transição epidemiológica quanto à prevalência
de doenças crônicas.
➢ Pode ser usado como linha de base em um
estudo de coorte.
➢ Úteis para o planejamento, monitoramento e
avaliação de saúde pública. Por exemplo, às vezes o
Programa Nacional de AIDS conduzia pesquisas
sentinela transversais entre grupos de alto risco e
mães prénatais todos os anos para monitorar a
prevalência do HIV nesses grupos.
DESVANTAGENS
➢ Não é capaz de garantir a temporalidade na
associação entre a variável independente (causa) e
a dependente (doença), isto é, não garante que o
fato associado precede o desfecho.
➢ Condições de baixa prevalência exigem amostras
de grande tamanho.
➢ Não recomendado para doenças raras.
➢ Não calcula incidência.
➢ Não afere risco.
➢ Não é possível estabelecer relações causais.
➢ Não indicado para doenças de curta duração
(infecciosas).
→ Exemplos:
1.
Bruna Embacher Sanz ❥
Saúde Coletiva e Atenção Primária IV - 4° Semestre
• Estatística limpa.
• Fala das variáveis e como serão tratadas. Teste
qui quadrado testa por variáveis categóricas as
associações entre os dados.
• Estudo transversal (descritivo): descreve as
estratégias de tratamento na FA.
• Para estudo analítico: poderia analisar outro
método para os pacientes com tromboembolismo e
caso tivesse efetividade poderia mudar o protocolo.
2. Em um estudo transversal realizado no
município de São Paulo no mês de novembro de
2019,1400 pessoas foram entrevistadas acerca
dos seus estado de saúde. 200 pessoas
responderam que fumavam, das quais 80 eram
hipertensas. 1200 pessoas não fumavam, das
quais 200 eram hipertensas.
A prevalência de hipertensão entre os tabagistas foi
2,4 vezes a prevalência dos não tabagistas na
cidade de São Paulo, em novembro de 2019.
OU
A prevalência de hipertensão entre os tabagistas foi
1,4 vezes maior do que a prevalência dos não
tabagistas, em novembro de 2019.
3. Estudo realizado em seis capitais do nordeste
do Brasil no período de Julho a Dezembro de
2019 com 1800 pessoas, observou por meio da
coleta de dados que 1000 eram hipertensos das
quais 420 tinham diabetes. E 800 pessoas não
eram hipertensos porém 120 tinham diabetes.
Assim, é possível afirmar que a prevalência de
diabetes entre os hipertensos foi 1,8 vezes maior
do que os não diabéticos? CERTO.
4. Estudo conduzido pela Secretária Estadual de
São Paulo analisou no período de 15 meses 900
mulheres e observou que 500 não realizam
atividade física e 120 são hipertensas e 400
realizam atividade das quais 80 têm hipertensão.
Assim, é possível afirmar que a prevalência de
hipertensão em mulheres que realizam atividade
física foi 1,2 vezes maior do que as que não
realizam? Certo ou Errado? ERRADO.
A prevalência hipertensão em mulheres que
realizam atividade física foi 0,2 vezes menor do que
as que não realizam.
FORMS 2 - ESTUDO TRANSVERSAL
1.Em um estudo transversal realizado no
município de Mauá no mês de Julho de 2019,
1750 pessoas foram entrevistadas acerca dos
seus estado de saúde. 650 delas eram obesas,
das quais 220 tinham diabetes. Outras 1100 não
eram obesas, das quais 310 tinham diabetes.
Segundo esses dados, qual seria a associação
entre a obesidade e o diabetes?
a) A associação foi positiva, o risco de ter diabetes
entre os obesos em comparação aos não obesos foi
foi de 1,2.
b) A associação foi negativa, pois os obesos eram
33% menos diabéticos que os não obesos.
Bruna Embacher Sanz ❥
Saúde Coletiva e Atenção Primária IV - 4° Semestre
c) A associação foi positiva, pois os obesos eram
17% mais diabéticos que os não obesos.
d) A associação foi positiva, pois os obesos eram
35%menos diabéticos que os não obesos.
→ Variáveis:
● Exposição (fator causal suspeito):
OBESIDADE
● Desfecho (condição final do fator causal):
DIABETES
1) População definida (1750 pessoas
entrevistadas).
2) Coleta de dados sobre exposição e desfecho.
3)
- Indivíduos expostos, que não apresentam o
desfecho: 220.
- Indivíduos expostos, que não apresentam o
desfecho: 650 - 220 = 430.
- Indivíduos não expostos que apresentam o
desfecho: 330.
- Indivíduos não expostos que não apresentam o
desfecho: 1100 - 310 = 790.
EXPOSIÇÃO DESCRIÇÃO
SIM NÃO
SIM
A = indivíduos
expostos que
apresentam o
desfecho =
220
B = indivíduos
expostos que
não
apresentam o
desfecho =
430
NÃO
C = indivíduos
não expostos
que
apresentam o
desfecho =
310
D = indivíduos
não expostos
que não
apresentam o
desfecho =
790
→ Prevalência do desfecho entre os expostos:
A/ A+B = 220/220 + 430 = 0,33 (usar apenas 2
casas depois da vírgula).
OBS: A+B = total de entrevistados expostos.
→ Prevalência do desfecho entre os não expostos
C/ C+D = 310/1100 = 0,28 (usar apenas 2 casas
depois da vírgula).
OBS: C+D = total de entrevistados não expostos.
→ Razão de Prevalência (RP):
a / a+b ÷ c / c+d = 1,17
OBS: Após achar o valor da RP, sempre que o
resultado for positivo (acima de 1) deve se subtrair
1 do resultado, pois se considera o intervalo de
segurança.
Então:
1,17 - 1,0 = 0,17
0,17 x 100% = 17%
R: A associação foi positiva, pois os obesos eram
17% mais diabéticos que os não obesos.
2. Há vantagens e desvantagens em realizar cada
um estudo transversal. Selecione a alternativa
que contém uma situação na qual o estudo
transversal seria indicado.
a) Farmacêuticos estão testando uma nova droga, e
desejam selecionar um grupo de pessoas para
utilizá-la, em comparação a um placebo.
b) O gerente de uma unidade básica de saúde
precisa saber quantos casos de atrofia muscular
espinhal há em sua área de abrangência e os
fatores de causa, ou seja risco.
c) Pesquisadores desejam saber se o tipo de
nascimento (normal ou cesariana) influenciam o
risco de desenvolver asma na adolescência.
d) O secretário de saúde de um município deseja
saber como anda a evolução do número de
usuários diabéticos assistidos no município ano a
ano.
3. Escolha a alternativa que contém apenas
características corretas acerca dos estudos do
tipo transversal:
a) É uma forma eficiente de realizar o
acompanhamento da transição epidemiológica
quanto à prevalência de doenças crônicas.
b) É um grande suporte para a tomada de decisão
da gestão, apesar do custo elevado e não verificar a
incidência de doenças.
c) É uma boa forma de avaliar o perfil
epidemiológico de uma população, apesar de ser
caro e relativamente demorado.
Bruna Embacher Sanz ❥

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