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Epoché de Husserl e a Clínica do Sujeito

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Segundo Husserl, “Epoché” significa a suspensão do mundo, como que parado no tempo, embora com todas as suas características presentes e, por isso, passíveis de serem analisadas “de fora”, por um observador exterior. O “Epoché” de Husserl que suspende o mundo no tempo e no espaço, permite a quem medita conhecer-se a si próprio e tomar consciência da sua própria essência, e a autoconsciência adquirida desta forma é o “eu puro” de Husserl (ou o “eu transcendental”).
	Caracterizando a qualidade metodológica da Epoché, Husserl nomeou duas etapas principais de redução (“suspensão”), no caminho de uma filosofia fenomenológica:
a) Redução Psicológica: é a recusa, como filósofo, em aceitar a evidência empírica, de uma atitude natural, como sendo suficiente para a fundação de um verdadeiro conhecimento. Resumidamente: a primeira etapa da Epoché estará realizada quando tudo que nos é exterior, mesmo as outras pessoas, estiver colocado “entre parênteses”.
b) Redução Fenomenológica ou Transcendental: para Husserl, a característica da “atitude natural” não se limita à forma pela qual nos relacionamos com o mundo exterior; também os atos da consciência e o “eu” podem ser tratados como o mundo externo. Husserl propõe então que coloquemos também “entre parênteses”, a própria consciência, o “eu” e os seus atos. É preciso refletir sobre o refletido. É preciso pensar o pensado (reflexão transcendental). Passamos, assim, do ego cogito cartesiano para o ego cogito cogitatum da fenomenologia husserliana (HUSSERL, E. [1972 (1913)] Ideas I- General Introduction to pure Phenomenology, New York: Collins Books, p. 155 a p. 165).
	Para Goto (2004), realizar a epoché  “consiste em nos ausentarmos por completo dos julgamentos que temos (...). Só desta maneira que é possível chegarmos à reflexão clarificadora do fundamento último e absoluto e deixar surgir o sentido de ser de algo” (p. 27). 
Quando se tira a razão ficam então as dimensões universais da experiência, corporeidade, temporalidade, espaciedade, intersubjetividade e coletividade.
Na intervenção terapêutica nem tudo é cura, maior parte é abrir a consciência do sujeito.
Narrativa é a experiencia do corpo transformada depois de um tempo. 
Borderline é o presente supervalorizado na experiência.
Existencialismo = eu chego na essência da experiencia, mas eu nunca chego na essência de quem eu sou. Eu primeiro existo para que aquilo se torne quem eu sou. Eu primeiro escolho para que eu me torne quem eu sou. 
Desespero de ter que se constituir para que algo componha a minha história. A todo momento estou tendo que escolher, e decisões podem ser destrutivas, as ações podem ser ações que destruam a minha existência. 
Patológico acontece quando algo se descompensa na experiência. 
A clínica é do sujeito e não do objeto, objeto se explica e sujeito não, sujeito se descreve, é autentico e único. A clínica é uma psicologia negativa, não é laboratório não é para mensurar se você está ou não doente porque aí é clínica da doença quando que a clínica é do sujeito que experiencia o mundo, o sentido da vida e do mundo para o sujeito.
Clínica é uma relação, uma troca e não precisa necessariamente de espaço físico tal como a redução de danos. A clínica é a minha relação com o sujeito, é no encontro que o outro aparece e não na teoria. Clínica tem um método, mesmo que seja a suspensão da teoria.

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