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Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 1 1. Introdução As emergências respiratórias pediátricas estão entre as causas mais frequentes de internação hospitalar e óbitos em crianças menores de 1 ano de idade. Desta forma, é essencial o reconhecimento precoce e ações imediatas de tratamento para prevenir a parada cardiorrespiratória. A insuficiência respiratória aguda (IRpA) é a incapacidade do sistema respiratório em manter a oxigenação e/ou ventilação ocasionando falha no suprimento das demandas metabólicas do organismo. Considera-se outra definição com base na avaliação da gasometria arterial, a saber: PaO2 <60mmHg, PaCO2 >55mmHg e SatO2 <90%. A população pediátrica é particularmente suscetível a desenvolver distúrbio respiratório de maior gravidade, em decorrência de diversos fatores inter-relacionados que favorecem essa evolução, que vão desde peculiaridades anatômicas a características fisiológicas e imunológicas. Particularidades na criança que predispõem à Insuficiência respiratória 2. Definição Incapacidade do sistema respiratório de atender às demandas de oxigenação e/ou ventilação (eliminação de CO2) produzido por nosso organismo. ❖ Oxigenação difere de ventilação ❖ Oxigenação relaciona-se membrana capilar, alvéolos e trocas gasosas ❖ Ventilação depende da mecânica respiratória sendo representada pela fórmula VA = VC (volume corrente) x FR Angústia respiratória → Condição clínica caracterizada por sinais e sintomas de padrão respiratório anormal, como elevação de frequência respiratória (taquipneia) e aumento de esforço. A angústia respiratória é considerada um estado de compensação no qual o paciente mantém as trocas gasosas adequadas a partir do aumento do trabalho e da frequência respiratória Insuficiência respiratória → Incapacidade dos pulmões em fornecer oxigênio suficiente ou remover o dióxido de carbono para atender às demandas metabólicas do organismo. Quando criança entra em exaustão ou apresenta piora da função respiratória que não pode ser compensada, instala-se a insuficiência respiratória. Na situação de deterioração, seja pela história natural da doença ou pelo atraso ou ausência de tratamento, o paciente entra no estágio de falência cardiopulmonar que antecede a parada cardiorrespiratória. A falência cardiopulmonar pode ser conceituada como insuficiência respiratória associada a choque, que requer intervenção imediata para evitar parada cardiorrespiratória. Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 2 É importante destacar que os problemas respiratórios podem ou não evoluir nessa sequência relatada, dependendo da história natural da doença e do tratamento instituído. Além disso, em algumas situações a insuficiência respiratória pode instalar-se de forma abrupta sem ser precedida pela angústia respiratória, como na obstrução de via aérea por corpo estranho. 3. Particularidades na criança Existem diversas particularidades nas crianças que as tornam mais suscetíveis ao desenvolvimento de insuficiência respiratória, podendo ser destacadas ❖ Pequeno diâmetro das vias aéreas que produz mais tendência à obstrução ❖ As funções musculares intercostal e diafragmática menos maduras, favorecendo a exaustão ❖ Os poros de ventilação colateral (canais de Lampert e Poros de Kohn) pobremente desenvolvidos, favorecendo a formação de atelectasias ❖ A caixa torácica mais complacente ❖ A incoordenação toracoabdominal durante o sono REM, que prejudica a higiene brônquica ❖ Os pulmões com menos elastina nas crianças pequenas, levando à diminuição na propriedade de recolhimento elástico, com consequente diminuição na complacência pulmonar ❖ O sistema imunológico em desenvolvimento, favorecendo as infecções Metabolismo ❖ Aumento de consumo de oxigênio ❖ Maior metabolismo ❖ Quanto menor a idade, menor o metabolismo Via aérea superior ❖ Respiração mais dependente do diafragma que nos adultos ❖ Constrição mais acentuada → Cartilagem cricóide nas crianças DO2 VO2 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 3 ❖ Caixa torácica ➢ Complacência aumentada (por terem costelas mais cartilaginosas) ➢ Tórax em barril (cilindro) ➢ Pouco surfactante e pouca elastina, favorecendo a atelectasia em quadros infectantes ➢ Costelas cartilaginosas e horizontais ➢ Esterno não ossificado totalmente ➢ Músculos e desenvolvimento → Poucas fibras tipo I; mais fibras tipo II (estriadas que tendem a fadigar mais) ➢ FR mais elevada ➢ Incoordenação sono REM ❖ Resistência da via aérea *Resistência (R) Processos inflamatórios que aumentam a resistência →Asma, bronquite e bronquiolite ❖ Parênquima pulmonar ➢ Ventilação colateral pobre → Poros de Kohn e canais de Lambert ➢ Menos elastina → Menor complacência pulmonar ➢ Menor quantidade de surfactante ➢ Totalmente formado entre 7 – 8 anos 4. Classificação Insuficiência respiratória pode ser classificada pela fisiopatologia subjacente ou duração do processo. A classificação fisiopatológica baseia-se no conteúdo de O2 e CO2 no sangue arterial. A insuficiência respiratória hipoxêmica (oxigenação inadequada) é definida como a pO2 arterial < 60 mmHg em ar ambiente, enquanto a insuficiência respiratória hipercápnica (ventilação inadequada) é definida como a pCO2 arterial > 50 mmHg, sendo Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 4 importante ressaltar que as duas formas podem coexistir como uma falha combinada de oxigenação e ventilação. Na avaliação por critério de tempo, a insuficiência respiratória é classificada em aguda quando as alterações são de início recente (horas ou dias) e crônica quando as alterações desenvolvem-se ao longo de semanas ou anos. No quadro agudo os mecanismos compensatórios fisiológicos ainda não ocorreram, produzindo desequilíbrio acidobásico. Já nos quadros crônicos os mecanismos compensatórios, têm tempo para atuar, melhorando o transporte de O2 (aumento dos níveis de hemoglobina) e compensando a acidemia respiratória (aumento dos níveis de bicarbonato). Gasometria ❖ Tipo I (hipoxêmica) → PaO2 baixa; PaCO2 normal ❖ Tipo II (hipercápnica) → PaO2 baixa; PaCO2 elevada Anatômica ❖ Alta → Acima da laringe ❖ Baixa → Abaixo da laringe Tempo de instalação (duração) ❖ Aguda → Horas ou dias ❖ Crônica → Tempo de compensação *Lembrando que o rim age no sistema tampão do bicarbonato em paralelo com a atividade bulbar Tipos de hipoxemia ❖ Hipóxia hipoxêmica → Redução da PaO2 no sangue ❖ Hipóxia anêmica → Redução da taxa de Hb ❖ Hipóxia circulatória → Redução do volume circulante ❖ Hipóxia histotóxica → Incapacidade celular 5. Etiologia Causas neurológicas ❖ Sistema nervoso central (SNC) ➢ Medicamentos (sedativos, anestésicos); epilepsia; encefalopatia hipóxicoisquêmica; acidentes vasculares ➢ Trauma crânio encefálico; infecções (meningites, encefalites) ❖ Sistema nervoso periférico (SNP) ➢ Síndrome de Guillian Barré; miastenia gravis; infecções (miosites, botulismo) ➢ Intoxicação por organofosforado; bloqueio neuromuscular por medicamentos Causas pulmonares ❖ Patologias obstrutivas de vias aéreas ➢ Obstrução de vias aéreas superiores → Laringite; epiglotite; corpo estranho ➢ Obstrução de vias aéreas inferiores → Asma aguda; bronquiolite aguda; compressão extrínseca ❖ Patologias restritivas do parênquima pulmonar ➢ Edema pulmonar; pneumonia; síndrome do desconforto respiratório agudo ➢ Doença da membrana hialina; fibrose pulmonar DC = VS x FC Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 5 Causas mecânicas❖ Caixa torácica → Derrame pleural; pneumotórax; trauma torácico; hérnia diafragmática (congênito) ❖ Esqueléticas → Cifoescoliose; malformações torácicas; escoliose congênita ❖ Abdominais → Ascites volumosas; tumores abdominais; hemorragia intra-abdominal; obstrução do trato gastrointestinal Causas de transporte de gases aos tecidos ❖ Choque ❖ Insuficiência cardíaca ❖ Alterações metabólicas ❖ Intoxicação por cianeto Causas metabólicas (as principais) ❖ Hipofosfatemia ❖ Hipomagnesemia ❖ Hipopotassemia ❖ Alcalose metabólica grave → Relaciona-se com o pH 6. Quadro clínico O quadro clínico da insuficiência respiratória pode variar de acordo com a etiologia e a faixa etária da criança. No lactente os sinais e sintomas são mais exuberantes do que no adolescente. No entanto, há um ponto em comum: a taquipneia. Este é o sinal clínico mais precoce em qualquer idade, uma vez que para manter a oxigenação próxima ao normal ocorre o aumento do volume minuto (Vol Min) como mecanismo compensatório. Sabe-se que o Vol Min = Volume corrente (VC) X frequência respiratória (FR). No VC inclui-se também o espaço morto (EM) onde não ocorre a troca gasosa. Vol min = (VC-EM) X FR. A bradipneia e a apneia são sinais de maior gravidade e mais tardios. Outros sinais e sintomas respiratórios: dispneia, tiragens intercostais e subdiafragmáticas, tiragens de fúrcula, batimento de asa de nariz, diminuição ou ausência dos sons respiratórios são comuns no desconforto respiratório de qualquer etiologia. O estridor está presente em obstruções da via aérea superior, sibilos nas obstruções de via aérea inferior e crepitações nas doenças do parênquima pulmonar. O gemido (fechamento da glote para aumentar a capacidade residual) é um sinal de alerta importante de fadiga. Cianose é um sinal tardio, principalmente em pacientes com anemia. Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 6 Sinais de esforço respiratório e frequência respiratória normal para a idade Associação entre som respiratório anormal e local de comprometimento respiratório Alterações gasométricas nos diferentes tipos de insuficiência respiratória Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 7 Sinais relacionados aos tipos sindrômicos de problemas respiratórios Sinais cardiovasculares como taquicardia ou bradicardia, hipotensão, hipertensão, má perfusão periférica e pulso paradoxal indicam maior gravidade. Sinais gerais como irritação, sonolência, fadiga e sudorese também podem estar presentes. Valores normais da frequência respiratória de acordo com a faixa etária Respiratório ❖ Taquidispneia ❖ Sons respiratórios ❖ Gemido ❖ Bradpneia ou apneia Cardiovascular ❖ Taquicardia ❖ Hiper ou hipotensão ❖ Má perfusão ❖ Cianose Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 8 Sinais gerais e SNC ❖ Sonolência ou irritabilidade ❖ Palidez ❖ Fadiga ❖ Sudorese *Fase inicial tende a ter mais a participação das catecolaminas e a fase tardia tem mais a participação de padrões de falência sistêmica 7. Avaliação complementar Os exames complementares devem ser orientados de acordo com a suspeita diagnóstica da doença que ocasionou a IRpA. O Raio-X de tórax pode auxiliar na confirmação dos achados clínicos de uma pneumonia, atelectasias, derrame pleural e avaliar complicações das intervenções/procedimentos, como o pneumotórax. gasometria arterial é muito útil na avaliação da oxigenação, ventilação e metabolismo celular. Auxilia também na diferenciação do processo agudo ou crônico. A oximetria de pulso é um bom parâmetro para a monitorização contínua e para avaliação da resposta imediata da oxigenoterapia. Monitor cardíaco e oximetria de pulso Gasometria arterial – Valores normais *BE positivo retem base e negativo perdem base Radiografia de tórax De acordo com a suspeita clínica ❖ Triagem infecciosa → Hemograma, hemocultura e PCR ❖ Eletrólitos → Potássio, fosfato, magnésio e cálcio ❖ Tomografia → Crânio ou tórax ❖ Se derrame pleural pode solicitar USG Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 9 8. Conduta terapêutica Sempre buscar manter o seguinte sistema Avaliação e manejo da insuficiência respiratória (Ver Med Minas Gerais 2013) *Angústia e desconforto são sinônimos Metas terapêuticas dirigidas (enfoque estruturado em relação à via aérea, respiração e circulação) ❖ Garantir a patência e a manutenção da via aérea superior Garantir patência e manutenção da VA Suporte respiratório Suporte cardiovascular Tratamento da doença base Quadro pré-parada. Paciente que vai precisar intubar Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 10 ➢ Promover posição de conforto ou abertura da via aérea superior → Posicione corretamente a cabeça da criança, de forma a alinhar os eixos oral, traqueal e faríngeo. ➢ Se necessário, aspiração das vias aéreas com remoção de secreções, muco ou sangue. ➢ Realiza-se a abertura das vias aéreas com manobra manual de inclinação da cabeça e elevação do queixo. Se houver suspeita de lesão de coluna cervical, deve-se elevar a mandíbula, sem inclinação da cabeça. ➢ Pode-se utilizar dispositivos como a cânula orofaríngea (Guedel) quando o paciente está inconsciente ou a cânula nasofaríngea que pode ser usada em crianças conscientes, com reflexo de tosse intacto. ❖ Oferecer suporte respiratório (oxigenação e ventilação) ➢ Oxigenoterapia → A oferta de O2 é mandatória na IRpA, mesmo com SatO2 >92%, para otimizar o transporte de O2 aos tecidos e diminuir o trabalho respiratório (Vol Min). Se a criança estiver mantendo ventilação espontânea efetiva, pode-se administrar O2 por meio de numerosos dispositivos. A escolha do sistema de oferta de O2 é determinada pela condição clínica da criança e pela concentração desejada de oxigênio. Se o paciente apresenta ventilação espontânea não efetiva ou estiver inconsciente deve-se proceder à ventilação assistida com o dispositivo bolsa valva-máscara com reservatório. A FiO2 permanece próxima de 100% se a máscara estiver bem acoplada na face. Os pacientes com doença pulmonar crônica e retenção crônica de CO2 perdem o estímulo hipercapnico do centro respiratório. São pacientes dependentes do estímulo hipóxico e necessitam de titulação da oxigenoterapia e, portanto, não se pode utilizar os disposi- tivos de alto fluxo nestes pacientes. ➢ Cânula nasal de alto fluxo → É um sistema que oferece oxigênio aquecido (37°C) e umidificado (100% de umidade relativa) com um sistema que emprega altas taxas de fluxo e gera uma pressão positiva na via aérea. Vários estudos indicam bons resultados do suporte ventilatório com as cânulas de alto fluxo, especialmente, em crianças com bronquiolite aguda, impedindo a evolução para a ventilação mecânica. Com o alto fluxo ocorre uma redução do espaço-morto, com aumento da oferta de oxigênio e diminuição do PCO2 no alvéolo. Parece uma alternativa promissora em pediatria. ➢ Ventilação não invasiva → É uma alternativa de suporte respiratório que se utiliza antes de optar pela ventilação mecânica (VM) no qual se fornece pressão positiva contínua (CPAP) ou dois níveis de pressão (BIPAP) através de uma interface (máscara ou pronga). Melhora o desconforto respiratório, com incremento na oxigenação e na ventilação. Existem vários estudos mostrando benefício do uso em IRpA e parece uma boa alternativa para evitar a VM. O sucesso da aplicação da VNI depende da seleção adequada do paciente e o momento “ideal” para o seu início. ➢ Ventilação mecânica → Está indicada quando háfalhas nas tentativas anteriores de fornecer oxigenação e ventilação adequadas. ❖ Otimizar suporte cardiovascular ➢ Há uma relação direta entre o sistema respiratório e o cardiovascular. Na insuficiência respiratória aguda moderada a grave qualquer dispositivo pressórico utilizado (VNI ou VM) diminui o retorno venoso, podendo diminuir o débito cardíaco. As patologias pulmonares podem determinar a secreção inapropriada de hormônio antidiurético. Um dos desafios é manter o equilíbrio na fluidoterapia, pois o excesso de fluidos pode acarretar em pior prognóstico na evolução da IRpA. ❖ Tratamento da doença de base ➢ O tratamento será direcionado para o evento que determinou a IRpA. Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 11 9. Manutenção da via aérea Posicionamento Cânula orofaríngea *A posição B é a correta Cânula nasofaríngea Oxigenioterapia ❖ Cálculo FIO2 → 21% (quantidade do oxigênio em condição ambiente) + 4% por litro ofertado; válidos para manobras não invasivas Dispositivos de baixo fluxo ❖ Cânula nasal (cateter) ➢ FIO2 25 – 40%; fluxo de 1 – 4 litros ➢ Desempenho variável/ fluxo dependente do volume inspiratório ➢ Indicado para quadros leves Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 12 ➢ Resseca mucosa, necessitando ser umidificada ❖ Máscara simples ➢ FIO2 35 – 50%; fluxo de 5 – 10 litros ➢ Muito utilizado nas nebulizações ➢ Não possui válvula Dispositivos de alto fluxo ❖ Máscara não reinalante ➢ FIO2 80 – 100%; fluxo de 10 – 15 litros ➢ Desempenho fixo/ não depende do volume inspirado ➢ Possui válvula onde escapa o CO2 na expiração ❖ Máscara reinalante parcial ➢ FIO2 50 – 60%; fluxo de 10 – 12 litros ➢ Não tem válvula ➢ Pouco utilizado ❖ Máscara de Venturi ➢ FIO2 25 – 50%; fluxo de 8 – 15 litros ➢ Muito utilizado na pediatria ❖ Capacete ou Hood ➢ FIO2 25 – 90%; fluxo de 10 – 15 litros ❖ Cânula nasal ➢ Oxigênio aquecido a 37ºC ➢ Umidificado à 100% ➢ Menos invasivo ➢ Alto fluxo ➢ Pressão positiva ➢ Muito utilizado na pediatria, especialmente nas bronquiolites Normalmente tem o maior fluxo o de coloração laranja Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 13 Suporte respiratório – pressão positiva ❖ Não invasiva → CPAP; BIPAP ❖ Ventilação invasiva → Intubação; fixado com tensoplast (menos alérgico) ou esparadrapo 10. Indicações de intubação Inabilidade de oxigenação e ventilação adequadas Potencial risco obstrução via aérea → Anafilaxia; queimadura de mucosa Nível de consciência → Menor que 9 na escala de Glasgow Parâmetros gasométricos: com pO2 <60 mmHg (FiO2 ≥ 0,6) e/ou um pH < 7,2 devido a elevação da pCO2 (não responsiva as medidas terapêuticas adotadas) 11. Intubação Procedimento *No bebê o coxim coloca no ombro *Pinça a epiglote com a lâmina reta Tamanho → Para crianças maiores que um ano é calculada pela relação idade/4+4 sem cuff; quando usa o cuff a relação passa a ser idade/4+3,5 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 14 12. Casos *Para ser falência ele teria que ter gasping, apneia, hipotensão e bradicardia Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 15 Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL AULA 3: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA NA INFÂNCIA 16 *RCP se ausencia de pulso ou fc < 60 com falencia cardiorrespíratoria Referências bibliográficas Aula de Dra. Adriana Gotschald (16/08/2021) Matsuno, A. K. (2012). Insuficiência respiratória aguda na criança. Medicina (Ribeirão Preto), 45(2), 168-184. Gutiérrez Muñoz, F. R. (2010). Insuficiencia respiratoria aguda. Acta Medica Peruana, 27(4), 286-297. Castell, C. D., Bermúdez, J. M., Coronel, C., & Ruiz, G. O. (2016). Insuficiencia respiratoria aguda. Acta colombiana de cuidado intensivo, 16, 1-24. Piva, J. P., Garcia, P. C. R., Santana, J. C. B., & Barreto, S. S. M. (1998). Insuficiência respiratória na criança. J Pediatr (Rio J), 74(Supl 1), S99-112. da Fonseca, J. G., Sette, A. M. L., & Oliveira, A. R. F. (2013). Avaliação e manejo inicial da insuficiência respiratória aguda na criança. Rev Med Minas Gerais, 23(2), 196-203. Insuficiência Respiratória Aguda; Documento científico SBP 2017
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