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Curso Coronavírus

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Leticia Alves Queiroz 
 
 
CURSO CORONAVÍRUS 
Sars-cov-2: nome do vírus 
Covid-19: Porque a disseminação começou em 2019. 
RNA vírus 
Receptor é ECA- Enzima conversora de angiotensina que encontra-se predominantemente 
nas vias áreas baixas. 
Vírus zoonóticos: vírus transmitidos para seres humanos por animais. Pássaros e mamíferos. 
Morcegos são os principais transmissores. 
Origem do SARS-CoV-2: Muito pouco provável que foi manipulado em laboratório. 
Possivelmente ocorreu uma mutação natural do vírus. 
Início na cidade de Wuhan na China. 
EPIDEMIOLOGIA ATUAL E GRUPOS DE RISCO 
Epidemiologia: Propagação, frequência, distribuição geográfica e prevenção. 
Problemas: perfil de infectividade desconhecido, dificuldade ao acesso a saúde, escassez de 
exames e testagem apenas de casos graves. 
Idade: 59 anos 
Raro em crianças 
Maior em homens e menores em mulheres 
Impacto da idade na doença: Pacientes mais idosos a doença evolui para estágios mais graves. 
 
Jovens internam bastante apesar de a mortalidade acometer pacientes mais idoso. 
Comorbidades: DPOC, diabetes, hipertensão, doença coronária, doença cerebrovascular, 
hepatite B, câncer, doença renal crônica e imunodeficiências. 
(R0) nº básico de reprodução= Taxa de ataque X contatos 
Covid-19: R0= 2.2 
Quanto mais alto o R0 mais alastrada a doença se torna. 
Incubação: Tempo médio entre 8 e 14 dias. 
MECANISMO DE TRANSMISSÃO 
Pacientes oligossintomáticos e assintomáticos transmitiram bastante o vírus. 
O contato direto com pessoas sintomáticas transmite o vírus. 
Doença de vias aéreas inferiores. 
Gotículas com partículas virais ao serem eliminadas pela tosse podem transmitir a doença. 
Podem produzir aerossóis que possuem gotículas menores, são produzidos na manipulação 
das vias aéreas inferiores como intubação, extubação, aspiração traqueal, broquioscopia, 
traqueostomia. 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Transmissão por meio de fomites 
Uma pessoa com o Covid produz uma secreção e se depositam partículas virais em 
superfícies como maçanetas, roupas, torneiras. Duração do vírus em cada superfície: 
Aço: Até 5 dias 
Madeira: até 4 dias 
Vidro: até 4 dias 
Plástico: até 5 dias 
Luva: até 5 dias 
Na roupa: até 2 dias. 
Transmissão intra-hospitalar: 29% 
Diminuição da transmissão: Lavar as superfícies com água sanitária, clorexidina mata o vírus 
em até 10 minutos, iodo povidine mata o vírus em até 1 minuto e etanol >70% mata o vírus em 
30 segundos. 
ASPECTOS CLÍNICOS 
Mortalidade 
• Geral: 0.2-6.6 
• Mundial: 4.3% 
• 70-79 anos: 8% 
• >80 anos: 15% 
• Profissionais: 29 % 
Grupos de Risco 
• DPOC ou doenças pulmonares 
• Doenças cardiovasculares (Covid relacionado com danos miocárdicos) 
• Diabéticos 
• Hipertensos 
• Idosos 
Quadro Clínico 
• Pode progredir com uma síndrome gripal, mas é predominantemente de vias aéreas inferiores 
com pneumonias e problemas pulmonares 
• Febre (nos primeiros dias de sintomas, não é Covid normalmente), fadiga e mialgia 
• Tosse seca 
• Falta de ar de tanta tosse 
• Diarreia (até 30% dos pacientes com Covid, sem ter a infecção de vias aéreas e progredir para 
um quadro dispneico) 
• Dispneia e pode evoluir para síndrome respiratória aguda grave 
• Cerca 10-15% dos casos progridem para intubação 
• Infecção inicial: febre, diarreia, cefaleia leve. Sinais: linfopenia, aumento de TP, LDH e D-
dímero 
• Fase Pulmonar: Dispneia P/F<300.Imagem alterada, aumento de TGO e TGP e procalcitonina 
normal (se alterada indica infecção bacteriana associada) 
• Fase hiperinflamatória: Síndrome do desconforto respiratório, choque e insuficiência cardíaca. 
Sinais: Aumento de PCR, LDH, IL-6,ferritina, aumento D-dímero, troponina e BNP(?) 
• Exames laboratoriais: 
Hemograma: linfopenia, plaquetopenia 
Coagulograma: Aumento do INR, D-dímero e CIVD 
Inflamação: PCR, DHL e ferritina 
Marcador Orgânico: Troponina, creatinina e ureia e TGO e TGP. 
 
 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
MANEJO DA COVID-19 NO CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL 
Informações Gerais 
• Clinica semelhante à população geral 
• Aparentemente não há transmissão vertical. 
• Aumenta o risco de trabalho de parto prematuro 
• Aumento da cesárea por cardiotocografia alterada 
Relembrando conceitos: 
• Síndrome gripal: Febre+ tosse ou odinofagia+ mialgia ou artralgia ou cefaleia 
• Tratamento: Oseltamivir 75 mg VO 12/12h 5 dias 
• Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): Síndrome gripal+ dispneia ou 
• sat de oxigênio <95% ou exacerbação de doença pré-existente. 
• Tratamento: Internada+ tratamento de suporte+ Oseltamivir 75 mg VO 12/12h 5 dias 
• Benefício do uso de oseltamivir (antibiótico) 
GESTANTE COM SUSPEITA DE COVID-19/MANIFESTAÇÃO LEVE 
• Isolamento domiciliar 14 dias 
• Antitérmico (1º paracetamol) 
• Repouso e hidratação 
• Oseltamivir se síndrome gripal 
• Orientar sinais de alarme para retorno 
 
Orientações para o pré-Natal ( de maneira geral) 
• Consultas espaçadas 
• Sem acompanhantes 
• Sem transporte público 
• Questionar sintomáticos 
• Caso tenha sintomas orientar a procura de um pronto atendimento e atrasar a consulta se 
possível. 
• Orientar a tomar a vacina da gripe 
• Afastamento do trabalho caso tenha contato direto com pessoas infectadas (profissionais da 
saúde) ou início da licença maternidade precoce. 
Cuidados com o RN 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
• RN= pessoa em investigação (separar mãe e bebê?) 
• Lavar mãos e máscara para cuidados e amamentação 
• Avaliar ordenha/fórmula. 
• Manter vérnix caseoso por 24h? (ainda em estudo para comprovar a eficácia na proteção do 
bebê). 
COMO FAZER O DIAGNÓSTICO DE COVID-19? 
Definição dos casos: 
Local: é quando consegue identificar o caso índice 
Comunitária: Quando não é possível identificar o caso índice, há um grande número de 
pessoas infectadas. 
Os casos podem ser divididos em: caso confirmado, caso provável, caso suspeito e caso 
excluído. 
Situação 1 
Febre +Sintomas respiratórios 
Via aérea superior: congestão nasal/conjuntival, coriza, odinofagia, tosse, escarro. 
Via aérea inferior: tosse, escarro, dispneia, sat 02<95%, cianose, tiragem, batimento de asa 
nasal. 
Viagem para área afetada< 14 dias 
Situação 2 
Febre ou sintomas respiratórios+ contato próximo de caso suspeito ou confirmado. 
• < 2m e > 15 min de caso suspeito ou confirmado 
• Convivência no mesmo ambiente de caso suspeito 
• Contato eventual (horas) com caso confirmado (visitar, compartilhar sala de espera) 
Situação 1 + situação 2= Caso suspeito 
Não apresenta nenhuma das duas situações= caso excluído 
Situação 3 
Febre ou sintomas respiratórios + contato domiciliar com caso confirmado < 14 dias 
Caso apresente esses sintomas e se encaixe nesse quadro: Caso provável 
Não se encaixa nesse quadro: Caso excluído 
rRt-PCR: positivo- caso confirmado/negativo: caso excluído 
No entanto, alguns guidelines não consideram caso excluído na primeira amostra de Swab 
negativa em casos com quadros típicos de COVID- 19, pois nos primeiros dias o teste pode ser 
menos sensível. 
QUAIS EXAMES SÃO RELEVANTES PARA COVID-19? 
 
Etiológicos 
• rRt-PCR: de acordo com a OMS deve ser feito em todos os suspeitos. No Brasil, é feito em 
pacientes graves e profissionais da saúde. 
• IDSA: Associação de doenças infecciosas 
• O teste deve ser feito em grupos de risco, pacientes graves e profissionais relevantes ao 
combate da pandemia. 
• Como é feita a coleta: 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Swab nasal ou orofaríngeo, escarro, aspirado traqueal e lavado broncoalveolar. 
Swab nasal: 63% de sensibilidade 
Swab orofaríngeo: 32% de sensibilidade 
Escarro: 72% de sensibilidade 
Aspirado traqueal/lavado broncoalveolar: 93% de sensibilidade 
• O descarte de COVID não é possível porque a sensibilidade é modificada de acordo com a 
progressão da doença. 
• Se Positivo: confirmar COVID 
• Se negativo: não pode excluir COVID 
• Testes rápidos 
- Sangue, anticorpos, swab nasal e orofaríngeoe antígeno. 
 - Tempo de exame: 15 min 
 
Sequenciamento Viral 
• Avalia a sequência genômica do vírus. Confirmação viral, identificação de mutações e não é 
feito de rotina para todos os pacientes (não é muito útil no P.S) 
• Painel viral :utilizado para diagnóstico diferencial, mas não exclui COVID-19. 
• Sorologia: Em estudo, amostras pareadas (2 semanas). Ideal para casos suspeitos com PCR 
negativo. 
• Cultura: Cultura viral não é recomendada. Cultura bacteriana deve ser coletada em pacientes 
graves para DDs. 
 
PROGNÓSTICOS 
Mais comuns: Linfopenia, ferritina aumentada, PCR, DHL e D-dímero. 
Menos comuns: anemia, neutrofilia, plaquetopenia, TGO/TGP, bilirrubinas, CPK, procalcitonina, 
TP/TTPa, disfunção renal. 
Associados a mortalidade: linfopenia persistente (indica miocardite viral), troponina elevada, 
Ferritina/DHL/Il-6, SOFA elevado (avalia disfunções orgânicas), dímero D elevado (pode não 
estar associado a mortalidade porque 50% dos pacientes possuem D- dímero elevado). 
Não pode esquecer de pesquisar superinfecção bacteriana- procalcitonina, hemocultura, 
escarro/LBA, padrão de imagem. 
Covid-19 não cursa com derrame pleural. 
Miocardite é um fator prognóstico relevante- Pedir troponina, ECG/ECO (pacientes graves). 
Insuficiência respiratória é a principal causa de morte- 
• Pedir gasometria arterial 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
• Raio-X/TC de tórax-infiltrado em vidro fosco. 
Técnica de coleta de swab para pesquisa viral 
• 1º passo: Separe o material (3 swabs, um tubo falcon, um frasco de SF 0,9% de 10ml, 1 
espátula) 
• 2º passo: Se paramentar e explicar o procedimento ao paciente. Com máscara N95, luvas, 
avental, óculos) 
• 3ºpasso: Coleta da primeira narina 
• 4º passo: Coleta da segunda narina, introduzir na narina e girar o swab e após isso quebrar na 
marquinha vermelha e colocar no tubo falcon. 
• 5ºpasso: coleta na orofaringe, com uma mão abaixe a língua do paciente com a espátula e com 
a outra passe o swab na parede posterior da orofaringe. 
• 6º passo :Preencher o tubo falcon com 3-5 ml de SF 0,9% 
• 7º passo: Solicitar o PCR para SARS-CoV-2 e “painel viral 
FERRAMENTAS RADIOLÓGICAS 
• Raio-X de tórax 
• Tomografia computadorizada 
• Ultrassom (point of care) 
Tomografia Computadorizada 
Para quem pedir? 
Segundo o colégio brasileiro de radiologia a indicação é não realizar testes radiológicos em 
pacientes assintomáticos e sintomáticos leves/moderados (IGM-positivo) e realizar o teste 
radiológico em pacientes sintomáticos leves/moderados (IGM-negativo ou sem teste) e graves 
/hospitalizados. 
Segundo o consenso de radiologistas o teste radiológico de ser feito em sintomáticos 
moderado/severo (COVID+) (hipóxia e dispneia) e probabilidade pré-teste em situação de 
recursos restritos. 
Em um cenário onde há disponibilidade de teste é indicado testar o paciente para o COVID e 
mesmo dando negativo realizar o teste radiológico. Essa conduta evita contaminação 
comunitária e auxilia na pesquisa de outras patologias. 
Pacientes com sintomas leves que não possuem dispneia, não teve ser feito o teste 
radiológico, com exceção de pacientes maiores de 65 anos, hipertensos, diabéticos, DPOC e 
imunossuprimidos. 
Quando pedir? 
Como? 
Não devo usar contraste intravenoso, quando o paciente for nefropata porque o iodo é 
nefrotóxico e quando o paciente for diabético com uso de metiformina porque causa acidose 
na reação com o contraste. No entanto, a maioria dos pacientes graves de COVID evoluem 
para insuficiência renal, portanto o ideal é usar contraste APENAS em paciente com risco de 
TEP (tromboembolismo pulmonar) 
Padrões e categorias 
Padrão típico: Opacidades pulmonares multifocais, em vidro fosco ou consolidação bilateral. 
Ocupa a periferia dos pulmões na parte inferior e posterior. 
Vidro fosco: Área de aumento da densidade, aumento da opacidade, mas os vasos ainda são 
visíveis e distinguíveis. 
Consolidação: Aumento da densidade e da opacidade (mais branca) e não consegue ver os 
vasos passando naquela região, aparece broncogramas aéreos. 
Padrão Indeterminado: Possui algumas características do padrão típico, mas não todas. 
Atenção!! 
Vidro fosco pode ser pneumonias virais, pneumonia organização e micoplasma. 
Plataforma: coranacase.org- Tem radiografias de pulmões com COVID-19. 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Tc atípica: Pensar em outra etiologia 
Consolidação lobar 
 
Linfonodomegalia 
Principalmente nas cadeias mediastinais paratraqueal, infracarinal. 
 
Árvore em Brotamento 
Preenchimento do bronquíolo distal por um material fluído/denso (sangue, muco,puz e célula 
tumoral).Pensar em TB. 
 
Derrame pleural 
 
Lesão Escavada: Quanto mais irregular as bordas das escavações mais indicativo de tumor. 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
Pneumotórax 
 
Padrão Negativo: Tomografia normal, mas não exclui COVID porque nos primeiros dias os 
exames podem aparecer limpos. 
 
Evolução e prognóstico 
Bronquioloactasia: fibrose da região do pulmão 
Dividir o pulmão em terços 
Acima da carina= Terço superior 
Abaixo do nível da carina: terço médio 
No nível das veias pulmonares: Terço inferior 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
TRATAMENTO 
O que fazer com IECA e BRA? 
• O SARS COV-2 se liga ECA2 para entrar na célula. 
• O IECA age inibindo a ECA e o BRA age inibindo o receptor de angiotensina, levando a um UP 
regulation ECA2 facilitando a entrada e replicação do SARS COV-2 (hipótese) 
• Quais são as recomendações para pacientes que utilizam IECA e BRA e estão com COVID-19? 
Benefícios: Diminuem mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca, hipertensão 
arterial, doença arterial coronariana, nefropatia diabética e talvez diminua a lesão pulmonar 
em infecções virais. 
Malefícios: Aumento da replicação do SARS-CoV-2. 
Manter o IECA/BRA em pacientes com indicação adequada, no entanto mais estudos são 
necessários para novas recomendações. 
Terapias antivirais 
• Lopinavir/Ritonavir 
Ritonavir: Inibidor de protease 
Lipinavir: Inibidor do citocromo p450 para aumentar a concentração do Ritonavir. 
Primeiros estudos com SARS-CoV-2 pareceu reduzir SRDA e morte. 
 
Cloroquina/hidroxicloroquina 
Tem efeito antiviral in-vitro. 
Remdesevir 
• Desenvolvido para o vírus ebola 
• Análogo de adenosina-inibe a RNA polimerase. Inibe in vitro a replicação de coronavírus. 
Tocilizumab 
• Inibidor da IL-6. Covid-19 leva a altos níveis de IL-6. Diminuiria a inflamação. 
Plasma Convalescente 
• Dar plasma de paciente já curado com imunoglobulinas contra coronavírus. 
• Raros estudos com MERS 
• Apenas uma série de casos com 5 pacientes 
• Cinco pacientes graves, todos intubados e P/F<300 
• Receberam 2 transfusões com 200 ml de plasma convalescente, 4 dos 5 eram hígidos. 
• Resultados: melhora do SOFA, relação P/F, temperatura, carga viral, ventilação mecânica e 
necessidade de ECMO. 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
*Ibuprofeno (anti-inflamatório não esteroidal): relato de caso de 4 pacientes adultos jovens 
que evoluíram mal na França. Talvez aumenta expressão de receptor ECA2. 
LAVAGEM DAS MÃOS: TÉCNICA 
 Qual produto utilizar? 
Água e sabão quando tiver maior sujidade e álcool sem sujidade visível. O sabão pode ser 
líquido ou em barra e o álcool pode ser líquido (60-80%) e gel/espuma:>70% 
 
A lavagem das mãos deve ser feita de 40-60s e a utilização do álcool de 20-30 s. 
 
Microbiota transitória: Se localiza na camada mais superficial da pele, por um curto período, a 
remoção pode ser feita com higienização simples. 
Ex: Estreptococos, estafilococos, bacilos gram negativos. 
Microbiota Residente: se localiza nas camadas mais profundas por maior período, são 
resistentes a água e sabão e são parcialmente removidas com antissépticos. 
Ex: Estafilococos coagulase e bacilos difoteróides. 
 
Técnica 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
Os cinco momentos para a higienização das mãos 
 
 
 
 
PRECAUÇÃO PADRÃO, POR GOTÍCULAS E AEROSSÓISPrecaução padrão: 
Higienização das mãos :com álcool ou água e sabão. 
Luvas e avental: Quando for ter contato com sangue, líquidos ou itens contaminados. Trocar de 
luvas entre procedimentos. Após o uso lavar as mãos. 
Máscara e óculos: Procedimentos que corram riscos de respingos. 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Material Pérfuro -Cortante: manusear com cuidado os materiais pérfuro cortantes. Realizar o 
descarte em recipientes rígidos e resistentes à perfuração e nunca ultrapassar o limite 
indicado no recipiente. 
Ambiente e equipamentos de assistência: Realizar limpeza e desinfecção ou esterilização, de 
acordo com a classificação do artigo, após o uso e entre pacientes. Seguir os procedimentos 
de rotina para adequada limpeza e descontaminação das superfícies ambientais. 
 Precauções Específicas: 
Contato: Indicação para infecção (ou suspeita de infecção) ou colonização por germes 
passíveis de transmissão por contato direto. 
Luvas e Avental: Durante toda a manipulação do paciente ou contato com superfícies. 
Internação do paciente: em quarto privativo ou em quarto com paciente que apresente 
infecção pelo mesmo microrganismo. 
Equipamentos de cuidado ao paciente :De uso individua ou deve ser higienizado na troca de 
pacientes pois não há equipamentos disponíveis para todos os pacientes. 
Ambiente: Deve ser submetido à desinfecção com álcool a 70% 
(ou produto compatível com a natureza da superfície) a cada plantão. 
Visitas: Restritas ou reduzidas e transporte do paciente limitado. 
 Aerossóis e gotículas: 
 
Podem ser transmitidas por aerossóis: Varicela, sarampo, tuberculose e herpes zoster 
localizado ou disseminado no imunocomprometido. 
Aerossóis 
Máscaras: Utilize máscaras, óculos, avental descartável e luvas quando houver risco de 
contato com sangue e secreções. Indicada máscara N95. 
Internação: Quarto privativo com pressão negativa para que os aerossóis não saiam. Filtragem 
do ar com filtros de alta eficiência. 
Alternativa: Quarto privativo, com as portas bem fechadas e boa ventilação ( 
janelas abertas). 
Gotículas 
Patógenos que podem ser transmitidos por gotículas: Parotidite, coqueluche, rubéola, SRAG. 
Precaução: Máscara cirúrgica 
Chega até no máximo 1 m 
Transporte de pacientes: Limitado, máscara para o paciente. 
Utilize máscaras, óculos, avental descartável e luvas quando houver risco de contato com 
sangue e secreções. Máscara cirúrgica. 
No coronavírus a precaução deve ser feita para gotículas e superfícies (precaução de contato) 
Precaução de aerossóis: Quando for realizar os procedimentos de IOT, VNI (ventilação não 
invasiva), traqueostomia, BMV, broncoscopia. Utilizar máscara N95 e face shild. 
As precauções devem ser feitas em caso de suspeita e confirmado de Covid-19 
Antes de interromper 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Resolução da febre ( sem antipiréticos)+melhora dos sintomas respiratórios+ 2 testes 
negativos em amostras sequencias de nasofaringe com intervalo >24h. 
COLOCAÇÃO E RETIRADA DE EPIS 
Norma regulamentadora nº6: Equipamento de proteção individual é todo dispositivo ou 
produto de uso individual utilizado pelo trabalhador destinado à proteção de riscos suscetíveis 
de ameaçar a segurança e saúde no trabalho. 
• Máscaras (cirúrgica ou de proteção respiratória), avental ou capote, luvas, óculos ou protetor 
facial ou touca e gorro. 
• Ordem de colocação: avental ou capote, máscara, touca, óculos ou protetor facial e luvas. 
• Primeiro reúna todo o equipamento que irá precisar e higienize as mãos. Após cada passo 
higienize as mãos. 
 
 2- Máscaras 
2.1 Máscara cirúrgica: Não reutilize, evite tocar na parte de frente da máscara e troque a 
máscara a cada atendimento ou quando estiver úmida ou com alguma sujidade visível. 
 
 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
Verificar a integridade e tamanho das luvas. Não reutilizar luvas e higienização das mãos. 
Retirada dos EPIs 
Luvas, avental ou capote, gorro ou touca, óculos ou protetor facial ( no quarto) e a máscara de 
proteção respiratória (fora do quarto). 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
 
ORIENTAÇÕES PARA CASOS SUSPEITOS E CONFIRMADOS DE COVID -19 
Síndrome Gripal: febre de início súbito + tosse ou dor de garganta ou dificuldade para 
respirar+ artralgia ou mialgia ou cefaleia (pelo menos mais de um). 
Em crianças < 2 anos pode ser caracterizada por febre de início súbito e sintomas 
respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal) 
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) dispneia ou desconforto respiratório, saturação de 
O2< 95% em ar ambiente e descompensação de doença de base. 
Em crianças: batimento de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e 
inapetência. 
Isolamento domiciliar: síndrome gripal, sintomas respiratórios, COVID-19 confirmado sem 
sinais de gravidade e contato íntimo com COVID-19 confirmado. 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
Se a pessoas infectada ou suspeita precisa de cuidados 
• Apenas 1 familiar 
• O mais hígido 
• O cuidador deve utilizar uma máscara descartável e trocá-la caso fique úmida ou com 
secreções. 
• Não pode receber visitas. 
 
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO 
Ideal 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
Real 
 
O que recomendar? 
Para pacientes em cuidados em casa: Quarto ventilado, limitar cômodo do paciente, limitar o 
número de cuidadores, incentivar higienização das mãos, usar papel toalha descartáveis, 
máscara cirúrgica para paciente sempre, máscara cirúrgica para os que entrarão em contato 
com o doente. Usar luvas quando em contato com fluídos corporais, não reutilizar máscara e 
luvas, lavagem diária e desinfectar de superfícies em contato com o paciente e orientar 
procurar pronto socorro de sinais de alarme. 
Suporte de oxigênio: Medidas não invasivas 
Suporte Respiratório 
Primeira decisão: Como está meu paciente? 
Tem indicação de IOT: Como fornecer oxigênio? 
Cateter de oxigênio: 25-40% de oxigênio, fluxo máximo 5L/min, pode provocar irritação da 
mucosa. 
Máscara de oxigênio:35-50 %, fluxo 5-10 L/min, retenção de CO2 em baixos fluxos. Pode 
provocar aerossolisação. 
Máscara não reinalante: Possui reservatório de oxigênio, possui uma válvula que abre quando 
o paciente inspira e fecha quando ele expira. 
Flush Rate: Pressão de oxigênio até 95% 
Quanto maior o fluxo maior a chance de produzir aerossóis. 
Dispositivo Bolsa-válvula-máscara: Evitar ventilar manualmente. 
Evitar a ventilação não invasiva- Pode gerar aerossolização. Pouca evidência em IRpA 
hipoxêmica. 
 Sem necessidade imediata de IOT: 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
INTUBAÇÃO 
Quando? 
A- Via aérea (rebaixamento de via aérea) 
B- Oxigenação 
C- Curso da doença (queimadura de vias aéreas, anafilaxia). 
Doenças que podem dificultar o acesso da via aérea posteriormente 
Como? 
Sequência rápida de intubação 
7 P’s 
1ºP: Preparação 
Paramentação Adequada: gorro, óculos/face shield, N95+ máscara cirúrgica, avental 
impermeável e luvas. 
Material testado: Plano A, B, C. Se a intubação não funcionar o que vai fazer e deixar o material 
pronto para realizar o procedimento dos outros planos. 
Drogas preparadas: Drogas para IOT e resgate (nora). 
2ºP: Pré-oxigenação 
“Denitrogenar” (aumentar a quantidade de oxigênio, tirando o nitrogênio)o pulmão: 3-5 
minutos. 
Bolsa-válvula-máscara: Com filtro, sem ventilar ativamente. 
Importante: Lembrar de conectar o oxigênio no dispositivo. 
Acoplar bem a máscara: apoiar a região tenar na máscara e utilizar os outros dedos para 
elevar a mandíbula. 
3ºP: Pré- Otimização 
Corrigir hipotensão, considerar a lidocaína. 
Considerar fentanil: Causa hipotensão, tórax rígido e apneia. É indicado em casos de 
hipertensão intracraniana e emergências hipertensivas 
4ºP: Paralisia com Indução 
Sedação: Preferir droga cardioestável (Cetamina/etomidato) 
Bloqueio Neuromuscular: Succinilcolina/Rocurônio,aumenta chance da primeira tentativa e 
inibe a tosse. 
5ºP: Posicionamento 
Coxim occipital 
Posição: Sniffing Position, alinhar o plano da laringe e da cavidade oral. 
 
6ºP: Passar o tubo e confirmar 
Intubador mais experiente, videolaringo se disponível e confirmar com capnógrafo. 
7º P: Pós-intubação 
Ventilador com filtro, radiografia de tórax pós-IOT e caso seja necessário desconectar Clamp. 
Não intubei e agora? 
Medidas de resgate: Bolsa- válvula-máscara e resgata a via aérea. 
Opções: Máscara laríngea para não causar tanta aerolização. Em último caso 
cricotireoídeostomia. 
Drogas da sequência rápida de intubação 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Drogas de Sedação 
Etomidato: Cardioestável, coringa. 
Dose: 0,3 mg/Kg 
70Kg= 21 mg 
Ampola: 20mg/10ml 
Quetamina: Pode induzir hipertensão (é bom em alguns casos de intubação), broncodilatador, 
analgésico. 
Efeitos adversos: Pode induzir hipertensão e alucinações 
Dose: 70 Kg= 105 mg, ampola 100mg/2 ml+8 ml de AD. 
Propofol: Broncodilatador, anticonvulsivante. 
Efeitos adversos: Hipotensão 
Dose: 1,5 mg/Kg 
70 Kg=105 mg 
Ampola 200mg/20ml 
Midazolam: Causa hipotensão e duração prolongada não é recomendada como primeira opção. 
Drogas de Bloqueio 
Succinilcolina: Efeito rápido (3-5 min). Tem risco de hipercalemia* (principalmente em 
pacientes com Up-regulation de potássio ou de seus receptores– AVC, ELA, doenças 
musculares). 
*Causa despolarização da placa motora 
Dose: 1,5 mg/Kg.70 Kg= 105 mg. Frasco 100mg +10 ml. 
Rocurônio: Não causa hipercalemia, mas possui efeito prolongado o que traria um tempo 
muito grande de bloqueio para o paciente que ficaria sem ventilação. 
Dose: 1-1,5 mg/kg. 70kg= 70-105 mg. 
Fentanil: Diminui o reflexo simpático. Causa hipotensão, apneia e tórax rígido. Recomendado 
para hipertensão intracraniana e emergências hipertensivas. 
Dose: 3 mcg/Kg.70 kg=210mcg.ampola de 250mcg/5 ml= 4 ml, em 1-2 minutos. 
CRICOTIREOIDOSTOMIA COM BOUGIE 
Quando realizar? 
-Não intubo e não ventilo 
-Contraindicações: Crianças < 10 anos, trauma de via aérea (fratura de laringe) 
Como realizar o procedimento? 
Material: Bisturi, Bougie e tubo 6. 
Localizar a cartilagem cricóide e marcar a altura da incisão. Realizar a incisão longitudinal e 
horiziontal (0,5 cm para a esquerda e 0,5 cm para a direita). Verticalizar o bisturi para dar 
abertura para inserir o bougie e após a inserção do bougie, retirar o bisturi e inflar o balonete 
e o procedimento acaba. 
COMO RACIOCINAR DIANTE DE UMA VIA AÉREA DIFÍCIL 
1) Quando intubar o paciente? 
Avaliar a patência da via aérea, verificar insuficiência respiratória e avaliar o curso da doença. 
A – Paciente tem falência de manter patência e/ou proteção de via aérea? Se o paciente 
estiver falando (via aérea pérvia), reflexo de tosse (colocar as mãos na fúrcula do paciente), e 
reflexo de deglutição (colocar água em uma seringa e ver se o pct deglute). Em caso de não 
responsividade da via aérea IOT. 
B- Falência de manter oxigenação ou ventilação? 
É candidato a VNI (pct DPOC, edema agudo de pulmão) Se sim, observar e se não IOT. 
C-Curso clínico que antecipa necessidade de IOT? 
Hematoma em expansão, anafilaxia e rouquidão possível edema de glote deve intubar. 
2) Há preditores de VA difícil? 
VA difícil 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
L Look Externally (Distorção anatômica, trauma na face, angioedema 
E valuete ( 3-3-2) Coloca 3 dedos entre os dentes do paciente- Distância do mento ao osso 
hioide- distância do osso hioide a cartilagem cricóide. Uma ou mais destas medidas inferiores 
ao esperado indica laringoscopia difícil 
M allampati Verificar de consegue ver a úvula, os pilares amidalianos, o palato mole e o palato 
duro. Dependendo do que é possível enxergar recebe uma classificação de I a IV e entre III e IV 
indica uma laringoscopia difícil. 
O bese/ostruction 
N eck mobility : Paciente politraumatizado com colar cervical, não consegue hiperestender o 
pescoço do paciente. 
Upper lip bite test: Pede para o paciente morder o lábio superior com os incisivos inferiores. 
Bolsa-Válvula- Máscara difícil 
R adiation/Restriction : Paciente que já foi exposto a radiação na região de cabeça e pescoço e 
tem alguma alteração anatômica por conta disso ou paciente com pulmão comprometido por 
SARA. 
O bese/obsruction/obstructive sleep apnea: 
Mask seal /Male/Mallampati (III e IV): Para contornar essa dificuldade deve-se realizar 
vedação com 2 mãos, apoiando-se com as regiões tenares ou utilizar papel filme e/ou 
lidocaína gel para pacientes com barba. 
Age > 55 anos 
No teeth: Manter a prótese dentária durante a ventilação ou colocar gazes entre a gengiva e a 
bochecha. 
Dispositivo extra-glotico difícil 
R estricted lungs or mouth ( SARA, microstomia por esclerose sistêmica) 
O bstruction 
D istorted airway 
S hort thyromental distance 
Cricotireoidostomia difícil 
S urgery ( Paciente passou por cirurgia de cabeça e pescoço) 
M ass 
A natomy 
R adiation 
T umor 
3) O que fazer diante de uma VA difícil? 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
Intubação acordado 
Quando fazer? 
VA difícil e BMV/DEG difícil 
Não fazer quando VA crash ou Va difícil forçada a agir. 
Como fazer? 
Glicopirolato 0,4 mg EV (anticolinérgico) 
Lidocaína 2 ou 4 % tópica. 
Lidocaína gel anestesia a cavidade oral, laringe. 
Quetamina até 1mg/kg EV – Hipnótico e analgésico. 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
VENTILAÇÃO MECÂNICA: COMO COMEÇAR? 
Ventilação artificial aplicada por meio de um tubo traqueal com o uso de pressões positivas. 
Como ligar o ventilador mecânico? 
Regular a válvula de ar (Abre até a marca vermelha) e o fluxômetro de oxigênio. Em seguida 
verificar se estão ligados no ventilador, montar o ventilador, ligar o ventilador, sempre chegar 
o ventilador quando chegar no plantão. Utilizar o peso ideal no momento de configurar a 
máquina pois o pulmão trabalha de acordo com o peso ideal do indivíduo, selecionar o tipo de 
ventilação invasiva ou não. 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
AJUSTES INICIAIS 
Tempo de um ciclo respiratório (TI+TE) 
Modalidades: Determinadas de acordo com o nível de assistência dada ao paciente e a sua 
participação na ventilação. 
Modos: Determinados de acordo com a variável limite, que guiará a ventilação. 
Para a modalidade controlada ou assisto-controlada temos os modos VCV/ACMV (volume 
controlado) ou modo PCV (pressão controlada) 
Para a modalidade espontânea tem o modo PSV (pressão de suporte). 
O paciente foi intubado e agora? 
Qual modo escolher? O modo que você tem mais facilidade 
 
 
 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
 
 
AJUSTES SECUNDÁRIOS 
Gasometria arterial. 
Quando? Inicial, antes de intubar.30 minutos após intubar. 30 min após cada ajuste no 
ventilador. 
Obs: Se> 3 gasometrias/dia= Obter pressão arterial invasiva. 
O que devo olhar na gasometria: PC02: O aumento indica que o paciente está retendo CO2, 
calcula-se o volume minuto. VMIN=(VC-EM) XFR. Deve-se aumentar o VMIN (aumenta o VC e 
diminui o EM), no VCV aumentar o VC e no PCV/PSV aumentar a Pinsp (pressão inspiratória) 
ou retirar a “traqueinha”, retirar o filtro HME, reduzir a hiperinsuflação dinâmica em pacientes 
obstruídos. 
 
Tubo de plástico=” traqueinha” 
VC= volume corrente 
EM=Espaço morto. 
PO2 
Correção de hipoxemia aumenta a FiO2 ou aumentando a pressão média das vias aéreas. 
Modo VCV: Aumentar o VC, aumentar PEEP e reduzir o fluxo. 
Modo PCV/PSV: aumentar a Pinsp, aumentar a PEEP, aumentar Tinsp (modo PCV), diminuir a % 
do pico de fluxo (modo PSV). 
Recomendações para COVID-19 
Manejo da ventilação mecânica 
Paciente intubado: Hipoxemia COVID (complacência boa, padrão de vidro fosco isolado na TC, 
periférico) e SDRA (complacência ruim, padrão vidro fosco, consolidação em zonas 
pulmonares típicas). 
 
 
EXPERIÊNCIA ITALIANA, PROF.L. GATTIONI 
Hipoxemia COVID:Vt mais liberal, PEEP de 8-10 cmH2O, evitar FR> 20 ipm e evitar querer elevarPaO2. 
SDRA: Vt protetor (4-6 mL/Kg), as vezes até 8), PEEP “table”, hipercapnia permissiva, 
manobras de resgate para hipoxemia. 
PROTOCOLO PNEUMOLOGIA HCFMUSP 
Modo de escolha: VCV 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Set inicial: FiO2, FR inicial:25 irpm/Trigger: - 2cm H2O, fluxo= 30-60 L/min, VC= 6 ml/kg(peso 
ideal) e PEEP inicial=10. 
SDRA DIAGNÓSTICO 
A membrana alvéolo-capilar é composta por pneumócito tipo I e II, pela membrana basal e 
pelo endotélio. Essa barreira alvéolo-capilar é constantemente atacada por sepse, 
broncoaspiração, pneumonia, queimaduras, pancreatite, politrauma, TRALI, COVID. Isso destrói 
a barreira e causa a inundação do alvéolo e a ativação do infiltrado inflamatório que recruta 
citocinas, neutrófilos o que provoca a inativação do surfactante e o preenchimento com 
membrana hialina culminando em atelectasia. 
Baby Lung 
Critérios de Berlim 
“ABCD” 
Agudo :< 7 dias do insulto 
Bilateral 
Não Cardiogênico= não totalmente explicado por IC descompensada. 
Dessaturação:P/F <ou igual 300 com PEEP> ou igual a 5 cm de H2O. 
SDRA=COVID? 
COVID: hipoxemia grave + complacência praticamente normal 
Eupneico ou dispneico; hipocapnia ou hipercapnia, responsivo a óxido nítrico ou não 
responsivo. 
Inicio da doença: Perfil L-low (diminuição da elastância e complacência alta, shunt alto, peso 
pulmonar normal e não é recrutável. 
Representação tomográfica: vasoplegia, shunt, hipoxemia, aumento de FR, P muscular e VC, 
aumento Vmin e diminuição pressão de CO2 e tem pouca dispneia. 
O aumento do esforço da pressão muscular, pressão pleural e pressão transpulmonar leva ao 
perfil H. 
Perfil H- High: Aumento da elastância e diminuição da complacência, aumento do peso 
pulmonar e é recrutável =SDRA. 
Tomografia: edema alveolar, diminui o Vc, Vmin e aumento da Pco2 provocando dispneia. 
 
 
SDRA diferente de COVID 
Perfil L-Low: Cateter alto fluxo/VNI, evitar esforço excessivo, diminui a PEEP e tem baixa 
eficácia prona. 
Perfil H-high: Tratamento=SDRA. 
TRATAMENTO SDRA 
 Ventilação protetora 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
Prevenir lesão pulmonar induzida por ventilação(“VILI”) 
• Barotrauma 
• Volutrauma 
• Atelectrauma 
• Biotrauma 
Procedimento: 
✓ Vc 6 ml/Kg peso ideal 
✓ P platô <ou igual 30 cm H2O 
✓ Pressão de distensão: < ou igual 15 cm H2O 
✓ FiO2 menor possível 
✓ Peep ideal conforme FIO2 
Ventilação protetora: minimizar sedação, evitar BNM. Assincronia grave refratária: Objetivo 
manter VM protetora (utilizar BNM nesse caso), controle glicêmico e balanço hídrico 
equilibrado e tratar causa de base. 
Prevenção de VILI: RASS 0 A -1 
ROSE (2019) :P/F<150 e PEEP> ou igual a 8, sem diferença de mortalidade. 
O controle glicêmico reduz mortalidade, balanço hídrico deve estar negativado e deve ser feito 
conforme causa de base. 
Glicocorticoides na SDRA: SDRA P/F< 200 e < 14 dias. Maior parte dos estudos positivos não 
usou VM protetora e os únicos dois estudos com VM protetora não demonstraram benefício. 
Uso de corticoide na SDRA de etiologia viral? 
• Aumento de mortalidade por influenza e atraso no clareamento viral do MERS. 
SDRA SUPORTE PARA HIPOXEMIA 
Relação pressão de oxigênio/ Fio2(não é muito utilizada) 
Relação P/F 
Leve: 300-201 
Moderada: 200-101 
Grave:< ou igual a 100 
Alvo de Sat: 88 a 92% 
VNI: Pode ser tentada em SDRA com P/F > 150, sem outras disfunções e nunca deve adiar a 
IOT. 
Particularidades do COVID: Quarto isolado, preparar para IOT. 
Cateter nasal de alto fluxo: cânulas pequenas e moldáveis, umidificação e aquecimento 
otimizados, Washout do espaço morto (melhora na ventilação e oxigenação), efeito PEEP (10L/ 
min: 0,7 cm H2O) e fluxos elevados (até 60 L/min) 
Quando Usar? 
IRpA hipoxêmica não hipercapnica. 
Redução IOT comparado suporte convencional e de mortalidade em 90 dias e pode ser usada 
para pré-oxigenação apneica. 
Melhor se tem uma capacidade residual funcional maior com pacientes com IMC menor. 
PSV 
• Pode ser feita desde que mantidos parâmetros de VM protetora. 
• Prona em paciente acordado 
• Já testado com ou sem VNI. Estudos prévios retrospectivos ou com N pequeno de pacientes, 
alvo atual de investigação. 
SDRA HIPOXEMIA REFRATÁRIA 
A posição prona promove redução da compressão pulmonar pelo coração e pelo diafragma. 
Pressão transpulmonar aumenta em dorso e diminuiu em região anterior. Otimização da 
relação V/Q diminui o efeito shunt (alvéolos da região posterior que recebem mais fluxo 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
sanguíneo estarão mais abertos e os alvéolos anteriores que recebem menos fluxo estarão 
menos distendidos) e diminuição da pós-carga de VD. 
Estudo- PROSERVA trial (2013): 466 pacientes, RCT multicêntrico/F< 150,> 12h e <33 h IOT. 
Prona > ou igual 16h/ dia vs. Convencional, redução da mortalidade em 28 dias (16% grupo 
prona e 33% grupo convencional). P/F < 150 após trial de 12h de VM protetora e requer 
treinamento da equipe. 
Contraindicações: Hipertensão intracraniana, PAM< 65 mmHg, sangramento ativo (TGI ou VA), 
fratura instável de pelve/fêmur/coluna, gravidez, cirurgia traqueia, esternotomia, trauma na 
face nos últimos 15 dias e TVP com < 2 dias de tratamento etc. 
Resposta positiva: Aumento do P/F 20 mmHg e diminuição Pco2 2mmHg. 
Manobra de recrutamento máximo: Estudo ART trial (2017) 
Não deve ser realizada de rotina e aumento de mortalidade. 
ECMO (Membrana de oxigenação extracorpórea) 
• Medida de resgate quando a prona não deu certo, alto custo. 
• Estudo EOLIA trial (2018): Sem diferença na mortalidade em 60 dias com a utilização de ECMO. 
Óxido Nítrico Inalatório 
• Melhora a relação V/Q dos pacientes. 
• 20% melhora na oxigenação em 60% dos pacientes e reduz pós-carga de VD (Aumento da pO2). 
Autolimitada (1-2dias). Sem efeito em mortalidade (estudos pré- VM protetora) 
• Dose de NO: 5 a 20 ppm 
• NO2 (tóxico): < 2 ppm 
• Resposta positiva: aumento de 10- 20 pressão de O2 (em até 2 a 4h). Manter até pressão O2 >60 
c/FiO2< 60%. 
• Desmame diminuir para 2 ppm/h -risco de efeito rebote (Cor pulmonale e choque de VD) 
• Atualmente: Estudos em andamento, uso em hipoxemia refratária a prona, serve para ganhar 
tempo. 
SDRA DO INÍCIO AO AVANÇADO 
Calcular peso predito 
Fórmula (Peso ideal) 
 
 
 
Escolher VCV ou PCV 
VCV 
VC= 6ml/Kg (mais seguro) 
FR< ou igual 35irpm. 
Como saber de meu V.min está bom? 
Colher GSA com V.min atual: PH 7,35-7,45 – Esse é seu V. min alvo 
Obs: pH > 7,2 é aceitável se necessário para mantes parâmetros de ventilação protetora. 
Diminuição pH precisa aumentar V.min e aumento de pH precisa reduzir V.min. 
Como alterar meu V. min? 
Diminui o pH quando precisar aumentar o V.min. 
Aumento da FR ou VC ou diminuição do espaço morto. 
Obs: Sempre checar auto Peep (pressão expiratória). Quantificar com a pausa expiratória. 
Pausa inspiratória para medir pressão de platô P< ou igual 30) 
Protocolo ARDS Network trial 
(Altura em cm- 152,4) X 0,91+50 
(Homem) ou 45,5 (mulher) 
 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
 
 
Escolher Peep ideal 
Low Peep Table: Titular FiO2 até SatO2 88-92%/PaO2 55-80 mmHg 
PCV 
Primeiro verificar o Driving pressuare e seguir os passos da VCV. 
Nada deu certo/VM protetora impossível 
Sedação para RASS-5 
Bloqueio neuromuscular- Prona-óxido nítrico, ECMO. 
 
 
MANEJO DO PACIENTE CRÍTICO COM COVID-19 
Manejo da hipoxemia em ambiente de UTI 
• Paciente precisa estar isolado para gotículas e contato 
• Se procedimentos aerossolizantes adicionar precaução de aerossóis. 
• Alvo de Sat O2 92-96% 
• Meta-análise em pacientes graves- oxigênio liberal aumenta mortalidade 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
• Loco 2- Estudo alvo de 90% em pacientes com SDRA- aumentou mortalidade 
• Cateter nasal: Até 5L/min resseca as mucosas e pode areossolizar 
• Suporte de FIO2 variável (até 40%-4% por litro) 
• Máscara de Venturi: Colocar o fluxo indicado na válvula. Suporte de FiO2 com a válvula (até 
50%) 
• Máscara não reinalante: colocar ofluxo em flush rate ou 1015 L/min (manter o reservatório 
sempre cheio). Suporte de FiO2 com a válvula (até 95%) geralmente ponte para IOT. 
• Cateter nasal de alto fluxo: Pode reduzir mortalidade em ensaio clínico. Em meta-análise 
reduz IOT.Pode gerar aerossóis e permite PEEP baixo e fluxo de O2 até 60L/min. 
• VNI: Inferior a cateter nasal de alto fluxo na SDRA e alto potencial de gerar aerossóis. Caso 
haja indicação como DPOC exacerbado ou edema agudo de pulmão, realizar em ambiente 
apropriado. 
• Ventilação mecânica: Ventilação protetora (Vt=4-6 ml/Kg, platô < 30, driving pressure < 15, 
hipercapnia permissiva.) 
• Peep guiado pela FiO2 baseada na PEEP table. 
 
• Posição prona: Indicada para pacientes com P/F < 150.Pelo menos 18horas e de preferência 
nas primeiras36-48 horas. 
• Bloqueio neuromuscular: Indicado para pacientes com assincronias a despeito de RASS-5. 
• Vasodilatadores pulmonares: São o óxido nítrico e prostaglandinas. 
• Corticoide: Não tem evidência para pneumonia viral, não deixar de dar corticoide para outras 
indicações. 
• ECMO: Evidência duvidosa, mas talvez tenha benefício. 
• Manejo do Choque: Terapia conservadora com alvo de PAM 65mmHg e com reavaliação após 
bolus de 250-500 mL, preferência por balanceados como ringer lactato. Droga vasoativa 
(noradrenalina) terapia conservadora com alvo de PAM 65mmHg e 2º droga vasoativa varia de 
caso a caso de modo geral utiliza-se vasopressina. Infecção secundária não é tão frequente 
uso de antibiótico. Oseltamir coinfecção viral pode ocorrer (20 % dos casos), usar em casos de 
influenza. 
RIM: 
Incidência de acometimento dos rins no COVID-19: 2.1 a 2,9%. Multifatorial, causa necrose 
tubular aguda e a tempestade de citocinas e uso de receptor ECA-2 9 (órgão que possui maior 
quantidade desse receptor). Manejo: monitorar função renal nos pacientes internados, se 
piora, solicitar urina tipo 1, relação prot/creatinina, pensar em diagnósticos diferenciais, 
minimizar agentes nefrotóxicos, cuidados com fluídos apenas se pré-renal e interconsulta dos 
nefroagudos. No Covid-19 a piora na função renal aumenta 1.06 a 1.2 o risco de morte. 
• HEMATOLOGIA: Risco de trombose as possíveis causas são inflamação sistêmica, droga 
crítica e imobilidade e lesão tecidual por lesão viral mediada por ECA-2. 
• Qual a relação com o pulmão? Microtrombose na vasculatura pulmonar. 
Leticia Alves Queiroz 
 
 
• E se anticoagularmos? Estudo mostra que não houve diferença de mortalidade exceto em 
pacientes mais graves. Esse estudo utilizou dose profilática de TVP. 
• Pesquisa Brasileira: Dose de enoxaparina 40mg SC 12/12h e não indica de rotina (ainda 
necessita estudos). 
• CIVD: Dados limitados, mas pode ocorrer em 10% dos pacientes hospitalizados. Geralmente se 
inicia no 4º dia da admissão hospitalar e relacionado a pior prognóstico ( 71% dos que morrem 
tem CIVD). Manejo idêntico em relação a outras doenças. Porque ocorre CIVD: liberação de 
fator tecidual pela inflamação- ativação da cascata de coagulação- consumo dos fatores de 
coagulação (alargamento TP e TTPA)- fibrinogênio é convertido em fibrina ( formação de micro 
trombos e trombos maiores)- D- dímero aumente por degradação dos microtrombos. 
• Laboratório: Plaquetopenia, alargamento do TP e TTPA, diminuição do fibrinogênio e aumento 
do D-dímero. 
• Clínica: Trombose+ sangramento. 
• Tratamento: Pensar em diferenciais. Tratar apenas se sangramento ou alto risco de sangrar 
(manter plaquetas > 50.000, fibrinogênio> 150, se INR ou R continuar alargado repor plasma 
fresco) e sem sangramento ativo alvo de plaqueta >10.000. 
• Ácido tranexâmico e concentrado pró-trombínico são contraindicados. Se trombose, avaliar 
risco e benefício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leticia Alves Queiroz

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