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Cynara Lisbino – T26 MICOSES CUTÂNEAS ➢ As micoses cutâneas incluem infecções causadas por fungos dermatofíticos (dermatofitoses) e fungos não dermatofíticos (dermatomicoses). ➢ Os fungos que causam micoses cutâneas têm a habilidade de invadir pele, pelos e unhas. ➢ Morfologia dos dermatófitos em biópsias cutâneas: hifas septadas hialinas. ➢ Dermatófitos – podem ser geofílicos (habitam o solo e parasitam animais e humanos), zoofilicos (parasitam pelo e pele de animais, é transmitido para humanos) e antropofilicos (infectam humanos e a transmissão se dá de pessoa para pessoa). ➢ Os fungos geofílicos e zoofílicos causam infecções de intensa reação imune, com lesões altamente inflamatórias. Os fungos antropofílicos causam infecções não inflamatória, crônicas e difícil de curar. ➢ Transmissão – transferência de artroconídios ou hifas, ou material queratínico contendo estes elementos. DERMATOFITOSES ➢ As dermatofitoses geralmente se apresentam como um anel de escamação inflamatória com diminuição da inflamação em direção ao centro da lesão. ➢ Fatores que afetam a apresentação clínica: espécies de dermatófitos, quantidade de inóculo, local da infecção e condição imune do hospedeiro. TINEAS DAS ÁREAS COBERTAS POR PELO ➢ Apresenta manchas circulares elevadas de alopecia com eritema e escamação ou apresenta pápulas, pústulas e vesículas e quérions mais difusamente espalhados. DE PÉ E MÃO Cynara Lisbino – T26 ➢ Podem se tornar complicadas por onicomicoses. ➢ Placa ungueal é invadida e destruída por fungos, causando unhas grossas, descoloridas, elevadas, friáveis e deformadas. ➢ Agente etiológico mais comum: Trichophyton rubrum. ➢ Tratamento Agente tópicos – miconazol, clotrimazol, econazol, tiaconazol e itraconazol (dermatófitos que não afetam pelos ou unhas). Terapia oral – griseofulvina, itrazonazol, fluconazol e terbinafina (todos os outros dermatófitos). MICOSES SUBCUTÂNEAS ➢ Fungos inseridos de maneira traumática através da pele, com tendência a envolver as camadas mais profundas da derme, tecido subcutâneo e osso. Raramente há disseminação para órgãos distantes. ➢ Principais infecções fúngicas subcutâneas: esporotricose linfocutânea, cromoblastomicose, micetoma eumicótico, entomoftoromicose subcutânea feo-hifomicose subcutânea. ESPOROTRICOSE LINFOCUTÂNEA ➢ Causa: sporothrix schenckii ➢ Fungo termodimórfico (25°C: filamentoso – 37°C: levedura) e está presente no solo e na vegetação em decomposição. ➢ Infecção clássica – associada à inoculação traumática de solo, vegetais ou matéria orgânica contaminada com fungo. ➢ Infecção zoonótica – transmitida por tatus e gatos. ➢ Síndrome clínica – aparece após trauma local em uma extremidade ➢ Local inicial da infecção – aparece nódulo pequeno ulcerar. ➢ Nódulos subcutâneos indolores – ao longo da drenagem linfática da lesão primária, surge após duas semanas da infecção primária. CROMOBLATOMICOSE ➢ Causa: fungos pigmentados (dematiáceos). Crescem em plantas silvestres e no solo. Cynara Lisbino – T26 ➢ Infecções – afetam homens (devido à exposição ocupacional) em pernas, braços, ombro, pescoço, tronco, nádegas, face e orelhas. ➢ Gênero mais comum: Fonsecaea pedrosoi. ➢ É uma doença crônica, pruriginosa, progressiva ➢ A lesão é indolor. ➢ É uma doença resistente ao tratamento. ➢ Há diferentes formas de cromoblastomicose, podendo apresentar lesões verrucosas a lesões planas. ➢ A doença inicia com uma pequena pápula verrucosa que aumenta lentamente, podendo surgir outras verrugas. ➢ Infecções estabelecidas – verrugas grandes (“couve-flor”) em uma única região. ➢ Lesões – satélite: podem ocorrer secundariamente à autoinoculação. ➢ Lesões em placa – mostram cicatrização central enquanto aumentam. ➢ Ulceração e formação de cisto podem ocorrer. Cynara Lisbino – T26 ➢ Lesões grandes – apresentam hiperceratose, tornando o tecido mais grosso. ➢ O fungo tende a penetrar nos tecidos mais profundos → infecção bacteriana secundária. MICETOMA EUMICÓTICO ➢ Processo infeccioso localizado, crônico e granulomatoso que envolve os tecidos cutâneos e subcutâneos. ➢ Formação de granulomas e abcessos contendo agregados de hifas fúngicas (grânulos e grãos). ➢ Causa: vasta gama de fungos. ➢ Fontes de infecção – implantação traumática em partes expostas do corpo. ➢ Afeta pés e mãos principalmente, podendo outras áreas serem afetadas. ➢ Homens mais afetados que mulheres. ➢ Não contagioso. ➢ Manifestações clínicas: a doença inicia com uma lesão como nódulo ou placa subcutânea, pequena e indolor, que aumenta lentamente e de forma progressiva. Com a progressão, aumenta a lesão da área afetada com o aparecimento de abscessos que contêm grânulo contendo agregados de hifas fúngicas. ➢ Infecção – rompe planos teciduais e destrói localmente o músculo e o Cynara Lisbino – T26 osso. Raramente ocorre disseminação hematogênica ou linfática. ENTOMOFTOROMICOSE SUBCUTÂNEA ➢ Também conhecida como mucormicose subcutânea. ➢ Essa patologia é causada por dois fungos diferentes: Conidiobolus coronatus e Basidiobolus ranarum. ➢ Esses fungos são saprófitos e estão presentes em folhas e detritos vegetais. ➢ O Basidiobolus causa infecção por implantação nos tecidos subcutâneos (coxas, nádegas e tronco), comum principalmente em crianças. ➢ O Conidiobolus causa infecção por inalação dos esporos fúngicos. Esses esporos invadem os tecidos da cavidade nasal, paranasais e tecidos moles faciais, sendo comum em adultos jovens. BASIDIOBOLUS RANARUM ➢ Pacientes apresenta massas em forma de disco, podendo ser muito grande. ➢ Locais afetados: ombro, pelve, quadris e coxas. A disseminação ou envolvimento de estruturas mais profundas são raros. CONIDIOBOLUS CORONATUS ➢ Confinada a área rinofacial, causando tumefação evidente da parte superior do lábio ou da face. Essa tumefação é firme e indolor. ➢ Pode envolver a ponte nasal e a parte superior e inferior da face. ➢ Causa deformidade fácil – dramática. FEO-HIFOMOCISE SUBCUTÂNEA ➢ Causa: vasta gama de fungos ➢ Rota de infecção: implantação traumática em partes expostas do corpo. ➢ Apresentação – cisto inflamatório solitário Cynara Lisbino – T26 ➢ Locais das lesões – pés, pernas (mais comum), mãos e outros locais. As lesões aumentam lentamente. ➢ Os cistos são firmes ou flutuantes e indolores. MICOSES SISTÊMICAS ➢ Causadas por fungos dimórficos. Esses fungos causam infecção em indivíduos saudáveis e imunocomprometidos. ➢ Adquirida por inalação – infectam os pulmões e pode se dissemina para outros órgãos. BLASTOMICOSE ➢ Causada pelo fungo Blastomyces dermatitidis. ➢ Rota de infecção: inalação de conídios. ➢ Não transmissível de pessoa para pessoa. ➢ A blastomicose pode ser assintomática, a doença sintomática ocorre em menos da metade das pessoas infectadas. ➢ A doença pode apresentar de duas formas: doença pulmonar e extrapulmonar disseminada. DOENÇA PULMONAR ➢ Maioria dos pacientes assintomáticos. ➢ Doença branda – resfriado ➢ Doença grave – início agudo, febre alta, infiltrados lobulares e tosse, podendo apresentar a síndrome do desconforto respiratório fulminante. ➢ A forma respiratória subaguda ou crônica – lembra a tuberculose ou câncer de pulmão. DOENÇA EXTRAPULMONAR DISSEMINADA ➢ Forma cutânea – forma clássica da doença, resultado da disseminação hematogênica. ➢ Lesões papulares, pustulares ou indolores, ulcerativas nodulares, verrucosas, com superfície encrostadase margem com contornos elevados. ➢ Localização – face, mãos, couro cabeludo e pescoço. Cynara Lisbino – T26 COCCIDIOIDOMICOSE ➢ Causa: Coccidioides imittis e Coccidioides posadasii. ➢ Fungo no ambiente – fezes de morcegos e roedores. ➢ Rota de infecção – inalação de artraconídios infecciosos ➢ Infecção – pode ser assintomática ou progressiva, podendo levar à morte. ➢ Coccidioidomicose primária – em 60% dos casos → doença pulmonar assintomática, além da doença autolimitada (semelhante a um resfriado). Em pacientes sintomáticos por 6 semanas ou mais ocorre a progressão para Coccidioidomicose secundária. ➢ A resolução da doença pode ser sem terapia ou com o uso de medicamento. ➢ Na coccidioidomicose secundária – pode apresentar nódulos no pulmão, doença cavitária, doença pulmonar progressiva (5% dos casos). Desses 5% da população, 1% tem a disseminação da doença. ➢ Mortalidade >90% sem tratamento. HISTOPLASMOSE ➢ Causa: Histoplasma capsulatum ➢ Histoplasma capsutalum var. capsulatum – infecções pulmonares. ➢ Histoplasma capsulatum var. duboisii – lesões cutâneas e ósseas. ➢ Esses dois fungos são presentes no solo com alto teor de nitrogênio, contaminados com fezes de pássaros e morcegos. ➢ Rota de infecção – inalação de microconídios e fragmentos de hifas. ➢ Muitos casos são assintomáticos. Crianças e pessoas imunocomprometidas tendem a apresentar os sintomas. HISTOPLASMA CAPSULATUM VAR. CAPSULATUM ➢ Apresentação clínica depende da intensidade da exposição e o estado imunológico do paciente. ➢ Pequena intensidade – 90% dos casos assintomáticos. ➢ Grande intensidade – sintomática apresentando três tipos: histoplasmose aguda, progressiva e disseminada. ➢ Histoplasmose pulmonar aguda – sintomas de resfriado, como febre, cefaleia, tosse, mialgiais e dor torácica, a exposição intensa pode causar síndrome do desconforto respiratório agudo (raro). Alguns pacientes (10%) podem apresentar sequelas infamatórias, como artrite, artralgias, pericardite, obstrução brônquica e linfadenopatia. ➢ Histoplasmose pulmonar progressiva – pode seguir a infecção aguda. Os sintomas são Cynara Lisbino – T26 graves, apresentando cavidades apicais nos pulmões e fibrose. ➢ Histoplasmose pulmonar disseminada – pode apresentar quadro crônico, subagudo e agudo. No quadro crônico, o paciente pode apresentar perda de peso, fadiga, febre, ulceras orais e hepatoesplenomegalia. No quadro subagudo acontece de forma mais intensa e mais rápida, além do envolvimento da medula óssea e de outros órgãos. A forma aguda acontece de forma mais rápida e intensa quando comparado com a forma subaguda, ocorre em pacientes imunossuprimidos, apresentando quadro clinico de hipotensão, infiltrados pulmonares, sangramento, endocardite, meningite. HISTOPLASMA CAPSSULATUM VAR. DUBOISII ➢ Lesões pulmonares – incomuns ➢ Lesões cutâneas e ósseas – papulares ou nodulares, com progressão que causa abscessos e ulceram. ➢ Em pacientes imunodeficientes – forma disseminada, podendo ser hematogênica ou linfática. ➢ O quadro clínico apresentado inclui febre, anemia, perda de peso, linfadenopatia. PARACOCCIDIODOMICOSE ➢ Causa: paracoccidioides brasiliensis ➢ Porta de entrada – via inalatória ou inoculação por trauma. ➢ Fungo encontrado em áreas de umidade alta, vegetação rica, temperaturas moderadas e solo ácido. ➢ Há três formas da doença: subclínica ou progressiva, formas pulmonares (aguda ou crônica) e forma disseminada (aguda, subaguda e crônica). ➢ As infecções primárias por via de inalação FORMA DISSEMINADA SUBAGUDA ➢ Vista em pacientes mais jovens – juvenil, principalmente em pacientes imunocomprometidos. ➢ Manifestações clinicas: lesões cutâneas e linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, envolvimento da medula óssea e lesões osteoarticulares. Lesões pulmonares e de mucosa não são vistas. Cynara Lisbino – T26 FORMA PULMONAR CRÔNICA ➢ Vista em adultos (30 a 50 anos) – 90% do sexo masculino. ➢ Em 25% dos casos – apenas sintomas respiratórios. ➢ Disseminação extrapulmonar – pele e mucosa, linfonodos, adrenais, fígado, baço, SNC e ossos. As lesões são dolorosas e ulceradas.