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21/3/2011 1 Proteínas Capítulo 2 (Stryer) Estrutura primária de proteínas • Proteínas são formadas pela concatenação de aminoácidos (que, em proteínas, são chamados de resíduos, uma vez que a cada ligação peptídica perde-se uma molécula de água). • Há vinte aminoácidos na natureza determinados pelas tríades de bases em um códon*. *aminoácidos adicionais podem aparecer em alguns casos! 21/3/2011 2 Apolares Glicina (Gly, G) Alanina (Ala, A) Valina (Val, V) Leucina (Leu, L) Metionina (Met, M) Isoleucina (Ile, I) Polares Serina (Ser, S) Treonina (Thr, T) Asparagina (Asn, N) Glutamina (Gln, Q) 21/3/2011 3 Aromáticos Fenilalanina (Phe, F) Tirosina (Tyr, Y) Triptofano (Trp, W) Positivos ou básicos Lisina (Lys, K) Arginine (Arg, R) Histidina* (His, H) *Somente quando protonada 21/3/2011 4 Negativos ou ácidos Aspartato (Asp, D) Glutamato (Glu, E) Casos “à parte” Cisteína (Cys, C) Prolina (Pro, P) 21/3/2011 5 Muitas classificações são possíveis Willie R. Taylor (1986) Estrutura básica e nomenclatura Alanina ALA A Metionina MET M Cisteína CYS C Asparagina ASN N Aspartato ASP D Prolina PRO P Glutamato GLU E Glutamina GLN Q Fenilalanina PHE F Arginina ARG R Glicina GLY G Serina SER S Histidina HIS H Treonina THR T Isoleucina ILE I Valina VAL V Lisina LYS K Triptofano TRP W Leucina LEU L Tirosina TYR Y 21/3/2011 6 Curvas de titulação de aminoácidos pKa é uma medida da tendência de um grupo doar um próton, com esta tendência diminuindo dez vezes se o pKa aumentar de 1 unidade pI = ponto isoelétrico (média aritmética dos pKa’s) pKas típicos para resíduos 21/3/2011 7 Quiralidade dos aminoácidos • O carbono alfa de um aminoácido é assimétrico. Portanto, aminoácidos podem ter duas formas quirais, denominadas l e r. Apenas a forma l é observada em proteínas. Ligações peptídicas Ionização peptídica e pI 21/3/2011 8 Porções terminais de uma cadeia polipeptídica • A parte terminal da cadeia que apresenta o grupo amina é denominada amino-terminal ou simplesmente N-terminal. • A que apresenta o grupo ácido carboxílico é denominado carboxi-terminal ou C-terminal. • Massas de proteínas são comumente dadas em Daltons (Da), que correspondem à massa do hidrogênio. Aminoácidos tem massa média de 110 daltons. A relação seqüência–estrutura–função • A função de uma proteína é determinada pela sua estrutura. Isso porque, em geral, a função decorre do correto posicionamento de alguns aminoácidos-chave. • A estrutura de uma proteína, por sua vez, é determinada por sua seqüência de aminoácidos. • Em geral, proteínas com alta identidade possuem estrutura similar. 21/3/2011 9 Relação estrutura-seqüência The relation between the divergence of sequence and structure in proteins. Chothia C, Lesk AM. EMBO J. 1986 Apr;5(4):823-6. Flexibilidade • Algumas proteínas precisam ser rígidas (como aquelas de função estrutural), mas em muitos casos proteínas podem necessitar flexibilidade para exercer sua função. Kuser et al., 2008 21/3/2011 10 Proteínas conjugadas Caracterização estrutural No processo de enovelamento: 1. Conformações 2. Estado nativo 3. Estabilidade termodinâmica 4. Entropia e entalpia 5. Camadas de solvatação 6. Interações covalentes 7. Interações não-covalentes 21/3/2011 11 Planos de ligação: rotações phi e psi RAMACHANDRAN Estrutura secundária: hélices 21/3/2011 12 Estrutura secundária: hélices Estrutura secundária: fitas β (β (β (β (folhas β)β)β)β) 21/3/2011 13 Estrutura secundária: fitas β (β (β (β (folhas β)β)β)β) Estruturas secundárias de conexão 21/3/2011 14 Estruturas e o Ramachandran enzima piruvato kinase Proteínas fibrosas Interações hidrofóbicas (Ala, Val, Leu, ILe, Met, Phe) Interações covalentes 21/3/2011 15 Proteínas fibrosas Colágeno cadeia αααα (left-hand) Estrutura primária “Right-hand helical supertwist” Tropocolágeno Estrutura nas fibras Proteínas globulares • Proteínas globulares tendem a se enovelar de forma a agrupar aminoácidos apolares em seu interior, formando estruturas compactas. Hidrofóbicos Carregados Outros Mioglobina 21/3/2011 16 Proteínas modulares • Algumas proteínas possuem estrutura modular composta de diferentes domínios, que são conectadas por porções flexíveis. CD4 Proteínas globulares: variedade estrutural 21/3/2011 17 Motivos estruturais simples definem motivos complexos “All αααα proteins” 21/3/2011 18 “All ββββ proteins” “α/βα/βα/βα/β proteins” 21/3/2011 19 “α+βα+βα+βα+β proteins” O trabalho de Anfisen • Na década de 1950, Christian Anfisen fez uma série de experimentos com a ribonuclease bovina para descobrir que condições levavam ao enovelamento de uma proteína. 21/3/2011 20 O trabalho de Anfisen • Sabe-se que reagentes como uréia e cloreto de guanidínio são capazes de desenovelar proteínas rompendo interações não covalentes, enquanto agentes redutores como o β-mercaptoetanol são capazes de desfazer pontes dissulfeto. O trabalho de Anfisen • Anfinsen notou que apesar da ribonuclease perder sua atividade quando se adicionava uréia (8M) e β-mercaptoetanol , a proteína gradualmente recuperava sua atividade para quase toda aquela observada anteriormente, se tais reagentes fossem retirados por diálise. • Porém, se a ribonuclease reduzida fosse reoxidada ainda na presença da uréia, apenas 1% da atividade era obtida. 21/3/2011 21 O trabalho de Anfisen • Esse resultado pode ser compreendido pelo fato de que há várias formas diferentes (105, no total) de formar pontes dissulfeto em uma proteína com oito cisteínas. Enovelamento e mau enovelamento • Nos últimos anos, verificou-se que doenças infecciosas podem se transmitir não apenas por vírus ou bactérias, mas por proteínas. • O exemplo mais conhecido é a encefalopatia espongiforme bovina, ou mal da vaca louca. • Os agentes que causam tais doenças são chamados de príons. 21/3/2011 22 Enovelamento e mau enovelamento • Nos últimos anos, verificou-se que doenças infecciosas podem se transmitir não apenas por vírus ou bactérias, mas por proteínas. • O exemplo mais conhecido é a encefalopatia espongiforme bovina, ou mal da vaca louca. • Os agentes que causam tais doenças são chamados de príons. Príons • A proteína celular PrP está presente normalmente no cérebro, e tem uma estrutura composta em sua maioria por hélices-α e pouca estrutura em fitas-β. • Cérebros infectados, porém, possuem uma proteína denominada PrPSC, de seqüência idêntica à PrP, mas composta principalmente por fitas-β, e que tende a formar agregados fibrosos denominados amilóides. 21/3/2011 23 Príons • Embora a proteína PrP seja estável em sua forma enovelada, o simples fato dela entrar em contato com a proteína na forma PrPSC faz com que ela passe a tomar a forma desta, em uma reação em cadeia que leva à conversões sucessivas. • Uma vez que tais agregados insolúveis se acumulam e têm efeito neurodegenerativo, a doença se instala. • Tais agregados são também observados em outras doenças (não infeccsiosas) como Alzheimer e Parkinson. Enovelamento de proteínas • O enovelamento de proteínas pode ser descrito como um processo “tudo ou nada”, o que pode ser verificado por técnicas espectroscópicas. 21/3/2011 24 Enovelamento de proteínas • Cyrus Levinthal calculou que, se cada resíduo pudesse ter três conformações, o número total de estruturas em uma proteína de 100 resíduos seria 3100, ou 5*1047. • Se fosse necessário 10-13s para mudar de uma estrutura para outra, o tempo para se encontrar a conformação correta seria de 5*1034s, isto é, 1.6*1027 anos. • A diferença entre o tempo calculado e o tempo real de enovelamento é conhecido como o paradoxo de Levinthal. *Idade do universo: 13.75±0.11*109 anos Por que proteínas enovelam em tempo hábil? • O enovelamentode uma proteína não acontece de forma aleatória de forma a buscar a melhor conformação entre todas as possíveis – ele é um processo cooperativo, em que conformações corretas tendem a acontecer primeiro, serem mantidas, e induzir a formação de novos contatos nativos. 21/3/2011 25 Enovelamento (funil de energia)
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