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Jogos de Empresa Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Jean Carlos Cavaleiro Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin Conceitos dos Jogos • Introdução • Origem do Jogo • Aprendizagem Organizacional - Jogos Empresariais • Considerações Finais · Abordar conceitualmente a prática sobre Jogos de Empresas; · Discutir e estudar conceitos e suas aplicabilidades no processo de aprendizagem. OBJETIVO DE APRENDIZADO Aqui vão algumas dicas para que você aproveite o máximo a Disciplina: · Leia atentamente o conteúdo da Disciplina; · Alguns conceitos exigirão que você, aluno (a) pesquise sobre o tema para entender a aplicabilidade deles; · Não deixe de participar do Fórum de Discussão e de todas as atividades propostas; · Assista aos vídeos ilustrativos indicados na Contextualização. Sua participação ativa nessas atividades fará com que seu aprendizado se potencialize. Organize-se e aproveite! Durante leitura, aproveite para registrar os aspectos que achar mais importantes e as dúvidas que surgirem. ORIENTAÇÕES Conceitos dos Jogos UNIDADE Conceitos dos Jogos Contextualização Jogos de Empresas não é um assunto novo, apesar de estar tendo maior importância na atualidade devido à evolução dos meios tecnológicos que proporcionam isso. Utiliza conceitos da teoria Matemática e faz da lógica os meios de análises das ações de decisão empresarial. Dessa forma, envolve o gestor em situações muito próximas da realidade, em busca de melhoria em suas ações organizacionais. Assim como um piloto de avião não pode voar pela primeira vez em um avião de verdade, pois um erro seria mortal, um gestor também pode simular alguns cenários para antecipar algumas ações e, assim, agir com maior controle dos cenários. Mais adiante, você verá que a teoria dos jogos chegará aos conceitos de jogos empresariais. Para que você aluno(a) compreenda melhor os conceitos de Jogos de Empresas, consulte os links a seguir: Teoria dos Jogos: uma abordagem exploratória: https://goo.gl/Jbn3s0 A Ferramenta Jogos de Empresa como Estimulador da Aprendizagem: http://goo.gl/HKHkFREx pl or Marcos Meier e Jogos Cooperativos: https://goo.gl/6EUFFv Conheça os jogos empresariais: https://goo.gl/Jbn3s0Ex pl or 6 7 Introdução A prática de Jogos de Empresas é cada dia mais comum nas organizações. Busca-se cada vez mais ser assertivo nas decisões e, diante dessa necessidade, a simulação em cenários fictícios, mas que se aproximem da realidade, faz toda a diferença. Assim, entra em pauta o conceito de Jogos de Empresas, o que são, para que servem, onde se aplicam e como trabalhar com eles, o que será a tônica desta Disciplina que aqui se inicia. Origem do Jogo O jogo acompanha o homem desde os primórdios da História da Humanidade. Quando o homem sequer dominava a fala, eram necessários jogos de gestos e de sons para se comunicar e a História nos conta que, ao descobrir a fala, iniciou-se o jogo de palavras, sendo este, talvez, o primeiro jogo consciente de que se tem notícia e registro. Em nosso cotidiano, utilizamos várias formas de jogo, como o jogo dos sentidos, em que a curiosidade nos leva ao conhecimento; os jogos corporais, expressos na dança, nas cerimônias e nos rituais de certos povos; o jogo das cores, da forma e dos sons, presente na arte dos imortais; o jogo do olhar, cujo exemplo observável se encontra na cumplicidade do olhar dos enamorados. O jogo, então, faz parte do nosso dia a dia, faz parte de nossas vidas. Impressões arqueológicas e pinturas rupestres comprovam que na Antiguidade determinados jogos já existiam. Como, por exemplo, existem registros que apontam que gregos e romanos jogavam o nosso pião atual. No Peru, ainda no século IX a.C, foram encontradas bonecas em túmulos de crianças, e nos túmulos dos Incas, arqueólogos descobriram vários brinquedos infantis. Adolescentes gregos divertiam-se arremessando na parede uma bola cheia de ar, feita de bexiga de animais envolta em uma capa de couro. Acredita-se que seja esta a bola da inspiração para o Basquete, Vôlei e Futebol. Na Idade Média, filhos de barões feudais simulavam combates de arco e flecha ou lanças, nessa operação simulavam defesa e ataque a burgos imaginários, perseguiam ladrões e imitavam em tudo os cavaleiros andantes. Situação muito parecida com o que hoje conhecemos como paintball, amplamente utilizado como recurso de treinamento de executivos na atualidade. No fim do século XIX, os modelos de simulação com fins de treinamento começaram a ser usados na área militar. 7 UNIDADE Conceitos dos Jogos A utilização dos jogos simulados como instrumento de aprendizagem aumentou nos EUA na década de 1950, com a finalidade de treinar executivos da área financeira. Com os resultados positivos, sua utilização estendeu-se às outras áreas, chegando ao Brasil em 1980. Os primeiros jogos que surgiram no Brasil eram traduzidos, e os modelos, importados. Nem sempre se adaptavam à nossa realidade, as tentativas de adaptação nem sempre eram bem sucedidas. Atualmente, já temos empresas que desenvolvem simuladores retratando com fidelidade nossas principais situações empresariais. Aplicada às áreas empresariais, Gramigna (2007) aponta que: Antes de atividade lúdica, o jogo é um instrumento dos mais importantes na educação em geral. Por meio dele, as pessoas exercitam habilidades necessárias ao seu desenvolvimento integral, dentre eles, a autodisciplina, sociabilidade, afetividade, valores morais, espírito de equipe e bom senso.No desenrolar do jogo as pessoas revelam facetas de seu caráter que normalmente não exibem por recear sanções. Devido ao ambiente permissivo, as vivências são espontâneas e surgem comportamentos assertivos, trabalhados por meio de análise posterior. As conclusões servem de base para reformulações ou reforço de atitudes e comportamentos. O jogo é como um exercício que prepara o indivíduo para a vida (Gramigna 2007). Até aqui, tratamos de alguns conceitos sem defini-los e um deles foi a “simulação”. Vamos entender o que é? Simulação A simulação constitui uma situação em que um cenário simulado representa os modelos reais, permitindo a reprodução do cotidiano. Os meios de aplicação são os mais diversos, como, por exemplo, para astronautas, em que a simulação reproduz com fidedignidade o ambiente espacial, possibilitando treinar movimentos e manobras quantas vezes forem necessárias, até atingir a perfeição. Outro tipo de simulação, bem mais simples, é a reprodução por meio do teatro, de situação-problema que seja comum às pessoas ou grupos. Esse modelo funciona como ponto de partida para diagnósticos e ações corretivas, com o uso de metodologias específicas de resolução de problemas. Outra simulação bem comum é a conhecida como In-Basket Training – ou caixa de trabalho. Consiste na reprodução de um ambiente artificial de trabalho, em que os participantes recebem uma caixa de entrada com várias atividades a serem resolvidas em determinado prazo. Os participantes devem montar seu plano de organização pessoal e resolver o maior número possível dos problemas 8 9 apresentados. Terminado o tempo, cada participante recebe um gabarito com informações eu permitem avaliar habilidades, tais como: · Grau de percepção; · Capacidade de organização; · Habilidade de planejamento; · Tomada de decisão; · Capacidade de priorizar e agir proativamente. Assim, o jogo simulado é uma ferramenta muito útil para a aprendizagem organizacional. Esta é uma atividade planejada previamente pelo facilitador, na qual os jogadores são convidados a enfrentar desafios que produzem a realidade de seu dia a dia. Nesse modelo de jogo simulado, podemos identificar todas as características do jogo real: · Regras definidas; · Presença do espírito competitivo; · Possibilidade de identificar vencedores e perdedores; · Ludicidade; · Fascinação e tensão. O grande ganho do uso dessa ferramenta como meio de melhoriaé que, no mundo real, ao se errar, a punição é certa; na simulação, os que erram são incentivados a tentar novamente, e há a percepção de que é nos erros que se concentram as maiores chances de aprendizagem. O jogo simulado pode ser aplicado em qualquer área e com quaisquer objetivos; o Jogo de Empresa tende a focar no ambiente empresarial. Por exemplo, se um grupo necessita melhorar sua capacidade de planejamento, podemos aplicar uma atividade em que os jogadores tenham por tarefa: · Comprar matéria prima, levando em consideração os recursos financeiros disponíveis e as possibilidades de lucro; · Planejar e organizar o processo produtivo; · Produzir o modelo solicitado; · Acompanhar a produção, verificando critérios de qualidade exigidos pelos clientes; · Avaliar resultados parciais e finais; · Submeter a produção à apreciação do cliente. É uma situação na qual o grupo realiza uma sequência de interações e coloca em prática suas habilidades técnicas, o processo se assemelha muito ao seu cotidiano. Essas ações contribuirão para o aperfeiçoamento da performance do grupo quando colocado diante de uma situação real, que exija respostas e ações concretas. 9 UNIDADE Conceitos dos Jogos É uma operação em que além de aprimorar habilidades técnicas, o jogo proporciona a melhor das relações sociais. As situações oferecidas modelam a realidade social e todos têm a oportunidade de vivenciar seu modelo comportamental e atitudinal. Para atingir os objetivos, os jogadores passam por um processo de comunicação intra e intergrupal, no qual se exige de todos habilidades como: · Ouvir, processar, entender e repassar informações; · Fornecer e receber feedback de forma efetiva; · Discordar com cortesia, respeitando a opinião dos outros; · Adotar posturas de cooperação; · Ceder espaço para colegas; · Mudar de opinião; · Tratar de ideias conflitivas com flexibilidade e neutralidade. Pode-se afirmar que essa experiência serve como laboratório para o desenvolvimento e a conscientização de necessidades de mudança de comportamentos e atitudes individuais. Aprendizagem Organizacional - Jogos Empresariais Inicialmente, é importante conceituar a “Aprendizagem”, a partir de uma definição de Cornélio (1998), na qual ele aponta que é: “Um processo no qual ocorre uma mudança deliberada ou dirigida sobre uma estrutura de conhecimento de um sistema, de forma que ocorra uma melhora na sua performance em repetições posteriores”. Em outras palavras, aprende-se a replicar uma estrutura de conhecimento em outras realidades, adaptando-as ou ajustando-as aos recursos presentes. Uma ferramenta de Jogos de Empresas muda a proposta pedagógica da aprendizagem, na qual se aprende fazendo, saindo do modelo de se fazer somente análises, utilizando-se amplamente os conhecimentos dos professores, fazendo pouco uso das experiências dos alunos. Pouco se permitia em relação a errar e enxergar o erro, corrigir esse erro, acertar e verificar a melhoria no resultado. Um jogo, simulando uma situação real, aumenta consideravelmente as chances de o aluno assimilar o que lhe foi ensinado. O participante aprendiz de um evento simulado, antes um simples espectador de uma palestra e agora uma parte viva dos acontecimentos, tem ativadas as mesmas sensações que antes já tinha, visão e audição, somadas aos sentimentos e emoções que se sobrepõem durante a vivência. (MARTINELLI, 1987) 10 11 Para o autor, isso ocorre mesmo que essa vivência não represente exatamente a realidade em si, mas que simplesmente esteja próxima; porém, com certo dinamismo que, alinhando-se à espontaneidade, vontade de competição e prazer em realizar e liberdade, transforma os jogos em ferramentas extremamente eficazes de ensino no mundo organizacional. O processo de aprendizagem por meio de jogos pode ser descrito como o é por Gramigna (1994), que o apresenta como uma aprendizagem vivencial, dividindo-o em cinco fases: · A primeira fase, ele chama de “vivência”, que representa a atividade inicial, o jogo em si mesmo. É uma experiência, e por si só já ensina muita coisa, como relação, seguir regras, entender proposta, traçar objetivos e conflitar com os demais; tudo isso já proporciona muita aprendizagem; · A segunda fase é o “relato”, e é o momento de compartilhar sentimentos, reações e ações. Nesse momento, cada participante começa a se identificar com muitas posições ali expostas, começa a se soltar e a analisar suas posições; · A terceira fase é o “processamento”, que é dar espaço aos participantes para que tenham a oportunidade de analisar o ocorrido durante o jogo e avaliar os resultados obtidos. É uma etapa em que cada um expõe suas sensações; possibilita refletir sobre seu desempenho e sobre a própria essência do jogo; · A quarta fase, o autor chama de “generalização”, sendo o momento em que os participantes saem do cenário fictício, da simulação, e entram no mundo real, fazendo uso de analogias do jogo com o seu dia a dia; · A quinta fase é a “Aplicação”. É a última etapa do processo de aprendizagem. Após identificar falhas, acertos, facilidades e dificuldades, o grupo parte para o planejamento de novos rumos, já com as considerações do processo de aprendizagem ao qual foi submetido. Esses processos são amplamente utilizados em vários ambientes; nas escolas, como meio de aprofundar as competências necessárias; nas brincadeiras infantis, como meio de trabalhar segurança e relacionamento, entre outros; nas organizações, como meio de melhorar suas ações. Então, vamos continuar nossos estudos com essa percepção, com o olhar da importância da estratégia no ambiente de aprendizagem, não importa o meio em que ocorra. Aplicação de Jogos de Empresas A base dos conceitos de Jogos de Empresas está fundamentada na participação ativa do grupo envolvido: o participante constrói sua aprendizagem e, por consequência, seu desenvolvimento a partir da experiência vivenciada e da aceitação de que haverá mudanças, das mais simples às mais severas. 11 UNIDADE Conceitos dos Jogos Assim sendo, pode-se dizer que os Jogos de Empresas são ferramentas utilizadas para a educação de adultos, Collier (1987) afirma que a aprendizagem dos adultos se caracteriza da seguinte forma: · Aprendem o que sentem necessidade; · Aprendem melhor quando estão fazendo; · Preferem trocas de informações como ambientes de estudo; · Aprendem melhor resolvendo problemas. Para se ter uma ideia de como a ferramenta é relevante para o processo de aprendizagem, observe o modelo tradicional de ensino: é um modelo pautado em explanação de conteúdo. A aprendizagem por meio dessa ferramenta coloca o aprendiz no centro das atenções; o modelo promove a autodescoberta das soluções para os problemas propostos. Como principais diferenças entre o modelo tradicional e o modelo de aprendizagem pelos Jogos de Empresas temos: · Desenvolvimento das competências e habilidades por meio da prática de gestão; · Resgate ou busca de conhecimentos por meio de vivência; · Percepção de como identificar as melhores soluções para os problemas apresentados. Podemos afirmar, então, que os Jogos de Empresas apresentam grande impacto no processo de ensino e aprendizagem, pois podem ser estruturados e operados de forma que possam se desenvolver dentro de um ambiente com grande estímulo emocional, possibilita imediata resposta das ações propostas, vendo quase de imediato os resultados a partir de cada decisão tomada. O modelo permite, ainda, uma visão holística da empresa, evidenciando a interatividade entre seus diversos atores, e ressalta uma característica do ser humano, que é a predisposição para a competição. E nas últimas décadas, o desenvolvimento dos computadores ampliou – e muito – as formas de interação, possibilitando perfeitamente o uso em sala de aula, ou até mesmo em cursos a distância, nos quais se pode formar grupos e tomar decisão em conjunto, sem se estar próximo fisicamente. Definição deJogo O jogo é uma atividade espontânea, realizada por mais de uma pessoa, regido por regras que determinam quem vencerá. Estas regras incluem o tempo de duração, o que é permitido e proibido, valores das jogadas e indicadores sobre como terminar a partida (GRAMIGNA, 2007). 12 13 Características de um Jogo de Empresas Ao optar por um jogo, o gestor que atua como facilitador, ou a quem contratar para tal fim, deverá verificar se ele apresenta as características básicas a seguir: · Modelagem: o cenário do jogo deve reproduzir situações semelhantes ao ambiente real e seu cotidiano dos participantes; · Papeis claros: todo jogo é desenvolvido considerando um sistema de papéis, que podem ser estruturados em três categorias: · Estruturados: quando os participantes recebem orientações detalhadas sobre o comportamento que devem adotar. Cada participante assume um personagem e deve seguir para dar sentido e significado ao jogo; · Semiestruturados: é um modelo no qual o facilitador indica de forma genérica como cada um deve exercer seu papel; · Desestruturados: o facilitador apresenta o problema e o próprio grupo decide quem faz o que e como; · Regras claras: é muito importante que cada participante compreenda as regras do jogo. Então, deixar claras as regras é essencial; costuma-se utilizar para tal: cartazes, flip-chart, lousa ou transparência. Tipos de jogos Jogos de comportamento: são aqueles cujo tema central permite que se trabalhem temas voltados às habilidades comportamentais. Nesses jogos, o facilitador enfatiza aspectos como: · Cooperação; · Relacionamento inter e intragrupal; · Flexibilidade; · Cortesia; · Afetividade; · Confiança e autoconfiança. São jogos compostos por programas de desenvolvimento pessoal. Jogos de Processos: é um modelo de jogo em que se dá ênfase às habilidades técnicas. São preparados de tal forma que, para atingir seus objetivos, as equipes buscam: · Planejar e estabelecer metas; · Negociar ; · Aplicar princípios de comunicação efetiva; · Analisar, criticar, classificar, organizar e sintetizar; · Liderar e coordenar grupo; 13 UNIDADE Conceitos dos Jogos · Administrar tempo e recurso; · Estabelecer métodos de trabalho; · Montar estratégias para tomada de decisão; · Organizar processos de produção; · Montar esquema de vendas e marketing; · Administrar finanças; · Empreender ideias, projetos e planos. Os Jogos de Processo diferem dos de Comportamento por uma proposta de enfatizar produtos. Tem como objetivo principal a preparação técnica do grupo para operacionalizar ações. Além disso, fazem parte de programas específicos de desenvolvimento gerencial, desenvolvimento de equipes e outros similares. Jogos de mercado: reúnem as mesmas características dos jogos de processo, mas são direcionados às atividades que reproduzem situações de mercado, como: · Concorrências; · Relação empresa-fornecedor; · Tomada de decisão com risco calculado; · Terceirização e implicações no mercado; · Parceria empresa-fornecedor; · Relacionamento fornecedor-consumidor; · Pesquisa de mercado; · Estratégias e expansão no mercado; · Negociação em larga escala. Considerações Finais Nessa Unidade, entendemos o que é um Jogo de Empresa, quais seus objetivos e os modelos existentes. Vimos a importância de sua aplicação nas organizações e o quão importante é no processo de aprendizagem e formação do gestor. Mas não podemos deixar de apontar algumas críticas: · Desequilíbrio entre a complexidade do jogo e a motivação dos participantes, que pode ser bem pessoal de cada um; · Dificuldade de validar e quantificar os efeitos do jogo ao associar ao mundo real dos participantes; · Não necessariamente quem vence o jogo é vencedor na vida real, não necessariamente os bons resultados seriam replicados no mundo real; · Não existem evidências de que um bom jogador seja um bom gestor; · Desafios baixos em relação ao preparo para enfrentá-lo podem gerar tédio; · Desafios altos em relação ao preparo podem produzir frustração e ansiedade; 14 15 · Em relação à Educação, segundo Martinelli (1987), os Jogos de Empresas não devem ser considerados absolutos, devendo fazer parte de um conjunto de técnicas didáticas que devem ser acompanhadas de outras abordagens já consagradas, tais como estudos de casos, métodos de leitura, aulas expositivas, seminários etc. Ao findar dessa aula, gostaria que você aluno(a) refletisse sobre: · Já participou de algum Jogo de Empresa?; · Tirou proveito desse jogo no que se refere à aprendizagem?; · Foi bem conduzido(a)?; · Conseguiu se enxergar no processo?; · Deu resultado em curto, médio e longo prazo? Independente das respostas, reflita sobre os motivos dos sucessos ou insucessos em sua avaliação. E assim, nas próximas Unidades, vamos nos aprofundar no processo de aprendizagem sobre Jogos de Empresas. 15 UNIDADE Conceitos dos Jogos Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Na EaD, é muito importante que o(a) aluno(a) amplie o acesso a conteúdo de qualidade, que trate sobre os temos propostos. É uma forma de ver o mesmo assunto de maneira diferente. Então, contando com o compromisso de você buscar outros meios de estudo, indico aqui alguns artigos: Sites Desenvolvimento Humano http://goo.gl/7PPfXL Leitura Desenvolvimento de simuladores para jogos de empresa: abordagens ao design http://goo.gl/5yEuxD Os Jogos de Empresas como Recurso Didático na Formação de Administradores http://goo.gl/i4zLJw A Utilização de Jogo de Empresas nos Cursos de Graduação em Administração no Estado da Bahia http://goo.gl/MXTKDj 16 17 Referências BEPPU, Clóvis Ioshike. Simulação em forma de “jogo de empresas” aplicada ao ensino da contabilidade. 1984. Pg 41-43. (Dissertação de Mestrado). FEAUSP. São Paulo, 1984. COLLIER, Henry W. Micro-Computers: a successful approach to teaching business courses. Great Britain: Pergamon Journals Ltd., 1987. CORNELIO FILHO, Plínio. O Modelo de Simulação do GPCP-1 Jogo de Planejamento e Controle da Produção. 1998. pg. 16 (Dissertação de Mestrado). UFSC. Florianópolis, 1998. DAVIS, M. D. Teoria dos jogos. São Paulo: Cultrix, 1973. FERREIRA, J. A. Jogos de empresas: modelo para aplicação prática no ensino de custos e administração do capital de giro em pequenas e médias empresas industriais. 2000. Pg. 22 e 33 (Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção). UFSC. Florianópolis, 2000. GRAMIGNA, M. R. Jogos de empresas. São Paulo: Pearson, 2007. 17 Jogos de Empresa Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Jean Carlos Cavaleiro Revisão Textual: Prof. Dr. Selma Aparecida Cesarin Classificação de Jogos de Empresas • Classificando os Jogos de Empresas • Metodologias e Técnicas de Ensino por meio de Jogos · Esta Unidade tem como objetivo abordar os tipos de jogos, bem como trazer exemplos e aplicações no dia a dia empresarial. Estudará o processo de jogos como meio de aprendizagem e as técnicas de planejamento dessa operação. · Vamos, aqui, entender o conceito de simulação e o papel de cada agente presente na operação de Jogos de Empresas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre os conceitos e aplicações de Jogos de Empresas. Será importante que leia o conteúdo disponibilizado com atenção e fique atento(a) aos materiais complementares indicados, pois eles têm como papel ampliar os conhecimentos sobre o tema. Um meio importante de aprendizagem é a interação, ou seja, questione sempre que não entender algo; seu ponto de referência para esse questionamento será seu tutor. Ampliando os recursos de aprendizagens, a Disciplina oferece, no ambiente de estudos, atividades de avaliação, com atividades de múltipla escolha e atividade de aprofundamento, que busca reflexão sobre o tema. É importante que você siga um roteiro, como ler o conteúdo, assistir a videoaula e depois fazer as atividades.Ao realizar as atividades, tenha um caderno para anotações, dicas e ponderações sobre as atividades. ORIENTAÇÕES Classifi cação de Jogos de Empresas UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas Contextualização O ambiente competitivo exige que as empresas busquem por meios de aprendizagem que ampliem as possibilidades de conhecimento. Fazer mais, errar e gastar menos é o grande objetivo desse cenário. E tudo isso no menor prazo possível. A visão de que errar é humano não é compartilhada com veemência nas empresas. Assim, a tomada de decisão tem sido crucial para as organizações e uma das ferramentas utilizadas para aprimorar essa necessidade tem sido “Jogos de Empresas”, ferramenta não tão nova, mas que vem sendo recentemente cada vez mais utilizada; isso por possibilitar a prática de simulação, pois se pode errar sem grandes consequências ou mesmo aprender errando. Essa ferramenta, então, deve ser utilizada pelos gestores como um meio de desenvolvimento de outros gestores, pois amplia a capacidade de observar cenários, a capacidade de tomada de decisão e, também, possibilita desenvolver alternativas para entender o melhor caminho a ser seguido. Imaginem uma situação na qual você tenha de escolher uma região para montar uma fábrica. A escolha estaria entre três regiões; por exemplo, A, B e C. Suponha, ainda, que cada região tenha suas características, como intenção de demanda, poder aquisitivo e custos de transportes e mão de obra. Assim, cada região resultaria em um potencial volume de venda e especificidades de custos e poder de compra. Dessa forma, entender como se daria a dinâmica de interação entre as áreas, as várias possibilidades de demanda nas variadas regiões e seus custos seria crucial para o sucesso dos negócios. As possíveis combinações seriam: instalar-se na região A e vender nas três regiões, tendo uma delas como público alvo, ou se instalar em qualquer outra e vender para as demais, só que os custos de transportes de uma área para outra são distintos. A questão é: qual seria a melhor escolha? Se o foco estratégico for a lucratividade, a escolha seria uma; agora, se for o faturamento, seguramente não seria a mesma ou, ainda, poderia ser buscar participação de mercado, sendo outra opção. Nesse cenário, a simulação por meio de jogos seria muito interessante, pois poderá avaliar as várias combinações com certo grau de realidade. 6 7 Classifi cando os Jogos de Empresas Como um dos objetivos desta Disciplina é possibilitar que o aluno consiga replicar nos locais onde atua, é muito importante conhecer os tipos ou os modelos existentes. Assim, pode-se direcionar o uso conforme as necessidades. Dessa forma, vamos recorrer à literatura sobre o tema, tratando de Kopittke (1989), que traz a classificação a seguir para Jogos de Empresas. Jogos Empresariais Gerais São jogos que exploram todas as áreas de uma empresa, trabalhando desde a linha de produção, como a questão comercial, financeira, Recursos Humanos etc. Buscam, em princípio, trabalhar a capacidade de tomar decisão e agir na hora certa, com olhar holístico, e não necessariamente em um setor específico. Explore os sites: http://www.ldp.com.br/site/simuladores/SDE http://www.ldp.com.br/site/simuladores/SES http://www.ldp.com.br/site/simuladores/SPP http://www.ldp.com.br/site/simuladores/SOE Ex pl or Jogos Empresariais sob Medida São Jogos customizados, desenvolvidos para atuar na realidade de uma empresa em específico. Podem ser um modelo adaptado para o segmento, especialmente desenvolvido para tal fim. Essa atuação é muito relevante para atender especificidades de um mercado, por exemplo, um jogo que tenha como produto a ser comercicalizado um produto físico, de valor agregado e de uso duradouro é totalmente diferente de uma pizzaria. Os motivos das compras, a sensação de qualidade, a aceitação do prazo podem ter características distintas. Ressalta-se aqui o papel da ferramenta de Jogos de Empresas como forma de aprendizagem como uma das formas que mais proporciona conhecimento e aprendizagem. 7 UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas Observe a figura a seguir: Fonte: NTL - Institute for Applied Behavioral Sciences E esse tipo de jogo customizado ou alinhado às necessidades e características de uma empresa qualquer, proporciona essa aprendizagem por qual motivo? · Jogos de empresas · Discussão de conceitos · Planejamento e tomada de decisão · Aplicação prática - participante ativo · Visão sistêmica · Capacitação - O participante torna-se apto a aplicar os conceitos e soluções discutidos na realidade da sua empresa. Jogos Empresariais Funcionais São jogos desenvolvidos para uma área específica de uma empresa qualquer. Buscam explorar a habilidade dos envolvidos em relação à área específica. Por exemplo: · Setor de produção: o jogo pode aprimorar a capacidade de planejar a produção conforme a capacidade produtiva, considerando ou não restrições de produção. Podem ou não considerar a disponibilidade de material, os gargalos, a mão de obra etc.; · Negociação: o jogo pode testar a habilidade de argumentar, tratar de atividade ganha ganha, ganha-perde etc. Podem, ainda, ter como característica ser interativo, ou seja, são jogos nos quais a ação de uma empresa interfere no resultado da outra. Pode ser um cenário competitivo, no qual se avaliam os ganhadores e os perdedores por vários aspectos, como, lucratividade, venda, faturamento e domínio do mercado, entre outros. O tipo de jogo a ser utilizado depende das necessidades dos gestores. O desenvolvimento das competências que se busca atender deve ser muito bem avaliado, para que se escolha a ferramenta adequada. Gramigna (1994) aponta que para o jogo ser mais lúdico, atraente e fascinante, deve respeitar as seguintes etapas: 8 9 · Objetivos: devem ser verificados, devem ser claros e devem especificar os comportamentos pretendidos no final de cada atividade. Como exemplo de objetivos esperados, podemos apontar: desenvolver habilidade de planejar, de liderar, de negociar etc.; · Apoio técnico: entender como funciona o jogo é importante, mas ter apoio para que as ferramentas sejam funcionais também tem seu papel, seja lá qual for o recurso, pode ser um software instalado em um computador, um software na rede, objetos físicos a serem manipulados etc.; · Recursos: assim como para que uma receita tenha o resultado esperado, é importante todos os ingredientes à disposição, para que o resultado de um jogo de empresa seja positivo, é importante que todos os recursos estejam à disposição, coisas simples como: caneta, marcadores, papel, não importa o que seja, tem de estar à disposição e em perfeito funcionamento; · Avaliação da complexidade das tarefas: em cada uma das etapas é importante que se tenha clara percepção do grau de dificuldade e o quanto exigirá de cada participante. É o que possibilita a correta avaliação dos resultados esperados; · Perfi l dos participantes: o planejamento da atividade deve levar em consideração o nível de escolaridade e as características sociais, culturais e psicológicas do grupo. Assim, molda-se atendendo às suas especificidades e limitações; · Ambiente do jogo: o ambiente a ser praticado o jogo deve ser avaliado. Dessa forma, observa-se o devido desenvolvimento, seja o ambiente físico, seja digital. Por exemplo, um jogo que rode pela rede de internet em ambiente no qual a internet oscile muito pode comprometer o resultado. Da mesma forma, uma atividade presencial, em espaço insuficiente, também compromete o resultado; · Mecânica lúdica: um jogo deve ser interativo, animado e descontraído para assim garantir o envolvimento de todos com maior engajamento. Dessa maneira, tudo deve ser combinado, esclarecido e obedecido; · Teste: como gestor, deve se preocupar com o todo, deve verificar se o resultado esperado pode realmente ser atingido com as ferramentas escolhidas. Assim, um teste inicial pode ampliar essapercepção. Passando pelos testes iniciais, o modelo a ser aplicado pode ou não ser validado. Como professor, sempre aponto que tudo que é discutido em um Curso deve ser absorvido como ferramenta para ser utilizada no ambiente de atuação profissional: a escolha adequada da ferramenta e a correta adaptação da ferramenta ao cenário utilizado é essencial. Com Jogos de Empresas não seria diferente; é uma ferramenta, mais uma, diga-se de passagem. E para melhorar, indico um caminho a ser seguido, ou etapas a serem tratadas com muita atenção; 9 UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas · Manual: é de fundamental importância, pois tem o papel de indicar o que é o jogo, seus objetivos, as etapas, as regras, sistema de avaliação do processo e os resultados esperados; · Participantes: são os envolvidos no processo de jogo. Pode ser uma disciplina acadêmica ou, simplesmente, um treinamento executivo. Em ambos os casos, podem atuar em grupo ou individualmente. No caso de grupos, pode ser grupo escolhido pelos participantes ou pelo animador. Isso implicaria atuar com pessoas desconhecidas; · Animador: é aquele que tem como papel conduzir o jogo, acompanhar os participantes durante e dar feedback depois. Deve compreender bem o objetivo, conhecer as ferramentas utilizadas e motivar os participantes. De forma simplificada podemos apontar que Jogos de Empresas podem apresentar os seguintes objetivos: · Desenvolver habilidades: planejamento, negociação, liderança, organização, gerenciar tempo e recursos, elaboração de estratégias, gerenciar finanças e empreendedorismo; · Promover conhecimento: por meio de simulação, busca a convergência do conhecimento científico com a vivência empresarial, como aponta Confúcio: “A essência do conhecimento está em aplicá-lo”; · Identificar soluções: é o grande objetivo dessa ferramenta, por meio de simulação, enxergar soluções para problemas empresariais, entender, ainda, os possíveis resultados mediante cada uma das possíveis soluções. Qual seria uma definição para simulação? O que você acha? Pense! É importante para a aprendizagem? Por quê? Ex pl or Vamos ver! Simulação Simulação é a arte de imitar a realidade sob diversos aspectos, avaliando possibilidades e resultados dados das diversas opções. Para reforçar essa definição, vamos ver a posição de alguns autores. Para Carson (1994): “Simular é a maneira de fingir a essência de algo sem a realidade; é a construção de um modelo abstrato representando algum sistema real”. Como, por exemplo, um simulador de voo. Já Gramigna (1994) diz que: “Simulação é uma situação em que um cenário simulado representa modelos reais, tornando possível a reprodução do cotidiano”, afirmação coerente com o que tem sido proposto e que reforça o objetivo de se aproximar do cotidiano. 10 11 E Martinelli (1987) completa, afirmando que: “A simulação é um meio de se experimentar ideias e conceitos sob condições que estariam além das possibilidades de se testar na prática, devido ao custo, à demora ou aos riscos envolvidos”. E esta última, entendo ser a definição mais completa, que realmente ressalta o que é a simulação. O Ambiente do Jogo Deve-se procurar coerência entre o falar e fazer. Assim, os participantes seguem regras claras e o resultado costuma ser melhor. O ambiente deve contribuir para a solução de problemas relacionados à realidade do grupo e proporcionar espaços para discussão e trocas de experiências num modelo participativo. A experiência com a atuação aponta que posturas autoritária e centralizadora inibem a participação de jogadores mais tímidos e daqueles que têm receio de entrar em conflito em ambiente público. O resultado é melhor quando se confia na capacidade de cada um dos jogadores; se for necessário errar, deixe errar, pois como é simulação, aprende-se mais quando se erra e se percebe o erro e seus impactos do que quando se acerta e também se percebe o resultado. O comprometimento do grupo nas tarefas propostas é bem maior quando ele próprio se responsabiliza por algumas tarefas, tais como: · Administrar os recursos necessários para atingir as metas. Se a proposta da etapa for efetuar compras, não dar dicas de volumes nem frequência. A ideia é que os participantes definam os volumes, e caso não tenham cruzado com a demanda, com a necessidade de produção ou venda, caso não tenham cruzado com os estoques disponíveis, vejam os impactos das decisões, como excesso, que gera custo, ou falta, que também gera custos. Se a proposta for fazer contratação, que pense sozinho em quantas pessoas contratar. Assim, temos de entender que errar também é aprendizagem; · Administrar o tempo de realização de cada tarefa. Gosto sempre de frisar: no ambiente profissional, o importante não é somente fazer; deve-se fazer bem feito, do jeito certo, com as descrições corretas e, principalmente, no tempo certo; · Defi nir papéis: em um jogo em que se exija mais de um papel, como, por exemplo, um Diretor Financeiro, um Gerente de Marketing, um Gerente de Produção, permitir que eles se organizem e definam quem faz o que. Assim, o engajamento pode ser mais promissor; 11 UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas · Estabelecer suas próprias normas, mas seguindo as normas básicas e gerais. Isso faz parte do processo de aprendizagem. Aqui, trabalha-se a capacidade de planejamento e de organização; · Planejar reuniões para feedback. Tudo que é negociado envolve a todos na responsabilidade no alcance dos resultados, enquanto a imposição tem caráter oposto. O papel do facilitador O facilitador é aquele que conduz o jogo e faz com que todos entendam o que e por que deve ser feito. Deve, assim, adotar postura assertiva, favorecendo um clima de confiança e abertura entre os participantes. O sucesso em uma operação qualquer é diretamente proporcional ao grau em que as pessoas se envolvam. E esse envolvimento é possível quando estamos abertos a ouvir cada um, a respeitar as opiniões contrárias às nossas, a reconhecer que todos têm contribuições a trazer e a agir com cortesia, evitando, assim, a competição improdutiva e ou destrutiva. Essa postura amplia a sensação de aceitação; todos têm a necessidade de se sentir aceito, considerado e apreciado e, para tanto, podemos adotar atitudes e comportamentos variados, dependendo da forma como somos recebidos. Em qualquer atividade em grupo, geralmente há a presença da ansiedade; por outro lado, não sabem o que esperam deles. E por parte do facilitador, também, há ansiedade, pois ele não sabe como será a turma, pensa como poderá obter maior resultado, afinal, será aceito ou não pelo grupo? Outro ponto presente na operação do facilitador é que todos têm medo de errar. A criação das pessoas foi no sentido de procurar os acertos e nesse modelo se propõe eu se aprende errando. É uma quebra de paradigma e para minimizar os impactos é importante que, logo de início, proporcionem aos participantes a possibilidade de se apresentarem. Cabe ao facilitador criar condições favoráveis à manutenção de um clima grupal harmonioso e baseado na confiança. O ambiente deve favorecer a participação de todos, dos mais tímidos aos mais falantes e deve deixar o maior espaço possível para as contribuições dos participantes. Nem sempre é necessário trazer conceitos de teorias, pois o objetivo é fazer uso dos conhecimentos já acumulados. A condução do jogo deve ser de forma que possibilite às pessoas a descoberta e a expressão de suas reais necessidades. Cabe ao facilitador fazer com que o grupo sinta que suas contribuições são importantes e que foram consideradas. O Jogo de Empresa é considerado um jogo vivencial e, nesse modelo de atividade, o erro acontece quase que a todo o momento. Então, correr risco ao tomar decisão deve ser incentivado. Encorajar é uma das principais ações do facilitador. 12 13 Em resumo, o papel do facilitador é: · Atuar como educador; · Identificar e atuarde acordo com as regras do grupo; · Reconhecer e proporcionar atividades de acordo com as fases do grupo; · Encorajar as ações; · Reforçar o processo segundo as etapas do ciclo de aprendizagem vivencial. É importante, também, apontar os principais erros de um facilitador: · Pensar que já sabe tudo sobre jogos e não se atualizar; · Usar o jogo pelo jogo; · Assumir postura agressiva inflexível e agressiva perante o grupo; · Passar pelo jogo sem trabalhar o ciclo de aprendizagem vivencial; · Usar o jogo como um fim, e não como um meio; · Aplicar jogos sem planejamento prévio; · Ignorar a dinâmica de grupo durante as vivências. Metodologias e Técnicas de Ensino por meio de Jogos Não há uma regra rígida para atuar com ensino por meio de jogos. Há, sim, alguns métodos, como: Diretivo Teórico, Diretivo Prático, Ativo Dirigido, Ativo- participativo, Inovador e Operacional. Vamos conhecer cada um deles, mas, adianta-se que não há um método considerado melhor; há sim o mais adequado para cada situação e ou objetivo. Metodologia Diretiva Teórica É aquela em que o facilitador tem todo o poder de decisão nas mãos. Ele determina conteúdos, problemas, situações e formas de trabalhar em cada uma das propostas apresentadas. O participante tem uma atuação passiva, de ouvinte. Esse modelo é muito praticado por meio de palestras, que permitem a exposição de significativo número de ideias em curto espaço de tempo. Muito comum em salas de aula numerosas, congressos, assembleias e reuniões de grande porte, produzindo resultados positivos. Esse modelo tem como vantagem a facilidade de aplicação, e aplicação em número grande de pessoas; porém, uma desvantagem é que os feedbacks são menores e não permitem alterações nos conteúdos predeterminados. 13 UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas Como funciona por meio de exposição oral, é comum a desmotivação, exige-se habilidade do orador, como, por exemplo, usar humor, interagir fazendo perguntas, utilizar recursos visuais apropriados e seguir roteiro coerente e objetivo. Método Diretivo Prático Com essa metodologia, o instrutor expõe ao grupo o problema, fornece a solução e permite que ele reproduza a ação. Não há modificação no que é solicitado, é uma reprodução do que foi aprendido. Muito comum como treinamento como cursos profissionalizantes, aprendendo, por exemplo, a manusear equipamentos. É uma abordagem que permite ao participante experimentar o que foi repassado; porém, o poder de decisão é limitado. Só é possível fazer o que foi determinado pelo instrutor. Diferente do anterior, aqui é possível avaliar o treinando durante o Curso, o feedback é direto, visível e mensurável. Método Ativo Dirigido Para aqueles que estão fora das atividades, este pode parecer um método altamente participativo. Com o uso de uma técnica chamada “grupo de verbalização e grupo de observação GV – GO”, os participantes trocam experiências e defendem ideias a partir de um tema proposto pelo facilitador do jogo. Nesse método, enquanto um grupo discute, o outro observa, seguindo relatórios propostos. A partir de certos momentos, indicados pelo facilitador, os grupos interagem e se inicia nova dinâmica. Como exemplo, podemos apontar a dinâmica do jogo da laranja. Vejamos Participantes: três grupos Um grupo representa o produtor de uma laranja especial desenvolvida em Laboratório, cuja patente possui dez anos. Sabe que duas grandes empresas estão interessadas em comprar toda a sua produção, que por ser um tipo especial é bem limitada. Os outros dois grupos são os compradores. São dois laboratórios que vamos chamar de Laboratório A e Laboratório B. O Laboratório A pretende usar a casca da laranja na produção de um medicamento para a cura do câncer. Mas o produtor não tem essa informação. O laboratório B pretende utilizar o bagaço da laranja para a produção de um medicamento para a cura da AIDS, mas nem o produtor, nem o Laboratório A possuem essa informação. A dinâmica consiste em: Quem vai conseguir comprar a produção de laranja? O Laboratório A ou o B? 14 15 O produtor vai se reunir com ambos e, para referência, a laranja considerada normal custa R$ 2000,00 a tonelada. O produtor não sabe a finalidade do produto e os laboratórios não se conhecem; vão simplesmente tentar comprar a laranja. O produtor recebe o Laboratório A. A conversa ocorre diante de toda a turma, enquanto o Laboratório B aguarda em outro ambiente para influenciar nas conversar futuras. Assim, o Laboratório A inicia a seguinte conversa: – Eu sou o representante do Laboratório A e vim conversar com o senhor, pois tenho grande interesse em sua produção. Descobrimos a cura do câncer e para tal precisamos extrair uma substância da sua laranja. Quanto você me faz para que eu compre toda a sua produção? Abrindo parênteses: Observe a fala: o que você acha disso? Foi uma boa fala? Reflita. Mas vamos lá! A dinâmica de mercado mostra que o valor de um produto não está atrelado ao material gasto ou ao custo de produção. Se você souber que seu produto é a salvação da vida do outro, o referido produto muda de valor. O importante não é mais o produto, mas sim a salvação da vida. Logo qual é o valor da vida? É aquela questão do copo de água no deserto. Quanto vale? Então, já compreendeu o que eu quis dizer sobre a fala do laboratório A? Em outras palavras, percebeu que o produtor pode triplicar o preço ao saber da aplicabilidade ou uso do produto? Agora parece óbvio, mas na prática é bem comum o erro e a atuação como o mencionado no Laboratório A. Somente depois que é apontado pelos observadores o erro é que os participantes se dão conta. E quando se dá a continuidade na operação, os mesmos erros ocorrem com os participantes do Laboratório B. Assim, tanto os envolvidos diretamente, como os observadores, possuem papel crucial no processo de aprendizagem. O que determina a diretividade do método é a impossibilidade de os participantes desviarem a ação para outros conteúdos além daqueles propostos na dinâmica. Tudo que se discute gira em torno do tema predeterminado. Como no exemplo acima, tudo que se trata é em torno do problema citado no jogo da laranja. A técnica de verificação e observação é apropriada para situações de seleção de pessoal e identificação de potenciais e habilidades, quando, por exemplo, houver necessidade de detectar habilidades como formas de argumentar, flexibilidade, iniciativa, persuasão e conhecimento sobre determinado assunto, entre outros, nessa linha de pensamento. 15 UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas Método Ativo-participativo É um método no qual os participantes possuem algum poder de intervenção e decisão. Assim, a figura do facilitador passa a ser mais discreta. A maioria dos jogos de empresa observados tem essa característica, tendo, como exemplo, Jogos de Empresas mais estruturados. Debates e painéis moderados são alguns modelos que possuem em seu modelo a forma ativo-participativa, oferecendo pequena margem de decisão aos participantes. É um modelo percebido quando o desafio é lançado pelo facilitador, e ao mesmo tempo se oferecem papéis estruturados e regras rígidas de participação. As decisões são tomadas a partir do cenário e regras criados e as ações são ainda muito limitadas. Método Inovador É um método mais livre. O facilitador lança o problema e o grupo toma todas as decisões para resolvê-lo, sem a interferência do facilitador. Então, são jogos de livre movimentação, buscando somente o resultado proposto. O facilitador é, aparentemente, de pouca interferência ou nenhuma; torna-se um observador do processo e só se faz presente na análise dos resultados. Método Operacional Muito semelhante ao método inovador, tendo sua sutil diferença na observação da atuação do facilitador. É um modelo no qual o facilitador lança a situação e o próprio grupo identifica o problema, as soluções e a maneira de colocá-las em prática. É um modelo queexige muito mais capacidade dos participantes, visão holística e capacidade de planejamento. Jogos de Empresas mais recentes dispensam a presença do aplicador em certas etapas; porém, é imprescindível em fases posteriores à vivencia, pois é quando dá o feedback, redireciona as ações e abre visões sobre as atuações. Vimos, então, seis estilos de jogos, mas, pergunto: Qual o melhor método? A resposta é simples: não existe o melhor nem o pior método. Existe, sim, a opção adequada por uma ou outra abordagem em função das necessidades de cada empresa e o objetivo ilustrado pelo facilitador. Caso o objetivo de uma empresa seja informar 300 ou 400 pessoas sobre determinado assunto, é mais produtivo fazer uma palestra em um auditório. Agora, se o objetivo é ensinar a fazer algo, é mais produtivo utilizar o método participativo, pois o que se busca é desenvolver habilidades. Em qualquer programa de treinamento e ou desenvolvimento, a dosagem metodológica é fundamental para um melhor aproveitamento. Da mesma forma, o objetivo deve ser mesclado, integrando teoria e prática, o que provoca uma situação de mudança de clima, favorecendo a produtividade do grupo e a manutenção da motivação. 16 17 É muito relevante na elaboração de um programa de treinamento utilizando Jogos de Empresas o cuidado de dividir o tempo entre atividades vivenciais e atividades mais dirigidas, mesclando jogos, simulações, técnicas livres e dinâmicas de grupo com atividades estruturadas, instrumentos de autodiagnósticos, estudos de caso, exposição e outros textos. Assim, torna-se atividade mais interessante, e a motivação está sempre presente pela não monotonia dos processos. Mas como fazer para escolher um jogo adequado? A escolha de um jogo deve observar se atende aos objetivos pretendidos. Uma ferramenta que auxilia na escolha é a Matriz de Jogos. Em processo de desenvolvimento de pessoas, é comum o uso do mesmo jogo várias vezes, o que nem sempre é bom, pois os objetivos nem sempre são os mesmos. Observe no quadro a seguir alguns indicadores com uma série de processos ou comportamentos que surgem durante a vivência dos jogos. Para a escolha de um jogo, pode-se marcar com x os indicadores que se tem como objetivo. Assim, o jogo com maior atendimento seria o jogo indicado. Vejamos: Indicadores de Jogos Indicadores Jogos das laranjas Pipas Máscara Habilidade de comunicação X X Organização X X X Estilo de liderança X Técnicas de planejamento X X Relacionamento interpessoal X Flexibilidade Resistência a mudanças Habilidade de negociação X Administração de tempo X X Veja que os sinais nos quadros à direita de cada um deles significam que aquele jogo se presta a trabalhar o tema em evidência. O indicador marcado pode ser avaliado ou servir de ponto de referência para o desenvolvimento de atividades específicas. Agora, os quadros em branco significam que o jogo não atende àquele indicador, devendo-se, assim, escolher outro jogo. Como exemplo aqui, temos o indicador flexibilidade: nenhum jogo apontado aqui atende a essa necessidade. Vejamos um exemplo prático de uso dessa ferramenta. Qual o objetivo da aplicação? 17 UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas É a primeira pergunta a ser respondida. Vamos supor que o objetivo seja trabalhar um Programa de desenvolvimento gerencial, cujo tema central seria: Técnicas de planejamento participativo. Quais seriam os indicadores para essa finalidade? Qual dos três treinamentos seria o mais indicado? Como gestor, essa é uma pergunta que deve ser feita e respondida com a maior fidelidade possível, pois não se pode ter a operação do jogo pelo jogo; deve-se ter objetivo a ser atingido. Agora, se o objetivo for fazer seleção de pessoal, cujas habilidades exigidas sejam: organização para o trabalho e bom relacionamento em grupo e iniciativa, a escolha certamente não seria a mesma. Assim, o facilitador, no momento de escolher o jogo mais adequado, poderá recorrer à matriz e identificar quais jogos atingem os indicadores relacionados aos objetivos definidos. Então, pode-se afirmar que o uso da matriz de jogos possibilita: · Facilidades nas escolhas e na adequação dos jogos; · Visibilidade de todos os jogos catalogados sem a necessidade de recorrer a arquivos ou apostilas. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Para aprofundar seus estudos, consulte: Leitura Aplicação da Matriz de Jogos Estratégicos na modelagem de estratégias cooperativas e competitivas para empresas de um pólo têxtil e de confecções http://goo.gl/50uwAh Jogos de empresas: modelo para identificação e análise de percepções da prática de habilidades gerenciais https://goo.gl/48Q8bl A Matriz de Jogos Estratégicos (MJE) como uma nova ferramenta para gestão estratégica via teoria dos jogos https://goo.gl/6vADfE A Teoria dos Jogos na Estratégia de Negócios: uma Contribuição Relevante? http://goo.gl/ZovL7A 19 UNIDADE Classificação de Jogos de Empresas Referências ALMEIDA, Fernando C. Experiências no uso de Jogos de Empresas no ensino de Administração. Disponível em: <www.ead.fea.usp.br/semead/3semead/pdf/ ensino>. Acesso em: 28 maio 2016. BARTH, Peter; MARTINS, Roberto. Aprendizagem vivencial em treinamento e educação. Petrópolis: Intercultural, 1996. COSTA, E. A.; BOTTURA, C. P. A Matriz de Jogos Estratégicos (MJE) como uma nova ferramenta para gestão estratégica via teoria dos jogos. 2006. Sistemas & Gestão, v.1(1): p.17-41. Disponível em: <http://www.latec.com.br/sg/arevista/ Volume1/Numero1/ V1_1_index.htm>. ELGOOD, C. Manual de jogos de treinamento. São Paulo: Siamar, 1987. GRAMIGNA, Maria Rita Miranda. Jogos de empresa. São Paulo: Makron Books, 1993. JOHNSSON, Marcelo Evandro. A Aplicação de Jogos de Empresas e o Aprendizado do Processo de Gestão Empresarial. 2001. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina. Santa Catarina, 2001. LOPES, Paulo da Costa. Jogo de Empresas Geral: a perspectiva do animador com a utilização na pós-graduação lato sensu. In: XXV ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 2001, Campinas. Anais do XXV ENANPAD, 2001. v.1. OHNSSON, Marcelo Evandro. A importância da utilização de jogos de empresas em programas de capacitação de executivos. Revista FAE BUSINESS, n.2, jun. 2002. 20 Jogos de Empresas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Jean Carlos Caveleiro Revisão Textual: Prof. Dr. Selma Aparecida Cesarin A Importância dos Jogos Estruturados • A Importância dos Jogos Estruturados · Essa Unidade tem como objetivo desenvolver estudos sobre os conceitos de Jogos Estruturados, tratando das competências possíveis de desenvolvimento com o uso de Jogos Empresariais. · Vamos tratar de diversos modelos de Jogos Estruturados, trazendo exemplos e detalhes de aplicabilidade. OBJETIVO DE APRENDIZADO Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre o tema Jogos Estruturados e as competências possíveis de desenvolvimento com a ferramenta Jogos de Empresas. Vamos abordar as competências que podem ser desenvolvidas nos diversos setores de uma Organização. Então, procure ler com muita atenção, grifando tudo que considerar importante. Para ampliar os estudos, considere, também, os materiais complementares. No estudo a distância, a leitura é o momento oportuno para registrar as dúvidas; assim, aponte todas as dúvidas que existir ao seu tutor. Além disso, para que a aprendizagem ocorra no ambiente mais interativo possível, na pasta de Atividades, você encontrará também as atividades de avaliação, uma atividade reflexiva e uma videoaula. Cada material disponibilizado é mais um elemento para a sua aprendizagem. Dedique-se a cada um deles, pois vão contribuir bastante. ORIENTAÇÕES A Importância dos Jogos Estruturados UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados Contextualização Não importa o segmento, nem o nível que esteja analisando;uma das principais dificuldades é a captação e o desenvolvimento de mão de obra. As empresas enfrentam um grau de competitividade nunca visto antes; agir de forma a se diferenciar das demais é questão de sobrevivência. E essa diferença não necessariamente está no produto ou no serviço, pois isso pode ser facilmente copiado, perdendo-se, assim, a chamada vantagem competitiva. Então, como podemos atender essa necessidade de se diferenciar no mercado competitivo? A resposta é ter pessoas diferentes, investir em qualificação das pessoas e, assim, entender as competências necessárias para obter resultados positivos nas mais variadas áreas e organizações. Diante das mais variadas formas de obter esse diferencial, apontamos aqui o uso de Jogos de Empresa como meio possível, pois atuam de forma diferenciada. Por exemplo: imagine um gerente com alto grau de conhecimento técnico e boa atuação de relação interpessoal, mas com muita timidez, com grande dificuldade de comunicação. Pergunto: dar aulas para esse profissional mostrando a importância da comunicação surtiria efeito? Tendo a dizer que não, pois seria como se eu lesse um Manual de natação ou de boas práticas da natação para uma pessoa que nunca entrou numa piscina e a colocasse na água em alto mar. Qual seria o resultado? Você deve concordar que seria um desastre, pois nada substitui a prática, e é justamente isso que se busca com o uso de Jogos de Empresas. Então, peço que estude essa Unidade com essa visão, entendendo seu papel no recinto organizacional. 6 7 A Importância dos Jogos Estruturados Aqui, vamos estudar a importância dos Jogos Estruturados a partir de modelos aplicados no mercado com o objetivo do desenvolvimento de competências chamadas de universais. Mas já que tratamos mais uma vez desse termo “competência”, o que significa isso? Qual o conceito para esse termo? Eu, como professor, faço constantemente essa pergunta aos alunos, e temos algumas respostas deles: · Saber fazer; · Ser competente (para eles, o conceito era ser bom no que se faz); · Conhecer o trabalho; · Ter compromisso, entre outros. Mas lembrem-se: foram definições de alunos, mas, e uma resposta mais técnica? Será que se diferenciaria muito disso? Vejamos! Gramina (2007) diz que competências são repertórios de comportamentos que algumas pessoas dominam melhor que outras, o que as faz se destacarem em determinadas situações. Veja que não está muito diferente, mas o autor continua e faz a observação de que os comportamentos são observáveis no dia a dia profissional e podem ser organizados utilizando-se a metáfora de uma árvore, na qual: 7 UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados Raiz Corresponde às atitudes – Guiadas por valores, princípios, pontos de vistas, opiniões e precipitações – que levam ao querer fazer ou não. Veja que está associada ao que recebeu de base, de referências e que dá sustentação para tudo que for fazer na vida profissional ou pessoal. O ambiente familiar, amigos, Escola e outros meios têm formado que tipo de raiz em você? Essa raiz vai trazer bons frutos? Tem auxiliado na busca de resultados? Se sim, excelente, mas, se não, o que você vai fazer para mudar isso? Pense a respeito! Ex pl or Tronco Corresponde aos conhecimentos como informações obtidas, procedimentos realizados e a realizar, fatos e conceitos concretizados e adquiridos respectivamente. Veja que quanto mais antiga uma árvore, mais largo é seu tronco. Na vida, a mesma coisa acontece: quanto mais experiência, mais conhecimento. É o famoso “Saber”. Então, faço a pergunta: o que você sabe sobre sua carreira e ou atuação profissional? Como está o seu tronco? Um tronco fraco, os ventos da competição o levam ao chão? Então, fortalecer esse tronco depende de cada um. Copa Corresponde às habilidades, ou seja, à capacidade de fazer e domínio de técnicas especiais. É o que podemos chamar de “o seu talento”. É o que podemos chamar de “o saber fazer”. Esse quesito, quanto mais se pratica, mais hábil ficará. Aqui, quero pedir licença para distinguir o “saber” de o “saber fazer”. Veja que o primeiro saber está na linha de conhecer e o segundo no sentido de colocar em prática: podemos perfeitamente conhecer e não saber colocar em prática! Por exemplo: eu li uma receita de bolo de guaraná; aliás, é uma delícia. Assim, se alguém perguntar se eu conheço alguma receita de bolo de guaraná, vou dizer que sim. Agora, se pedirem para eu fazer, aí já são outras dificuldades. Certamente eu não conseguirei colocar em prática. E aí, entenderam? E digo mais, a dona Milô, que trabalha em minha casa, não sabe ler. Então, ela não conhece a receita, mas, se eu ler para ela, ela vai fazer muito melhor que eu. Em outras palavras, eu tenho o conhecimento; ela, a habilidade. Concorda? 8 9 Para ampliar essa nossa discussão, vamos avaliar um pouco as competências necessárias em algumas empresas. Essas competências foram enumeradas em empresas de diversos segmentos, como forma de direcionar a construção de meios para desenvolvê-las e, assim, ampliar os resultados. Vamos tratar sempre em três segmentos: Empresa Pública, Serviços e Indústrias. Observação Não estamos aqui enumerando todas as competências, mas, sim, as consideradas mais importantes e ou necessárias para melhorar o desempenho. Empresas Competências Empresa Pública Capacidade de trabalhar sob pressão Prestação de Serviços Capacidade empreendedora Indústria Autodesenvolvimento e gestão do conhecimento Mas o que é cada uma dessas competências? Vamos explorar cada uma delas! Capacidade de trabalhar sob pressão Sei que você deve estar ponderando que essa competência não é exclusiva da área pública, que está presente também nas outras áreas, e digo que você está certo, mas, nas outras áreas, não é a prioridade, e estamos trabalhando nesse sentido, de prioridade. Então, trabalhar sob pressão o que é? É a capacidade de identificar prioridades e garantir resultados, definindo as melhores ações, mesmo em condições adversas, mantendo o equilíbrio pessoal e obedecendo ao binômio qualidade e prazos. A área pública, mesmo diante do excesso de trabalho, e com poucos recursos, deve buscar fazer o melhor possível, sem se estressar e ou se irritar. Capacidade empreendedora É possível ter comportamento empreendedor, mesmo sendo funcionário de uma empresa, mas não necessariamente é preciso ser empresário para isso. O comportamento empreendedor faz com que se enxerguem oportunidades nas quais todos vejam ameaças; faz abrir espaço onde não existe, faz procurar resultado positivo onde todos obtêm resultados negativos. 9 UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados Gosto de separar esse pensamento em duas partes; temos aqueles profissionais que não saíram do pensamento da “Escravidão”, que tinha como característica o comportamento “servidor”: alguém manda e eu obedeço exatamente ao que foi mandado. Não me arrisco a pensar, pois pensar seria punido com chibatadas. O profissional com essa mente, por exemplo, age assim: – Um cliente pergunta a um vendedor: moço, por favor, aqui tem camiseta branca da Hering? O vendedor responde: – Não, infelizmente não tenho! – Ok, obrigado, diz o cliente. E sai da loja. O gerente viu a cena de longe e perguntou: – Paulo, o que o cliente queria? – Ele queria uma camiseta com a qual nós não trabalhamos! Por quê?, diz Paulo. – Nada, não! Só pensei se não poderíamos oferecer alguma outra coisa. – Se você quer vender, é só ter na loja aquilo que o cliente quer. E a conversa se encerrou. Veja, é um vendedor com pensamento limitado. Não estou aqui fazendo alusão ao pensamento escravo voltado para cor ou raça; por favor, não vamos associar a isso, e sim ao modelo servidor que caracteriza a escravidão. Agora, podemos ver outra situação, na qual uma cliente faz a mesma pergunta sobre a camiseta e a resposta foi: – Senhora, essa camiseta seria para qual fim? Para ir à Escola?– Sim, diz a cliente. O funcionário, então, pondera: – Por favor, venha por aqui. Deixa eu te mostrar. Temos essa outra marca. É toda branca, de boa qualidade e tem o número que a senhora quer. A cliente, então, diz que quer uma, e o funcionário pondera: – Senhora, estamos em um período de chuvas e a camiseta é branca, suja fácil. A senhora vai querer só uma mesmo? Afinal, crianças não param, né? Ela sorri e diz: – Tem razão. Vou levar três. E nessa conversa percebe que a loja também tem o tênis preto de sola laranja que a Escola solicitou e o inclui na compra. 10 11 Percebe, ainda, que há um setor de material escolar e entrega a lista ao funcionário; percebe que a Loja tem um sistema de cartão de crédito, faz a proposta, que é aprovada, e sai da Loja com tudo que precisa, sem retirar imediatamente um centavo do bolso. No vencimento da primeira fatura, a cliente vai à Loja pagar e, ao conversar com o funcionário, que agora é seu amigo, percebe que a parte financeira da empresa administra uma carteira de Previdência Privada associada a um grande Banco, e faz Previdência Privada para seus dois filhos. Então, e aí? Percebeu a diferença entre postura empreendedora e postura servil? Quem é você? O empreendedor ou o servil? Mas afinal, o que é capacidade empreendedora? Pode-se definir como sendo a facilidade para identificar novas oportunidades de ação e capacidade de propor e implementar soluções para os problemas e as necessidades que se apresentam, de forma assertiva e adequada ao contexto. Autodesenvolvimento e gestão do conhecimento Capacidade de aceitar as próprias necessidades de desenvolvimento e de investir tempo e energia no aprendizado contínuo. Isso em todas as limitações, pois é o primeiro passo para mudar é aceitar a fraqueza e/ou a limitação, seja ela tecnológica, pessoal ou interpessoal. Empresas Competências Empresa Pública Comunicação Prestação de Serviços Capacidade negocial Indústria Capacidade empreendedora Temos aqui a segunda linha na ordem de importância de competências por setor. Então, por que a comunicação seria importante para qualquer uma das áreas? Vejamos! Comunicação e interação É a capacidade de interagir com os outros, apresentando facilidade para ouvir, processar e compreender a mensagem; capacidade para transmitir e argumentar com coerência e clareza, promovendo feedback sempre que necessário. Avalie como você se enxerga no processo de comunicação. Percebe suas limitações? E suas potencialidades? Como fazer essa avaliação? 11 UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados Dica: responda às seguintes perguntas: · Quando você explica algo para outra pessoa, seja um colega de aula, seja um Seminário na escola, seja para seus familiares, eles entendem com facilidade?; · Ou complementam com perguntas para atingirem a compreensão?; · Ou, ainda, mesmo com questionamentos não compreendem bem e vão confirmar com terceiros?; · Nas conversas pessoais, as pessoas se prendem em suas ponderações? Capacidade negocial Diante do ambiente complexo das organizações, é comum divergências de interesses, tanto com agentes externos, como fornecedores e clientes, como com agentes internos, que seriam os departamentos e ou setores funcionais da empresa. Essa divergência é vivenciada de forma a buscar “competições” internas e externas, trazendo melhores resultados para aqueles que conseguem se expor, demonstrar suas percepções sobre determinados temas e, assim, aquele com maior capacidade argumentativa terá melhores resultados. Mas então, o que é capacidade negocial? É a capacidade de se expressar e ouvir o outro, buscando o equilíbrio de soluções satisfatórias nas propostas apresentadas pelas partes. Cada um tem seu estilo de negociação; alguns são mais democráticos; outros são mais liberais, mas todos com o mesmo objetivo: alcançar resultado satisfatório. O item capacidade empreendedora já foi abordado acima, mas, veja que é também um atributo importante na Indústria, pois criatividade e pró-atividade é importante em qualquer tipo de empresa. O terceiro item apontado como importantes em term os de competências está na planilha a seguir: Empresas Competências Empresa Pública Criatividade Prestação de Serviços Capacidade de trabalhar sob pressão Indústria Capacidade de trabalhar sob pressão Desses três itens, o único que ainda não tratamos foi a criatividade; os outros dois aqui apontados já foram tratados, mas, veja que tinham ou estavam em grau de importância diferente, e isso vale para qualquer tipo de negócio. As competências necessárias terão graus de importância distintos; o importante é conhecer cada uma delas. 12 13 Mas afinal, o que é criatividade? Vou contar uma história para ilustrar essa situação. Uma empresa do segmento de produtos de higiene estava enfrentando um problema muito sério no segmento de creme dental. Estavam aumentando a cada dia as devoluções e as reclamações por parte dos maiores supermercados que compravam seus produtos. O problema era basicamente tubos vazios e lacrados. Quando um cliente detectava o problema, devolvia o lote de carregamento inteiro, ocasionando grande prejuízo, pois teria de arcar com os custos da devolução, e muitos clientes cancelavam os pedidos. Essa empresa, preocupada com as repetidas vezes da ocorrência, reuniu seu mais alto escalão, os diretores de diversas áreas: Engenharia de Produtos, Engenharia de Produção, de Marketing e Financeiro. Expôs o problema e deu uma meta: quero devolução zero no mês que vem. Sem conversa! Os engenheiros se reuniam, desenvolveram um projeto audacioso, uma esteira automatizada e com balança de precisão, com braço mecânico, na qual cada vez que um tubo vazio passasse, um braço era acionado e o retirava da linha o tubo. O projeto custou U$ 8 milhões de dólares, ficou em teste sendo acompanhado por três meses, e retorno zero; meta cumprida e situação resolvida. Os engenheiros se afastaram do setor por mais três meses e depois retornaram para verificar o andamento do projeto: o grande susto foi verificar o equipamento desligado! Irritados, chamaram a equipe da linha de produção e perguntaram: quem é o responsável pelo desligamento do equipamento? Os operários, um tanto assustados, responderam, fomos todos nós senhor. Indignado o engenheiro falou: por que fizeram isso? Vocês não sabem quanto isso custou? Não sabem dos resultados obtidos? – Sim, senhor, nós sabemos. Mas é que demos nosso jeito. – Mas que jeito foi esse? Que absurdo! Quem permitiu? – Senhor, esse equipamento dá muito trabalho para equalizar a precisão para pesar, tem de ser testado todo dia. Isso atrapalha o serviço. – Quem é você para discutir com engenheiros? Mas está bom, o que vocês fizeram? Que jeito foi dado? – Senhor, fizemos uma vaquinha, deu U$ 8,00 dólares para cada um, somos dez, compramos um ventilador de grande porte por U$ 80,00 e colocamos aqui ligado na velocidade máxima; assim, cada vez que passa uma caixa vazia, o vento tira a caixa da linha. 13 UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados Alunos, e aí, o que vocês acham do conceito criatividade? Mas vamos lá, o que é criatividade? É a capacidade de conceber soluções inovadoras, viáveis e adequadas para as situações apresentadas. Na sequência, vamos tratar de mais algumas competências, mas, vamos fazer de forma diferente. Vamos propor todas em uma Tabela e depois tratar de cada uma das competências. Até aqui, achei importante discutir ponto a ponto, mas, agora, vamos juntar as informações e tratar delas depois. Vamos lá! Competências por setor Empresa Pública Prestação de serviços Indústria Gerenciamento de talentos Comunicação Comunicação Liderança Criatividade Criatividade Motivação Liderança Cultura da qualidade Negociação Motivação Gestão de processos Planejamento Tomada de decisão Gestão de resultados Trabalho em equipe Visão sistêmica Liderança Visão sistêmica Liderança Então, como você percebeessas competências? Seriam importantes no seu trabalho? Coloque-as em ordem de importância como exercício de reflexão. Vamos, então, detalhar cada uma delas? Cultura de qualidade Entender o que é qualidade e espalhar o conceito pela empresa é fundamental e responder à pergunta “o que é qualidade” é crucial. Cada autor tem uma definição diferente, mas podemos ter um conceito que é defendido pela maioria dos pesquisadores. Essa definição coloca a cultura da qualidade como a postura orientada para a busca contínua das satisfações das necessidades e superação das expectativas dos clientes internos e externos. 14 15 Gestão de resultados Tenho recebido muitos relatos de alunos exaustos que apontam o trabalho como o motivo do cansaço. Dizem não ter tempo nem para comer, não tem folga, suam a camisa, dão o sangue pela Empresa e não são reconhecidos. Tentando ajudar, pergunto: você corre muito, mas, faz a coisa certa? Faz o que a empresa precisa, do jeito que precisa? Correr talvez não seja o que ela quer; já pensou nisso? E assim conto mais uma história. João trabalhava em uma empresa de serviços que estava em expansão. Isso era motivo de alegria e já estava há três anos na Empresa. Mas João viu um novato com três meses de casa assumir um cargo novo em que ganharia o dobro do seu salário. Ficou inconformado e chamou o chefe para uma conversa. Foi até sua sala e disse: – Chefe, estou furioso! Preciso conversar. O chefe, muito astuto, já imaginou o que seria e disse: – João, que bom! Também quero conversar com você. Mas antes, peço um favor: estou querendo dar sobremesa para os funcionários após o almoço. Você pode ver aqui na quitanda ao lado quanto está o abacaxi? João, sem entender, foi rapidamente. Como de costume, gosta de ser sempre o primeiro a fazer qualquer coisa e nunca perde prazo. Em exatos sete minutos estava João de volta e disse: – Chefe, tem, sim, abacaxi. O chefe então perguntou: – João, quanto está o abacaxi? – Não perguntei, disse João! – E tinha quantidade para todos nós? – Também não sei! – E se não houver, será que há alguma outra fruta que tenha em volume suficiente que possa substituir o abacaxi? João disse: – Não sei! Então, o chefe disse: – João senta aí, só um minuto. 15 UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados Chamou o Paulo, funcionário novo, e fez o mesmo pedido. Paulo, então, levou aproximadamente 15 minutos. O dobro do tempo de João, mas voltou e disse: – Chefe: o abacaxi está R$ 40,00 a caixa; por ser em atacado, farão desconto de 10%, se for a vista. Caso queira mesclar, tem também maçã e pêra, em quantidade que nos abastece com tranquilidade. E como disse que era para a Empresa, eles entregam aqui na porta, sem cobrar nada. Assim, deixei reservado. É só o senhor ligar e confirmar o pedido. – Ok, Paulo, obrigado. Qualquer coisa, te chamo. O chefe se voltou e disse: – João o que queria mesmo? João disse: – Nada não, chefe. Deixa eu ir trabalhar. Então, o que percebeu? Sabe o que realmente importa? Não é o tanto que você corre, mas sim o resultado que você proporciona. Concorda? Então, o que é gestão dos resultados? É a capacidade de contribuir para a formulação de estratégias, de definir planos de ações decorrentes do posicionamento estratégico da Empresa para sua unidade, de estabelecer e operar um sistema eficaz de medição do desempenho para o alcance das metas e dos objetivos definidos. Gestão de processos Entender as coisas por etapas é uma tarefa muito importante para desenvolver a capacidade de planejar e executar as ações. Tudo em uma organização requer que se tenha o mínimo de conhecimento dos processos a serem seguidos. Qualquer mudança nas operações pode comprometer o resultado. Por exemplo, como você proporia uma atividade nova para alunos de Educação a Distância? Imagine que essa seja uma solicitação feita a você no Curso que você estuda. Do que precisaria? 1. Saber o cenário do curso; 2. Saber as formas de transmissão dos conteúdos; 3. Conhecer os envolvidos na produção de material; 16 17 4. Conhecer o calendário de oferta. Assim, deveria: descrever o processo, gravar orientação, qualificar tutores, explicar para o professor da Disciplina e comunicar a equipe de publicação. Se esquecer de avisar um dos envolvidos, teríamos problemas na execução das tarefas e, por consequência, insatisfação dos alunos. Mas, afinal, o que é a gestão de processos? É a capacidade de estruturar e integrar as atividades, produtos e serviços de sua unidade aos da Organização, mantendo o foco no cliente, destacando o planejamento, a execução, a avaliação e as melhorias para atender às necessidades dele e minimizar recursos financeiros, contribuindo para aprimorar o desempenho global e alcançar os objetivos organizacionais. Parece ser uma competência desenvolvida naturalmente, mas não é; um profissional que não tenha essa competência desenvolvida gera sérios problemas em qualquer projeto que venha a executar. Então, desenvolvê-la amplia o número de pessoas com capacitação de gestão na organização. Gerenciamento de talentos Trabalhar com pessoas é uma das atividades mais complexas da atuação profissional, principalmente, no que se refere aos cargos que lideram grupos, pois, além de ter como função perceber o perfil necessário para cada uma das funções existentes em sua área, deve enxergar esse perfil nas pessoas que compõem o seu Quadro. É comum se encontrar no dilema entre escolher um profissional que tenha habilidade técnica e não tenha habilidade humana desenvolvida e um que tenha a habilidade humana que você precisa, mas não tem a habilidade técnica. Qual seria sua escolha nessa hora? Desenvolver talento não é a única dificuldade, que começa na Seleção: o gestor precisa ter a habilidade de enxergar as qualidades que às vezes nem a própria pessoa sabe que possui. Uma vez que o identificou e o contratou, deve mantê-lo, pois na aquisição de pessoas qualificadas também há competição. Mas, afinal, o que é gestão de talentos? É a capacidade de avaliar o colaborador, identificar necessidades de desenvolvimento e traçar planos de capacitação, responsabilizando-se pela formação e pela carreira de sua equipe. 17 UNIDADE A Importância dos Jogos Estruturados Um gestor que não tenha essa habilidade trará como resultado uma rotatividade muito grande, terá dificuldades para manter pessoas qualificadas motivadas e, assim, serão assediados pelo mercado e abandonarão a empresa. Liderança O que é essa competência? Como perceber um profissional que não a tenha? Muito simples, o líder conduz, motiva e cria situações para que a equipe atinja os resultados esperados. O líder se diferencia do chefe tradicional ao ter a equipe nas mãos, faz com que todos deem o máximo, sem sentir a pressão do trabalho ou, se sentirem, não param até que o resultado seja atingido. Mas, afinal, o que é essa competência da liderança? É a capacidade de catalisar os esforços grupais, de modo a atingir ou superar os objetivos organizacionais, estabelecendo um clima motivador, formando parcerias e estimulando o desenvolvimento da equipe. E muitos são os jogos empresariais que tem a capacidade de desenvolver essa competência, tão importante para a gestão de pessoas. Organização Nos estudos sobre os papéis da administração, alguns autores, como Chiavenato (2007), dizem que o primeiro papel é o de planejar, que é traçar aonde e como chegar; o segundo papel é a organização, que é criar condições para que o planejamento seja atingido de forma segura e com menos esforço possível. É a arte de distribuir os recursos de forma a facilitar a obtenção dos resultados e, ao falar de recursos, nós nos referimos aos recursos humanos, materiais, patrimoniais, financeiros e tecnológicos. Assim, podemos definir a competência organização como a capacidade de organizar as ações de acordo com o planejado, de forma a facilitar a execução. A falta dessa
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