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Capsulas e incompatibilidade. Elaborado por: Hilario Machava “Farmaceutico” Página 1 Cápsulas Conceito São preparações farmacêuticas sólidas constituídas por um invólucro de natureza, forma e dimensões variadas, contendo substâncias medicinais sólidas, pastosas ou líquidas. Vantagens de acondicionamento das substâncias medicamentosas nos referidos invólucros: Mascarar odor e sabor desagradáveis; Para permitir uma rápida liberação das substâncias medicamentosas devido a alta digestibilidade das paredes das cápsulas tanto hóstias quanto gelatinosas quando em contacto com líquidos intracelulares; São de fácil deglutição devido a elasticidade das suas paredes; As cápsulas gelatinosas possibilitam a ter um preparado gastro-resistente, ou ainda de acção modificada basta no seu interior incorporar substâncias medicamentosas em forma de granulados e ajustar o tempo de desagregação. Natureza dos invólucros das cápsulas O invólucro das cápsulas é, correntemente, de natureza amilácea (hóstias) ou constituído por gelatina (cápsulas gelatinosas). Classificação das cápsulas: As cápsulas são classificadas em dois grandes grupos: Cápsulas Hóstias ou amilácea; e Cápsulas gelatinosas. O conteúdo das cápsulas amiláceas é sempre sólido, enquanto que o das cápsulas de gelatina, que na maioria das vezes é sólido, pode também ser constituído por líquidos que não dissolvam as suas paredes ou ainda de pastas. Capsulas e incompatibilidade. Elaborado por: Hilario Machava “Farmaceutico” Página 2 Cápsulas gelatinosas Podemos definir cápsulas gelatinosas como preparações constituídas por invólucros gelatinosos ocos, de forma esférica, ovóide, ovóide com uma ponta alongada ou cilíndrica, corados ou não, os quais contêm substâncias medicamentosas sólidas, pastosas ou líquidas. As cápsulas gelatinosas são preparadas com gelatina, adicionada ou não de substâncias emolientes, como a glicerina ou o sorbitol, as quais lhe modificam a sua consistência. Classificação das cápsulas gelatinosas: Cápsulas duras - quando o invólucro é apenas constituído por gelatina Cápsulas moles ou elásticas - sempre que aquele é formado por gelatina adicionada de emolientes. Fabricação dos invólucros Os invólucros das cápsulas de gelatina dura são exclusivamente constituídos por gelatina hidratada, enquanto que os das cápsulas moles possuem, além daquela substância, produtos emolientes, como a glicerina, o sorbitol, a sacarose, o propilenoglicol e outros compostos similares. Actualmente distinguem-se três tipos de gelatina: Gelatina de ossos, proveniente dos ossos desengordurados e desmineralizados que produzem osseína, a qual é tratada por água de cal; Gelatina extraída da pele dos bovídeos, obtida por tratamento directo com água de cal; Gelatina extraída da pele dos suínos, a qual se consegue por tratamento com ácidos, a pH 3,5. Preparação das cápsulas gelatinosas. A preparação das cápsulas gelatinosas e conseguida em três métodos fundamentais: imersão; por compressão; e método holandês Preparação por imersão A preparação por imersão baseia-se em quatro fases principais: Capsulas e incompatibilidade. Elaborado por: Hilario Machava “Farmaceutico” Página 3 Preparação da massa de gelatina; Preparação dos invólucros; Enchimento dos receptáculos (O enchimento com líquidos que não dissolvam as paredes gelatinosas pode ser feito com pipetas ou buretas; e o enchimento com pos e pastas pode ser feito com funis com ajuda de espátulas); Fecho das cápsulas (As cápsulas fecham-se por intermédio de uma gota da solução de glicerina gelatinada que serviu para as preparar . Método por compressão O processo de preparação por compressão baseia-se no aprisionamento de quantidades estabelecidas de substâncias medicamentosas sólidas ou líquidas entre folhas de gelatina glicerinada que, depois, se soldam por compressão e se recortam. Os invólucros resultam, fundamentalmente, da soldadura ou colagem de dois hemi-receptáculos gelatinosos que se unem no momento da compressão. Por esse facto, nas cápsulas preparadas por compressão oberva-se a existência de uma linha de união dos hemi-receptáculos, a qual contorna toda a cápsula. Isto não sucede nas cápsulas preparadas por imersão. Método holandês Para a sua execução torna-se necessário dispor de um sistema em forma de funil provido de aberturas concêntricas, no qual se deitam, simultaneamente, a substância a capsular e a gelatina liquefeita. A gelatina que vai saindo do sistema, em virtude da força da gravidade, toma a forma de um tubo, no interior do qual se encontram as substâncias medicamentosas. Em razão da tensão superficial, o tubo de gelatina tende a originar gotas, mais ou menos esféricas, as quais se recebem num banho de parafina líquida arrefecida a 3-4°C. Ao contactar com a parafina arrefecida, a gelatina começa a endurecer e a forma esférica das cápsulas tende a aperfeiçoar- se durante a progressão por elas efectuada no seio da parafina. As cápsulas são, seguidamente, desengorduradas e submetidas a uma desumidi-ficação numa câmara em que circula ar isento de humidade. Verificação das cápsulas gelatinosas Peso: de acordo com a Farmacopeia Francesa ensaia apenas 10 cápsulas, indicando que o seu peso médio deve estar compreendido entre ± 15% do peso teórico se este for inferior a 250 mg, e entre ± 10% do peso teórico caso este seja superior a 250 mg. Tempo de dissolução ou de desagregação — A desagregação das cápsulas de gelatina processa-se em duas fases distintas. Na primeira o invólucro dissolve-se parcialmente no seu ponto mais frágil e liberta o conteúdo da cápsula. Num segundo tempo opera-se a dissolução dos receptáculos gelatinosos. O período de tempo considerado como limite para a desagregação ou dissolução é também variável de farmacopeia para farmacopeia, indo desde 6 minutos até 30 minutos. Água: Aquecimento na estufa até peso constante; Capsulas e incompatibilidade. Elaborado por: Hilario Machava “Farmaceutico” Página 4 Preparação das cápsulas hóstias A preparação das cápsulas amiláceas consiste, fundamentalmente, no seu enchimento, já que os respectivos invólucros são adquiridos no comércio. É evidente que, para uma pequena preparação, bastaria escolher os invólucros de capacidade adequada ao volume ocupado pelo peso de pó e enchê-los, com auxílio de funis e calcadores, ou por meio de compressores- doseadores. O método de enchimento das cápsulas é muito variável, podendo ser manual, automático ou semiautomático. Portanto este sistema de produção só e aplicado para pequena escala e não e viável para escala industrial ou semi-industrial. Tanto para produção em pequena escala quanto para maior escala, não é aconselhável a existência de uma camada de ar sobre os pós susceptíveis de se alterarem por acção dos componentes desse ar. Nessas circunstâncias, é necessário completar, com pó inerte, o volume de pó a acondicionar num dado receptáculo gelatinoso, caso aquele volume seja inferior a 90% da capacidade do receptáculo. Verificação das hóstias Tratando-se de uma fórmula de preparação magistral, o controlo das hóstias na prática corrente apenas incide sobre o peso e a apreciação da velocidade de desagregação. Para determinar a variação de peso é costume pesar, em conjunto e individualmente, cerca de 20 hóstias. Não devem ser observadas variações de peso maiores do que 10 a 15%, respectivamente para as hóstias de peso superior ou inferior a 0,5 g. Em relação a velocidade de desagregação, as cápsulas amiláceas devem desagregar-se totalmente quando lançadas em água destilada num período de tempo inferior a 5 minutos. Capsulas e incompatibilidade. Elaborado por: Hilario Machava “Farmaceutico” Página 5 Incompatibilidades Farmacêuticas São efeitos recíprocos entre dois ou mais componentes de uma preparação farmacêutica, com propriedadesantagônicas entre si, que frustram ou colocam em dúvida a finalidade para a qual foi concebido o produto. Causas principais das Incompatibilidades Podem ocorrer devido a interacção entre: Princípio activo Coadjuvantes Técnicos/ princípios activos Veículo / Excipiente Material de Embalagem/princípios activos e ou veiculo. Características principais/ apresentação de uma incompatibilidade Turbidez Precipitação Cristalização Mudança de coloração Alteração de odor Formação de gases ou vapores Alteração da viscosidade Separação de fases Tipos de Incompatibilidades São conhecidas até ao momento cinco (5) tipos de incompatibilidades sendo eles Incompatibilidades Físicas; Incompatibilidades Químicas; e Incompatibilidades Medicamentosas/Farmacodinâmica ou ainda Terapêuticas. Incompatibilidades Físicas: são aquelas que resultam em um produto heterogêneo, com aspecto visual desagradável causadas pela imiscibilidade ou insolubilidade e pela redução da solubilidade. Características de incompatibilidade física: Em uma formulação farmacêutica que ocorre incompatibilidade física e possível notar: Formação de uma solução incompleta (Imiscibilidade / Insolubilidade) Precipitação Liquefacção de ingredientes sólidos Correcção da Incompatibilidade Físicas Aquecimento; Adição de um co-solvente/solubilizante; Capsulas e incompatibilidade. Elaborado por: Hilario Machava “Farmaceutico” Página 6 Mudança do veículo / Excipiente; Filtração; e Marketing. Incompatibilidades Químicas É aquela em que ocorre a transformação parcial ou total das substâncias químicas em outras, ou seja, na incompatibilidade química ocorre o surgimento de novas substâncias devido a reacções químicas (podendo ser por: oxidação e redução; hidrólise; complexação; cargas eléctricas opostas) e ou alteração do pH. Características ou apresentação de uma Incompatibilidade Química: Perda de Viscosidade Separação de fases de emulsões Precipitação Dificuldades de solubilização Correcção da Incompatibilidade química Uso de antioxidantes Redução ou eliminação da água Recipientes Hermeticamente fechado Controle da Umidade Ajuste de pH Utilização de ácidos e bases Utilização de Tampões Controle da temperatura Incompatibilidade Medicamentosa Característica Alterações nos processos Farmacocinéticos: Metabolização; Eliminação; Distribuição Alteração nos processos farmacodinâmicos: União a proteína; Somação; Potencialização; Redução da actividade; Efeitos Colaterais; aumento da toxicidade; ausência da actividade do medicamento.
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