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Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 1 Inspeção Estatística: Analisa-se a forma do tórax e a presença ou não de abaulamentos e depressões. Dinâmica: Analisa-se o tipo respiratório, o ritmo e a frequência de respiração, a amplitude dos movimentos respiratórios, a presença ou não de tiragem e a expansibilidade dos pulmões. Forma do tórax: Mesmo com o paciente sem patologias, a forma apresenta diferenças em relação à idade, sexo e biotipo. As formas anormais mais frequentes são: o Tórax chato: É reduzido o diâmetro anteroposterior, além de as escápulas sobressaírem o no relevo torácico. É comum nos longilíneos. o Tórax em tonel ou em barril: O diâmetro anteroposterior iguala-se ao transversal. A causa mais comum é enfisema pulmonar. o Tórax infundibuliforme: É uma depressão do terço inferior do esterno. O raquitismo é a principal causa. o Tórax cariniforme: É o contrário do anterior, ou seja, tem-se uma saliência no esterno. O raquitismo também é a principal causa. o Tórax em sino ou piriforme: A porção inferior é alargada como a boca de um sino. A principal é hepatoesplenomegalia e ascite volumosa. o Tórax cifótico: Ocorre por conta do encurtamento posterior da coluna torácica. o Tórax escoliótico: É uma assimetria devido o desvio lateral do segmento torácico da coluna vertebral. o Tórax citoescoliótico: É a combinação da alteração cifótica com o desvio lateral da coluna vertebral. Abaulamentos e depressões: Indicam uma lesão que aumentou ou reduziu uma das estruturas da parede ou de órgãos intratorácicos. Tipo respiratório: Observa-se a movimentação do tórax e do abdome. Em condições normais, observam-se dois tipos respiratórios comuns: Costal superior Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 2 (observado principalmente em mulheres e ocorre a ação dos músculos escaleno e esternocleidomastóideo, que deslocam a parte superior do tórax para cima e para frente) e toracoabdominal (ocorre ação da musculatura diafragmática, prevalecendo a movimentação da metade inferior do tórax e da parte superior do abdome, além de ser observado quando os pacientes estão deitados, em crianças de ambos os sexos e em homens predominantemente). Ritmo respiratório: Analisa-se durante 1 ou 2 minutos a sequência, forma e amplitude das incursões respiratórias. As principais alterações são: o Respiração dispneica: Movimentos respiratórios amplos e quase sempre desconfortáveis com dificuldade para respirar. o Platipneia: Dificuldade para respirar em posição ereta, que se alivia na posição deitada. o Ortopneia: Dificuldade para respirar mesmo na posição deitada. o Trepopneia: O paciente se sente mais confortável em respirar em decúbito lateral. o Respiração de Cheyne-Stokes (dispneia periódica): Incursões respiratórias que vão se tornando cada vez mais profundas até atingirem uma amplitude máxima e neste momento, os movimentos começam a diminuir gradativamente, podendo ocorrer apneia. o Respiração de Biot: Ocorrência de períodos de apneia que interrompem a sequência das incursões respiratórias, além de haver amplitude dos movimentos torácicos, observando-se uma arritmia respiratória. o Respiração de Kussmaul: São amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de apneia (peixe fora d’água). o Respiração suspirosa: Tem-se uma respiração mais profunda interrompendo com a respiração normal. Amplitude da respiração: Pode ser respiração profunda e respiração superficial. Tiragem: Nos espaços intercostais apresentam uma ligeira depressão durante a inspiração. É um fenômeno que ocorre fisiologicamente em pessoas magras. Palpação Estrutura da parede torácica: Inclui a pele, o tecido celular subcutâneo, os músculos, as cartilagens e os ossos e será feita a análise desses itens. Expansibilidade ou mobilidade: o Expansibilidade dos ápices: O examinador fica atrás do paciente e pousa as duas mãos sobre as regiões que correspondem ais ápices pulmonares, de tal modo que os polegares se toquem levemente, em ângulo quase reto, ao nível da vértebra proeminente e pede-se que o paciente respire fundo e o examinador observa a movimentação de suas mãos. A diminuição da expansibilidade ocorre em Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 3 pneumonias, pneumotórax e nas pleurites. o Expansibilidade das bases: O examinador continua atrás do paciente e coloca seus polegares na altura das apófises espinhosas da 9ª ou 10ª vértebra torácica, enquanto a palma da mão deve abraçar o máximo da área correspondente às bases pulmonares. A diminuição da expansibilidade pode ser unilateral ou bilateral. Frêmito toracovocal: São as vibrações percebidas na parede torácica pela mão do examinador. Assim, o profissional coloca a mão sobre as regiões do tórax, ao mesmo tempo que o paciente pronuncia “Trinta e três”. À medida que ele fala, o examinador desloca sua mão de modo a percorrer toda a extensão da parede torácica. Aumento do frêmito significa consolidação de uma área pulmonar, como ocorre em pneumonias e em infarto de pulmão. A diminuição se relaciona com uma condição que impede a transmissão de ondas sonoras, como derrame, espessamento da pleura, enfisema pulmonar e pneumotórax. Percussão O paciente deve estar deitado ou sentado para a percussão das faces anterior e lateral, já na percussão da face posterior só é possível de realização com o paciente sentado. Quando se percute as faces laterais, o paciente deve colocar suas mãos na cabeça. A percussão deve seguir um roteiro, de modo que comece a percutir a face anterior, indo de cima para baixo, ora de um lado e ora de outro, em pontos simétricos. Passa-se em seguida para às regiões laterais e conclui-se com percussão na face posterior. Na área de projeção do coração, do fígado e do baço obtém-se um som maciço ou submaciço Na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube), obtém-se um som timpânico semelhante ao obtido quando se percute um tambor Nas demais regiões tem-se o som pulmonar ou som claro pulmonar, também denominado som claro atimpânico, sendo que nas faces anterior e lateral o som é mais intenso que na face posterior Alterações na percussão do tórax Hipersonoridade pulmonar: É quando a nota de percussão está mais clara e mais intensa e isso indica aumento de ar nos alvéolos pulmonares, sendo o enfisema a causa mais comum. Pode ocorrer ao redor de derrame pleural, sendo esse fenômeno conhecido como ressonância skódica. Submacicez e macicez: Ocorre diminuição ou desaparecimento da sonoridade pulmonar e indica redução ou inexistência de ar no interior dos alvéolos, ocorrendo também aumento da resistência oferecido pela parede torácica. Ocorre em casos de derrame ou espessamento pleural, além de condensação pulmonar (pneumonias, tuberculose, infarto pulmonar e neoplasias). Todas as áreas do tórax apresentam som claro pulmonar, exceto nas regiões de fígado, coração, baço e projeção de Traube (fundo do estômago). Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 4 Som timpânico: Indica ar aprisionado no espaço pleural (pneumotórax) ou em uma grande cavidade intrapulmonar (caverna tuberculosa). Somente grandes volumes de ar aprisionado podem ser identificados pela percussão, pois quando são volumes pequenos, só é possível analisar por meio do Raio X. Ausculta É o método semiotécnico de excelência da exploração clínica do tórax. A ausculta nunca deve ser feita por cima da roupa do paciente, sendo que este deve estar preferencialmente sentado. Sons normais: o Som traqueal e respiração brônquica: É audível na região da traqueia, no pescoço e na região esternal e origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na própria traqueia, sendo que o som inspiratório é constituído de um ruído soproso,mais ou menos rude e o som expiratório é um pouco mais forte e mais prolongado. A respiração brônquica corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção de brônquios de maior calibre, sendo que o som se diferencia do traqueal apenas por ter um componente expiratório menos intenso. o Murmúrio vesicular: São ruídos ouvidos na maior parte do tórax e são produzidos pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas. O componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro e mais alto em relação ao componente expiratório. Pode estar aumentado quando o paciente respira amplamente e com boca aberta, após esforço, em crianças e em pessoas emagrecidas. Pode estar diminuído em pneumotórax, hidrotórax ou espessamento pleural. Principais achados em síndromes respiratórias Asma É uma inflamação crônica, caracterizada por hiper- reatividade das vias aéreas inferiores, com limitação do fluxo respiratório. Inspeção: Dispneia, utilização de músculos acessórios, tiragem Palpação: Frêmito toracovocal normal ou diminuído Percussão: Normal ou hipersonoridade Ausculta: Diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos em ambos os campos pulmonares. Síndrome de consolidação pulmonar Suas principais causas são pneumonias, infarto pulmonar e tuberculose. Inspeção: Expansibilidade diminuída Palpação: Frêmito toracovocal aumentado Percussão: Submacicez ou macicez Ausculta: Respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular, broncofonia ou egofonia Atelectasia É o desaparecimento do ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou exsudato. Suas principais causas são neoplasias e corpos estranhos. Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 5 Inspeção: Retração do hemitórax e tiragem Palpação: Expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal diminuído ou abolido Percussão: Macicez ou submacicez Ausculta: Respiração broncovesicular e ressonância diminuída Enfisema pulmonar Ocorre modificações estruturais nas paredes alveolares que limitam o fluxo aéreo nos alvéolos. Inspeção: Expansibilidade diminuída e tórax em túnel nos casos avançados Palpação: Expansibilidade diminuída, frêmito toracovocal diminuído Percussão: Sonoridade pulmonar normal no início e hipersonoridade à medida que a enfermidade se agrava Ausculta: Murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída Pleurite É a inflamação dos folhetos pleurais. Inspeção: Expansibilidade diminuída Palpação: Expansibilidade e frêmito toracovical diminuídos Percussão: Sonoridade normal ou submacicez Ausculta: Atrito pleural (principal achado semiológico) Derrame pleural Ocorre acúmulo de líquido no espaço pleural Inspeção: Expansibilidade diminuída Palpação: Frêmito toracovocal abolido Percussão: Macicez e ressonância skódica acima do derrame Ausculta: Murmúrio vesicular abolido e egofonia na parte mais alta do derrame Pneumotórax Ocorre acúmulo de ar no espaço pleural Inspeção: Normal ou abaulamento dos espaços intercostais quando a quantidade de ar é grande Palpação: Expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos Percussão: Hipersonoridade ou som timpânico Ausculta: Murmúrio vesicular diminuído e ressonância vocal diminuída Mariana Freitas
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