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Bioquímica Médica 1- 04/02/2020 Gabriela Klein Inorgânica; A diferença de eletronegatividade faz a molécula polar; Ligação de hidrogênio H-O-H. Polaridade - Revisão Propriedades Alto calor específico; Alta solubilidade; Adesão e coesão; Pressão osmótica; A quantidade de H2O presente no corpo dimunui com o tempo de vida. Ex: bebê 80% e idoso 50%. Micela x Lipossomo A micela é um aglomerado de substâncias similares, geralmente hidrofóbicas, que se unem por não interagirem com o meio. As lipossomas são vesículas formadas pelo acumulo de fosfolipídios em pelo menos duas camadas concêntricas, ocorre em meio aquoso, geralmente no meio extracelular. Água Bioquímica Médica 1- 04/02/2020 Gabriela Klein O equilíbrio ácido-base diz respeito a regulação da concentração dos íons Hidrogênio. Há uma grande necessidade dos líquidos biológicos controlarem as concentrações dos íons H+ para que a própria atividade metabólica fique com o meio adequado para a atividade das enzimas, ou seja, ocorra homeostasia. No meio extracelular a [Na+] = 140mEq/L e no mesmo “ambiente” a [H+] = 0,00004mEq/L, logo, comparando esses valores é possível perceber que a quantidade de Na+ é quase um milhão de vezes maior que a de H+. Ou seja, a quantidade de íons Hidrogênio é muito pequena quando comparada com outros íons no mesmo líquido, e por isso convencionou-se que a medida da concentração do H+ é feita de forma logarítmica, e corresponde ao logaritmo do inverso da concentração dos íons H+ (pH). Ou seja, se o pH for baixo, significa que a quantidade de H+ é alta, e se o pH for alto significa que a quantidade de H+ é baixa. OBS: mEq/L -> mili equivalente por litro, é uma unidade que permite identificar uma série de quantidade de substâncias. pH Condições fisiológicas/ pessoa saudável: -pH sangue arterial: 7,4 - pH sangue venoso: 7,35 = líquido intersticial (composto de 90% de água e serve para preencher a parte vazia entre as células e os capilares sanguíneos.) Na escala “clássica” de pH, o valor neutro é 7. Abaixo disso é ácido e acima é básico, porém a referência adotada a partir de agora é o do sangue arterial, ou seja, 7,4. O pH do sangue arterial = 7,4 em condições fisiológicas é ligeiramente básico, porém se adicionar ácido a esse sistema, o pH tende a diminuir, caindo para 7,3 causando uma acidemia. Por outro lado, se as quantidades do ácido diminuírem, o valor do pH tende a aumentar para 7,6, por exemplo, tornando-se uma alcalemia. O pH do sangue venoso é mais ácido do que do sangue arterial, pois o sangue venoso transporta CO2 que é o produto final do metabolismo oxidativo de vários compostos. Substâncias que podem desencadear quadro de acidose o Gás Carbônico (CO2) – Proveniente do ácido carbônico (H2CO3) que é muito instável e logo se decompõe em CO2 e H20. Em laboratório é mais fácil medir as quantidades de CO2 do que H2CO3, pois o CO2 é um gás considerado “ácido volátil” por vir de um ácido e ser um gás. Aumento do metabolismo- maior quantidade de CO2-maior acidez, já que sua quantidade é proporcional ao de H2CO3. o Ácido Sulfúrico (H2SO4) – O Enxofre vem dos aminoácidos sulfurosos. Durante a renovação proteica, ou seja, a medida que as proteínas vão sendo degradadas em aminoácidos, e esses por sua vez se decompõe nas suas partes menores, aquele Enxofre é transformado em Ácido Sulfúrico, que vai ser eliminado pelo Rim, pois é solúvel em água. o Ácido Fosfórico (H3PO4) – O Fósforo está muito presente nas membranas celulares, nos chamados fosfolipídios. Quando ocorre a decomposição tecidual, parte daqueles compostos não é reaproveitada, sendo transformada em substâncias a serem excretadas e as células mais uma vez desprezam seus constituintes jogando na corrente sanguínea, especialmente na circulação venosa, por isso também o pH do sangue venoso é ligeiramente mais ácido que o sangue arterial. o Ácido Láctico – É um produto da oxidação anaeróbica da glicose, formado principalmente nos músculos. Ph e equilíbrio ácido-base Bioquímica Médica 1- 04/02/2020 Gabriela Klein - Condição fisiológica: uma vez que os músculos produzem o ácido lático em anaerobiose, eles não dão continuidade a sua utilização e o jogam na corrente sanguínea, contribuindo para o aumento da acidemia. Em um exercício físico rigoroso, em questões de segundos entra-se num quadro de acidose por causa da produção de Ácido Láctico. - Condição patológica: esse mesmo ácido que é produzido nessas condições de exaustão física, também pode ser formado por ocasiões de isquemia tecidual (impossibilidade de passagem de sangue e nutrientes para um determinado tecido), ou seja, quando há obstrução de um vaso sanguíneo, já que está esse recebendo menos oxigênio o seu metabolismo se torna anaeróbico. Ou seja, o músculo vai acabar produzindo ácido láctico e jogando na circulação sanguínea. Infarto do Miocárdio e a obstrução de uma coronária são exemplos de patologias que são sucedidas por uma acidose. o Corpos Cetônicos – São majoritariamente Ácidos Orgânicos que podem ser formados tanto em condições fisiológicas quanto patológicas, podendo levar a uma acidose. o Condição fisiológica: a Acetona é volátil, e é produzida em jejum devido à oxidação de lipídios, sendo percebida no hálito adocicado. - Condição patológica: em diabéticos do tipo mellitus, o paciente tem hiperglicemia, porém não tem a capacidade de utilizar a glicose, e por isso o organismo passa a utilizar triglicerídeos como substrato energético e forma os corpos cetônicos, por mobilização da gordura do tecido adiposo. Nesse caso se chama cetoacidose diabética, e se faz necessário uma rápida intervenção médica. Acidemia Alcalemia É a elevação da [H+] no sangue. É a diminuição da [H+] no sangue. Acidose Alcalose Ph sanguíneo abaixo de 7,4. Ph sanguíneo acima de 7,4. o O limite de variação do pH que o organismo suporta é em torno de 0,6. Ou seja, o limite inferior é 6,8 e o superior é 8,0, porém abaixo do limite inferior (acidose) o indivíduo já está na beira da morte, pois entra em coma por depressão do sistema nervoso. Já no outro extremo, ocorre uma hiperexcitabilidade do sistema nervoso, o indivíduo entra em quadro de tetania, ou seja, a musculatura fica completamente rígida impedindo qualquer tipo de movimento respiratório, levando à óbito do paciente. Bioquímica Médica 1- 04/02/2020 Gabriela Klein Quais são e como ocorrem as defesas do organismo em relação a situações há modificações no pH sanguíneo? - Tampões Bioquímicos - Pulmões - Rins A mobilização inicial para reestabelecer o sistema é feita pelos tampões, e se eles não forem suficientes, a defesa é feita pelos pulmões, e por sua vez se eles não derem conta, os rins que passam a comandar. Caso ainda assim não seja possível reverter o quadro, somente será possível o auxílio médico, tratando a causa e reduzindo a acidez ou a alcalinidade com os recursos disponíveis. Os tampões são responsáveis pelo controle de apenas alguns segundos; o pulmão por alguns minutos; e os rins pode levar um dia, dois dias, uma semana ou mais. Ou seja, os pulmões e os rins são as principais defesas que mantém a homeostasia ácido-base. A respiração acelerada após um exercício físico por exemplo, faz jogar CO2 para fora dos pulmões, reduzindo a acidose. Porém, se o pulmão não funciona devido à uma obstrução crônica causada pelo tabagismo, e o rim também não por falta de hidratação adequada, esse reajuste do próprio organismo ficará debilitado, e o paciente pode vir a ser entubado, para uma máquina fazer o papel do pulmão, e a diálisefazer o papel do rim. O pH da urina está em torno de 4,5 – 8,0. A partir desse valor é possível identificar os hábitos alimentares de uma pessoa saudável. Quem gosta de comer muita proteína, o pH fica entre 5,0 – 6,0, ácido, já o de um paciente vegano fica acima de 7,0, mais alcalino. A urina como é armazenada na bexiga, deve ter essa faixa de pH adequada para não causar danos teciduais. Ou seja, todo líquido biológico deve ter uma faixa de pH compatível com o local onde ele se localiza para evitar problemas, por isso se faz necessário uma defesa imediata contra essas cargas ácidas e básicas que acometem o corpo humano. A medida que a célula aumenta sua atividade metabólica e excreta seus produtos, o sangue tende a aumentar a sua acidez, e é importante que todos esses ácidos sejam neutralizados já no sangue, pois depois ao ser filtrado, excretará as substâncias através da urina, e é por isso que seu pH é tão variável, já que essa carga de ácido não é somente dos ácidos produzidos pelo organismo, mas também proveniente das substâncias introduzidas no corpo que contribuem para o desequilíbrio ácido-básico. A finalidade do tampão é evitar variações bruscas de pH, ou seja, impedir que ele de um momento para outro e saia de 7,4 para 6,8, por exemplo. Logo, o importante é que em fração de segundos o organismo deve ser capaz de neutralizar o excesso ou redução de ácidos e de bases. Todo sistema tampão é constituído por um ácido fraco com o sal desse ácido, ou uma base fraca com seu sal correspondente, e é por isso que é chamado de sistema tampão, já que contém mais de uma substância participando. Cada local tem capacidade tamponante, e o sistema de um não é obrigatoriamente o mesmo sistema do outro, mas eles trabalham em conjunto, fazendo o controle simultâneo. Tampão do líquido extracelular (plasma) ( -) Sistema Tampão Bioquímica Médica 1- 04/02/2020 Gabriela Klein o O Bicarbonato resulta da reação de duas substâncias que o organismo sempre tem em abundância, que é o CO2 (produto final do metabolismo oxidativo) e H2O. Ambas substâncias estão sempre em choque, porém precisam de um catalizador para formar o Ácido Carbônico (H2CO3), que é a Anidrase Carbônica. Esse catalizador está muito presente no pulmão, no rim, e nos eritrócitos (glóbulos vermelhos). o Uma vez que o Ácido Carbônico se forma no meio extracelular/ambiente aquoso, ele se dissocia em H+ e HCO3- (íon bicarbonato). Como as concentrações dos prótons H+ são muito reduzidas, ao contrário das concentrações do Na+, que é um milhão de vezes maior, o íon do bicarbonato formado, acaba se juntando com o Na+ e se transformando em Bicarbonato de Sódio, que é a forma salina do tampão. Logo, é o HCO3- e o Na+, que possuem o papel de fazer a regulação do equilíbrio ácido-básico, ou seja, são responsáveis por manter a homeostasia do Hidrogênio. o Admitindo que a reação esteja ocorrendo em um indivíduo saudável e de repente ele recebe uma carga de um ácido (ex.: ácido lático proveniente de um exercício físico), sendo somada a carga dos ácidos já existentes no organismo. Essa carga que deve ser neutralizada pela fração básica do tampão, ou seja, o HCO3-, que irá reagir com o H+ fazendo com que a reação ocorra no sentido inverso, formando Ácido Carbônico (H2CO3). Como no pulmão a pressão parcial de CO2 é baixa, H2CO3 o tende a se transformar em CO2 mais H2O. Ou seja, o pulmão retira o excedente de ácido e ainda elimina o CO2, deixando a respiração ofegante. o Equação de Henderson-Hasselbalch para o tampão Bicarbonato: pH = pKa + log [𝐻𝐶𝑂3−] [𝐶𝑂2] o Essa equação relaciona um valor de pH às concentrações do bicarbonato com as do CO2, e nela há 3 variáveis e uma constante. Ela é atribuída para qualquer substância que sofre dissociação, não sendo exclusiva do tampão bicarbonato. O pKa é a constante dessa equação que mostra a dissociação no estado de equilíbrio, e cada composto que sofre dissociação tem seu próprio pKa, por isso há uma tabela com esses valores que pode ser consultada. O pH varia em função do Bicarbonato e do CO2, mas nunca do pKa, já que é uma constante. o O CO2 nessa fórmula corresponde ao H2CO3, porém como ele é muito instável, não há como analisar diretamente no laboratório como o CO2, logo, o CO2 é a fração não ionizada da fórmula e o HCO3- é o composto ionizado. o Adimitindo que essa equação esteja em equilíbrio, ou seja, em que a parte ionizada (numerador) e a não ionizada (denominador) estejam com concentrações iguais, a razão será 1 e como log de 1 é zero, o valor do pH corresponderá ao do pKa, ou seja, o sistema está equilibrado quimicamente. Porém, se olhar na tabela o valor do pKa no tampão bicarbonato, ele vale 6,1, e como o valor do sangue arterial é 7,4, conclui-se então que há uma diferença de 1,3 entre esses valores, logo, para que isso aconteça o numerador deve ser maior que o denominador, ou seja, a quantidade do bicarbonato é bem maior do que a de CO2. O bicarbonato é em situação fisiológica é expressado por 24 mEq/L, e o CO2 é em torno de 1,2 mEq/L. Dividindo esses valores, acha-se uma proporção de 20:1, e o log de 20 é aproximadamente 1,3, exatamente o valor da diferença entre o pH arterial e o pKa do bicarbonato. o Pelo fato do CO2 ser um gás, na prática ele é identificado na escala em mmHg e não em mEq/L, sendo, portanto, traduzido para 40mmHg (deve-se sempre analisar pelas unidades em seu estado mais comum). o Quando a variação ocorrer em função do Bicarbonato, o fenômeno será chamado de metabólico e quando for em função do CO2, será um fenômeno respiratório. Bioquímica Médica 1- 04/02/2020 Gabriela Klein o Ocorre em pacientes com Diabete Mellitus, uma enfermidade difícil de ser tratada. Há pessoas que seguem rigorosamente a dieta e a prescrição medicamentosa e mesmo assim convivem com picos de hiperglicemia, chegando a casos compensatórios (Cetoacidose Diabética), tendo que ser levado ao hospital necessitando de tratamento imediato. Nesse caso a carga de ácido é muito grande. Os corpos cetônicos são produzidos em quantidades muito maiores que o organismo pode utilizar, sendo assim jogados na corrente sanguínea tendo assim a defesa imediata que são os tampões. Porém, se a carga de ácido superar capacidade tamponante normal, fazendo com que o Bicarbonato seja consumido em grandes proporções, o paciente pode entrar em acidose (diminuição do pH) com a diminuição do bicarbonato, porque aqueles 24 mEq/L que estão presentes, estão sendo consumidos para poder tentar manter o pH próximo do fisiológico, logo tem valores menores que 24. Além disso, a pressão parcial de CO2 deve diminuir, ficando menor que 40mmHg, para que o pulmão aumente a frequência respiratória (Respiração de Kussmaull: é uma respiração caracterizada pelo aumento da profundidade e da frequência respiratória). o pH < 7,4 e pCO2 > 40 mmHg o Ocorre em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (antigamente era chamado de Enfisema Pulmonar) causada pelo tabagismo, ou com Pneumonia, transtornos neuromusculares, doenças ou drogas que deprimem o SNC (centro respiratório) ou inalação de CO2 em excesso, que causam obstrução do pulmão, dificultando na para respiração do paciente. Como o pulmão não permite uma ventilação adequada, CO2 formado nas células se acumula no liquido extracelular, e com isso haverá a diminuição do pH com o aumento da pCO2. o Quando isso se inicia, tem-se o caso de uma acidose respiratória, e com isso o organismo tende naturalmente a compensar retendo o máximo possível de bicarbonato que seria excretado pelo rim. Ou seja, ao analisar o sangue desse indivíduo com pH menor que 7,4 e [HCO3- ] e pCO2 aumentados, é um clássico quadro de Acidose Respiratória com tendência para compensação renal. o pH > 7,4 e [HCO3-] > 24 mEq/L o Ocorre em paciente que abusam do uso debicarbonato de sódio, ou que tem crise de vômito. Como a reserva de bicarbonato vai aumentar, o pH vai aumentar e vai entrar em compensação respiratória, diminuindo sua ventilação, retendo mais CO2, reequilibrando o organismo. Pode haver um resultado de uma alcalose com o pH = 7,4, desde que esteja compensado. Então o valor do pH é significativo, as isoladamente ele oferece muito pouco, porque pode-se ter seu valor normal ou perto dele, e ter o valor do bicarbonato e do CO2 compensando- se mutuamente. o pH > 7,4 e pCO2 < 40 mmHg o Ocorrem em pacientes com crise de histeria ou que viajam para locais com ar rarefeito, que estão com febre, ansiedade, dor intensa ou estresse. o Como ocorre a hiperventilação pulmonar, jogando fora CO2 e com isso aumenta-se o pH. Para isso o rim diminui a retenção de HCO3- e a excreção de íons H+. Tampão do Líquido Intracelular o As proteínas estão mais concentradas dentro das células, e elas através dos aminoácidos servem como um reservatório de prótons, podendo neutralizar os prótons livres, e desse modo evitam variações bruscas de pH dentro das células, no qual é sempre mais ácido que no meio extracelular em função da produção do CO2. o Tampão da Amônia e principalmente do Fosfato.
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