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ANATOMIA E SEMIOLOGIA DO V, VII E VIII NERVOS CRANIANOS

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ANATOMIA E SEMIOLOGIA DO 
V, VII E VIII NERVOS 
CRANIANOS 
CASO CLÍNICO 01: 
Homem, 62 anos, previamente hígido. 
 
QUAIS ESTRUTURAS PASSAM PELA FISSURA ORBITAL SUPERIOR? 
• n. oculomotor 
• n. troclear 
• n. abducente 
• ramo oftálmico do n. trigêmeo 
NERVO TRIGÊMEO 
O quinto nervo craniano (NC V) ou trigêmeo é o maior dos nervos cranianos. 
É um nervo misto constituído de um componente sensorial (maior parte) e 
um componente motor muito menor. Recebe esse nome porque possui três 
divisões: oftálmica (V1), maxilar (V2) e mandibular (V3). 
 
 
SENSITIVO 
NERVO OFTÁLMICO (V1) 
• maior parte do nariz, pálpebra superior, olhos, fronte e couro cabeludo 
(até o vértice). 
@resumosdamed_ 2 
NERVO MAXILAR (V2) 
• partelateraldonariz,pálpebrainferior,bochecha, lábio superior, dentes e 
gengiva superiores... 
NERVO MANDIBULAR (V3) 
• lábioinferior,queixo,articulação temporomandibular, 2/3 anteriores da 
língua, dentes e gengiva inferiores... 
EXAME CLÍNICO DA FUNC ̧ÃO SENSORIAL 
O exame da parte sensitiva do trigêmeo obedece ao mesmo princípio do 
exame de sensibilidade no restante do corpo, com exceção da 
propriocepção e sensibilidade vibratória, que não podem ser testadas de 
maneira adequada. Deve-se perguntar ao paciente se os estímulos (tato, 
dor e temperatura) parecem os mesmos dos dois lados da face (nunca se 
deve sugerir que possam ser diferentes). Por vezes, é útil examinar narinas, 
gengivas, língua e o interior das bochechas.1 Há três perguntas a serem 
respondidas diante de um paciente com queixa de perda sensorial facial: 
1. A perda sensorial é orgânica? 
2. Quais modalidades sensoriais estão envolvidas? 
3. Qual a distribuição da perda sensorial? 
Nem todas as queixas de alteração da sensibilidade facial são orgânicas. 
Alguns métodos podem ser utilizados para responder a essa pergunta. 
Pacientes com perda sensorial não orgânica podem queixar-se de 
hipoestesia na fronte demarcada pela linha capilar e não pelo vértice do 
couro cabeludo. Na parte inferior da face, a perda sensorial funcional tende 
a envolver a área não inervada pelo trigêmeo. Os reflexos devem estar 
normais. Como o osso frontal e a maxila são únicos, não deve haver 
diferença na sensibilidade vibratória de qualquer lado da face. Dissociação 
da perda sensorial na face (dor e temperatura versus tato leve) pode 
diferenciar lesões, afetando o núcleo do trato espinhal do trigêmeo de 
lesões, afetando o núcleo sensitivo principal, respectivamente. 
Lesões de divisões específicas (V1 e/ou V2 e/ou V3) são distais ao gânglio 
gasseriano e resultam em perda sensorial confinada ao território cutâneo 
inervado pela divisão correspondente. Lesões no gânglio gasseriano ou 
proximais a ele resultam em perda sensorial que afeta toda a face 
ipsolateral. Lesões no tronco encefálico (em sua porção inferior) ou medula 
cervical alta podem resultar em uma perda sensorial com padrão onion-skin 
ou casca de cebola de Dejerine, em que a perda sensorial se restringe à 
parte lateral da face (em razão de sua inervação ser suprida por fibras 
caudais do núcleo do trato espinhal do trigêmeo). Já lesões mais rostrais no 
mesmo núcleo tendem a resultar em hipoestesias perioral e perinasal 
(regiões mediais), por causa da organização somatotópica das fibras 
destinadas à inervação sensitiva da face medial. 
MOTOR 
 
Sensibilidade da face 
Compara se um lado é parecido com o outro. 
Sensibilidade geral dos 2/3 anteriores da língua 
São testados os dois lados para ver se são parecidos. 
Musculatura mastigatória 
@resumosdamed_ 3 
Coloca-se a mão na articulação temporamandibular para ver se ela está 
forte. 
	O córtex motor de um único 
lado do cérebro inerva 
bilateralmente os núcleos 
motores do nervo trigêmeo, 
logo lesões em um único lado 
no neurônio motor superior 
raramente causa 
comprometimento da função 
motora do nervo trigêmeo. 
 
• Linha de implantação do cabelo X vértice do couro cabeludo 
• Ângulo da mandíbula 
• Linha mediana da face 
• Vibração diferente 
• Reflexos do nervo trigêmeo 
Reflexo mandibular 
O examinador deve colocar seu dedo indicador sobre o queixo do 
paciente de modo a manter a boca do paciente levemente entreaberta 
e, então, percutir o dedo com o martelo de reflexos. A resposta é um 
espasmo ascendente da mandíbula. A alça aferente é realizada por fibras 
sensitivas Ia da divisão mandibular do nervo trigêmeo (oriundas dos fusos 
musculares) que se projetam ao núcleo mesencefálico do NC V. A alça 
eferente também se dá pela divisão mandibular, por fibras que se originam 
no núcleo motor do NC V. Lesões em qualquer lugar desse arco reflexo 
resultam em depressão do reflexo mandibular ipsolateral, enquanto lesões 
supranucleares bilaterais resultam em acentuação da resposta. 
Reflexo córneo-palpebral 
É evocado tocando-se delicadamente a córnea (e não a esclera, pois 
pode gerar um falso-negativo) com um chumaço de algodão. É importante 
pedir que o paciente olhe para um lado, e, daí, o examinador toca a borda 
lateral da córnea do olho contralateral (isto é feito para evitar o piscamento 
pelo reflexo de ameaça). A resposta esperada é uma piscada direta e 
consensual. A alça aferente é a divisão oftálmica do nervo trigêmeo (V1 – 
córnea superior) e maxilar (V2 – córnea inferior). A alça eferente envolve o 
nervo facial (ipsolateral e contralateral) com contração dos músculos 
orbiculares. Em uma lesão ipsolateral do NC V há perda das respostas 
ipsolateral e contralateral do reflexo corneano (nenhum dos olhos pisca). 
Em uma lesão unilateral do NC VII, a resposta direta pode estar 
comprometida, mas o reflexo consensual deve estar normal. A estimulação 
do lado oposto produz uma resposta direta normal, mas uma resposta 
consensual comprometida. O centro de integração desse reflexo dá-se nos 
núcleos sensitivo principal, trato espinhal do trigêmeo e núcleos faciais 
bilateralmente 
EXAME CLÍNICO DA FUNC ̧ÃO MOTORA 
A avaliação da função motora do trigêmeo consiste em solicitar ao 
paciente que contraia com força a mandíbula (fechar a boca com força), 
enquanto se palpa o masseter e o temporal superficial, e que abra a boca 
e faça movimentos de lateralização da mandíbula contra a resistência 
(didução mandibular), para se testar os pterigoides. Um outro teste 
interessante da função motora é interpor-se um abaixador de língua entre 
os dentes das arcadas maxilar e mandibular de cada lado, solicitando ao 
paciente que abra e feche a boca com força (avaliando-se perfeitamente 
o masseter e o temporal superficial através da impressão dentária dos 
molares). 
@resumosdamed_ 4 
Fraqueza motora unilateral do trigêmeo (que causa fraqueza do pterigoide 
ipsolateral) causa desvio da mandíbula para o lado da fraqueza após 
abertura da boca (assim como a língua na lesão unilateral do NC XII). Para 
melhor avaliar o desvio, peça ao paciente que mostre os dentes, 
verificando, dessa forma, a linha dos incisivos inferiores, que estará desviada 
para o lado lesado. Fraqueza unilateral dos músculos inervados pelo NC V 
indica geralmente lesão envolvendo o tronco cerebral, o gânglio 
gasseriano ou a raiz motora do NC V na base do crânio. Fraqueza bilateral 
com incapacidade de fechar a boca (queixo caído) sugere doença do 
neurônio motor, doença de junção neuromuscular ou uma miopatia, além 
de lesões supranucleares. 
Caso clínico 2 
Mulher, 55 anos, com dor intensa na região mandibular, em choque, 
duração máxima de 1 minuto, que inicia todas as vezes que vai escovar os 
dentes. 
Diagnóstico: neuralgia do trigêmeo. 
Quando suspeitar? 
Quando a mulher esta perimenopalsa, mais comum em mulheres que em 
homens e é uma dor em pontada ou em queimação que dura no máximo 
2 minutos, mas e de forma paroxística (dura no máximo 2 minutos, mas são 
vários eventos) tem acometimento do trigêmeo, mais recorrente em v2 e 
v3. 
CASO CLÍNICO 03: 
Homem, 34 anos, imunossuprimidodevido a transplante renal, aparece 
para você com estas lesões 
Diagnóstico: herpes zoster (nome do vírus) em território trigemial 
Atinge mais o V1. Geralmente na infância o paciente teve varicela, mas o 
vírus fica alojado no gânglio acometido e desenvolve essa doença, 
posteriormente à quimioterapia, imunossuprimido, idoso à que ativa o vírus 
novamente. 
Mas pode ocorrer em varios lugares, não só em face. 
NERVO FACIAL 
O sétimo nervo craniano (NC VII) ou nervo facial é um nervo misto, 
predominantemente motor, que inerva os músculos da expressão facial, 
assim como os músculos do couro cabeludo, ouvido, bucinador, platisma, 
estapédio, estilo-hioide e o corpo posterior do digástrico. Possui, ainda, 
função parassimpática secretora ao inervar as glândulas salivares 
submandibular e sublingual, lacrimal e as membranas mucosas das 
cavidades oral e nasal, além de função sensorial, ao mediar o paladar dos 
dois terços anteriores da língua e a sensação exteroceptiva do tímpano e 
do canal auditivo externo. 
O núcleo motor do NC VII está localizado na formação reticular do 
tegumento pontino. Os núcleos faciais recebem inervação supranuclear do 
terço inferior do giro pré-central, na área facial do homúnculo motor. A área 
do núcleo que inerva a metade inferior da face recebe controle 
predominantemente supranuclear contralateral, enquanto que a parte do 
núcleo que inerva a metade superior da face tem controle bilateral. A raiz 
intrapontina do nervo facial origina-se na região dorsal do núcleo, e as fibras 
dirigem-se rostralmente para contornar o núcleo do NC VI (região chamada 
de joelho interno do nervo facial). Dessa forma, lesões intraxiais do tronco 
envolvendo o NC VI, geralmente, afetam o sétimo par concomitantemente. 
O nervo facial sai da ponte na junção bulbopontina, atravessa o espaço 
subaracnóideo no ângulo cerebelopontino e entra no meato acústico 
interno junto com o nervo intermédio e contorna o gânglio geniculado 
(joelho externo do nervo facial), entra no canal facial e sai do crânio pelo 
forame estilomastóideo para inervar os músculos da mímica facial, do couro 
cabeludo e o platisma, além dos músculos do ouvido. Durante este trajeto 
e antes de inervar os músculos da mímica facial, ele emite 3 ramos principais 
(importantes na localização de lesões ao longo do trajeto nervoso): O ramo 
@resumosdamed_ 5 
petroso superficial maior (proximal ao gânglio geniculado), o ramo para o 
estapédio e o ramo corda do tímpano (distais ao gânglio geniculado). 
O nervo intermédio (nervo de Wrisberg) é a divisão sensitiva e 
parassimpática do NC VII. Ele leva fibras pré-gangliônicas do núcleo 
salivatório superior ao gânglio submandibular e pterigopalatino, a partir dos 
quais saem fibras pósgangliônicas para as glândulas salivares. Também 
recebe fibras oriundas do gânglio geniculado (que carreiam a sensação 
gustativa dos dois terços anteriores da língua e sensação exteroceptiva do 
ouvido) para os núcleos dos tratos solitário e espinhal do trigêmeo, 
respectivamente. 
CASO CLÍNICO 04: 
Mulher, 35 anos, iniciou um sintoma de dor de ouvido direito, no dia seguinte 
notou que a boca estava “estranha” e hoje ao acordar estava assim à é 
uma paralisia periférica. 
 
EXAME CLÍNICO DAS FUNC ̧ÕES MOTORES 
A função dos músculos inervados pelo NC VII é avaliada pela inspeção e 
por testes para motilidade facial. Na inspeção, notar assimetrias na face, 
nas linhas faciais, a presença de atrofias ou de fasciculações. Observe a 
simetria e frequência do piscamento e movimento dos lábios durante o 
discurso, bem como a posição das pálpebras e a largura das fissuras 
palpebrais. Uma fissura palpebral unilateralmente larga pode sugerir uma 
lesão do nervo facial, causando perda do tônus no músculo orbicular do 
olho daquele lado. Note a presença de contração muscular anormal, como 
na distonia facial (contração fixa anormal focal da face, resultando em 
expressão facial curiosa), nas sincinesias (contrações anormais da face 
sincrônicas com movimentos de piscar e da boca, resultado de 
regeneração aberrante de uma paralisia facial prévia) e a presença de 
espasmo hemifacial. 
O paciente deve ser solicitado a elevar as sobrancelhas, enrugar a fronte, 
fechar bem os olhos (orbicular do olho), mostrar os dentes enquanto repete 
uma sentença com sons bilabiais (p. ex., “b”, “p”, ativando o orbicular da 
boca), encher a bochecha de ar (bucinador) e abrir a boca, cerrando os 
dentes (platisma). Durante esses testes, deve-se tentar estabelecer 
resistência (como tentar puxar a sobrancelha para baixo ou abrir o olho 
fechado com auxílio dos polegares do examinador, e tentar forçar a saída 
de ar das bochechas infladas, comprimindo-as com os dedos). 
MOTOR 
As fibras saem do córtex motor primário, da área que faz a inervação da 
face, chegam à ponte e inervam a face lateral, porém uma alguns passam 
pelo núcleo e inervam o andar superior da face, como na imagem abaixo. 
 
@resumosdamed_ 6 
	Paralisia facial periférica (A) 
versus paralisia facial central (B). 
A lesão periférica e quando a lesão e depois dos núcleos e tem uma 
paralisia de todo o lado a face, já saíram do SNC (acomete o ipsci lateral – 
lado da lesão e o mesmo da paralisia), a lesão central tem o acometimento 
da parte inferior contralateral, pois as fibras vão para o outro lado, não 
atinge a superior, pois ele é inervado pelos dois lados. 
 
FENO ̂MENO DE BELL 
 pede para fechar os olhos à no lado da paralisia 
ele não consegue. 
REFLEXO GLABELAR 
Percussão da glabela com martelo de reflexos promove contração reflexa 
dos orbiculares dos olhos. Aferência NC V. Eferência NC VII. A exacerbação 
desse reflexo representa sinal de liberação frontal, além de ser frequente 
nas síndromes parkinsonianas (Sinal de Myerson) 
Aferência: Trigêmeo (V1) 
Eferência: Facial 
REFLEXO CÓRNEO- PALPEBRAL 
Aferência: Trigêmeo (V1) 
Eferência: Facial 
 
CASO CLÍNICO 04: 
Mulher, 35 anos, iniciou um sintoma de dor de ouvido direito, no dia seguinte 
notou que a boca estava “estranha” e hoje ao acordar estava assim. 
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SENSITIVO 
 
CASO CLÍNICO 05: 
 
Adolescente 14 anos, chega para você: 
 
 
• Início gradual ou súbito 
• Vertigem – Zumbido - Hipoacusia 
• Presença de outros nn cranianos 
• Imunocomprometidos 
• Histórico de neoplasia 
• Aumento das parótidas ou otite 
• Vesículas ou língua fissurada 
• Não melhora em 3-6 meses 
• Paralisia facial bilateral 
NERVO VESTIBULOCOCLEAR 
O NC VIII ou nervo vestibulococlear possui dois componentes, o vestibular 
(que é responsável pelo equilíbrio, a coordenação e a orientação no 
espaço) e o coclear (responsável pela audição). Apesar de terem um 
trajeto semelhante através do crânio, os dois componentes originam-se de 
receptores periféricos distintos, com conexões centrais diferentes e, assim, 
funcionalmente diferentes 
@resumosdamed_ 8 
NERVO COCLEAR 
 
Exame clínico de audição esta parte do exame, muitas informações já 
podem ser obtidas durante a anamnese, como ao notar sinais de surdez 
(tendência a virar a cabeça para escutar, ler lábios ou falar em voz alta), 
história de dificuldade para usar o telefone, ouvir conversas em ambientes 
barulhentos ou queixas familiares. Antes de iniciar o exame da audição 
realiza-se otoscopia para excluir lesão da membrana timpânica ou 
presença de corpos estranhos (como cerúmen ou pus) e exame da região 
mastoide em busca de sinais flogísticos. 
Hipoacusia condutiva refere-se ao comprometimento da condução do som 
à cóclea por lesão entre o meio ambiente e a janela oval (como na 
obstrução por corpo estranho ou cerúmen e nas doenças do ouvido 
médio), enquanto hipoacusia neurossensorial se deve à lesão da cóclea 
(como na doença de Ménière) ou do NC VIII (como no neurinoma 
acústico). Hipoacusia central é causada por doença das vias auditivas 
centrais (muito rara em razão da bilateralidadee redundância do sistema 
auditivo). 
O diapasão pode ser usado em diversas manobras úteis. No teste de 
Schwabach, o examinador toca a mastoide do paciente com o diapasão 
vibrando e solicita que ele informe quando deixar de escutar o som. Após 
findado o som, o examinador compara a duração do som com o seu 
próprio osso mastoide e conclui se há ou não perda auditiva (após 
continuar ouvindo ou não o som). O teste é considerado normal, se a 
duração da condução óssea (CO) testada for igual entre examinador e 
paciente. O teste é dito prolongado, se a CO for maior no paciente em 
comparação ao examinador (hipoacusia condutiva). O teste é 
considerado diminuído, se a duração da CO for menor no paciente em 
comparação ao examinador (hipoacusia neurossensorial). 
No teste de Rinne, compara-se a condução óssea à aérea (CA) do próprio 
paciente. Neste caso, o esperado é que, imediatamente após deixar de 
ouvir o som produzido pelo diapasão em contato com a mastoide daquele 
lado, o paciente continue ouvindo o som da vibração, quando o diapasão 
é justaposto à sua orelha sem tocá-la, já que normalmente a condução 
aérea é maior que a óssea. Diz-se que o teste é positivo, quando o paciente 
continua ouvindo o som e negativo, quando o paciente permanece sem 
ouvir o som após a remoção do contato do diapasão com a mastoide e 
seu posicionamento justa-auricular daquele lado. Nesse último caso, temos 
um teste sugestivo de hipoacusia condutiva (a lesão dificultou a transmissão 
do som até o ouvido interno, prejudicando a condução aérea, com 
preservação da condução óssea). No primeiro caso (teste positivo) ou 
teremos um sujeito com audição normal ou sugestivo de hipoacusia 
neurossensorial (nesse caso, a lesão prejudica ambas as formas de 
transmissão do som, mantendo a superioridade da condução aérea). 
Outro teste clínico para audição é o de Weber, em que o examinador 
coloca o diapasão em vibração na linha média do crânio (em geral no 
vértice ou na fronte) e espera-se que o som seja percebido de forma igual 
em ambos os ouvidos. Quando há assimetria, o paciente escuta melhor em 
um dos ouvidos. Na hipoacusia condutiva, o teste de Weber lateraliza para 
o lado acometido, enquanto, na hipoacusia neurossensorial, o teste de 
Weber lateraliza para o lado normal. A sensibilidade destes testes 
mencionados anteriormente é abaixo do aceitável. 
TIPOS DE HIPOACUSIA: 
• Condutiva: comprometimento da condução do som à cóclea por lesão 
entre o meio ambiente e a janela oval (corpo estranho ou cerúmen); 
• Neurossensorial: se deve à lesão da cóclea (como na doença de 
Ménière) ou do oitavo nervo (como no neurinoma acústico). 
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O teste consiste no posicionamento do examinador a 30 cm do paciente 
com os braços estendidos lateralmente a uma distância de 70 cm 
equidistante tanto do ouvido do paciente quanto do examinador. Aplicam-
se estímulos com os dedos das mãos (forte e fraco) a essa distância e 
espera-se que o paciente levante a mão se ouvir o estímulo. O examinador 
deve treinar como realizar os estímulos (forte e fraco) com os dedos antes 
de aplicar o teste. Na ausência de percepção, aplicam-se os estímulos a 
35, 10 e 2 cm. 
 
 
Rinnie: 
• Positivo: o paciente continua ouvindo o som (CA > CO) – normal ou 
hipoacusia neurossensorial 
• Negativo: o paciente continua sem ouvir o som (CO > CA) – 
hipoacusia condutiva 
Weber: 
• Normal: Não lateraliza 
• Hipoacusia condutiva: lateraliza para o lado doente 
• Hipoacusia neurossensorial: lateraliza para o lado normal 
NERVO VESTIBULAR 
 
Caso 06: 
Mulher de 55 anos, vem para você com queixa de tontura. 
• Escurecimento visual 
• Sensação de “corpo gelado” 
• Sensação de desmaio 
 
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DEFINIC ̧ÃO DE VERTIGEM: 
Ilusão de movimento do corpo ou do ambiente ou distorção da sensação 
de automovimentação da cabeça ou corpo. Sensação de rodar o 
ambiente (vertigem objetiva) ou o próprio indivíduo (vertigem subjetiva). 
 
Realizar aferição da pressão (em decúbito e após 3 minutos em ortastase), 
ausculta cardíaca e realizar exame de glicemia capilar. 
 
Bloqueio átrio vestricular 
CASO CLÍNICO 07: 
Rapaz, 18 anos, com queixa de tontura (tudo rodando/girando), além disso 
refere náuseas e vômitos à características de vertigem. 
Existem três características principais na história clínica e cinco pontos do 
exame físico que podem ser usados para tomar essas decisões. 
HISTÓRIA CLÍNICA 
Tempo/duração do sintoma, caracterização do sintoma e circunstâncias 
em que ele ocorre 
TEMPO/DURAC ̧ÃO 
• Agudo: ≤ 3 dias 
• Crônico: > 3 dias 
• Recorrente(episódios)–determinar duração em segundos, minutos ou 
horas. 
 
CARACTERIZAC ̧ÃO DO SINTOMA 
• Vertigem 
• Tontura 
• Sensação de desmaio 
• Marcha instável 
Sintomas associados 
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CIRCUNSTA ̂CIAS 
• Espontâneo 
• Desencadeado 
• Fatoresdepiora 
EXAME FÍSICO 
Reflexo vestíbulo-ocular (vor), pesquisa do nistagmo, pesquisa do desvio-
skew, equilíbrio estático (romberg) e equilíbrio dinâmico (marcha) 
REFLEXO VESTÍBULO- OCULAR (VOR) 
• Via de integração: núcleos vestibulares (bulbo) com núcleos da 
motricidade ocular extrínseca (ponte e mesencéfalo) 
Movimenta os olhos na mesma velocidade, mas no sentido oposto ao do 
movimento da cabeça. 
TESTE DO IMPULSO DA CABEÇA (HEAD IMPULSE TEST) 
 
 
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PESQUISA DO NISTAGMO 
 
• Espontâneo à fixar em um objeto e observa 
• Evocado pelo olhar à fixar em um objeto a 30º 
• Provocado à sacudir a cabeça 20 vezes 
• Posicionalà manobras posicionais 
• Posição externa à fisiológico 
 
• Tipo: central. 
• Bate para o lado: esquerda 
• Muda de direção: sim, ou seja, central à se não muda e periférica. 
• Inibido pela pichação ocular: 
 
 
 
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PESQUISA DO DESVIO SKEW 
• Definição: é um desalinhamento ocular vertical sem fraqueza da muscular 
ocular extrínseca. 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
 
Através do sistema vestibular que temos uma noção de onde nossa cabeça 
esta posicionada no espaço. 
 à 
 
 não apresenta lado preferencial. 
sempre cai para a direita. 
EQUILÍBRIO DINA ̂MICO (MARCHA) 
Velocidade da marcha, largura da base, comprimento do passo, balanço 
do braço, giro do tronco, desvios do caminho e movimento da cabeça. 
TESTE FUKUDA 
 
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Caso clínico 08 
Homem de 57 anos, previamente hipertenso, diabético e tabagista, chega 
para você com queixa súbita de tudo girando. 
 
Caso clinico 09 
Mulher, 70 anos, tudo girando, desequilíbrio, principalmente ao deitar-se, 
varias vezes ao dia e curta duração. 
 
 
MANOBRA DE DIX-HALLPIKE 
 manobra diagnostica 
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MANOBRA DE EPLEY 
 manobra de correção 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Semiologia Neurológica Unicamp

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