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Avaliação pós-operatória

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Avaliação Pós-Operatória Heloisa Cogo - Endodontia Profº Mariana Pereira Lima de Moraes 
 
AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA 
RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS 
São aquelas que prestam apenas por um determinado 
período. Por serem frequentemente negligenciadas 
ocasionam diferentes problemas que vão desde infiltrações 
significantes até a fratura do dente! 
Este procedimento protege o dente evitando fraturas e 
propicia um selamento hermético da cavidade de acesso ao 
sistema de canais radiculares, não permitindo qualquer 
infiltração marginal. 
FATORES A SEREM ANALISADOS PARA A ESCOLHA 
DO MATERIAL RESTAURADOR 
Tempo de permanência da restauração 
Extensão da estrutura dental remanescente 
Forma de retenção da cavidade 
Posição do dente na arcada 
Material restaurador definitivo a ser utilizado 
subsequentemente 
Grau de dificuldade para remoção posterior 
Estética 
Suscetibilidade do indivíduo cárie 
TEMPO DE PERMANÊNCIA DA RESTAURAÇÃO: 
As restaurações provisórias podem permanecer por 
períodos distintos, depende da: 
a) Necessidade operacional de cada caso. 
b) Disponibilidade do profissional. 
c) Conveniência do paciente. 
PERÍODOS MUITO CURTOS (ATÉ 02 DIAS) : prioridade 
à facilidade de uso e capacidade de vedamento do material. 
PERÍODOS INTERMEDIÁRIOS (03 A 07 DIAS): 
empregar materiais que também tenham boas resistência 
mecânica. 
PERÍODOS LONGOS (MAIS DE UMA SEMANA): 
preferir materiais restauradores permanentes. 
EXTENSÃO DA ESTRUTURA DENTAL REMANESCENTE 
Dentes muito destruídos são SUSCETÍVEIS À FRATURA e 
exigem materiais bastante resistentes e preferencialmente 
com PRIORIDADES ADESIVAS. 
O módulo de resiliência dos materiais (poder de absorção 
de energia na forma de choque) é um fator importante a 
ser considerado. 
Dependendo do RISCO À FRATURA (análise da oclusão e 
dos hábitos do paciente) um material restaurador definitivo 
como a RESINA COMPOSTA É UMA EXCELENTE 
ESCOLHA. 
Outra possibilidade seria RESTAURAR 
DEFINITIVAMENTE o dente PREVIAMENTE AO 
TRATAMENTO ENDODÔNTICO, fazer a abertura 
endodôntica e restaurar a cavidade de acesso ao final de 
casa sessão. 
FORMA DE RENTENÇÃO DA CAVIDADE 
Em dentes com retentividade suficiente, a escolha poderá 
ser menos exigente quanto às qualidades adesivas. 
Em dentes com pouca ou nenhuma retenção, é necessário 
valer-se de todas as características intrínsecas positivas do 
material, como a adesividade. 
(cimento de ionômero de vidro e outros produtos resinosos 
que se utilizam de condicionamento ácido prévio e adesivo). 
POSIÇÃO DO DENTE NA ARCADA 
As forças mastigatórias decrescem de molares para 
incisivos. 
Desse modo os DENTES POSTERIORES, principalmente 
os molares, devem sempre ser restaurados 
provisoriamente com MATERIAIS DE BOA RESISTÊNCIA 
MECÂNICA. 
Os DENTES ANTERIORES, por sua vez não necessitam 
desta propriedade única, mas requerem adequada 
ESTÉTICA e materiais com MÍNIMO POTENCIAL DE 
MANCHAMENTO. 
MATERIAL RESTAURADOR DEFINITIVO A SER 
UTILIZADO SUBSEQUENTEMENTE 
A INCOMPATIBILIDADE QUÍMICA ENTRE O 
MATERIAL EMPREGADO NA RESTAURAÇÃO 
PROVISÓRIA E O USADO NA RESTAURAÇÃO 
DEFINITIVA É IMPORTANTE! ESPECIALMENTE 
QUANDO SE USAM PRODUTOS RESINOSOS APÓS A 
UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS CONTENDO EUGENOL! 
O EUGENOL presente em alguns cimentos INIBE 
SIGNIFICAMENTE O GRAU DE POLIMERIZAÇÃO DE 
COMPÓSITOS E ACRÍLICOS. Isso pode comprometer as 
propriedades físicas da restauração permanente. 
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Caso o material obturador seja à base de óxido de zinco e 
eugenol, evite o contato direto do mesmo com resinas 
compostas ou seus derivados. 
GRAU DE DIFICULDADE PARA REMOÇÃO 
POSTERIOR 
Isso ocorre principalmente com os novos materiais 
resinosos e cimentos extremamente resistentes. 
É preferível o uso de materiais que possam ser removidos 
em bloco, trazendo mais conforto para o paciente e 
evitando procedimentos agressivos. 
ESTÉTICA 
A boa aparência sempre deve ser mantida. 
Contrastes exagerados de cor, bem como formatos não 
harmoniosos são INACEITÁVEIS, principalmente em região 
anterior. 
SUSCETIBILIDADE DO INDIVÍDUO À CÁRIE 
O endodontista em papel no processo do preparo da boca, 
contribuindo para minimizar as possibilidades de 
continuidade da cárie. 
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS RESTAURADORES 
TEMPORÁRIOS 
Cimentos de óxido de zinco e eugenol 
Cimentos de ionômero de vidro 
Materiais resinosos temporários fotoativáveis 
Materiais endurecidos por umidade 
Cimentos de fosfato de zinco 
CIMENTOS DE ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL 
 É uma BOA ALTERNATIVA pois são relativamente 
DURÁVEIS E EXCELENTES SELADORES BIOLÓGICOS, mas 
sua LIMITAÇÃO quanto à INIBIÇÃO DOS POLÍMEROS DEVE 
SER CONSIDERADA. 
Pó e líquido, misturados em pequenas porções. Existem 04 
tipos: 
• Tipo I: para cimentação temporária. 
• Tipo II: para cimentação permanente (pobre selamento 
mecânico, mas bom selamento biológico.) 
• Tipo III: para restaurações temporárias e bases 
(eficiência da vedação mecânica, evitando infiltração 
marginal) 
• Tipo IV: para proteção pulpar (forramento cavitário). 
IONÔMERO DE VIDRO 
Indicado como material RESTAURADOR PROVISÓRIO , 
mas pode ser utilizado como restauração definitiva ou 
como material de base, uma vez que possuem união 
química a resina composta. Ademais com relação a 
prevenção ele é adequado por conta da liberação de flúor. 
Existem 3 tipos e são classificados de acordo com o seu uso: 
• Tipo I: cimentação. 
• Tipo II: restauração. 
• Tipo III: forramento e selamento de sulcos. 
Atualmente os CIMENTOS MODIFICADOS POR 
RESINA são as melhores alternativas pois são MAIS 
FORTES E PROVÊM MELHOR SELAMENTO 
MARGINAL E A PRESA É MUITO RÁPIDA devido a 
fotoativação. 
MATERIAIS RESINOSOS FOTOATIVADOS 
São práticos e facilmente aplicáveis e removidos em bloco, 
deixando uma superfície limpa e seca. QUANDO 
APLICADOS SOBRE RESINAS COMPOSTAS, PODEM 
ADERIR FORTEMENTE, DIFICULTANDO A REMOÇÃO. 
MATERIAIS ENDURECIDOS POR UMIDADE 
Recomendado para CURATIVOS MENOS DEMORADOS, 
mas limitados quanto a resistência mecânica. DEVEM SER 
EVITADAS EM: CAVIDADES AMPLAS, SUJEITAS A 
GRANDES FORÇAS OCLUSAIS. 
OUTRAS VARIÁVEIS SIGNIFICANTES 
→ Variáveis significantes inerentes ao operador: 
Preparo inadequado da cavidade, resultando em 
paredes de esmalte sem apoio, que poderão fraturar-
se causando infiltração. 
→ Manutenção de impurezas entre a cavidade e a 
restauração temporária. 
→ Pobre adaptação do material à cavidade, por desleixo 
ou por pressão. 
→ Deterioração do material obturador. 
Controle da oclusão. 
A falta de restaurações temporárias de alguém durante a 
terapia endodôntica ficou em 2º lugar entre os fatores que 
contribuem para a continuação da dor após o início do 
tratamento. 
FATORES GERAIS QUE PODEM INFLUENCIAR NO 
REPARO ÁPICO-PERIAPICAL 
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IDADE 
As enfermidades infecciosas são mais severas nos extremos 
da vida que nos adolescentes e adultos jovens, e que nestes 
o processo de cura inicia-se mais rápido. 
Ainda que o reparo possa demandar mais tempo 
(especialmente nos casos de lesão periapical) nos pacientes 
idosos, não há dados concludentes na literatura de que a 
idade seja um fator que impeça a cura. 
DESNUTRIÇÃO 
A deficiência nutritiva, ESPECIALMENTE PROTEICA, 
influencia ampla e profundamente o processo de reparo 
(REDUZ A SÍNTESE DE MEDIADORES DOS PROCESSOS DE 
DEFESA COMO AS IMUNOGLOBULINAS). 
Além de dificultar a reparação tecidual por reduzir a síntese 
de proteínas necessárias ao crescimento celular e à 
produção das fibras. 
DEFICIÊNCIA VITAMÍNICA 
Vitamina C: fundamental para a síntese do colágeno e 
sua deficiência causa o escorbuto, com degeneração 
generalizada do tecido conjuntivo. 
Vitamina D: que promove a absorção intestinal do cálcio, 
favorecea formação da matriz são importantes ainda no 
metabolismo ósseo. 
Vitamina A: regula os mecanismos de produção e 
reabsorção ósseas. 
DOENÇAS CRÔNICAS 
DIABETES: decorre da deficiência de produção ou de 
utilização da insulina pelo organismo, o que determina a 
redução no aproveitamento celular da glicose, ocasionando 
profundas alterações metabólicas. 
Paciente diabético não controlado é extremamente 
suscetível às infecções. (dificultam a nutrição tecidual, tem 
sua capacidade de reparo reduzida). 
DISCRASIAS SANGUÍNEAS : Anemia: a redução no 
aporte de oxigênio interfere no metabolismo. A cura de 
lesões periapicais é prolongada ou impedida. 
HEMOFILIA E LEUCEMIA: dificultam a ação do 
profissional, nestes pacientes, a exodontia está 
contraindicada, fazendo com que o tratamento 
endodôntico seja a alternativa adequada. 
DISTÚRBIOS HORMONAIS: 
CORTICOSTEROIDES: inibem a proliferação dos 
fibroblastos e a síntese das fibras do conjuntivo e atenuam 
a resposta inflamatória. 
HORMÔNIO ADRENOCORTICOTRÓFICO: produz os 
mesmos efeitos por estimular a síntese dos 
corticosteroides. 
PARATORMÔNIO E A CALCITONINA: regulam o 
metabolismo do cálcio e do fosfato e exercem ativa 
influência sobre o tecido ósseo. A excessiva produção de 
paratormônio leva a intensa reabsorção óssea. 
Dificuldades no reparo ocorrem em pacientes que 
apresentam alguma forma de deficiência de seus sistemas 
de defesa, em especial o imunológico. Apesar de problemas 
sistêmicos interferirem no reparo e tornem pobre o 
prognóstico o tratamento endodôntico é o procedimento 
preferível por gerar menos traumatismo. 
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS SOBRE O REPARO 
DENTES COM A POLPA VIVA 
O SUCESSO do tratamento endodôntico é expresso pela 
AUSÊNCIA DE TODA E QUALQUER SINTOMALOGIA 
+ NORMALIDADE DA IMAGEM RADIOGRÁFICA 
(dimensões fisiológicas do ligamento periodontal e 
ausência de áreas radiolúcidas). 
Como consequência de um estado inflamatório anterior ao 
tratamento e/ou pela injuriados procedimentos 
endodônticos o dente pode apresentar, nos PRIMEIROS 
TRÊS DIAS APÓS A ENDODONTIA, SENSIBILIDADE 
ESPONTÂNEA OU PROVOCADA PELA PERCUSSÃO. 
Essa SENSIBILIDADE, considerada normal, é quase sempre 
RESULTADO DO ATO CIRÚRGICO E PRESENTADA A 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DO QUADRO INFLAMATÓRIO. 
DOR PÓS-OBTURAÇÃO: 
Um LIGEIRO DESCONFORTO após a obturação de canais 
radiculares é previsível (se for recomendado analgésicos 
leves em caso de dor, tal fato não constituirá uma 
emergência verdadeira). 
Se a DOR FOR SEVERA E PERSISTENTE , o tratamento 
dependerá da situação: 
• Obturação adequada: deve-se prescrever um 
analgésico/ anti-inflamatório. 
• Obturação inadequada: inicia-se o retratamento. 
• Sobreobturação: deve-se prescrever um 
analgésico/anti-inflamatório. 
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Se NÃO RESOLVER: 
a) remoção da obturação 
b) Drenagem 
c) Retratamento 
Se o problema não for resolvido mesmo assim, a cirurgia 
perirradicular para curetagem do material extravasado é 
indicada. 
DENTES COM A POLPA VIVA: 
• O seu desaparecimento é um sinal de redução do 
processo inflamatório, indicando (na prática) o 
sucesso imediato do tratamento. 
Por outro lado: 
• a persistência e/ou o aumento da dor 
• Aumento de volume na mucosa próxima ao dente 
tratado 
• Aumento da mobilidade dissociada de alteração 
periodontal 
• Presença de uma fístula 
E evidenciam o agravamento do processo inflamatório e de 
imediato o insucesso do tratamento. 
Nesse caso: é necessária uma cuidadosa avaliação dos 
procedimentos realizados. Conduta aconselhada: refazer o 
tratamento ou submeter o paciente a um controle pós-
operatório de curtos períodos (a cada 15 dias) para 
constatar a evolução. 
A normalidade dos tecidos periapicais faz com que a 
radiografia tenha pouca ou nenhuma importância na 
avaliação imediata a longo prazo: ela poderá evidenciar 
alterações naqueles tecidos e caracterizar o insucesso. 
É de fundamental importância que as radiografias tenham 
sido executadas dentro de padrões técnicos corretos e 
processadas adequadamente. 
PROSERVAÇÃO: 
 Uma radiografia para controle pós-operatório a cada 
06 meses, durante 02 anos! 
Isso permitirá observar a normalidade dos tecidos 
periapicais (semelhantes à radiografia inicial) o que indica o 
sucesso (ou reparo) ou detectar alterações naqueles 
tecidos. Não havendo (nestes 02 anos) evidências de 
insucesso e não surgindo qualquer outro fator 
interveniente, dificilmente elas aparecerão. 
DENTES DESPOLPADOS SEM LESÃO PERIAPICAL 
Os aspectos clínicos que podem manifestar o retorno à 
normalidade, após o tratamento são muito similares 
àqueles descritos para os dentes com polpa viva. 
PROSERVAÇÂO: 
 Uma radiografia para controle pós-operatório a cada 
06 meses, durante 02 anos. 
A redução no tamanho da lesão ou seu desaparecimento 
evidenciarão o reparo em andamento. 
A manutenção ou aumento de suas dimensões, 
evidenciarão a inexistência do reparo. 
Em LESÕES PEQUENAS : possível notar o reparo, ou sua 
ausência em períodos de até 02 anos. 
 
Em LESÕES GRANDES : esse tempo pode chegar a 04 ou 
mais anos. 
CAUSAS E MANEJOS DA DOR CRÔNICA 
PRESISTENTE PÓS-OBTURAÇÃO 
Existem situações que requerem diagnóstico preciso para 
uma tomada de decisão. 
• Por exemplo; pacientes que tiveram o tratamento 
endodôntico concluído, mas que continuam se 
queixando de certo desconforto à mastigação, à 
percussão e ou à palpação (dias, semanas e até meses 
após a obturação do canal). 
As principais causas da dor crônica persistente pós-
obturação são: 
Infecções persistentes 
Infecções secundárias 
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Inflamação persistente, lesão perirradicular presente, mas 
não visível na radiografia. 
Sobreobturação 
Perfuração radicular 
Canal não tratado 
Dente errado 
Fratura vertical/oblíqua ou fissura radiculares 
Causa não odontogênica 
Sinusite odontogênica 
Sensibilização central 
INFECÇÕES PERSISTENTES 
São causadas por bactérias presentes em áreas do canal 
apical não tocadas ou afetadas pela irrigação. 
MANEJO: infecções persistentes são tratadas por meio de 
retratamento ou cirurgia perirradicular. 
INFECÇÕES SECUNDÁRIAS 
Causadas por microrganismos levados ao canal durante ou 
após a intervenção profissional. 
PRINCIPAIS CAUSAS: quebra da cadeia asséptica 
durante o tratamento e infiltração de saliva para o canal, 
MANEJO: infecções secundárias são tratadas por meio de 
retratamento ou cirurgia perirradicular. 
INFLAMAÇÃO PERSISTENTE, LESÃO PERIRRADICULAR 
PRESENTE, MAS NÃO VISÍVEL NA RADIOGRAFIA 
Clinicamente, em geral, esses casos representam uma 
incógnita. 
Lesões não visíveis na radiografia podem estar restritas ao 
osso esponjoso e passar então despercebidas, 
principalmente na região dos molares inferiores. 
MANEJO: uma vez que esta condição está relacionada a 
uma infecção persistente ou secundárias, pode ser tratada 
por meio de retratamento ou cirurgia perirradicular. 
 
SOBREOBTURAÇÃO 
Às vezes, não é visualizada em virtude da incidência da 
radiografia (alteração na angulação vertical da radiografai 
periapical e principalmente o emprego de tomografia 
computadorizada cone-beam podem revelar 
sobreobturação. 
Pode provocar dor crônica por causa da irritação inicial 
causada pela compressão mecânica do ligamento 
periodontal e pelo efeito químico de substâncias irritantes 
liberadas da massa do material. 
MANEJO: se estiver associada a um canal bem tratada, a 
prescrição de analgésicos pode ser suficiente para eliminar 
os sintomas. CASO NÃO RESOLVA, a cirurgia 
perirradicular para curetar o material extravasado pode ser 
necessário. Canais tratados de forma inadequada deveriam 
ser retratados sempre que possível. 
PERFURAÇÃO RADICULAR 
Causam dor persistente quando associadasa uma infecção 
persistente/secundária e ou a uma sobreobturação. 
MANEJO: dependendo da localização e da presença ou não 
de lesão óssea associada, as perfurações podem ser 
tratadas via canal ou por cirurgia perirradicular. Em alguns 
casos, a extração é inevitável. 
CANAL NÃO TRATADO 
Canais extras podem conter tecidos pulpar suficiente, 
inflamado ou necrosado/ infectado para induzir ou manter 
um quadro sintomático. 
Manejo: deve-se tratar o canal extra. Nos casos em que não 
há acesso coronário ou o canal não pode ser negociado ao 
seu término e a dor persiste, a cirurgia perirradicular pode 
ser necessária. 
DENTE ERRADO 
Em algumas situações o paciente se engana e relata dor em 
um dente que foi recentemente tratado 
endodonticamente, mas na verdade um outro elemento é o 
responsável pela dor. 
MANEJO: o dente é a origem da dor deve ser tratado de 
acordo com seu envolvimento patológico. 
FRATURA VERTICAL/OBLÍQUA OU FISSURAS 
RADICULARES 
As fraturas radiculares podem levar à dor persistente pós-
tratamento. 
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Algumas vezes elas podem não ser facilmente visualizadas 
na radiografia. (principalmente quando não há separação 
significativa dos fragmentos ou quando há sobreposição de 
outras estruturas. 
Fissuras radiculares são ainda mais difíceis de serem 
visualizadas. 
A DOR pode estar relacionada a movimentação dos 
fragmentos, mas é usualmente agravada pela concomitante 
infecção por bactérias do canal. 
 
MANEJO: a localização, direção e extensão da fratura ou 
da fissura afetam profundamente a opção de tratamento. 
Uma fissura que é visível na coroa e se estende 
profundamente na raiz ou envolve a furca representa uma 
situação de difícil tratamento. 
Se a extração não é desejada ou indicada, uma restauração 
com reforço de cúspide, com coroa total ou onlay pode ser 
usada para juntar os segmentos da fissura. 
O paciente deveria ser informado quanto à 
imprevisibilidade do prognóstico. 
EM CASOS DE FRATURA RADICULAR VERTICAL OU 
OBLÍQUA, O ÚNICO TRATAMENTO ACEITÁVEL É A 
EXTRAÇÃO DO DENTE OU REMOÇÃO DA RAIZ 
FRATURADA EM DENTES MULTIRRADICULARES . 
Medidas preventivas devem ser tomadas: 
• O diâmetro final do preparo deve ser mantido a 
calibres seguros para evitar remoção excessiva de 
dentina intrarradicular. Cuidado similar deve ser 
tomado durante o preparo do canal para receber um 
retentor intrarradicular. 
• Forças de compactação, durante a obturação ou 
durante a cimentação de retentores intrarradiculares, 
devem ser minimizadas. 
CAUSA NÃO ODONTOGÊNICA 
Alguns fatores como sinusite, neoplasias etc. podem 
simular dor de origem endodôntica. 
Métodos de diagnóstico podem também revelar 
comunicações de lesões perirradiculares extensas com 
outras regiões anatômicas, o que também pode levar a 
ocorrência de sintomas. 
MANEJO: o paciente deve ser encaminhado para um 
especialista na área da patologia suspeita. 
SINUSITE ODONTOGÊNICA 
Em alguns casos, uma infecção dentária é uma infecção 
dentária é um fator predisponente para o desenvolvimento 
da sinusite de origem dentária. 
A sinusite odontogênica corresponde aproximadamente 
por 10% a 12% dos casos de sinusite maxilar. 
 
Os sintomas da sinusite de origem odontogênicas são 
semelhantes a não odontogênica, como obstrução ou 
congestão nasal, dor ou pressão na face e dores de cabeça. 
→ Ocorre em virtude da possibilidade da íntima relação 
das raízes dos dentes posteriores superiores com o sei 
maxilar correspondente. 
→ Em geral gerando sintomas de periodontite apical de 
baixa intensidade no dente responsável, associada ou 
não a dor difusa na face. 
MANEJO: o dente responsável pelo desconforto deve ser 
criteriosamente avaliado para a possibilidade de ter os seus 
canais radiculares retratados ou muitas vezes até mesmo 
ser extraído. (caso escolha a extração, deve-se atentar para 
que a comunicação bucossinusal resultante venha ser 
fechada). 
SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL 
Dor pré-operatória, tratamento odontológico anterior 
doloroso e história de problemas prévios de dor crônica 
(dor de cabeça, coluna, ombros, pescoço etc.) PODEM 
CAUSAR ALTERAÇÕES SENSORIAIS CENTRAIS e/ou 
periféricas que aumentam a vulnerabilidade do paciente a 
dor crônica persistente. 
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Após um tempo significativo de dor, passa a se tornar cada 
vez mais sensível aos diferentes estímulos, é como se o 
corpo se tornasse hiper especializado em perceber tudo 
como dor. 
É responsável pela HIPERALGESIA (dor exacerbada a 
estímulos que normalmente causam dor) e pela ALODINIA 
(dor a estímulos que normalmente não causam dor). 
MANEJO: a prescrição de medicamentos ANTI-
INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS pode ser eficaz 
nesses casos. Pacientes com sintomas pré-operatórios são 
mais propensos a desenvolver sintomas pós-operatórios. 
Nesses casos, algumas medidas podem ser tomadas para 
prevenir ou reduzir a dor pós-operatória, incluindo: 
• Prescrição de analgésicos a serem tomados antes da 
intervenção 
• Uso de anestésicos de longa duração. 
• Emprego de analgésico no período pós-operatório, por 
aproximadamente 2 a 3 dias. 
REFERÊNCIAS: AULA E IMAGENS DA PROFº 
MARIANA PEREIRA LIMA DE MORAES.

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