Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Maria Beatriz Valença CESMAC – P4 2019.1 Veias • Anamnese: • Antecedentes pessoais: ✓ Número de gestações → fator importante para o aparecimento de varizes; ✓ Cirurgias prévias: Cirurgia de quadril, colecistoctomia, prostatectomia, histerectomia, junto ao repouso prolongado → trombose venosa; ✓ Traumatismo → trombose venosa; ✓ Permanência prolongada no leito; ✓ Imobilização prolongada com gesso ou tração; ✓ Uso de anticoncepcional → trombose venosa; ✓ Estado de choque → trombose venosa; ✓ Desidratação → trombose venosa; ✓ Antecedentes de neoplasias → trombose venosa; ✓ Prática de esportes → varizes. • Antecedentes familiares: ✓ Varizes: hereditariedade é tida como importante fator. • Profissão: pessoas que trabalham de pé, permanecendo parada por várias horas têm maior propensão a apresentar insuficiência venosa crônica e varizes. • Sinais e sintomas: • Dor: ✓ Peso nas pernas; ✓ Queimação; ✓ Ardência; ✓ Cansaço; ✓ Cãibra; ✓ Formigamento; ✓ Dolorimento; ✓ Fincada; ✓ Pontada; ✓ Ferroada. ➔ Trombose venosa profunda: dor intensa, edema e cianose. ➔ Estase venosa: dilatação da parede das veias. ➔ Microvarizes: queimação ou ardência, sensação de peso e cansaço. ➔ Varizes médias e calibrosas: Sensação de peso, cansaço, formigamento e queimação nos pés. ➔ Mulheres: mais frequente nos períodos pré, peri e pós-menstruais. ➔ Dor da insuficiência venosa: - Quanto maior a insuficiência venosa maior a dor; -Pode ser mais intensa no período vespertino, após caminhadas ou longos períodos na posição ortostática; - Quando a insuficiência é muito intensa, a dor pode ocorrer desde o momento em que se levanta da cama. Nesses casos, o pct. costuma relatar sensação de intumescimento das veias e peso nas pernas e nos pés, que diminui ao caminhar; - Melhora com a deambulação; - Torna-se mais intensa com a interrupção da marcha; - Melhora com a elevação dos membros. Maria Beatriz Valença CESMAC – P4 2019.1 • Alterações tróficas: Edema: ✓ Mecanismo de formação: aumento da pressão no interior das veias, das vênulas e dos capilares venosos, fato que ocasiona a saída de líquido para o espaço intersticial. ✓ Costuma surgir no período vespertino e desaparece com o repouso (se não regride com repouso, é necessário procurar outra etiologia, além da insuficiência venosa); ✓ Mais intenso em pessoas que permanecem muito tempo sentadas, com os pés pendentes; ✓ Mole e depressível; ✓ Localização: regiões perimaleolares, podendo alcançar o terço proximal das pernas na insuficiência venosa grave; ✓ Síndrome pós-trombótica: edema se torna permanente, há aumento global do volume do pé, da perna e até da coxa, sem que aparentem estar edemaciados; ✓ Insuficiência venosa crônica: edema quase sempre predomina de um lado, naquele em que o retorno venoso estiver mais prejudicado. Celulite: ✓ À medida que o edema se torna crônico acumulam-se substâncias proteicas no interstício do tecido celular subcutâneo. Desencadeando reações inflamatórias da pele e do tecido subcutâneo. A pele adquire então, coloração castanho-avermelhada com aumento da temperatura e dor na região correspondente. Hiperpigmentação: ✓ Acúmulo de hemossiderina na camada basal do derma, a qual provém das hemácias que migram para o interstício e que são fagocitadas pelos macrófagos. ✓ Hipertensão venosa de longa duração: manchas acastanhadas, esparsas ou confluentes, situadas no terço inferior do membro comprometido, mais frequentemente na região perimaleolar interna. Eczema ou dermatite de estase: ✓ Tipo agudo: pequenas vesículas que secretam um líquido seroso, que pode ser abundante. Acompanha-se de prurido intenso. ✓ Tipo crônico: aparece no terço distal da perna ou no dorso do pé. Em alguns casos, generaliza-se por todo o corpo. ✓ Podem ser áreas hipersensíveis a um grande número de substâncias. ✓ O prurido é mais intenso no período vespertino e noturno, admitindo-se que sua causa seja a liberação de histamina das células destruídas pela anoxia secundária à insuficiência venosa. Úlcera: ✓ Complicação frequente da insuficiência venosa crônica grave, em razão de varizes ou trombose venosa profunda (síndrome pós-trombótica). ✓ Localização principal na região perimaleolar interna. ✓ A estase venosa leva ao acúmulo de leucócitos e monócitos nos capilares com migração para interstício, ocorrendo agressão dos tecidos com liberação de: histamina, citocinas, leucotrienos e radicais livres, que seriam responsáveis pela formação das úlceras. ✓ Características das úlceras: rasa, borda nítida, secreção serosa ou seropurulenta. Maria Beatriz Valença CESMAC – P4 2019.1 ✓ A dor é maior quando a perna está pendente e melhora quando eleva o membro. Dermatofibrose: ✓ Devido a surtos de celulite e ulcerações que cicatrizam – fibrose acentuada em tecido subcutâneo e da pele. ✓ Perna adquire aspecto de “gargalo de garrafa”. Hemorragias: ✓ As varizes, principalmente as dérmicas, se rompem com relativa frequência, seja espontaneamente, ou após traumatismo, causando hemorragias de grau variável, às vezes abundantes. Hiperidrose: ✓ Insuficiência venosa crônica de longa duração e de grau acentuado: sudorese profusa no terço distal das pernas. ➢ Exame físico: • Inspeção: ✓ Inicialmente com paciente em pé e médico a uma distância de 2m: Examina o paciente de frente, de perfil e de costas. Possibilita detectar deformidades da bacia e do tronco e assimetria dos membros. É possível observar à ocorrência de varizes e sua distribuição dos pés as coxas. A circulação colateral na raiz da coxa, região pubiana, parede abdominal e torácica. Além de avaliar a extensão das manchas, do eczema e das úlceras. ✓ Próximo ao paciente é possível ver: eritema, cianose, purpuras, petéquias e as telangiectasias. • Palpação: ✓ Pesquisa alteração da temperatura, umidade e sensibilidade da pele e do tecido subcutâneo, as características dos edemas e o estado da parede venosa, que pode ter consistência elástica normal ou estar espessada, de consistência endurecida. ✓ Dor a palpação quando pct apresenta trombo recente no interior das varizes. ✓ Localizar as perfurantes, os frêmitos espontâneos, como os das fístulas arteriovenosas ou das neoplasias altamente vascularizadas, ou provocados, como ocorre na insuficiência da crossa da safena magna à manobra de Valsalva, ou da tosse. ✓ Identificar massas neoplásicas no trajeto dos grandes troncos venosos que sofrem estase por compressão extrínseca. ✓ Pulsos periféricos em pacientes com varizes, pois a ausência deles pode contraindicar eventual cirurgia. ✓ Identificar veias perfurantes insuficientes (importante para o pré-operatório de cirurgia de varizes): - Perfurantes de Cockett: face medial da perna em seu terço distal; - Perfurantes de Boyd: face medial da perna em seu terço proximal; - Perfurantes de Dodd: na face medial da coxa em seu terço distal. • Ausculta: ✓ Detectar sopros espontâneos que podem aparecer nas fistulas arteriovenosas, ou provocados, como ocorre na grande insuficiência da crossa da safena interna. Maria Beatriz Valença CESMAC – P4 2019.1 • Manobras especiais: Manobra de Brodie- Trendelenburg modificada: 1º tempo: coloca na posição de decúbito dorsal. 2 º tempo eleva-se o membro comprometido a 90} esvaziando se as varizes com massagens na perna, em seguida coloca um torniquete na raiz da coxa, logo abaixo da crossa da safena, com pressão suficiente para bloquear a circulação venosa superficial. 3º tempo: pct assume a posição em pé, observando o que ocorre nas veias das pernas. Manobra dos torniquetes múltiplos: busca a localização das perfurantes. Coloca o pct deitado com o membro comprometido em posição elevada, esvaziando as varizes com manobras de compressão, em seguida aplica se torniquetes nos terços superior, médioe inferior da coxa e nos terços superior e médio da perna. Posteriormente, coloca o pct em pé. Manobra de Perthes: demonstração da perviedade do sistema venosa profundo. Com o pct em pé coloca um torniquete no terço médio da coxa, em seguida pede pra ele caminhar enquanto se observa o comportamento das varizes. Manobra de Homans: consiste em dorsoflexão forçada do pé em pct com suspeita de trombose venosa das veias profundas da perna. Se provocar dor intensa na panturrilha a manobra é positiva. Manobra de Olow: compressão da musculatura da panturrilha contra o plano ósseo. Se a compressão provocar dor intensa, manobra positiva. Suspeita de trombose venosa profunda das veias da perna. Manobra de Denecke – Payr: compressão com o polegar da planta do pé contra o plano ósseo. Se a compressão provocar dor intensa, é positiva e indica trombose profunda das veias profundas do pé. ➢ Exames complementares: ✓ Dopperfluxometria; ✓ Dúplex scan ou eco-doppler; ✓ Angiotomografia venosa: flebotomografia e fleborressonância; ✓ Arteriografia pulmonar; ✓ Flebografia. ➢ Doenças das veias: ✓ Varizes dos MMII; ✓ Trombose venosa; ✓ Síndrome pós-trombótica; ✓ Insuficiência venosa crônica.
Compartilhar