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Cirurgia em Odontopediatria

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Cirurgia em Odontopediatria
	É dividida em: cirurgia oral menor e cirurgia bucomaxilofacial. Em todos os casos é necessária comunicação e autorização por escrito dos pais ou responsáveis.
	A Avaliação Cirúrgica deve levar em consideração a história clínica e pregressa da condição que afeta o paciente bem como dele mesmo; aspectos físicos de crescimento e desenvolvimento; patologias bucais, cronologia de erupção, ausência e retenção dentária, assimetria alveolar ou facial; e o exame local físico com atenção aos sinais e sintomas.
	Princípios básicos para a realização do procedimento cirúrgico:
· Necessidade cirúrgica – o quão é necessária a cirurgia? É possível resolver o problema com outra modalidade de tratamento?
· Oportunidade – deve ser realizada de imediato? O paciente tem alguma contraindicação para o procedimento (cardiopatia, hepatopatia, diabetes, herpes labial, febre...)?
· Condicionamento psicológico da criança e dos pais – partir do procedimento menos complexo para o mais complexo, afim de ganhar a confiança do paciente e seus responsáveis e torna-los mais colaborativos nas sessões seguintes e promover maior colaboração e segurança pré e durante o procedimento.
· Diagnóstico correto – precisão na indicação da cirurgia, por ser um processo irreversível.
· Medidas de antissepsia
· Instrumental e técnica adequada (anestesia precisa)
· Cirurgia mais atraumática possível
Planejamento cirúrgico
· Diagnóstico definido – necessidade cirúrgica imediata?
· Exames complementários
· Oportunidade cirúrgica
· Preparo para o ato cirúrgico – instrumental, técnicas e antecipação a possíveis intercorrências que podem ocorrer no pré, intra e pós operatório.
Indicações de cirurgia
· Dentes com rizólise completa
· Dentes natais ou neonatais com mobilidade
· Destruição coronária extensa
· Retenção prolongada de dentes decíduos
· Reabsorção interna ou externa
· Anquilose
· Raiz residual
· Exodontia por indicação ortodôntica
· Frenectomia
· Mucocele
· Ulectomia 
· Dentes completamente destruídos ou com lesões extensas
Contra indicações
· Doenças da infância
· Quimioterapia e/ou radioterapia
· Condição sistêmica 
Exames complementares
· Imagem – radiografias intra e extra bucais, panorâmicas e tomografia.
· Sanguíneo 
Condições a serem consideradas
· Idade do paciente 
· Preparo psicológico
· Tamanho da cavidade bucal e referências anatômicas
· Presença do germe dentário do dente permanente
· Controle da dor
· Tempo de duração do procedimento
Técnica de Exodontia
1. Condicionamento – mostrar (quando possível), ensinar que não pode pegar a mão, alertar quanto ao estranhamento com a sensação de dormência, mostrar que a boca fica normal após anestesia.
2. Controle da ansiedade – pode-se usar técnicas farmacológicas, lúdicas e educação.
3. Anestesia – passar tranquilidade e segurança; estabilizar a cabeça do paciente (se necessário); utilizar anestésico tópico; penetração gradual da agulha, mantendo 2 a 3mm da agulha fora da mucosa para evitar complicações em caso de fratura; bisel deve ser voltado para o osso; injeção lenta de, no mínimo 1 minuto por tubete.
4. Luxação – atenção em caso de dentes posteriores, pois o germe do dente seguinte fica alojado entre as raízes, ficando portanto vedada a utilização de movimentos no sentido M-D, e rotação, utilizando apenas as movimentação no sentido vestíbulo-lingual; nos dentes anteriores utilizar apenas os movimentos de lateralidade, pendular e rotação.
5. Exérese 
Complicações da anestesia
· Hematoma com duração de 7 a 14 dias
· Lipotimia, geralmente por causa emocional
· Trismo
· Úlcera traumática decorrente de morder as mucosas jugal e labial pela dormência.
Contra indicação do uso do fórceps
· Coroa clínica completamente destruída, impossibilitando o adequado efeito mecânico do instrumento
· Possibilidade de remoção ou lesão do germe do dente permanente
· Possibilidade de fratura do terço apical de uma das raízes em função do bisel de rizólise.
	Curetar
	Suturar
	Lesão
	Osso exposto
	Capuz
	Não hemostasia
	Cisto
	
	Pós operatório
· Evolução normalmente é favorável
· Medicação
· Tampão gaze
· Dieta – mais líquida/pastosa possível, dar preferência ao consumo de gelados.
Dente anquilosado
· Arcada inferior é mais afetada, sendo mais frequente no 1 molar decíduo
· Localização abaixo do plano oclusal
· Ausência de mobilidade
· Som característico a percussão
· Radiograficamente ausência do espaço pericementário
· Classificação
· Leve: coroa de 1 a 2mm abaixo do plano oclusal
· Moderada: metade da coroa abaixo do plano oclusal
· Severa: coroa parcialmente coberta por tecido mole
· Tratamento pode ser feito por cirurgia ou de forma conservadora (esperar uma possível reabsorção)
Frenectomia
· Remoção dos freios labiais ou lingual
· Em RN, o freio labial estende-se até a papila incisiva; neste caso, chama-se frenotomia
· Exérese: remoção total da porção anatômica do freio visível
· Frenectomia labial – indicada quando há a presença persistente do freio; diastema interincisivo não fisiológico; com a cirurgia, ocorre o favorecimento da oclusão e tratamento ortodôntico. Idade ideal é controversa. 
· Anestesia tópica
· Anestesia infiltrava - Fundo vestíbulo e complementar por palatina
· Técnica pode ser realizada por bisturi elétrico, laser ou exérese
· Pinçamento da parte central do freio
· Incisão acima e abaixo da porção pinçada
· Remoção do tecido de forma triangular e se forma um triangulo 
· Remoção das fibras de tecido conjuntivo com cureta
· Sutura e, se necessário, utilizar cimento cirúrgico
· Frenectomia Lingual
· Anestesia do nervo lingual bilateralmente (local e infiltrativa)
· Transfixação da língua com fio de sutura
· Imobilização com base ou tentacânula
· Incisão horizontal (pique e divulsão com tesoura cirúrgica, realizada mais próxima da língua do que do assoalho bucal)
· Sutura com fio reabsorvível
Dentes supranumerários
 
· Dentes que se desenvolvem a mais do que o normal (mais dentes do que o normal em boca)
· Menos frequente na dentição decídua, com maior recorrência na maxila, normalmente mesiodens.
· Importância clínica: são capazes de retardar ou impedir a erupção de dentes permanentes, determinar giroversões, maloclusões, hábitos de interposição da língua, induzir fonação e deglutição atípica, provocar diastemas, dilaceração radicular e reabsorção nas raízes de dentes adjacentes.
Mucocele 
· Cisto preenchido por muco, caracterizado pelo aumento volumétrico causado pelo acúmulo de líquido no interior dos tecidos que pode ocorrer sobre superfícies mucosas onde glândulas acessórias são encontradas. 
· Maior frequência em lábios
· Tratamento é feito por meio de excisão da lesão, micromarsupialização, ou dissecação da mucocele
· Rânula – mucocele que acomete a região de assoalho bucal, com o rompimento das glândulas salivares sublinguais
· Técnica da micromarsupialização – após anestesia tópica, realizar a passagem do fio de sutura pela lesão e remover o fio após uma semana.
Ulectomia
· Remoção ou exérese do tecido que recobre o dente não irrompido, com remoção de tecido ósseo, se necessário
Patologias relacionadas ao Recém Nascidos
· Pérolas de Epstein – muito comum, encontrada em cerca de 80% dos RNs. Ocorre na região mediana da rafe palatina como resultado do remanescente epitelial ao longo da linha de suão das metades palatinas. Tratamento conservador com indicação de acompanhamento
· Nódulo de Bohn – epitélio de glândulas salivares, frequentemente encontrados nos aspectos bucal e lingual do rebordo, longe da linha média. Tratamento conservador com indicação de acompanhamento.
· Cistos de lâmina dentária – são encontrados na crista do rebordo dental, normalmente de forma bilateral na região dos primeiros molares decíduos. São resultados de remanescentes da lâmina dentária. Tratamento conservador com indicação de acompanhamento.
· Épulis congênito – também conhecido como tumor de célula granular ou tumor de Neumann; é benigno e raro visto somente em recém nascidos. Tipicamente uma massa protuberante aderida a mucosa gengival, frequentementeobservada no rebordo anterior da maxila. Em decorrência disso, pode comprometer a alimentação ou problemas respiratórios. Tratamento é realizado por meio de incisão cirúrgica e o RN normalmente cicatriza bem e nenhuma complicação ou retratamento é esperado.
· Cisto de Erupção – cisto de tecido mole que resulta da separação do folículo dentário da coroa de um dente em erupção. Normalmente encontrado na região de molares mandibulares. Cor pode variar de normal a azul escuro ou marrom, dependendo da quantidade de sangue no fluido cístico. Se a lesão não rompe espontaneamente ou torna-se infectada, deve ser aberto cirurgicamente.
@odontocomkarol
Imagens: Google

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