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Criação Animal II – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO MANEJO DE FÊMEAS REPRODUTORAS Introdução As fêmeas suínas destinadas à reprodução podem ser da propriedade ou adquirida por um vendedor idôneo, porém, ao adquirir novos animais devemos sempre colocá-los num quarentenário para evitar a transmissão de possíveis patógenos aos animais que vivem na granja. Os reprodutores são os animais que mais circulam numa granja de ciclo completo em questão de material genético. A taxa de reposição anual de matrizes é de cerca de 30 a 40% ocorrendo após 5 ou 6º parto dependendo da eficiência produtiva de cada animal. Puberdade A puberdade é adquirida quando as fêmeas apresentam o primeiro cio que ocorre ao 5,5 a 6,5 mês de idade ou quando as fêmeas atingem 120kg. Para adquirir um animal novo é importante que seja pré púbere, ou seja, 70 a 77 dias antes do primeiro cio para que todo manejo necessário seja realizado já na granja. O cio de uma suína ocorre a cada 21 dias podendo variar de 18 a 24. A espécie suína é considerada poliéstrica não estacional/não sazonal, ou seja, não há influencia do fotoperíodo para que haja atividade reprodutiva. Não devemos inserir uma fêmea na reprodução em seu primeiro cio já que seu escore corporal ainda não é adequado, logo, o desempenho máximo dificilmente será alcançado. Fatores que podem interferir o aparecimento da puberdade: GENÓTIPO: raças puras são mais tardias do que oriundas de cruzamentos industriais; ALOJAMENTO: fêmeas criadas em baias coletivas tendem a apresentar a puberdade mais precocemente em razão do leve estresse pela hierarquia e disputa pela alimentação e água; ESTRESSE DO TRANSPORTE: como é um leve estresse, também auxilia na precocidade da chegada da puberdade; PRESENÇA DE MACHO: quando o cachaço (macho reprodutor) faz o passeio nos corredores onde estão as fêmeas é realizado um contato e quando o macho percebe que há uma fêmea em cio, Criação Animal II – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO começa a liberar feromônios por meio da saliva havendo uma densa espuma em sua cavidade oral. A fêmea em cio fica vidrada nessa ação do macho, erguendo suas orelhas. As fêmeas que acabaram de voltar da maternidade, ao ter contato com o cachaço se sentem estimuladas a apresentar um novo cio e as fêmeas pré púbere acabam também sendo estimuladas a apresentar cio mais precocemente. O passeio do cachaço ocorre diariamente; CONDIÇÕES CLIMÁTICAS: estresse por temperatura acaba sendo negativo para a reprodução dos animais havendo atraso no aparecimento da puberdade; NUTRIÇÃO: pode interferir na taxa ovulatória das fêmeas. É feito então o efeito Flushing que consiste em aumentar a energia da ração fornecida para a fêmea reprodutora, principalmente para as de primeira cria para que aumente sua taxa ovulatória Estadia das fêmeas reprodutoras Na maior parte das granjas as fêmeas são mantidas em celas individuais em que há restrição de espaço e locomoção dos animais. Há também a proposta de criação dos em baias coletivas, porém acaba sendo muito estressante já que os suínos são animais de comportamento hierárquico podendo haver disputa por liderança e de alimento. Para que as fêmeas não se tornem obesas, o que causaria dificuldade no parto, é indicado o emprego de enriquecimento ambiental para distrair os animais e evitar o estresse pela mudança na dieta. Criação Animal II – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Fatores importantes para determinar o momento ideal para cobertura ou inseminação artificial Na espécie suína, o estro (cio) tem duração de 3 dias. A avaliação ocorre no terceiro dia. Fêmeas mais jovens apresentam cio mais curto (cerca de 2 dias) com a ovulação ocorrendo ao final do 2º dia. O espermatozoide sobrevive no aparelho genital da fêmea até 36 horas enquanto o óvulo entra em degeneração de 6 a 8 horas após a ovulação. Para não perdermos o cio devemos então garantir a permanência de espermatozoides no aparelho reprodutor antes da ovulação para que quando a fêmea ovular, o espermatozoide já esteja pronto para realizar a fecundação. Diagnóstico do cio SINAIS: No passeio do cachaço a fêmea em cio se mostra estática com as orelhas erguidas; Há edema vulvar com presença de secreção transparente; Para então ter certeza se a fêmea está ou não no cio, podemos realizar alguns reflexos como RTM (REFLEXO DE TOLERÂNCIA AO MACHO) ou RTH (REFLEXO DE TOLERÂNCIA AO HOMEM). No RTM permitimos que o cachaço suba na fêmea e, se a fêmea se manter imóvel o RTM é positivo, já se a fêmea se esquivar, o RTM é negativo. Importante destacar que os cachaços são adestrados, então atendem comandos para subir na fêmea e descer sem iniciar então a cópula. No RTH, o tratador da granja pode realizar uma subida na parte posterior da fêmea e caso ela permaneça imobilizada, o RTH é positivo e caso se esquive o RTH é negativo e a fêmea não está no cio. Fêmeas mais jovens, mesmo no cio podem apresentar RTM e RTH negativo. Devemos então fazer uma combinação que consiste Criação Animal II – Medicina Veterinária – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO em colocar o cachaço na frente da fêmea para que comece a liberar feromônios e o tratador realiza novamente o teste de RTH sendo positivo. Frequência de diagnóstico do cio A verificação de cio pode ser realizada uma (a cada 24 horas) ou duas (a cada 12 horas) vezes ao dia, dependendo da quantidade de tratadores trabalhando na granja. Se considerarmos a fêmea em cio, ela deve ser submetida a inseminação artificial ou monta natural por duas vezes dependendo do protocolo adotado na propriedade. Se há a verificação 1 vez ao dia, há maiores dúvidas a respeito de iniciou o cio. Logo, em propriedades que realizam a verificação uma vez ao dia, a primeira inseminação deve ser realizada logo após o diagnóstico e a segunda inseminação é realizada no outro dia e no mesmo horário. Quando a verificação é realizada duas vezes ao dia a chance de erro é menor já que a precisão de quando iniciou o cio é maior. Se uma fêmea teve seu cio detectado pela manhã e na verificação anterior ela não estava, sabemos que o cio do animal ainda está no inicio e a dose inseminante deve realizada durante o segundo horário de verificação e a segunda dose inseminante é realizada na primeira verificação do dia seguinte. Emprenhou! Durante a gestação, a fêmea continua no setor de reprodução até 7 dias antes do momento do parto em que é conduzida até o setor maternidade. Após dar à luz e cuidar de seus filhotes durante 21 dias, a fêmea volta para a reprodução e é preparada para uma nova gestação com aplicação de vitamina A e ácido fólico. O intervalo entre desmame dos leitões até o próximo cio varia de 3 a 9 dias. Caso a fêmea já esteja no seu 5º ou 6º parto ela é destinada ao abate. Como saber quando descartar um reprodutor? O momento ideal para substituir um animal reprodutor é quando vemos queda na performance reprodutiva. Ou seja, quando as fêmeas têm queda na quantidade de filhotes, machos começam a ter problemas na monta e a qualidade do ejaculado passa a não ser muito boa além da presença de malformações na progênie.
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