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Cinomose

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Resumo elaborado por Júlia Madureira | @surtavet – PUC BETIM 
Cinomose: 
 É uma doença causada por um vírus, uma doença mito comum que pode acometer desde cães mais 
novos até os mais velhos também, sendo que dependendo da alteração, pode ser que seja neurológica 
também. É um vírus que tem pantropismo, ou seja, causa várias alterações em diferentes sistemas, é uma 
doença mais controlada que a parvo, porque seu vírus é envelopado, seu agente etiológico é o vírus da 
cinomose canina (CDV) do gênero Morbillivirus, pertencente da família Paramyxoviridae. 
 O vírus da cinomose, possui uma fita simples de RNA negativa, não segmentada com 
aproximadamente 15.000 nucleotídeos. A proteína H é fundamental para infecção – responsável pelo 
reconhecimento de ligação em receptores das células do hospedeiro e a proteína F faz a fusão. Ademais, 
os genes que codificam a proteína H possuem alta variabilidade de nucleotídeos (10%) – diferentes 
linhagens virais. 
 As características virais, são: lábil no ambiente, é um vírus envelopado, é sensível aos desinfetantes 
comuns, sensível ao calor – 50 a 60C° em 30 minutos, resiste 1 hora em tecidos/secreções a 37ºC, resiste 3 
horas em temperatura ambiente e permanece algumas semanas no ambientes em temperaturas 4C°. 
 As espécies mais afetadas na cinomose, são os canídeos domésticos e selvagens, felídeos (leões e 
tigres), mustelídeos (martas, texugos e furão), procionídeos (guaxinim, quati), focas e leões marinhos e 
primatas não-humanos. *Em furões a doença é mais grave do que em cães, porque pode levar a morte 
dentro de 2 a 3 semanas. A cinomose no geral, tem uma distribuição cosmopolita, podendo acometer cães 
de qualquer idade – mas a maior ocorrência é em cães entre 3 a 6 meses de idade (perda de AC maternos). 
No calor, tem se uma prevalência de gastroenterite, agora quando as temperaturas estão mais baixas tem 
o maior número de casos de cinomose e nos gatos favorece o complexo respiratório. 
• TRANSMISSÃO: 
 A transmissão ocorre principalmente por aerossóis e gotículas contaminadas, secreções 
respiratórias, além dessas secreções pode ter transmissão por fezes e urina (sendo que a urina é usada para 
verificar alterações neurológicas – excreção do vírus pode durar até 90 dias) e também pode ser 
transplacentária (o animal nasce infectado, geralmente não é uma causa de aborto, causa uma encefalite 
– diferente da parvo que causa uma miocardite, por isso tem que ter cuidado ao vacinas as fêmeas 
gestantes, pois o vírus da vacina é atenuado). 
- Inicialmente infecta o trato respiratório superior, podendo ocasionar pneumonias, faz viremia e pode ter 
infecção de células epiteliais intestinas e depois pode ter migração de células para o SNC, ou seja, por ser 
um pantropismo viral consegue infectar diferentes sistemas. 
• PATOGENIA: 
 O vírus é linfotrópico e imunossupressor, então por exemplo a entrada por aerossol o animal 
elimina a partícula viral e então tem a infecção das tonsilas e dos linfonodos bronquiais, pode ter também 
de timo, medula óssea, do baço, dos linfonodos retrofaríngeos, ou seja, diferentes infecções. Inicialmente 
esse vírus, ele replica nas primeiras 24 horas – nos macrófagos e nos Ly’s e causa uma imunossupressão 
(então nessa fase, tem se leucopenia com linfopenia e febre), até 4 dias tem só febre, depois dessa 
linfopenia, o vírus também se replica em outras células epiteliais, porque abre portas (então ate 4 dias o 
animal começa a fazer viremia – começa a eliminar o vírus nas secreções = essa eliminação viral geralmente 
encerra depois de 2 semanas que esse animal recupera, ou seja, não transmite e nem faz viremia mais). *O 
CURSO DA DOENCA DEPENDE DOS NIVEIS DE AC – então podemos ter uma resposta imune inadequada ou 
adequada, então por exemplo a adequada, significa que aquelas pacientes que foram vacinados e tem AC 
Resumo elaborado por Júlia Madureira | @surtavet – PUC BETIM 
ou que os níveis de AC não caíram tanto, quer dizer que esse paciente não tem doenças sistêmicas e doença 
inaparente e baixa prevalência de sinais clínicos nervosos = POR ISSO A VACINAÇÃO É PEGA IMPORTANTE, 
porque assim impedimos a migração do vírus no SNC. Já na resposta inadequada, tem sinais sistêmicos 
graves, podendo evoluir para sinais clínicos neurológicos, ou sinais clínicos brandos, mas mesmo assim 
podendo evoluir para os neurológicos, se a resposta é inadequada e tem baixo nível de AC, esse vírus então 
progride para os tecidos epiteliais (invasão pelas células epiteliais), assim migra para diferentes sistemas, 
assim tendo sinais gastrointestinais, respiratórios e depois evoluir para a fase neurológicas. Ademais, se 
não tem resposta de AC tem febre, conjuntivite, anorexia, pneumonia, diarreia e vômito, sinais 
dermatológicos (pústulas abdominais – relacionadas a imunossupressão), hiperqueratoses de coxim, etc = 
são sinais multissitêmicos. 
 A princípio, com tudo citado acima o paciente pode evoluir para a MORTE ou RECUPERAÇÃO (ainda 
assim tem sinais clínicos neurológicos, isso porque o vírus migra via hematógena ou através do plexo 
coroide do SNC, assim causando alterações na mielina, então pode fazer uma desmielinização e 
consequentemente comprometimento do SNC – sinais clínicos nervosos = agudos (ocorre nas mioclonias, 
onde tem déficit de condução de impulso, assim pode causar ataxia, tremor, crises epilépticas), mesmo 
depois da cinomose o paciente pode causar a encefalomielite. 
Vocês acham que devemos imunossuprimir um paciente com cinomose? Não, pois pode favorecer a 
progressão da fase neurológica. 
 Uma vez que o vírus se encontra no SNC, ele pode causar encefalomielite aguda (paralisias), 
principalmente por destruição da substâncias branca e principalmente do cerebelo, córtex cerebral e tronco 
cerebral – causa desmielinização, animais mais velhos andam em círculos e tem sinais semelhantes a 
disfunção cognitivas. 
• SINAIS CLÍNICOS: 
Sistêmicos: febre (viremia inicial ou infecção bacteriana secundária), conjuntivite e descarga nasal, sinais 
em TGI, pneumonia – tosse produtiva e miocardite, hiperqueratose coxim e focinho, pústula abdominal, 
ceratoconjutivite seca (ocorre devido ao dano imunomediado: nos outros sistemas isso não ocorre). 
Neurológicos: encefalomielite aguda, desmielinização, crise epilética: “síndrome do mascara chicletes”, 
síndrome vestibular, mioclonias e encefalite do cão velho (inflamação progressiva cinzenta). 
• DIAGNÓSTICO: 
Hemograma: não é um diagnóstico fácil, por isso tem que fazer uma triagem, incialmente tem uma 
leucopenia e linfopenia (muito visto no hemograma), o problema é quando tem uma leucocitose 
neutrofílica (infecção bacteriana), pode ter também uma anemia, geralmente é branda (cuidado no uso da 
rivabirina), pode ter também uma trombocitopenia (pode induzir a produção de AC anti-plaquetários). Há 
também a presença de corpúsculos de inclusão, isso quer dizer que o paciente tem cinomose, porém é 
muito difícil de se ver, pois está na fase de viremia. 
Sorologia: - teste sorológico: pode ser feito uma sorologia comparada, colhe o sangue, tira o soro, colhe no 
líquor e posterior a isso mensura anticorpos no soro e no líquor. Se os anticorpos no soro forem > que os 
anticorpos no soro, o resultado de exame muito sugestivo de que o animal tem cinomose. Os animais 
vacinados não tem altas contagens de AC no líquor, quando tem altas quantidades de AC no líquor significa 
que tem infecção, pois no sistema nervoso são produzidos AC anti vírus da cinomose. Então, no caso de 
uma infecção você mensura e se estiver alta contagem esse animal tem a cinomose nervosa, ou seja, o 
aumento dos anticorpos antivírus no líquor oferece evidência da encefalite pela cinomose, pois estes 
anticorpos são produzidos no local e este aumento não é encontrado em animais vacinados ou não 
cinomose sistêmica sem alterações neurológicas. Testes sorológicos (feitos nas clínicas): teste de anticorpo,Resumo elaborado por Júlia Madureira | @surtavet – PUC BETIM 
pode mencionar AC no líquor e no soro. Se receber um animal que faça o teste de AC, sem você saber o 
histórico e ele der fortemente positivo, ele te diz que: se o animal for filhote, pode ter sido a mãe que 
passou para ele esses AC, para saber o momento ideal de vacinação do animal é quando os AC estão caindo, 
avaliar se o animal vacinado respondeu bem a vacina, para isso faz o teste duas semanas depois de 
vacinado, os títulos têm que estar altos, se ele tem títulos protetores e as vezes, se o animal está infectado, 
esse animal não é vacinado, tem alguns sinais e tem sorologia fortemente positiva é sugestivo da infecção. 
Então, cuidado quando dá um diagnóstico baseado em AC do soro, pois pode dar um diagnóstico 
equivocado. 
Pesquisa do AG: é o diagnóstico mais conclusivo – é um teste imunocrotagráfico. Se você coleta material e 
baseado no teste de AG e ele for positivo, ele detecta o antígeno do vírus da cinomose. Então, se é + acabou, 
é + mesmo. Mas pode haver falsos negativos, nas situações em que o material colhido não é o ideal para 
aquele momento, para isso deve saber a escolha de qual material vai utilizar. Em uma fase que não há 
viremia, na primeira semana antes de haver a viremia, é provável que o teste vai ser falso negativo, então, 
você teria que repetir o teste se fizer suab ou mudar no local que vai colher. O corrimento nasal e o 
corrimento ocular tem sido os locais mais colhidos para fazer esse exame, mas devemos lembrar que o vírus 
pode ser eliminado pelas fezes, por descargas nasais, através de secreção ocular e pela urina. Então as vezes 
na clínica olhe ocular, nasal, molha na urina e faz o teste, mistura tudo, então aumenta a sensibilidade, 
aumenta a chance de achar o positivo. A princípio, trata se de um teste que detecta o vírus da cinomose 
em diferentes amostras – informação sobre eliminação viral, conjutiva (> concentração viral), em casos de 
outras amostras (urina, sangue total, soro, plasma, cavidade nasal, descarga nasal, líquor, saliva e fezes. *O 
vírus pode ser encontrado 3 dias após a infecção. 
Exame de líquor: tem elevação na concentração de proteínas, devido as reações inflamatórias (> 25mg/dl). 
Maior celularidade – 1- células/hl – predominância de Ly’s e monócitos, presença de corpúsculo de Lentz 
nas células do líquor, sorologia comparada entre LCR e sorosao sugestivos da infecção. Produção intrabloco. 
Barreira hematoencefálica limita a passagem de AC. Também pode ser usado a imunofluorescência, porém 
não é tão usual quanto PCR e pesquisas de AG. 
Reação em cadeia polimerase – RT-PCR: pesquisa do gene do nucleocapsídeo no sangue total, soro, LCR, 
swab conjuntival, nasal, retal e urina. Mais sensível e especifico do que as técnicas para detecção de AG e 
AC, principalmente na urina (principalmente na fase nervosa). RT-PCR – reação em cadeia de polimerase 
transcriptase reversa (qualitativo). PCR-RT real time – permite avaliar a carga viral. 
Histopatológico: epitélio da bexiga, pulmão, SNC, estômago, rim, conjuntiva coxins podais e intestino 
Diagnóstico diferencial: sinais multissistêmicas e nervosos podem se assemelhar a várias patologias. Tosse 
dos canis, GE verminosas, bacterianas e por protozoárias, meningoencefalite não infecciosas, 
toxoplasmose, neospora e criptococose. 
• TRATAMENTO: 
 Os cuidados de enfermagem são importantíssimos, mesmo quero tratamento seja longo e 
demorado. Ainda hoje na cinomose, temos dificuldades de cuidados, ainda que o paciente se recupere, a 
longo prazo o paciente pode vir a desenvolver sinais neurológicos, isso porque cinomose se assemelha ao 
câncer, pois não consegue dar alta para o paciente, apenas tem que realizar o acompanhamento. Os sinais 
neurológicos podem ser incompatíveis com a vida com a vida, os animais sem sinais neurológicos 
apresentam sequelas a longo prazo: encefalite do cão velho e epilepsia. 
FASE PRÉ NERVOSA: 
- Pantropismo por diferentes sistemas: 
Resumo elaborado por Júlia Madureira | @surtavet – PUC BETIM 
a) Respiratório: conjuntivite (colírios antimicrobianos - criproflaxino, tombramicina / há também os colírios 
anti-inflamatórios ou não, porém os estereodais não se deve utilizar em casos de úlcera de córnea). Na 
ceratoconjuntivite a área tem que ser lubrificada. Secreção nasal, pneumonia e em casos mais graves, CCS. 
Em casos de secreção nasal e pneumonia, tem que fazer a cultura e o antibiograma, porém se não houver 
essa possibilidade, a opção são os antimicrobianos que tem boa ação em TR, então geralmente se usa 
amoxilona com clavulanato, penicilina, quinolonas (cuidado com os filhotes), doxiclina (cuidado com 
infecções e co infecções com Bordetela), um antibiótico muito usado também é o Sulfametaxol com 
trimetoprima - 
b) Gatrointestinal: vômito - metaclopramida (tem sentido pro cinético positivo, então se o paciente já tem 
diarreia, o que tem realmente o efeito antiemético é a ondansetrona e o maropitant + inibidores de 
secreção gástrica (omeprazol ou famotidina). Em casos de diarreia tem que começar com a hidratação, pois 
o paciente está perdendo líquido e queremos repor, então tem que entrar com uma dieta diferenciada com 
proteínas hidrolisadas, pré e pró bióticos; 
c) SNC: crises epiléticas, mioclonias e os sinais vestibulares; 
*No início é mais um tratamento suporte; 
➢ Antimicrobiano: 
Lavado bronco-alveolar para cultura; 
➢ Vitamina A: 25.000 UI/VO. Efeito inibidor direto sobre Paramyxovírus. 
➢ Ribavirina – droga antiviral - nucleosídeo sintético – 30 mg/kg SID – 15 dias (tomar cuidado, devido 
os efeitos colaterais da anemia, caso tenha um paciente com anemia, pode piorar); 
➢ Vitaminas do complexo B (são essenciais) – reposição de vitaminas perdidas pela anorexia e 
estimular apetite, coenzimas de reações metabólicas e participam do metabolismo dos neurônios 
e células da glia. (Exemplo: citoneurim B6, B12 e B1) - tem que tomar cuidado com fármacos que 
tem a presença de corticoides, além da vitamina B - só usar o corticoide quando tem a presença de 
alteração neurológica, isso porque o corticoide faz com que tenha desmielinização dos neurônios. 
➢ Vitamina E e ômega 3 – antioxidantes. Estimulam produção de interferon, por a cinomose ser um 
vírus precisa de uma resposta imune celular adequada, isso por que quanto melhor for a resposta 
imune celular, melhor será a reação do paciente. 
➢ Vacinoterapia Venosa ou Soro Hiperimune. 
- Vacina bivalente (vacina com carga maior de AG) – cinomose / parvovirose Cepa Onderstepoort 
CINOMOSE; 
- Sucesso antes dos sinais clínicos nervosos. 
- Usada em contactantes: via IV ou IM - proteção após 48 horas. Via SC - proteção em cinco dias. 
➢ Soro Hiperimune: profilático; 
- Imunoglobulinas purificadas. 
- Indicação profilática: 0,5 a 1 mL/kg; 
Reaplicação com 5 a 6 dias. 
- Indicação curativa: 1 a 2 mL/kg 
Reaplicação 24 a 48 horas. 
FASE NERVOSA: 
➢ Medicações anteriores. 
Resumo elaborado por Júlia Madureira | @surtavet – PUC BETIM 
➢ Anticonvulsivantes: diazepan – 0,5-2,0 mg/kg retal ou EV. Emergências. Fenobarbital – 2 a 4 mg/kg. 
Brometo de potássio associado ao fenobarbital. 
➢ Mioclonias – Acupuntura e aplicação de toxina botulínica na musculatura; 
➢ Corticoterapia: avaliar imunossupressão. Cuidado pode permitir multiplicação viral. Controla a 
desmielinização crônica por inibir ac anti-mielina e imunocomplexos. N-acetil cisteín 
 
• CONTROLE: 
- Isolamento dos animais positivos – risco de transmissão pelas secreções. 
- Higiene ambiental – ventilação adequada. 
- Vacinação: vírus vivo modificado; 
- 5 semanas – bivalente – áreas de alto risco para cinomose; 
- 8 semanas – polivalente; 
- 12 semanas – polivalente; 
- 16 semanas – polivalente/raiva/gripe; 
*PACIENTE COM MAIS DE 90 DIAS DE INFECÇÃO JÁ TEM SEQUELAS DE CINOMOSE.

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