Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CASO 03 Diarreia aguda na infância (gastroenterite) 1. Diarreia; 2. Classificação; ▪ Duração: Aguda, persistente e crônica; ▪ Topografia: alta, baixa ▪ Mecanismo: osmótica, secretora e inflamatória 3. Diarreia aguda; ▪ Conceito; ▪ Epidemiologia; ▪ Etiologia; ▪ Transmissão; ▪ Fisiopatologia e quadro clinico; ▪ Abordagem diagnóstica; ▪ Diagnóstico diferencial o Doenças inflamatórias intestinais o Hepatites virais ▪ Tratamento o Planos A, B e C; o Farmacológico (Antidiarreicos, Antiespasmódicos, Probióticos) AVALIAÇÃO GERAL DO CASO CLÍNICO Paciente é uma criança do sexo masculino com 10 meses de vida e que está com um quadro de Diarreia aguda. Compareceu na Unidade de Pronto Atendimento, acompanhado da genitora que relatou que o paciente apresenta, fezes amolecidas há 3 dias (10 episódios/dia), o único sintoma associado foi a febre (38,2ºC), refere que o irmão mais velho apresentou quadro semelhante. Fez uso de paracetamol e modificou a dieta desde o primeiro dia de sintomas. Além disso, a genitora informa também que Pedro iniciou dieta complementar aos 5 meses e não mama mais. A diarreia consiste em uma perda anormal de água e eletrólitos pelas evacuações, que se apresenta com diminuição da consistência do bolo fecal ou aumento da frequência e volume das evacuações. Clinicamente é caracterizada pela ocorrência de 3 ou mais evacuações líquidas ou amolecidas em um período de 24h. Ela pode ser classificada de acordo com a duração, com a localização intestinal, e o mecanismo patogênico, A mais comum é a duração sendo: Aguda: duração de até 14 dias Persistente: duração em torno de 14 a 30 dias; Crônica: duração superior maior que 30 dias. A partir dessa análise e da HMA, a gente consegue concluir que Pedro, apresenta um quadro de DIARREIA AGUDA já que tem uma duração de 3 dias, e é possível concluir ainda, que a provável etiologia da diarreia do paciente é infecciosa, uma vez que o irmão apresentou um quadro semelhante, porém, ainda não foi possível determinar se é bacteriana ou viral. O diagnóstico da diarreia aguda é clínico, então é preciso colher a história clínica e um exame físico bem detalhados. Na anamnese é importante avaliar duração da diarreia, características das fezes, número de evacuações, vômitos, febre, diurese, uso de medicamentos, sede, apetite, tipo e quantidade de líquidos e alimentos oferecidos após o início da diarreia, doenças prévias, estado geral, presença de queixas relacionadas a outros sistemas, viagem recente, contato com pessoas com diarreia e ingestão de alimentos suspeitos, além do uso prévio recente de antibióticos. No exame físico avaliar: peso, fazer avaliação do estado nutricional. Se atentar ao fato de que crianças menores de 1 ano são as mais vulneráveis à complicações da diarreia aguda (a principal é a desidratação – o paciente está desidratado com 2+/4+ e com mucosas secas, então é preciso fazer a avaliação mais detalhada do grau de desidratação para saber qual plano terapêutico iniciar. Avaliar sede, preenchimento capilar, os olhos, dentre outros... Plano terapêutico: A: consiste em terapia domiciliar para prevenir desidratação e desnutrição. Usado para crianças com diarreia e sem desidratação; B: compreende a Terapia de Reidratação Oral, que deve ser realizada na Unidade de Saúde. C: consistem em hidratação venosa e destina-se ao tratamento das crianças com desidratação grave ou em casos de falha do plano B. É valido também colher informações mais detalhadas sobre: sintomas associados (principalmente presença ou ausência de vômito). Deve-se atentar que na história do paciente há uma alimentação irregular, uma introdução alimentar precoce, com excesso de carboidratos (farinhas, sucos, pão, biscoito) que podem elevar os índices glicêmicos, ele apresenta um HGT de 114mg/dL (o ideal seria abaixo de 99), e o paciente apresenta também um percentil de IMC de p90, o que indica um sobrepeso. Ele também apresenta uma hepatomegalia e daí, cabe a realização de mais exames para identificar hepatite. CONDUTA: Solicito hidratação venosa para desidratação, triagem infecciosa para determinar a etiologia e Screening Fecal, o que vai ser importante para o diagnostico diferencial pois ajuda a detectar a presença de sangramentos no intestino grosso, que podem ser sinais de úlceras, colite ou até câncer. DIARREIA A diarreia consiste em uma perda anormal de água e eletrólitos pelas evacuações, que se apresenta com diminuição da consistência do bolo fecal ou aumento da frequência e volume das evacuações. Podemos defini-la como: volume acima de 10 ml/kg/dia em lactentes e acima de 200g/dia em crianças mais velhas. Clinicamente é caracterizada pela ocorrência de 3 ou mais evacuações líquidas ou amolecidas em um período de 24h. o A conceituação de diarreia baseada na frequência das eliminações em crianças é discutível, pois varia conforma a idade. Lactentes em aleitamento materno exclusivo, por exemplo, podem evacuar de 8 a 10 vezes ao dia (“passarinho” = come e caga), sem que isso signifique diarreia, ou podem passar até 10 dias sem evacuar que também é normal; o Desinteria: diarreia com sangue, muco e/ou pus; Classificação Duração o Aguda: duração de até 14 dias (etiologia infecciosa é a principal); o Persistente: duração em torno de 14 a 30 dias; o Crônica: duração superior maior que 30 dias. Topografia o Alta: alteram a absorção no intestino delgado; costumam promover evacuações volumosas; o Baixa: alteram a absorção no cólon; promovem diarreia com evacuações menos volumosas. Mecanismo etiopatogênico Em algumas situações, há sobreposição desses mecanismos, podendo a diarreia, nesses casos, apresentar mais de uma forma clínica. o Diarreia osmótica Deve-se ao acúmulo de substâncias osmoticamente ativas (capazes de atrair água) no interior da luz intestinal que exercem uma pressão osmótica capaz de reter liquido no lúmen da alça, causando uma diarreia líquida. Predomina nos quadros virais. O vírus provoca lesões focais em membrana apical o que leva ao surgimento de células imaturas e consequente diminuição da produção de muco, da liberação de lizoenzimas, lactoferrina, além de uma redução da capacidade de absorção dos nutrientes, principalmente dos carboidratos. Esse carboidrato não digerido leva ao aumento da pressão osmótica capaz de reter líquido no lúmen, causando uma diarreia líquida (ou semilíquida). O quadro é caracterizado por um volume fecal alto, porém, menor que os encontrados no quadro de diarreia secretória, de caráter explosivo (que se deve ao acumulo de gases) amareladas, e com grande perda hidroeletrolítica. Risco para desidratação e para o distúrbio eletrolítico, na maioria dos casos os vômitos estão associados. Quando há febre ela pode ser um pouco mais alta, como toda infecção viral. o Diarreia secretora Pode ocorrer por lesão da mucosa ou presença de enterotoxinas. Acontecem quando os sistemas de transporte de solutos no epitélio intestinal apresentam-se em um estado de secreção ativa que pode ser desencadeada pela presença de agentes secretagogos (como as enterotoxinas) que aumentam a concentração intracelular de mediadores de secreção, os nucleotídeos cíclicos (AMP e GMP) e do cálcio iônico, isso leva à secreção de ânions (principalmente cloreto e bicarbonato) pelas células intestinais, como consequência, à diminuição da absorção de agua e íons, ou seja, vai ter aumento do efluxo de sódio e água para o lúmen. O quadro é caracterizado por uma diarreia volumosa (grande volume de água e eletrólitos), e que persiste mesmo durante o jejum. Há poucos sintomas sistêmicos, a febre está ausente ou é baixa e os vômitos surgem com a desidratação. São exemplos típicos desse tipo de diarreia a ETEC e o Vibrio cholerae. o Diarreia inflamatória ou invasivaCausada por patógenos que invadem a mucosa do intestino delgado ou grosso, ocasionando resposta inflamatória local ou sistêmica, dependendo da extensão da injúria. O quadro clínico caracteriza-se por febre, mal-estar, vômitos, dor abdominal do tipo cólica e diarreia disentérica, com fezes contendo sangue, muco e leucócitos. Os sintomas sistêmicos serão tão mais intensos quanto maior for o potencial invasivo do patógeno. Os microrganismos podem atingir a circulação sistêmica, afetando órgãos a distância como articulações, fígado, baço e sistema nervoso central. o Funcional Absorção e secreção estão normais, não há tempo suficiente de contato com a mucosa para ocorrer uma absorção correta. o Gordurosa Se associa a algum distúrbio que promova disabsorção de lipídeos no intestino delgado. DIARREIA AGUDA Eliminação anormal de fezes amolecidas ou líquidas com uma frequência igual ou maior a três vezes por dia e duração de até 14 dias. Epidemiologia o Crianças menores de 5 anos estão mais suscetíveis à desidratação portanto representam maior morbidade; o A taxa de mortalidade é maior nas crianças entre 5 e 1 anos e é maior nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento; o No Brasil, segundo publicação oficial do Datasus, a proporção de óbitos por diarreia aguda em menores de 5 anos caiu de 10,8% em 1990 para 1,6% em 2011. As regiões Norte e Nordeste ainda concentram os maiores índices de mortalidade; o Em países desenvolvidos existe a predominância de diarreias infecciosas virais, já as diarreias infecciosas causadas por bactérias e protozoários são mais características de países sub e em desenvolvimento e têm pico de incidência nas estações chuvosas e quentes; o Causas por bactérias tem maior morbidade. Etiologia Infecciosas: São as principais causas, os principais agentes são os vírus, bactérias e protozoários; Não infecciosas: Alergias, intolerâncias e erros alimentares, além de certos medicamentos. Particularidades dos principais agentes: o E.coli: - Enterotoxigênica: diarreia dos viajantes; principal causa de diarreia bacteriana em países em desenvolvimento; - Enteropatogênica: pode causar diarreia persistente em menores de 2 anos; - Êntero-hemorragica: pode causar disenteria sem febre; associa- se com síndrome hemolítico-urêmica. o Salmonella: causa diarreia aguda aquosa ou disenteria; pode causar doença disseminada em grupos de risco (< 3 meses. Imunodeprimidos, portadores de doenças hemolíticas); o Vírus são os principais causadores das diarreias infecciosas (são altamente infectantes e necessitam de baixa carga viral para causar doença), os mais prevalentes são os rotavírus, os calicivírus, os astrovírus e os adenovírus entéricos. o Os norovírus são os principais agentes de surtos epidêmicos de gastroenterites virais transmitidos por água ou alimentos, ocorrendo em todas as faixas etárias. Adenovírus causam, com mais frequência, infecção do aparelho respiratório, mas, dependendo do sorotipo, podem causar quadros de gastroenterite. Retrovírus: principal causa diarreia grave em menores de 2 anos. o Os agentes parasitários mais frequentes são: Cryptosporidium parvum, Giardia intestinalis, Entamoeba histolytica e Cyclospora cayetanensis. Transmissão Os enteropatógenos que levam ao quadro de gastroenterite aguda chegam ao tudo digestivo atreves de alimentos, água, fômites ou contato com mãos contaminadas com material fecal. A transmissão vai depender do agente. Modo de transmissão da maioria dos patógenos envolvidos na etiologia da diarreia aguda. Fisiopatologia O pH ácido gástrico, a flora bacteriana normal, o peristaltismo intestinal, as mucinas presentes na camada de muco que reveste a superfície luminal dos enterócitos, fatores antimicrobianos como lisozimas e lactoferrina e o sistema imune entérico compõem a barreira de defesa do sistema digestório potencializado em crianças que usam leite materno exclusivo. Para que ocorra diarreia aguda infecciosa, os microrganismos precisam romper essa barreira e aderir à superfície mucosa, mecanismo este comum a todos os patógenos. Diagnóstico O diagnóstico da diarreia aguda é clínico, por meio de história e um exame físico detalhados. Anamnese: duração da diarreia, características das fezes, número de evacuações diarreicas por dia, vômitos (número de episódios/dia), febre, diurese (volume, cor e tempo decorrido da última micção), uso de medicamentos, sede, apetite, tipo e quantidade de líquidos e alimentos oferecidos após o início da diarreia, doenças prévias, estado geral, presença de queixas relacionadas a outros sistemas, viagem recente, contato com pessoas com diarreia e ingestão de alimentos suspeitos, além do uso prévio recente de antibióticos. Exame físico: deve incluir avaliação nutricional (desnutrição é fator de risco para quadros mais graves) e evolução para diarreia persistente. O exame físico confere as informações obtidas na história, ratificando a intensidade do surto agudo e o grau de comprometimento do paciente (ex., doença mais grave, com diarreia/disenteria profusa, desidratação, febre alta, distensão abdominal [com ou sem megacólon tóxico], sinais de peritonite, etc.). Exames complementares: Boa parte dos casos de diarreia aguda é autolimitada e não requer investigação laboratorial, resolvendo-se em 48-72 horas, antes dos resultados da coprocultura. Nos casos mais graves, invasivos (febre alta persistente, disenteria), nos imunocomprometidos e naqueles que não melhoram em 48-72 horas com medidas de suporte, especialmente a hidratação, é recomendável uma investigação mais profunda que pode incluir, além do hemograma e dosagem de eletrólitos, a pesquisa de leucócitos, calprotectina/lactoferrina nas fezes, a coprocultura (e hemoculturas, se necessárias), as pesquisas de parasitas, a retossigmoidoscopia (RTS) e os exames de imagem. O hemograma completo deve ser solicitado para avaliar anemia e padrão leucocitário; ionograma, ureia e creatinina, nos casos com distúrbio hidreletrolítico grave e impacto na função renal. Diagnóstico diferencial Doenças inflamatórias intestinais São doenças crônicas que inflamam os intestinos em intensidades variadas. As principais são Doença de Crohn, Retocolite Ulcerativa e Colites Indeterminadas. o Doença de Crohn Geralmente, manifesta-se com dor abdominal, diarreia crônica e fadiga. Perda de peso, sangramento intestinal, febre baixa, retardo de crescimento e constipação intestinal podem estar presentes. o Retocolite ulcerativa As principais queixas incluem hematoquezia, diarreia, tenesmo, presença de muco nas fezes, urgência evacuatória, sensação de esvaziamento retal incompleto e dor abdominal. pode-se observar presença de sangue ao toque retal, além de dor à palpação de abdome, principalmente em fossa ilíaca esquerda e hipogástrio. o Síndrome do intestino irritavel ▪ Transtorno do eixo cérebro/trato digestivo ▪ Diarreia ou constipação com dor intensa e estresse psicossocial ▪ Disturbio funcional mais comum ▪ Pode haver presença de muco nas fezes. Hepatites virais Geralmente, quando presentes, os sintomas são inespecíficos, podendo se manifestar inicialmente como: fadiga, mal-estar, febre, dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos de sintomas gastrointestinais como: enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. A presença de urina escura ocorre antes do início da fase onde a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados (icterícia). Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses. Avaliação do estado de hidratação A principal complicação da diarreia aguda é a desidratação, que nos casos de maior gravidade pode levar a distúrbio hidroletrolítico e acidobásico, choquehipovolêmico e até morte. As crianças menores de 1 ano são as mais vulneráveis. Percentual de perda de peso: utiliza-se a variação de perda de peso para saber o grau de desidratação. o Até 5% - perda de 350g: desidratação leve (reposição de 50 mL/kg) o Entre 5 e 10% - perda de 350 a 700g: desidratação moderada (reposição de 50 a 100 mL/kg) o Mais de 10% - perda de mais de 700g: desidratação grave (reposição de mais de 100 mL//kg) 1 – Para avaliar o enchimento capilar, a mão da criança deve ser mantida fechada e comprimida por 15 segundos. Abrir a mão da criança e observar o tempo no qual a coloração da palma da mão volta ao normal. A avaliação da perfusão periférica é muito importante, principalmente em desnutridos nos quais a avaliação dos outros sinais de desidratação é muito difícil. Usado para crianças com diarreia e sem desidratação; o tratamento é feito em casa com 4 pilares básicos: 1. Aumentar ingestão de líquidos para prevenir desidratação; 2. Suplementar zinco por 10 a 14 dias; 3. Manter a alimentação habitual; 4. Orientar os sinais de gravidade. https://www.h9j.com.br/centro-de-medicina-especializada/Paginas/patologias/Cansa%C3%A7o-e-aftas-podem-ser-sinais-da-doenca-de-Crohn.aspx https://www.h9j.com.br/centro-de-medicina-especializada/Paginas/patologias/Voce-conhece-a-Retocolite-Ulcerativa.aspx Gastróclise: alimentação enteral contínua através de bomba de infusão e uma sonda introduzida via oral ou nasogástrica. Sais de reidratação oral C Consistem em hidratação venosa e destina-se ao tratamento das crianças com desidratação grave ou em casos de falha do plano B. Caso a criança consiga ingerir líquidos, enquanto a hidratação venosa é providenciada, deve ser oferecida a SRO por via oral. *Existem 2 tipos de KCl, um a 10% e um a 19,1% (que corresponde a 1mL para cada 100mL – é a metade pois é mais concentrado). Situação hipotética da fase de manutenção: 1. Quanto repor de liquido em um paciente de 17kg? R: 1000mL (corresponde a 10kg) + 7kg x 50mL/kg = 1350mL 2. Quanto repor de líquido em paciente com 24kg? R: 1000mL (corresponde a 10kg) + 500mL (corresponde aos outros 10kg) + 4ml x 20mL/kg = 1580mL Do volume total, é preciso montar uma solução 4:1 (4 partes de soro glicosado à 5% para 1 parte de soro fisiológico). Para isso, basta dividir volume total de necessidade hídrica do paciente por 5, daí obtém-se uma parte do soro fisiológico e depois, ao multiplicar por 4 obtém-se as 4 partes do soro glicosado. Volume total de um paciente de 24kg é 1580mL: 1580ml dividido por 5 é 316mL (corresponde ao soro fisiológico). Ao multiplicar esse resultado por 4, temos 1264mL de soro glicosado. É necessário ainda adicionar o KCl à solução para evitar um distúrbio hidroeletrolítico. Para o paciente de 24kg têm-se que, vai repor 16mL (se for usado o KCl 19,1%) e 32mL (se for usado o KCl 10%) Consistem em hidratação venosa e destina-se ao tratamento das crianças com desidratação grave ou em casos de falha do plano B. Caso a criança consiga ingerir líquidos, enquanto a hidratação venosa é providenciada, deve ser oferecida a SRO por via oral. Avaliar o paciente continuamente. Se não houver melhora da desidratação, aumentar a Velocidade de infusão: o Quando o paciente puder beber, geralmente 2 a 3 horas após o início da reidratação venosa, iniciar a reidratação por via oral com SRO, mantendo a reidratação venosa. o Interromper a reidratação por via endovenosa somente quando o paciente puder ingerir SRO em quantidade suficiente para se manter hidratado. A quantidade de SRO necessária varia de um paciente para outro, dependendo do volume das evacuações. o Lembrar que a quantidade de SRO a ser ingerida deve ser maior nas primeiras 24 horas de tratamento. o Observar o paciente por pelo menos seis (6) horas. Os pacientes que estiverem sendo reidratados por via endovenosa devem permanecer na unidade de saúde até que estejam hidratados e conseguindo manter a hidratação por via oral. Tratamento farmacológico o Zinco: nas crianças que vivem nos países em desenvolvimento, o uso do zinco oral deve ser recomendado na dose de 20 mg por dia, durante 10 dias; e nos lactentes menores de 2 meses, na dose de 10 mg por dia, também durante 10 dias, para o tratamento da diarreia aguda. o Vitamina A: Reduz o risco de hospitalização e mortalidade por diarreia e tem sido administrada nas zonas mais carentes do norte e nordeste. Indicada para diarreias persistentes. o Antiemético: Caso a ordem dos eventos tenha sido diarreia de seguida vomito vai ser indicativo de um sinal de desidratação, então não tem indicação do uso de antieméticos. Caso tenha vômitos persistentes e precise medicar é necessário escolher qual antiemético usar. Têm efeitos sedativos, o que pode atrapalhar a TRO; entretanto, alguns estudos indicam que crianças com vômitos persistentes, tratadas com a ondansetrona (zofran), apresentam menor risco de admissão hospitalar. Diminidrato (dramim): antiemético de efeito central, vem associado à sonolência, os efeitos colaterais podem ser fatores que cofundem a avaliação clínica. o Probióticos: pode ser usado de forma profilática, também podem ser úteis para reduzir a gravidade e a duração da diarreia aguda infecciosa infantil, abreviando em cerca de 1 dia a sua duração, principalmente nas diarreias de etiologia viral o Antiperistálticos: não são recomendados para tratar crianças, pois aumentam a gravidade e as complicações da doença, particularmente em crianças com diarreia invasiva. (loperamida). Pode prolongar o tempo de doença. o Racecadotrila: é uma droga antissecretora que inibe a encefalinase intestinal sem reduzir o trânsito intestinal ou promover o supercrescimento bacteriano. A medicação reduz a duração da diarreia e o volume de fezes. Racecadotrila pode ser usado associado à SRO. o Uso racional de antibióticos: evita o aparecimento de complicações, bem como de resistência bacteriana, sendo excepcionalmente indicados. A introdução do antibiótico é indicada na presença de fezes com odor fétido, presença de sangue nas fezes com comprometimento sistêmico, e em pacientes menores de 4 meses também está indicado o uso de antibióticos, nesses primeiros meses tem um maior risco de infecção bacteriana, geralmente o metronidazol, sulfametronidazol. Prevenção o Aleitamento materno exclusivo durante os 6 primeiros meses e após esta idade; o Alimentação complementar adequada para a idade; o Água tratada, de alimentos adequadamente preparados e acondicionados; o Esgotamento sanitário; o Habito de lavar as mãos; o Vacinação. https://www.google.com/search?sxsrf=ALeKk0362gchCTzscqU2NddcK4RCoDYFwQ:1629563676848&q=sulfametronidazol&spell=1&sa=X&ved=2ahUKEwin_uLgxcLyAhXelZUCHQRTA5wQkeECKAB6BAgBEDU&cshid=1629563886727656
Compartilhar