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TRANSTORNOS ALIMENTARES ANOREXIA ETIOLOGIA • Desconhecida; • Sexo Faminino • Fatores sociais e familiares FISIOPATOLOGIA Alteraões endócrinas são comuns na anorexia nervosa; como • Níveis baixos de hormônios gonadais • Níveis moderadamente reduzidos de tiroxina (T4) e tri-iodotironina (T3) • Aumento da secreção de cortisol A menstruação normalmente cessa, mas a cessação da menstruação não é mais um critério para o diagnóstico. A massa óssea declina. Em pacientes gravemente desnutridos, virtualmente todos os sistemas de órgãos principais podem ser afetados. Mas a suscetibilidade a infecções tipicamente não aumenta. Pode haver desidratação e alcalose metabólica e o potássio e/ou sódio sérico pode estar baixo; tudo isso é agravado por vômitos induzidos e uso de laxantes ou diuréticos. Massa muscular cardíaca, tamanho das câmaras e débito cardíaco diminuem; prolapso de valva mitral é detectado comumente. Alguns pacientes apresentam prolongamento do intervalo QT (mesmo quando corrigido para a frequência cardíaca), o que, com os riscos impostos pelos distúrbios eletrolíticos, pode predispor a taquiarritimias. Morte súbita, mais provavelmente secundária às taquiarritimias ventriculares, pode ocorrer. SINAIS E SINTOMAS • Preocupação com sobrepeso mesmo estando abaixo do peso; • Esforço para perda de peso é persistente; • Veem qualquer ganho de peso como uma falha inaceitável de auto controle; • Constipação intestinal; • Distensão e desconforto abdominal; • Desinteresse por sexo; • Quadro depressivos; • Bradicardia; • PA baixa; • Hipotermia; • Hirsutismo leve; • Edema; • Vomitam com frequência; CRITERIOS DE DIAGNOSTICO DSM-V A. Restrição da ingesta calórica em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior ao peso mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o minimamente esperado B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo. C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da forma corporal na autoavaliação ou ausência persistente de reconhecimento da gravidade do baixo peso corporal atual. Nota para codificação: O código da CID-9-MC para anorexia nervosa é 307.1, atribuído independentemente do subtipo. O código da CID-10-MC depende do subtipo (ver a seguir). Determinar o subtipo: (F50.01) Tipo restritivo: Durante os últimos três meses, o indivíduo não se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar ou comportamento purgativo (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Esse subtipo descreve apresentações nas quais a perda de peso seja conseguida essencialmente por meio de dieta, jejum e/ou exercício excessivo. (F50.02) Tipo compulsão alimentar purgativa: Nos últimos três meses, o indivíduo se envolveu em episódios recorrentes de compulsão alimentar purgativa (i.e., vômitos autoinduzidos ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas). Especificar se: Em remissão parcial: Depois de terem sido preenchidos previamente todos os critérios para anorexia nervosa, o Critério A (baixo peso corporal) não foi mais satisfeito por um período sustentado, porém ou o Critério B (medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento que interfere no ganho de peso), ou o Critério C (perturbações na autopercepção do peso e da forma) ainda está presente. Em remissão completa: Depois de terem sido satisfeitos previamente todos os critérios para anorexia nervosa, nenhum dos critérios foi mais satisfeito por um período sustentado. Especificar a gravidade atual: O nível mínimo de gravidade baseia-se, em adultos, no índice de massa corporal (IMC) atual (ver a seguir) ou, para crianças e adolescentes, no percentil do IMC. Os intervalos abaixo são derivados das categorias da Organização Mundial da Saúde para baixo peso em adultos; para crianças e adolescentes, os percentis do IMC correspondentes devem ser usados. O nível de gravidade pode ser aumentado de maneira a refletir sintomas clínicos, o grau de incapacidade funcional e a necessidade de supervisão. Leve: IMC ≥ 17 kg/m2 Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2 Grave: IMC 15-15,99 kg/m2 Extrema: IMC < 15 kg/m2 SUBTIPOS A maioria dos indivíduos com anorexia nervosa do tipo compulsão alimentar purgativa que se envolvem em comportamentos periódicos de hiperfagia também purga por meio de vômitos autoinduzidos ou faz uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas. Alguns indivíduos com esse subtipo de anorexia nervosa não apresentam episódios de hiperfagia, mas purgam regularmente depois do consumo de pequenas quantidades de alimento. A alternância entre os subtipos ao longo do curso do transtorno não é incomum; portanto, a descrição do subtipo deverá ser usada para indicar os sintomas atuais, e não o curso longitudinal. CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS A anorexia nervosa tem três características essenciais: restrição persistente da ingesta calórica; medo intenso de ganhar peso ou de engordar ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso; e perturbação na percepção do próprio peso ou da própria forma. O indivíduo mantém um peso corporal abaixo daquele minimamente normal para idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física (Critério A). O peso corporal dessas pessoas com frequência satisfaz esse critério depois de uma perda ponderal significativa, porém, entre crianças e adoles- TRATAMENTO • Suplementação da nutrição • Psicoterapia (p. ex., terapia cognitivo-comportamental TCC]) • Para crianças e adolescentes, tratamento familiar • Às vezes, antipsicóticos de 2ª geração O tratamento da anorexia nervosa pode exigir intervenção a curto prazo que salva a vida e restauração do peso corporal. Quando a perda ponderal for grave, rápida ou quando o peso cair abaixo de cerca de 75% do peso recomendado, a restauração imediata do peso torna-se crucial e a internação deve ser considerada. Se qualquer dúvida existir, o paciente deve ser hospitalizado. Tratamentos ambulatoriais podem incluir diferentes graus de apoio e supervisão e geralmente envolvem uma equipe de profissionais. Suplementação nutricional é frequentemente usada com terapia comportamental que tem objetivos claros de restauração do peso. A suplementação nutricional começa fornecendo cerca de 30 a 40 kcal/kg/dia; pode produzir ganhos de peso de até 1,5 kg/semana durante a internação e 0,5 kg/semana ao longo do tratamento ambulatorial. Ingestão oral de alimentos sólidos é melhor; muitos programas de restauração de peso também usam suplementos líquidos. Pacientes desnutridos muito resistentes ocasionalmente exigem alimentação nasogástrica. Cálcio elementar, 1.200 a 1.500 mg/dia e vitamina D, 600 a 800 UI/dia, são comumente prescritos para perda óssea. Uma vez que os estados nutricional, hídrico e eletrolítico do paciente estejam estabilizados, deve-se iniciar tratamento de longa duração. A terapia psicológica ambulatorial é o cerne do tratamento. Os tratamentos devem enfatizar os resultados comportamentais como alimentação e peso normalizados. O tratamento deve continuar por todo um ano depois de o peso ser restaurado. Os resultados são melhores em adolescentes que apresentam o transtorno < 6 meses. Terapia familiar, particularmente usando o modelo de Maudsley (também chamado tratamento familiar), é útil para adolescentes. Esse modelo tem 3 fases: • Os familiares são ensinados a realimentar o adolescente (p. ex., por meio de refeição familiar supervisionada) e, assim,restaurar o peso do adolescente (em comparação a abordagens anteriores, esse modelo não responsabiliza a família ou o adolescente pelo desenvolvimento do transtorno) • O controle sobre a alimentação é gradualmente repassado ao adolescente. • Depois que o adolescente for capaz de manter o peso restabelecido, a terapia foca em engendrar identidade adolescente saudável. O tratamento da anorexia nervosa é complicado pela aversão ao ganho de peso e negação da enfermidade pelo paciente. O médico deve tentar proporcionar um relacionamento estável, interessado e calmo e, ao mesmo tempo, encorajar firmemente um consumo calórico razoável. O tratamento também envolve acompanhamento regular e muitas vezes uma equipe de profissionais de saúde, incluindo nutricionista, que pode fornecer planos específicos de refeição ou informações sobre as calorias necessárias para restaurar o peso a um nível normal. Embora a terapia psicológica seja primária, fármacos são algumas vezes úteis. Olanzapina até 10 mg por via oral uma vez ao dia pode ajudar a ganhar peso. Olanzapina é um medicamento antipsicótico utilizado para o tratamento de esquizofrenia.
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