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1 | 3 FMC FISIOLOGIA II LIS ABREU BARCELOS 2026.2 Eletrofisiologia Cardíaca Nas fibras do músculo cardíaco contamos com a presença de células especializadas que formam um sistema excitatório e condutor de potenciais de ação ao longo do coração. NÓ SINUSAL/NÓDULO SINO ATRIAL O NÓ SINUSAL é o MARCAPASSO NATURAL DO CORAÇÃO, ele apresenta características de membrana que o possibilitam disparar o potencial de ação de forma primária, sendo assim, essas células serão responsáveis por comandar o ritmo dos batimentos do coração. → O IMPULSO é gerado no NÓ SINUSAL e depois é conduzido pelas VIAS INTERMODAIS através das junções comunicantes até o NÓ ATRIOVENTRICULAR. NÓ ÁTRIOVENTRICULAR O NÓ ATRIOVENTRICULAR está localizado entre o átrio e o septo interventricular. → Entre o átrio e o ventrículo encontraremos uma CAMADA DE TECIDO CONJUNTIVO que será responsável por: ➢ Servir como isolante e não permitir que o potencial passe das fibras musculares do átrio para as fibras musculares do ventrículo na direção ápice-base; ➢ Controlar a velocidade da passagem do impulso do nó atrioventricular para o feixe de His, assim quando o ventrículo receber o potencial na direção base-ápice, o átrio já estará começando a relaxar. → A partir do NÓ ATRIOVENTRICULAR o IMPULSO/potencial de ação segue pelo FEIXE DE HIS, que está posicionado ao longo do septo interventricular com ramos direito e esquerdo projetando-se para os ventrículos. → E, por fim, o IMPULSO chega às FIBRAS DE PURKINJE que se comunicam com as fibras musculares dos ventrículos, proporcionando a contração no sentido base-ápice (de baixo para cima). RITMICIDADE DO CORAÇÃO O NÓ SINUSAL, também chamado de MARCAPASSO NATURAL, apresenta uma alta capacidade de disparo e assim, ele consegue manter a contração do coração em um certo ritmo. → Essa característica está associada à sua alta permeabilidade de membrana ao sódio, que proporciona uma despolarização automática, assim, não havendo potencial de repouso, quando a membrana despolariza já iniciar uma nova repolarização e gera novamente o potencial de ação. → CANAIS DO TIPO FUNNY: são canais responsáveis pela permeabilidade de sódio, de forma lenta, mas constante. Engraçadinhos por permitirem a entrada de sódio, impossibilitando o repouso da célula. Impulsos elétricos gerados espontanemaente por células marcapasso do NS Miocárdio Atrial Nó Atrioventricular Feixe de His Fibras de Purkinje Miocárdio Ventricular Eletrofisiologia Cardiaca 2 | 3 FMC FISIOLOGIA II LIS ABREU BARCELOS 2026.2 POTENCIAIS DE AÇÃO CARDÍACOS Potencial de repouso= -80mV (mais permeável ao K+, próximo ao seu potencial de equilíbrio) Tipos de canais: → Rápidos de sódio → Lentos de sódio-cálcio (platô) → De Potássio A bomba de sódio-potássio é muito importante na transmissão do potencial cardíaco também apesar da presença essencial do cálcio, um não anula o outro. Tipos de PA: → Rápido – miocárdio, sistema His-Purkinje → Lento – NAS, NAV O rápido e lento está se referindo ao tempo de duração do potencial de ação, e não do tempo de disparo. PA RÁPIDO Acontece no Músculo atrial/ventricular, Feixe de His e de Purkinje. E aqui NÃO contamos com a participação especial dos CANAIS FUNNY. FASES DO PA RÁPIDO: → FASE 0: despolarização inicial a partir da inativação de canais de sódio e abertura de canais de potássio transientes; → FASE 1: repolarização breve a partir de uma leve saída de potássio proporcionado pela abertura de canais transientes na fase 0. Essa repolarização induzirá a abertura de canais de cálcio; → FASE 2: a entrada de cálcio de saída de potássio (ambos positivos), sustenta a despolarização e a lenta ativação de canais K, mantendo a polaridade constante. A entrada de cálcio aumenta sua concentração intracelular, o cálcio de liga a troponina C e assim teremos uma enxurrada de cálcio sendo liberado no meio intracelular gerando a fase de platô de longa duração; → FASE 3: repolarização final a partir da inativação de canais de cálcio e ativação máxima de canais de potássio, inviabilizando a troca de íons. → FASE 4: com essa repolarização final, perdemos muitos íons, assim a membrana fica carregada positivamente fechando canais de potássio e iniciando o período do potencial de repouso ou diastólico. PA LENTO Ocorre nos nós sinusal e atrioventricular), a frequência de disparo é rápida, mas o tempo de duração do potencial é lento, ou seja, o potencial de ação dura mais. → Participação especial dos CANAIS FUNNY, no nó sinusal temos mais CANAIS FUNNY em comparação ao nó átrio ventricular. FASES DO PA LENTO: → FASE 0: para atingirmos o limiar de disparo contamos com a ativação dos CANAIS FUNNY que permitem uma entrada lenta e constante de Na+. Quando atingimos o limiar de disparo, quase todos os canais Funny estão abertos então precisamos utilizar a entrada de outro íon para despolarizar a membrana, ou seja, abriremos canais de Ca++ e com o influxo de Ca++ conseguimos atingir a despolarização máxima. ➢ Como os canais de cálcio foram usados para a despolarização, não teremos o influxo de cálcio suficiente para gerar o platô. → FASE 3: quando despolarizado, os canais de cálcio são fechados e abrimos canais de potássio, ou seja, chegamos direto na fase 3, sem canais de potássio transientes. → FASE 4: quando atingimos a suposta polaridade de repouso, fechamos os canais de potássio, e com os CANAIS FUNNY abertos, o sódio entra e inicia, junto 3 | 3 FMC FISIOLOGIA II LIS ABREU BARCELOS 2026.2 da entrada de Cálcio, a despolarização ajudando a chegar no limiar de excitabilidade. CICLO CARDÍACO A duração do ciclo varia de acordo com o tempo entre os potenciais de ação gerados sucessivamente, se encurtarmos a duração do ciclo, encurtaremos também a duração do potencial de ação. → A duração do ciclo vai mediar as sequências dos ritmos cardíacos; ➢ Se aumentar a frequência, diminuo a duração do ciclo, podendo gerar arritmias. ➢ Se encurtarmos demais o PA pode ser que não tenha tempo de ter a despolarização e repolarização de maneira adequada, podemos alterar a condição de contração do músculo. MARCAPASSO CARDÍACO Marcapasso cardíaco ou normal é o local onde os estímulos são originados, e no caso do coração, esse local é o nó sinusal. → Células marcapasso tem a capacidade de iniciar um PA na ausência de qualquer estímulo externo = automatismo. → Não exibem PR fixo = fase 4 a despolarização diastólica é lenta e ao atingir o limiar desencadeia a despolarização mais rápida (fase 0); → Células NSA = fase 4 mais inclinada = atinge limiar em menor tempo = maior frequência de disparo = marcapasso dominante. ➢ O nó sinusal é considerado o marcapasso porque ele tem mais CANAIS DO TIPO FUNNY. Assim, a curva na fase 4, não terá um declínio tão grande, será mais “linear”. Fase 0 1 2 3 4 Rápido INA (corrente de NA+) It01 (corrente transiente de efluxo de K+) ICa, L (corrente de Ca++, tipo L) ICal, L (correntes de K+ com retificação retardada) IK1 (corrente de K+ retificadora de influxo) Lento ICal, L (corrente de Ca++, tipo L) Ausente Ausente IKR E IKS (correntes de K+ com retificação retardada) If (corrente marcapasso de Na+) ICa, T (corrente de Ca++ tipo T) Desativação de IKR e IKS
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