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Marcha: Ciclo e Determinantes

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Marchas 
O ato de caminhar é uma atividade dinâmica e repetitiva, a 
qual ocorre em uma sequência rítmica definida por eventos 
que ocorrem durante o ciclo da marcha. A marcha pode ser 
afetada por alguns movimentos corporais (o balanço do 
tronco, o balanço dos braços e o movimento da cabeça) e é 
dependente de vários reflexos (postural, labiríntico e de 
endireitamento). 
Termos/definições importantes: 
• Ciclo da marcha completo: período entre o momento e 
que o calcâneo toca o solo e o próximo impacto do 
calcâneo do mesmo membro. 
• Comprimento da passada: distância percorrida na mesma 
extensão de tempo que um ciclo da marcha completa. 
• Comprimento do passo: distância que vai do calcâneo de 
um pé ao calcâneo do pé oposto, durante a fase de apoio 
duplo dos pés. Corresponde, geralmente, à metade do 
comprimento da passada. 
• Cadência: número de passos por minuto. 
• Velocidade da marcha: velocidade de movimento em uma 
mesma direção em centímetros por segundo. 
• Centro de gravidade: é o ponto no qual pode-se 
considerar que está concentrado o seu peso. 
Marcha normal: Para que seja considerada normal (atípica), 
alguns parâmetros devem estar presentes na marcha: 
- Contato inicial realizado com o retropé (toque do calcâneo 
ao solo); 
- Estabilidade na fase de apoio; 
- Liberação adequada do pé para a fase de balanço; 
- Comprimento adequado de passo; 
- Conservação de energia, a qual depende de alguns 
parâmetros: redução da oscilação do centro de massa, 
utilização de mecanismos passivos de estabilização articular e 
ação de músculos biarticulares. 
Determinantes da marcha: 
• Inclinação em valgo do fêmur, compensando a largura da 
pelve; 
• Rotação pélvica, permite que a pelve rode sobre um eixo 
vertical; 
• Obliquidade pélvica, permite redução dos movimentos 
verticais do tronco; 
• Flexão do joelho em fase de apoio; 
• Mecanismos de tornozelo: permite alongamento do 
membro no contato inicial com o solo; 
• Mecanismo do pé: reduz a queda do centro de gravidade 
no final do apoio; 
• Deslocamento lateral do corpo. 
Ciclo da marcha: é dividido em fases de apoio e de balanço. 
A fase de apoio é caracterizada pelo contato do membro 
inferior ao solo e corresponde a cerca de 60% do ciclo. 
Durante essa fase, existem períodos de apoio simples (os 
40% centrais da fase de apoio) e duplo apoio (durante os 
10% iniciais e finais da fase de apoio). É subdividida em apoio 
do calcanhar, aplanamento do pé, acomodação intermediária 
(impulsão pelo apoio no antepé), desprendimento do 
calcanhar e do hálux, sendo esses dois últimos juntos a fase 
de impulso. 
Na fase de balanço, não existe contato do membro com o 
solo (peso do corpo está colocado no membro oposto), e tal 
fase corresponde a cerca de 40% do ciclo da marcha. Pode 
ser subdividida em balanço inicial (aceleração), balanço médio 
(oscilação intermediaria) e balanço final (desaceleração). 
Quanto maior for a velocidade da marcha, maior será a fase 
de balanço. 
 
Marchas típicas/patológicas: 
• Marcha helicópode, ceifante ou hemiplégica: ao andar o 
MMSS fletido em 90° no cotovelo em adução e a mão 
fechada em leve pronação e o MMII do mesmo lado 
espástico e o joelho não flexiona; a perna tem de se 
arrastar pelo chão descrevendo um semicírculo quando o 
paciente troca o passo. Presente em pacientes com 
hemiplegia. 
• Marcha anserina ou de pato: acentua a lordose lombar e 
vai inclinando o tronco ora para a direita, ora para a 
esquerda, alternadamente, lembrando um andar de pato. Ex: 
doenças musculares e diminuição da força dos músculos 
pélvicos e da coxa. 
• Marcha parkinsoniana: paciente anda enrijecido, sem o 
movimento automático dos braços, a cabeça permanece 
inclinada para a frente, os passos são miúdos e rápidos. 
• Marcha cerebelar ou do ébrio: doente ziguezagueia 
(bêbado). 
Natalie Celezinsky Clazer 
Larissa Grandini Paiva 
• Marcha tabética: mantém o olhar fixo no chão para se 
locomover, os MMII são levantados abrupta e 
explosivamente e ao serem recolocados no chão, os 
calcanhares tocam o solo de modo bem pesado. Perda da 
sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da 
medula. 
• Marcha de pequenos passos: passos muito curtos e, ao 
caminhar, arrasta os pés como se estivesse dançando 
marchinha. Ex: paralisia pseudobulbar e atrofia cortical da 
senilidade. 
• Marcha vestibular: o paciente com lesão vestibular 
apresenta lateropulsão quando anda, como se fosse 
empurrado para o lado ao tentar mover-se em linha reta. 
Descreverá uma figura semelhante a uma estrela. 
• Marcha escarvante: o doente apresenta paralisia do 
movimento de flexão dorsal do pé e ao tentar caminhar toca 
com a ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar isso, levanta 
acentuadamente o MMII, o que lembra o “passo de ganso” . 
• Marcha claudicante: manca para um dos lados. Ex: 
insuficiência arterial periférica e lesões do aparelho locomotor. 
• Marcha em tesoura ou espástica: os MMII enrijecidos e 
espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam e 
as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o 
paciente tenta caminhar. 
 
Natalie Celezinsky Clazer 
Larissa Grandini Paiva

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