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O contexto histórico do surgimento do sus

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1- O contexto histórico do surgimento do sus, destacando a Reforma Sanitária e a VIII Conferência:
A SAÚDE PÚBLICA NO PERÍODO COLONIAL
Com o processo de expansão marítima europeia, iniciado nos séculos XV e XVI, ocorreu um significativo aumento na circulação de mercadorias e contatos entre os povos, mas também houve uma verdadeira “união microbiana” com um novo trânsito de doenças entre territórios distintos. Com a chegada dos portugueses à Terra de Santa Cruz, um mundo novo e desafiante se formava em relação às enfermidades. Aqui, juntaram-se à malária, doença tropical, até então desconhecida para os europeus, aquelas trazidas pelos colonizadores, como peste bubônica, cólera e varíola e, posteriormente, com a chegada dos africanos, a filariose e a febre amarela. Um cenário preocupante foi-se desenhando, pois era frágil o conhecimento acerca da transmissão e do controle ou tratamento dessas novas doenças.
A SAÚDE PÚBLICA NO IMPÉRIO
Em 18 de fevereiro de 1808, logo após sua chegada a Salvador (BA), Dom João VI criou a primeira faculdade de medicina do Brasil. No mesmo ano em que foi criada a Academia Nacional de Medicina surgiu a Junta de Hygiene Pública, a qual não desempenhou papel relevante no controle das doenças da população. Suas atividades eram limitadas ao controle de navios e portos e a delegar atribuições sanitárias aos municípios. Epidemias de varíola, febre amarela e cólera continuavam assolando a capital do Império. Uma das hipóteses para explicá-las era a de que os navios vindos do estrangeiro seriam os causadores. Em 1828, foi organizada a Inspetoria de Saúde dos Portos, e todas as embarcações que transportassem passageiros doentes passavam por uma quarentena.
A SAÚDE PÚBLICA NA PRIMEIRA REPÚBLICA 
As epidemias que assolavam as cidades, principalmente a de peste bubônica, em 1899, no Porto de Santos, estimularam a criação, em 1900, das duas principais instituições de saúde pública no país: o Instituto Soroterápico Federal, posteriormente transformado em Instituto Oswaldo Cruz, e o Instituto Butantã, em São Paulo. O Serviço Sanitário Paulista, criado em 1892, tornou-se uma sofisticada organização de prevenção e combate às enfermidades, servindo de modelo para os outros estados da Federação.
No governo de Rodrigues Alves (1902-1906), tendo Oswaldo Cruz à frente, as iniciativas de saneamento e urbanização foram seguidas de ações específicas na saúde, sobretudo no combate a algumas doenças epidêmicas. Foram tomadas medidas importantes, algumas drásticas, mas que representaram avanços no combate às epidemias, as quais se espalhavam facilmente pelas cidades. Nesse contexto, nasceu um Código Sanitário que previa a desinfecção inclusive domiciliar, o arrasamento de edificações consideradas nocivas à saúde pública, a notificação permanente dos casos de febre amarela, varíola e peste bubônica, e a atuação da polícia sanitária. Em 1904, uma lei federal instituiu a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola em todo o território nacional. Surgiu, então, um grande movimento popular no Rio de Janeiro, que ficou conhecido como a Revolta da Vacina.
Em 1923, diante de revoltas populares, movimentos anarquistas e comunistas, o chefe de polícia, Eloy Chaves, propôs uma lei que regulamentava a formação de Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). No entanto, eram restritas a algumas organizações trabalhistas mais atuantes política e financeiramente, como os ferroviários e os marinheiros, ligados à produção exportadora. Foi um marco na história da Previdência Social no Brasil, pois os funcionários poderiam ter direito à aposentadoria por invalidez ou por tempo de contribuição, bem como à pensão por morte e a assistência médica.
A SAÚDE PÚBLICA NO GOVERNO DE GETÚLIO VARGAS
Nos anos 30, sob o governo de Getúlio Vargas, as CAPs foram transformadas nos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), organizados por categoria profissional (marítimos, comerciários e bancários), e não por empresas. 
Em 1953, já em seu segundo período presidencial, foi criado o Ministério da Saúde, um desmembramento do antigo Ministério da Saúde e Educação.
A SAÚDE PÚBLICA NA ERA PÓS-GETÚLIO VARGAS
Em 1960, após intenso debate político, foi sancionada a Lei Orgânica da Previdência Social. Todos os trabalhadores passaram ao regime da CLT, com exceção dos trabalhadores rurais, empregados domésticos e servidores públicos e de autarquias que tivessem regimes próprios de previdência. Em 1966, ocorreu a unificação dos IAPs com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Esta medida unificou os benefícios para os trabalhadores em geral, independentemente de sua filiação profissional. Novas categorias profissionais foram incorporadas ao sistema, como trabalhadores rurais, empregadas domésticas e autônomos.
Na década de setenta, as pressões por reforma na política de saúde possibilitaram transformações concretas. O governo criou a SUCAM (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública) com a atribuição de executar as atividades de erradicação e controle de endemias. Em 1974, foi criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), que distribuiu recursos para investimento na expansão do setor hospitalar (sendo 79,5% destinados para o setor privado e apenas 20,5% para o setor público). Em 1977, criou-se o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), órgão que passou a coordenar todas as ações de saúde no nível médico-assistencial da Previdência Social. 
No governo da Nova República (1985), com o crescimento do movimento social que defendia a democratização da saúde e difundia a proposta da reforma sanitária (conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde), sendo que alguns dos reformistas passaram a ocupar cargos de expressão no âmbito político institucional do Estado (Ministério da Saúde, Inamps, Fiocruz), o Ministério da Saúde convocou gestores de saúde e, pela primeira vez, técnicos e usuários para a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986). Considerado um marco histórico da política de saúde brasileira, esta conferência aprovou, por unanimidade de seus 4.000 participantes, as diretrizes da universalização da saúde e do controle social efetivo com relação às práticas estabelecidas, e assim ficaram delineados os princípios norteadores do que viria a ser o Sistema Único de Saúde – SUS. O relatório desta Conferência de Saúde também destacou o conceito ampliado de saúde, como direito de todos e dever do Estado.
Em 1988, foi promulgada a nova Constituição do Brasil e, em 1990, o governo editou as Leis 8.080 e 8.142, conhecidas como Leis Orgânicas da Saúde, regulamentando o SUS, criado pela Constituição de 1988, a qual, no Capítulo VIII da Ordem Social e na Secção II, referente à saúde, define que: A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
SUS é concebido como o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público.
2- A condição de vida do trabalhador antes e depois do sus:
A partir dos anos 1920, o país foi desenhando um modelo em que algumas categorias como ferroviários, foram conseguindo esquemas de assistência à saúde e benefícios como aposentadoria. Com o passar do tempo, todos os trabalhadores inseridos no mercado formal tinham direito a fazer consultas, exames, cirurgias. Tudo isso estava sob responsabilidade do Ministério da Previdência e Assistência Social que, no período militar, teve duas instituições que se ocuparam da saúde: o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), criado em 1966 e substituído em 1974 pelo Instituto de Assistência Médica da Previdência Social, o Inamps. Mas, na verdade, as coisas eram um pouco mais complexas do que isso, nem todos trabalhadores quetinham carteira assinada usavam, necessariamente, a previdência. Isso porque embora a classe média tivesse carteira assinada e pudesse usar a medicina previdenciária, ela pagava. Nessa época as pessoas sem carteira assinada não tinham acesso a consultas, exames, cirurgias. Elas tinham que recorrer a raras unidades públicas que atendiam a todos, a hospitais universitários, e as filantrópicas.
Em 1988 nasce o SUS, fruto de mobilização e pressão social, o direito definido constitucionalmente garante acesso universal aos serviços de saúde em todos os níveis, em todas as regiões, respeitando as diferenças. Todo brasileiro e brasileira, desde o nascimento, tem direito aos serviços de saúde gratuitos, sem discriminação. O SUS beneficia mais de 190 milhões de brasileiros.
Consultas e exames, Internação hospitalar, Transplante, Vaga para realização de parto, Vigilância em saúde, sanitária e ambiental, Registro e fiscalização de medicamentos, Assistência farmacêutica, Atenção básica, Distribuição de medicamentos essenciais e antirretrovirais, Regulação da saúde, Bancos de sangue. São alguns dos direitos que o SUS é responsável e disponibiliza para todo brasileiro de forma 100% gratuita.

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