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Farmacocinética básica bibiana.pmx@gmail.com dalla.costa@ufrgs.br Caracterizar os processos cinéticos que acontecem no organismo após a administração de um medicamento e possibilitar o ajuste de dose/forma farmacêutica/posologia para que se atinja a dose alvo no tecido para o efeito farmacológico desejado. Farmacocinética é o que o organismo faz com o fármaco. Os processos são a absorção (biodisponibilidade, F), distribuição (volume de distribuição, Vd), metabolismo (depuração, CL) e excreção (meia vida, t1/2). Seu objetivo é determinar o modo mais apropriado de tratar um paciente com uma determinada doença. A farmacocinética visa produzir concentrações adequadas de fármaco no organismo através da escolha da forma farmacêutica, via de administração e posologia (dose e intervalo de doses) adequados. As suas aplicabilidades são o desenvolvimento de novos fármacos, tanto na fase pré-clínica como na fase clínica, estudos de biodisponibilidade de medicamentos inovadores e bioequivalência de similares e genéricos, monitoramento de fármacos e individualização de terapias, tratamento de intoxicações, acerto de dose para hemodiálise, na farmácia assistencial determinando horários e forma de administração de fármacos e na modelagem PK/PD. Na farmacocinética os fármacos de mesma classe não significam perfis farmacocinéticos semelhantes, mesmo possuindo a química semelhante e farmacocinéticas semelhantes. A farmacocinética precisa ser testada em grupos especiais como crianças, idosos, grávidas, obesos, etnias, gênero, hábitos e doenças. Esses grupos especiais podem ter respostas diferentes aos fármacos devido a idade, diferenças genéticas, ...) PK/PD: Modelagem farmacocinética/farmacodinâmica Modelo matemático que permite estabelecer o efeito em função do tempo baseado na mudança da concentração. Curva de morte bacteriana dN/dt = número de bactérias por tempo (PD) N = número de bactérias no inóculo k0 = taxa de geração bacteriana na ausência do fármaco kmax = efeito de morte bacteriana máxima CT = concentração livre do fármaco no modelo de infecção in vitro (PK) EC50 = concentração para produzir 50% do feito de morte máximo Revisão de matemática Hierarquia: parênteses, exponencial, multiplicação e divisão, soma e subtração. Expoentes: na expressão N = bx, x é o expoente, b é a base e N representa o número resultante da base elevada ao expoente. É um modo de comprimir o número. Logaritmos: sendo a e b números reais positivos, chama-se logaritmo de b na base a, o expoente em que a deve se elevar de modo que a potência obtida de base a seja igual a b. → e ≈ 2,72 Relações entre log e ln → Equação da reta: sendo m e b constantes y = variável dependente (concentração) x = variável independente (tempo) b = intercepto m = inclinação Na farmacocinética, variável é algo que muda com o tempo. Uma constante será por definição fixa e assim, não irá variar com o tempo. O nome dado a uma constante que pode ser variável em uma circunstância particular é parâmetro. Assim, parâmetro é um valor de uma constante para um paciente particular. m > 0 = reta crescente (y aumenta) m = 0 = constante (y é sempre igual) m < 0 = reta decrescente (y diminui) Transformação de curvas em retas transforma-se a escala linear em escala logarítmica, obtendo então uma reta e uma constante m. Gráficos em escala mono-log Cinética de primeira ordem m= -k Pode-se utilizar log, porém deve-se dividir -k por 2,303. Preparação de gráficos: - definição de variáveis, x para independente e y para dependente - unidades de medidas - planejamento e espaçamento adequado dos pontos - título - equação de regressão se for utilizado software Determinação da inclinação em gráfico mono-log: pega-se dois pontos de concentração e tempos conhecidos e aplica-se na fórmula k é uma constante de eliminação, então é sempre positiva Se então e Cálculo diferencial: tem como objetivo determinar a velocidade de alteração de uma variável. Assim, a velocidade de eliminação de um fármaco do organismo pode ser expressa como d = indica uma alteração muito pequena dC/dt = expressa a alteração na concentração C no tempo t – inclinação da tangente a curva num dado tempo t. k = constante de proporcionalidade, constante de velocidade de eliminação do fármaco Então a inclinação da reta (m), que é uma constante, corresponde a (= m). No caso da não transformação da escala linear em logarítmica, m não é uma constante, mas sim uma função de x; a velocidade de variação é instantânea; a derivada 1ª de y em função de x é: O aumento de y se da a velocidades variáveis, representadas pelas inclinações das tangentes a cada ponto do gráfico. Regras para diferenciação onde n e a são constantes 1. 2. 3. 4. 5. Exemplo: e como: , Exemplo 2: Cálculo integral: é o inverso da diferenciação, é considerado o somatório da Usado na determinação da área sob a curva (ASC) e na solução de equações diferenciais. Regras para integração 1. 2. 3. 4. Exemplo: Exemplo: Permite o cálculo da área sobre a curva a partir da soma dos pequenos trapézios com área = ∆y. ∆x Quando b = limite superior a = limite inferior Integrando entre limites 1. Resolver a integral; 2. Substituir a variável pelo limite superior e subtrair da mesma equação com a variável substituída pelo limite inferior. = = Exercício: determinar ASC entre t = 0 e t = t1. Se ASC0-∞: entre t = 0 e t = ∞ Integrando diferenciais 1. 2. 3. Cálculo de ASC pelo Método Trapezoidal Princípios Básicos de Farmacocinética (+) C aumenta (-) C diminui n = 0 (ordem zero) n = 1 (1ª ordem) k = cte. de velocidade (rate constant) n = ordem da cinética Escrevendo Equações Diferenciais a) direta (1ª ordem) X = quantidade do fármaco no compartimento U = quantidade do fármaco intacto na urina o fármaco sai da circulação e vai para a urina em uma taxa kxu. Exemplo: modelo de um compartimento, dose i.v. C = organismo, U = urina e k = taxa de C para U b) sequencial (1ª ordem) I = quantidade de fármaco no intestino, X = quantidade de fármaco no compartimento, U = quantidade de fármaco intacto na urina, kix = taxa de I para X e kxu = taxa de X para U. c) Paralelo (1ª ordem) – excretado por duas vias M = quantidade de fármaco eliminado na metabolização Ordem da Reação: refere-se a velocidade com que a reação acontece, em quanto tempo o fármaco F se transforma no metabólito M. Se a quantidade de fármaco está decrescendo com o tempo, a reação ocorre na velocidade -dF/dt. Como a quantidade do metabólito está aumentando, a velocidade da reação pode ser expressa como +dM/dt. Em farmacocinética, a velocidade da reação é determinada experimentalmente pela medida do desaparecimento do fármaco F em intervalos de tempo (desaparecimento do fármaco no sangue, por exemplo). A ordem da reação se refere ao modo como a concentração do fármaco influencia a velocidade do processo de sua eliminação (metabolismo e/ou excreção). As reações podem ser de ordem zero ou de primeira ordem. Cinética de ordem zero (n = 0) A velocidade de desaparecimento (eliminação) do fármaco não depende de sua concentração; Ocorre a eliminação de uma quantidade constante na unidade de tempo; Constante de velocidade de eliminação tem unidade de massa/tempo (mg/min, p.e.). A = variação da quantidade de fármaco por tempo D = dose administrada k = taxa constante de eliminação t = tempo O gráfico de concentração x tempo é linear, quando é transformado em escala logarítmica ele se torna exponencial. Integrando entre C0 e C e 0 e t, temos: k= concentração/tempo Cinética de Ordem zero: tempo de meia-vida Na cinética de ordem zero, t1/2 não é constante, depende da concentração inicial (dose). Cinética de Primeira Ordem A velocidade de desaparecimento do fármaco é proporcional a quantidade de fármaco que resta para ser eliminado; Quando a quantidade que resta para ser eliminada é maior, a velocidadede eliminação é maior, pois a velocidade é proporcional à quantidade residual; A constante de velocidade, no entanto, não varia em função do tempo ou da quantidade residual a ser eliminada; A constante de velocidade indica o fato de que uma fração da quantidade residual é eliminada por intervalo de tempo; Constante de velocidade de eliminação tem unidade de 1/tempo. A = variação da quantidade de fármaco por tempo D = dose administrada k = taxa constante de eliminação t = tempo A quantidade eliminada por hora é geralmente em torno de 12% do que tem no corpo. As curvas das reações de primeira ordem são exponenciais decrescentes e quando transformado se torna uma linha reta decrescente. k = 1/tempo Cinética de Primeira Ordem: tempo de meia-vida Na cinética de 1ª ordem t1/2 é constante, não depende da concentração inicial (dose). Passos da modelagem PK Escolher o modelo; Transformá-lo em equações matemáticas (escrever as equações diferenciais); Integrar as diferenciais; Obter a equação da curva que descreve o perfil de concentração por tempo que se quer modelar.
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