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Marcia Bernardon Cuidados pós-parada cardiorrespiratória o Parada cardiorrespiratória (PCR) é a cessação súbita da função mecânica cardíaca com consequente colapso hemodinâmico o As compressões torácicas e a desfibrilação continuam sendo os componentes mais importantes da RCP o Evento rapidamente detectado e que ainda há possibilidade de retorno da circulação espontânea por meio de ressuscitação cardiopulmonar o 70% das PCR são extra-hospitalares e 80% apresentam fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sem pulso (TVsp). o Intra-hospitalares, a maioria das PCR se apresenta como atividade elétrica sem pulso (AESP) ou assistolia. o A principal etiologia da PCR é o infarto agudo do miocárdio (IAM) DIAGNÓSTICO 1. Ausência de resposta: – Após chamado e toque vigoroso nos dois ombros. 2. Ausência de respiração ou respiração irregular (gasping): – O gasping pode durar vários minutos. 3. Ausência de pulso central: – Checar pulso carotídeo ou femoral. – Se houver dúvida ou o pulso não for detectado em até 10 segundos, a RCP deverá ser iniciada. o Vítima com pulso presente e respiração ausente ou irregular = 1 ventilação de resgate a cada 6 segundos, checar pulso a cada 2 minutos, administrar naloxone na suspeita de intoxicação por opioides e aguardar o serviço médico de emergência o Diagnosticada a PCR - instalar um monitor para obter o ritmo cardíaco - Objetivo = identificar ritmos que possam ser chocáveis - Ritmos chocáveis = Taquicardia ventricular sem pulso (TVsp) Atividade elétrica sem pulso (AESP) Fibrilação Ventricular (FV) Assistolia Causas de parada cardiorrespiratória • IAM, cardiomiopatia hipertrófica; síndrome de Brugada; síndrome do QT longo; síndrome do QT curto; taquicardia ventricular polimórfica e cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito. • Causa metabólica mais comum = HIPERCALEMIA, em pacientes com insuficiência renal • progressão da hipercalemia pode resultar em PCR em qualquer ritmo de parada, mas principalmente em AESP • Eletrocussão pode levar a PCR por arritimias ou hipóxia • Corrente elétrica alternada entre 100 mA e 1 A leva à parada por FV, corrente elétrica acima de 10 A pode levar à assistolia. Marcia Bernardon • Hipotermia e afogamento PCR em qualquer ritmo de parada. Manejo = medidas invasivas de aquecimento e ressuscitação prolongada. POSSÍVEIS ETIOLOGIAS • Portadores de fístulas arteriovenosas, podem sugerir hipercalemia como causa da parada • Cicatriz de esternotomia de provável revascularização cardíaca devem atentar à possibilidade de coronariopatia. • (palidez) e a distensão abdominal - ex., aneurisma de aorta abdominal roto, podem indicar hemorragia e, portanto, hipovolemia como causa • Distensão jugular = tromboembolismo pulmonar, tamponamento cardíaco ou pneumotórax hipertensivo. • Via aérea com secreções = obstrução de via aérea superior • Lesões perfurativas de pele = uso de drogas • Queimaduras de região distal de membros = eletrocussão • Pupilas dilatam após 1 minuto de PCR, mas se tornam mióticas após o início da RCP. • Livedo reticular e o rigor mortis = após horas de PCR EXAMESLABORATORIAS • Gasometria arterial e venosa • Eletrólitos para descartar causas reversíveis como hipercalemia SUPORTE BÁSICO DE VIDA 1. Reconhecimento imediato de parada cardiorrespiratória 2. Ativação imediata do sistema de resposta a emergências 3. Manuseio básico de vias aéreas 4. RCP precoce e de alta qualidade 5. Desfibrilação rápida com um desfibrilador externo automático (DEA) Marcia Bernardon ➢ Técnica da compressão torácica • A pressão de perfusão coronariana (PPC) é um dos principais fatores para alcançar o retorno da circulação espontânea • Compressões acima de 120/min aumentam a chance de inadequada profundidade torácica • profundidade acima de 6 cm está associada ao aumento de lesões intratorácicas IDEAL • Local: 1/2 inferior do esterno • Palma da mão não dominante sobre o dorso da mão dominante • Dedos entrelaçados e braços completamente estendidos, perpendiculares ao tórax do paciente • Comprimir com região hipotenar da mão dominante • Velocidade: 100 a 120 por minuto • Profundidade: deprimir o tórax entre 5 e 6 cm • Não se apoiar no tórax do paciente, permitindo a expansão torácica após cada compressão. • Minimizar as interrupções entre as compressões - A compressão vai gerar no máximo 1/3 do débito cardíaco fisiológico, que é necessário para perfusão adequada de coração, rins e cérebro. Marcia Bernardon - Uma maneira de se otimizar e minimizar as interrupções é manter as compressões durante a recarga do desfibrilador, pausando as compressões apenas no momento do choque. • Na ausência de uma via aérea avançada = - Realizar 30 compressões para cada 2 ventilações • AHA fez uma atualização em 2017 que considera razoável o profissional realizar ventilações assíncronas com as compressões, na proporção de 1 ventilação a cada 6 segundos, mesmo sem uma via aérea avançada. • Estabelecimento de uma via aérea avançada = - Compressões torácicas realizadas continuamente e simultaneamente às ventilações, que devem ser feitas a cada 6 segundos. DESFIBRILAÇÃO Na fibrilação ventricular (FV), a contração coordenada do miocárdio ventricular é substituída por excitação desorganizada de alta frequência, resultando em contração desorganizada das fibras miocárdicas e na falha do coração em bombear o sangue. Principais causas de FV: o Falta de fluxo sanguíneo adequado para o músculo cardíaco o Danos no músculo cardíaco devido a isquemia o Cardiomiopatia o Doenças da aorta o Toxicidade de drogas o Sepse Objetivo da desfibrilação: Terminar a fibrilação e restaurar o ritmo sincronizado em todo o miocárdio a partir de um foco sinusal • No intra-hospitalar, os desfibriladores podem ser monofásicos ou bifásicos • Início da ressuscitação > paciente em PCR > checar o ritmo > tem presença de ritmo chocável? FV ou TVsp? > sim > realizar desfibrilação • O ritmo de atividade elétrica sem pulso (AESP) pode ser observado após uma desfibrilação bem-sucedida. Logo, mesmo se um ritmo organizado se apresentar no monitor, é necessária manutenção da RCP por mais um ciclo. • Se o paciente estiver molhado, é preciso secá-lo antes de realizar o choque, e o paciente nunca deve ser desfibrilado em superfície condutora de eletricidade.
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