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ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 1 MECANISMO DA DOENÇA Tumores malignos representam o crescimento descontrolado de um tecido, são mais invasivos localmente, têm maior grau de anaplasia celular e são capazes de provocar metástases regionais em linfonodos ou a distância, para outros locais. Frequentemente, lesões malignas não são reconhecidas e são tratadas de maneira inapropriada como doença inflamatória. ASPECTOS CLÍNICOS Sintomas e sinais clínicos, que sugerem em uma lesão que pode ser maligna, incluem: deslocamento dentário, mobilidade dentária em um curto período de tempo, odor fétido, ulceração, presença de bordas endurecidas ou enroladas, exposição de osso subjacente, déficit neural, sensorial ou motor, linfadenopatia, perda de peso, disgeusia, disfagia, disfonia, hemorragia, cicatrização anormal após cirurgia oral, e dor ou rápido aumento de volume sem origem odontológica evidente. A maioria dos cânceres orais ocorre em homens com idade maior ou igual a 50 anos; no entanto, tumores malignos podem ocorrer em qualquer idade em ambos os sexos. Os riscos da falta de atenção para a malignidade podem resultar em atraso no diagnóstico, no tratamento, necessidade aumentada de tratamento agressivo com morbidade associada e, no pior dos casos, morte prematura. IMAGEM APLICADA AO DIAGNÓSTICO Por fim, um criterioso exame de diagnóstico por imagem é parte do tratamento de um paciente que sobreviveu ao câncer, que costuma apresentar xerostomia, neutropenia, e suscetibilidade a cárie dentária, doença periodontal e infecções sistêmicas. LOCALIZAÇÃO Carcinomas primários são comumente vistos na língua, no assoalho bucal, na região tonsilar, nos lábios, no palato mole ou na gengiva, e podem invadir os maxilares a partir de qualquer um desses locais. Sarcomas são mais comuns na mandíbula e em regiões posteriores de ambos os maxilares. Tumores metastáticos são mais comuns em região posterior da mandíbula e da maxila. Algumas lesões metastáticas crescem no periápice dos dentes ou em folículos dentários em desenvolvimento. PERIFERIA E FORMA O aspecto típico da margem (bordas) de uma lesão maligna é a presença de bordas mal definidas, sem cortical e ausência de cápsula (periferia de tecido mole ou radiolúcida). Essa borda geralmente se estende de uma área de destruição óssea (radiolúcida) para uma região de osso normal com extensões irregulares e é referida como um padrão infiltrante, é produzida por extensões, semelhantes a dedos, do tumor em muitas direções. ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 2 Carcinomas escamosos decorrentes dos tecidos moles adjacentes e que invadem a mandíbula, podem ter bordas bem definidas. A forma de um tumor maligno dos maxilares normalmente é irregular. ESTRUTURA INTERNA Uma vez que a maior parte das malignidades não produz osso nem estimula a formação de osso reacional, o aspecto interno é tipicamente radiolúcido na maioria dos casos. Ocasionalmente, ilhas residuais de osso estão presentes, resultando em um padrão irregular de destruição com alguma estrutura óssea interna residual dispersa. Sarcomas osteogênicos, podem produzir osso anormal, conferindo ao osso envolvido um aspecto esclerótico (radiopaco). EFEITOS SOBRE AS ESTRUTURAS ADJACENTES Lesões malignas de crescimento rápido geralmente destroem o osso alveolar de suporte de forma que os dentes parecem estar flutuando no espaço, ocasionalmente, há presença de reabsorção radicular; isso é mais comum em sarcomas e mieloma múltiplo. O osso trabecular interno é destruído, bem como as corticais ósseas, como o assoalho do seio, a borda inferior da mandíbula, corticais de folículos dentários e o córtex do canal mandibular. Invadem regiões de menor resistência, como através do seio maxilar ou pelo espaço do ligamento periodontal ao redor dos dentes, resultando em aumento irregular com destruição da lâmina dura, eles também podem se disseminar através do canal mandibular, provocando aumento semelhante. • Região posterior da mandíbula • Imagem radio lúcida unilocular com margens irregulares e limites mal definidos • Pequenas ilhas de osso residual, ocasionalmente SINONÍMIA Carcinoma epidermoide MECANISMO DA DOENÇA Malignidade oral mais comum, pode ser definido como um tumor maligno originário da camada superficial do epitélio. A etiologia parece ser multifatorial, com implicação de alcoolismo e tabagismo crônico como fatores de risco, há implicação do papilomavírus humano na mucosa em desempenhar um papel em algumas lesões tonsilares e da língua. ASPECTOS CLÍNICOS O carcinoma de células escamosas aparece inicialmente como máculas irregulares, de coloração branca ou vermelha (por vezes mistas) no epitélio afetado. Com o tempo, essas lesões exibem uma ulceração central; bordas noduladas ou enduradas, que representam a invasão por células malignas; e infiltração palpável para osso ou músculo adjacente. Dor pode ser variável e pode estar presente linfadenopatia regional com linfonodos de consistência dura, que podem ou não estar aderidos a estruturas subjacentes. Outros aspectos clínicos incluem massa em tecidos moles, parestesia, anestesia, disestesia, dor, odor fétido, trismo, grande mobilidade dentária ou hemorragia. Lesões grandes podem obstruir as vias aéreas, a abertura da tuba auditiva (acarretando redução da audição) ou a nasofaringe. Pacientes normalmente relatam perda significativa de peso e mal-estar. LOCALIZAÇÃO ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 3 O carcinoma de células escamosas normalmente envolve a borda lateral da língua. Um local comum para observar a invasão óssea é a região lingual posterior da mandíbula. Lesões no lábio e no assoalho de boca podem invadir de modo semelhante a região anterior da mandíbula. Lesões envolvendo gengiva inserida e osso alveolar subjacente podem simular uma doença inflamatória, como a doença periodontal. Essa malignidade também é observada em tonsilas, palato mole e fundo de vestíbulo. Não é comum no palato duro. PERIFERIA E FORMA Pode erodir o osso subjacente em qualquer direção, provocando uma radiolucência de limites polimorfos e irregulares. Outras lesões possuem uma borda mal definida com uma ampla zona de transição com extensões semelhantes a dedos no osso adjacente. Esclerose em estruturas ósseas subjacentes (provavelmente por doença inflamatória secundária) pode ser observada em associação a erosões por carcinomas na superfície. ESTRUTURA INTERNA A estrutura interna das lesões de carcinoma de células escamosas nos maxilares é totalmente radiolúcida; a estrutura óssea original pode ser completamente perdida. EFEITOS SOBRE AS ESTRUTURAS ADJACENTES Evidência de invasão óssea ao redor dos dentes pode mostrar-se primeiramente como alargamento do espaço do ligamento periodontal com perda da lâmina dura. Os dentes parecem flutuar em uma massa de tecido mole radiolúcido desprovidos de qualquer suporte ósseo. Em tumores extensos essa massa de tecido mole pode crescer com os dentes em seu interior como “passageiros”, de maneira que os dentes são grosseiramente deslocados de sua posição anterior. Tumores podem crescer através do canal mandibular e através do forame mentual, resultando em alargamento e perda dos limites corticais desse canal. A borda inferior da mandíbula pode estar afinada ou destruída. Se o tumor for extenso, poderá haver fratura patológica. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Ocasionalmente, é difícil diferenciá-los de lesões inflamatórias, como osteomielite, em especial quando bactérias orais infectam secundariamente o tumor. TRATAMENTO O carcinoma de células escamosas oral é normalmente tratado usando-se uma combinaçãode cirurgia e radioterapia. A tendência atual é associar a quimioterapia concomitante, como um adjunto ao tratamento cirúrgico ou radioterápico, o que requer que o cirurgião-dentista conheça as alterações nas contagens de sangue circulante do paciente. SINONÍMIA Carcinoma intraósseo primário, carcinoma intra- alveolar, carcinoma epidermoide intra-alveolar primário, tumor epitelial primário dos maxilares, carcinoma de células escamosas central, carcinoma ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 4 odontogênico primário, carcinoma intramandibular, carcinoma odontogênico e carcinoma mandibular central. MECANISMO DA DOENÇA Se origina nos maxilares sem relação anterior com a camada superficial do epitélio da mucosa oral. ASPECTOS CLÍNICOS São raras e podem manter-se clinicamente silenciosas até atingirem tamanhos razoavelmente grandes. LOCALIZAÇÃO É muito mais comum o envolvimento da mandíbula do que o da maxila, estando a maior parte dos casos presente na região de molares e com menor frequência na região anterior dos maxilares. Uma vez que essa lesão está, por definição, associada a remanescentes da lâmina dentária, origina-se somente nos rebordos alveolares dos maxilares. SINONÍMIA Carcinoma de células epidermoides e carcinoma de cisto odontogênico são sinônimos para o carcinoma de células escamosas originário de um cisto. MECANISMO DA DOENÇA Se originam de um cisto dental preexistente são incomuns e excluem invasão por carcinomas da camada superficial do epitélio, tumores metastáticos e carcinomas intraósseoss primários. Eles podem se originar de tumores do cisto periapical inflamatório, cisto residual, cisto dentígero e ceratocisto odontogênico. ASPECTOS CLÍNICOS O sinal ou sintoma mais comum achado em associação a essa condição é a dor. LOCALIZAÇÃO Esse tumor pode ocorrer em qualquer lugar onde um cisto odontogênico é encontrado, ou seja, nas partes dentadas dos maxilares. A maior parte dos casos ocorre na mandíbula, com poucos casos relatados na região anterior da maxila. MECANISMO DA DOENÇA Os fatores de risco incluem sinusite crônica, substâncias usadas em fábricas como hidrocarbonetos voláteis, óleos isopropílicos, serragem e metais como níquel e cromo. CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM Essas lesões podem ser manifestadas com opacificação do seio maxilar com tecido mole e destruição das estruturas ósseas que delimitam o seio maxilar, como a parede posterior da maxila, o processo zigomático da maxila, o assoalho do seio maxilar, as paredes do seio maxilar e o processo alveolar maxilar adjacente. ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 5 MECANISMO DA DOENÇA É um tumor epitelial originado do osso, provavelmente originado do epitélio odontogênico pluripotencial ou do revestimento cístico. Os critérios para o diagnóstico de um tumor mucoepidermoide central são presença de tábuas ósseas intactas, evidência radiográfica de destruição óssea. Deve excluir a possibilidade de invasão por um tumor mucoepidermoide ou um tumor odontogênico sobrejacente. ASPECTOS CLÍNICOS É mais propenso a ter características semelhantes às de um cisto ou tumor benigno. A queixa mais comum é um aumento de volume indolor. Em contraste com outras malignidades orais, o tumor mucoepidermoide central é mais comum em mulheres do que em homens. LOCALIZAÇÃO A lesão é três vezes mais frequente na mandíbula do que na maxila, normalmente ocorrendo na região de pré-molares e molares, com poucos casos relatados na região anterior de mandíbula. A lesão amiúde ocorre acima do canal mandibular, semelhante a tumores odontogênicos. PERIFERIA E FORMA Apresenta-se como uma massa expansiva uni ou multilocular. As bordas são mais bem definidas e bem corticalizadas e em geral crenadas ou onduladas, o que é similar aos tumores odontogênicos benignos. A cortical periférica pode ser extremamente espessa, o que não corresponde à sua natureza maligna. MECANISMO DA DOENÇA É definido como um ameloblastoma com características histológicas benignas típicas e acredita-se que seja maligno por seu comportamento clínico, isto é, formação de metástases, como número aumentado de mitoses anormais e núcleos hipercromáticos, grandes e pleomórficos. ASPECTOS CLÍNICOS Clinicamente, essas lesões comportam-se como ameloblastomas benignos, exibindo massa expansiva e endurecida dos maxilares com deslocamento e, talvez, mobilidade dentária e mucosa sobrejacente normal. Pode ocorrer disseminação metastática para linfonodos cervicais, pulmões ou outras vísceras, e para o esqueleto, especialmente a coluna vertebra LOCALIZAÇÃO Essas lesões são mais comuns na mandíbula do que na maxila. A maioria ocorre na região do molar e pré-molar, onde o ameloblastoma é normalmente encontrado. PERIFERIA E FORMA Similarmente ao ameloblastoma, há uma borda crenada ou festonada, bem definida, com corticalização. ESTRUTURA INTERNA ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 6 São uniloculares ou, com mais frequência, multiloculares, conferindo uma aparência em um padrão de favos de mel ou bolhas de sabão, conforme observado em ameloblastomas benignos. EFEITOS SOBRE AS ESTRUTURAS ADJACENTES Dentes podem ser deslocados pelo tumor e podem exibir reabsorção radicular similar a um tumor benigno. Limites ósseos podem ser perdidos ou rompidos e, como no ameloblastoma benigno, as lesões podem destruir a lâmina dura e deslocar estruturas corticais anatômicas normais como o assoalho da fossa nasal e o seio maxilar. O canal mandibular pode sofrer deslocamento ou erosão. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Ameloblastoma benigno, ceratocisto odontogênico, mixoma odontogênico e tumor mucoepidermoide central, Se o paciente é jovem e a localização da lesão é anterior ao segundo molar permanente, o granuloma central de células gigantes pode ter características radiográficas semelhantes. O diagnóstico final é frequentemente o resultado de análise histológica ou detecção de lesões metastáticas. TRATAMENTO Essas lesões são mais comumente tratadas por ressecção cirúrgica em bloco. Lesões metastáticas podem não aparecer por muitos meses ou anos após o tratamento do tumor primário, constituindo outra razão de falha no tratamento. MECANISMO DA DOENÇA Os três principais tipos histológicos são: condroblástico, osteoblástico e osteossarcoma fibroblástico. A etiologia do ostessarcoma é desconhecida, mas houve sugestão de mutações genéticas e causas virais. Sabe-se que essa lesão também ocorre em associação à doença de Paget e à displasia fibrosa, quando submetidas à radioterapia. ASPECTOS CLÍNICOS O osteossarcoma dos maxilares é bastante raro e corresponde a aproximadamente 7% de todos os osteossarcomas. O sinal ou sintoma mais comum é o aumento de volume, que pode estar presente 6 meses antes do diagnóstico; o aumento de volume geralmente é rápido. Outros indicadores são dor, sensibilidade, eritema da mucosa sobrejacente, ulceração, mobilidade dentária, epistaxe, hemorragia, obstrução nasal, exoftalmia, trismo e cegueira. Hipoestesia também tem sido relatada em casos envolvendo os canais neurovasculares. LOCALIZAÇÃO A mandíbula é afetada com mais frequência do que a maxila. A região posterior da mandíbula, incluindo região dentada, ângulo e ramo, é mais comumente afetada. As regiões posteriores também são mais afetadas na maxila, sendo os locais mais frequentes a crista alveolar, o seio e o palato. PERIFERIA E FORMA O osteossarcoma tem bordas mal definidas na maioria dos casos. ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 7 Se a lesão envolver o periósteo, deslocando-o, parcialmente destruído e desorganizado diretamente ou por extensão, poder-se-ão observartípicas espículas em “raios de sol” ou trabéculas semelhantes a “cabelos em pé”. Se o periósteo estiver elevado e mantiver seu potencial osteogênico, mas seu centro estiver rompido, será formado um triângulo de Codman nas extremidades. Em muitos casos, a extensão nos tecidos moles adjacentes é proeminente, e é visível uma massa de tecido mole efluindo do osso. ESTRUTURA INTERNA Osteossarcoma pode ter um padrão inteiramente radiolúcido, misto de radiolúcido-radiopaco ou inteiramente radiopaco. A estrutura óssea interna pode assumir a aparência de um osso granular ou esclerótico, flocos de algodão ou estruturas internas em favos de mel em áreas onde houve destruição da arquitetura óssea adjacente preexistente. EFEITOS SOBRE AS ESTRUTURAS ADJACENTES Aumento da membrana periodontal é associado ao osteossarcoma, mas também pode ser observado em outras malignidades DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Fibrossarcoma ou o carcinoma metastático Se houver estrutura óssea visível, deverá considerar o condrossarcoma. Os tumores benignos como o fibroma ossificante e displasias ósseas como a displasia fibrosa são mais bem demarcados; são mais uniformes na estrutura interna; e apresentam perda invasiva e destrutiva. Sarcoma de Ewing, plasmocitoma solitário ou mesmo osteomielite. O osteossarcoma geralmente não é associado a sinais de infecção. TRATAMENTO O tratamento do osteossarcoma é a ressecção com ampla margem de osso normal adjacente. MALIGNIDADES DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO MECANISMO DA DOENÇA É uma neoplasia maligna de células plasmáticas (derivadas de linfócitos B) que se acumulam na medula óssea e interferem com hematopoiese normal. Ele é a malignidade óssea mais comum em adultos. Lesões solitárias são denominadas plasmocitomas, e lesões múltiplas são denominadas mieloma múltiplo. ASPECTOS CLÍNICOS Mieloma múltiplo é uma malignidade sistêmica fatal. O paciente pode queixar-se de fadiga, perda de peso, febre, dor óssea e anemia, embora a característica tipicamente presente seja dor lombar leve. Os sinais secundários incluem amiloidose e hipercalcemia; na metade dos pacientes as proteínas de Bence Jones estão presentes na urina, acarretando uma urina espumosa. Em relação à cavidade oral, pacientes queixam-se de dor dental, tumefação, hemorragia, parestesia e disestesia ou não apresentam queixa alguma. LOCALIZAÇÃO O mieloma múltiplo é observado com maior frequência na mandíbula do que na maxila, mas é incomum em ambas. ANA BEATRIZ CAVALCANTI – RADIOLOGIA II – P6 8 Na mandíbula, as lesões da região posterior, ramo e cabeça mandibular são comuns. Lesões na maxila geralmente aparecem em regiões posteriores. PERIFERIA E FORMA A periferia de lesões de mieloma múltiplo é bem definida, mas não corticalizada e sem qualquer sinal de reação óssea. As lesões têm sido descritas com um aspecto “perfurado”, muitas parecem irregulares ou mesmo infiltrativas. Algumas lesões têm um formato oval ou cístico. Áreas de destruição não tratadas ou agressivas podem confluir, conferindo uma aparência multilocular. Frequentemente pode ser uma erosão festonada da superfície endosteal do córtex inferior da mandíbula. Lesões de tecidos moles têm sido relatadas nos maxilares e na nasofaringe. ESTRUTURA INTERNA Nenhuma estrutura interna é visível; essas lesões são totalmente radiolúcidas. EFEITOS SOBRE AS ESTRUTURAS ADJACENTES Se uma grande parte mineral do osso for pedida, os dentes podem parecer “muito opacos” e podem destacar-se em um fundo osteopênico. A lâmina dura e os folículos dentais impactados podem perder seu osso cortical circundante típico de uma forma análoga àquela vista no hiperparatireoidismo. As mudanças são profundas quando há doença renal associada. Lesões na mandíbula podem causar afinamento da borda inferior da mandíbula ou projeções digitiformes na superfície endosteal. Qualquer borda cortical pode estar pouco nítida se estiver envolvida pela lesão. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A doença mais propensa a ser confundida com o mieloma múltiplo é a forma radiolúcida do carcinoma metastático. A osteomielite grave pode apresentar um quadro radiológico similar àquele do mieloma múltiplo; no entanto, geralmente existe uma causa visível para ela. Cistos ósseos simples podem ser bilaterais na mandíbula e ser confundidos com o mieloma múltiplo. Radiolucências generalizadas nos maxilares podem ser causadas por hiperparatireoidismo, mas são diferenciadas com base na bioquímica anormal do sangue. Outras condições metabólicas, como talassemia ou doença de Gaucher, podem causar muitas alterações semelhantes ao mieloma múltiplo observadas em radiografias odontológicas. TRATAMENTO Mieloma múltiplo é geralmente tratado com quimioterapia com ou sem transplante de medula óssea autólogo ou alogênico.
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