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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO Departamento de Ciências Matemáticas e Naturais Experimento 8: Lei de Hess Bruna Chieza Madeira Caroline Meneghetti Galdino Centro Universitário Norte do Espírito Santo Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-54 São Mateus – ES Sítio eletrônico: http://www.ceunes.ufes.br Resumo Durante a realização desse experimento visou-se verificar a validade da Lei de Hess utilizando-se três reações exotérmicas: a dissolução do NaOH sólido em água, a reação de NaOH sólido com HCl aquoso e a reação do NaOH aquoso com HCl aquoso. Medindo a massa das soluções e a das vidrarias e verificando as temperaturas foi possível calcular experimentalmente a variação da entalpia (ΔH) das reações. Introdução Nas reações químicas, grande parte das energias envolvidas se apresenta sob a forma de calor ou trabalho. Pode-se entender sobre o que é calor, a partir de experiências comuns do dia a dia, como, por exemplo, quando se observa o derretimento do gelo na água. O calor é transferido do corpo mais quente, no caso a água, para o corpo mais frio, o gelo. Isso acontece, pois, as moléculas que estão com maior temperatura movem-se mais rapidamente e quando entram em contato com as moléculas de baixa temperatura estimulam o movimento das mesmas. O resultado é que a energia interna do sistema mais frio aumenta e a do mais quente diminui. Muitas reações químicas ocorrem com a liberação de calor para o ambiente, sendo denominadas exotérmicas. Já outras, ocorrem com absorção de calor, chamadas, endotérmicas. Essas reações químicas podem ocorrem em diferentes condições, como por exemplo, a volume constante ou a pressão constante. Nas reações em que a pressão é constante, o calor transferido é igual à variação de entalpia do sistema. Q = ΔH E para calcular o calor, temos: Q = m.c. Δt Entendemos variação de entalpia do sistema como sendo a diferença entre a entalpia dos produtos e a entalpia dos reagentes. ΔH = ∑Hprodutos - ∑Hreagentes Uma das formas de prever essa variação de entalpia da reação é a Lei de Hess que diz que a entalpia total da reação é a soma das entalpias de reação das etapas em que a reação pode ser dividida. Materiais e métodos Materiais e reagentes Parte experimental · Parte A: Dissolução de NaOH sólido em água Pesou-se um Erlenmeyer de 250 mL em uma balança analítica e em seguida colocou-se 100 mL de água destilada em uma proveta de 100 mL e mediu-se com um termômetro a temperatura de equilíbrio. Logo após, pesou-se aproximadamente 4,0 g de hidróxido de sódio em um vidro de relógio. Jogou-se a água destilada no Erlenmeyer e em seguida o hidróxido de sódio. Com o termômetro na solução, agitou-se o Erlenmeyer, até que essa temperatura fosse máxima, que foi observada e registrada. Reservou-se essa solução para a utilização da mesma na terceira parte do experimento. · Parte B: Reação de HCl aquoso com NaOH sólido Pesou-se outro Erlenmeyer de 250 mL e com o auxilio de uma proveta de 100 mL, colocou-se 100 mL de HCl 1mol/L no Erlenmeyer e mediu-se a temperatura de equilíbrio. Em seguida pesou-se 4,0 g de hidróxido de sódio em vidro de relógio e adicionou-se nos 100 mL de HCl. Agitou-se a vidraria até que a tempertatura máxima fosse máxima foi atingida e a mesma foi anotada. · Parte C: Reação de HCl aquoso com NaOH aquoso Pesou-se um terceiro Erlenmeyer de 250 mL e com uma proveta de 100 mL, transferiu-se 50 mL da solução preparada na parte A, e mediu-se a temperatura de equilíbrio. Novamente, com a proveta de 100 mL colocou-se 50 mL de HCl 1 mol/L no Erlenmeyer. Logo após, agitou-se a solução até atingir a temperatura máxima. Resultados e Discussão Após a medição da temperatura e dos pesos do experimento obteve-se os resultados mostrados na tabela a seguir. · Tabela 1: Parte A Parte B Parte C Temperatura de equilíbrio (ºC) 27 26 26 Temperatura máxima (ºC) 37 45 31 Massa do Erlenmeyer (g) 102,7997 102,7997 102,7997 Massa da solução (g) 101,3841 104,6160 102,4495 No experimento, utilizou-se como calorímetro, um Erlenmeyer, o que faz com que a soma dos calores absorvidos pelo calorímetro (solução + Erlenmeyer) é o calor liberado pela reação. Como o calor calculado é o calor da vizinhança, e o ΔH pedido é o ΔH da solução, usaremos Q = - ΔH. Temos que: mc = massa do calorímetro cs = calor específico da solução cc = calor específico do calorímetro n(X) = número de mol de X ms = massa da solução Δt = variação de temperatura M(X) = massa molar de X · Parte A: Pesou-se aproximadamente 4,0180 g de NaOH no experimento. Para achar o numero de mols de NaOH, temos: Como ΔH = -Q, temos que: · Parte B: Pesou-se aproximadamente 3,9690 g de NaOH no experimento. Para achar o numero de mols de NaOH, temos: Como ΔH = -Q, temos que: · Parte C: Utilizou-se 50 mL de NaOH 1 mol/L da reação da parte A. Concentração da solução preparada na parte A: Quantidade de moles de NaOH: Como ΔH = -Q, temos que: · Tabela 2: Resultados do ΔH e comparação de valores teóricos e erros Valores experimentais Valores Teóricos Erro (%) -11,5342 -11,20 Kcal/mol 2,90 -11,8376 -13,80 Kcal/mol 14,22 + -23,3718 -25,00 Kcal/mol 6,51 -22,5669 -24,40 Kcal/mol 7,51 · Demonstrando a Lei de Hess: NaOH(s) → NaOH(aq) ΔHA= -11,5342 Kcal/mol NaOH(s) + HCl(aq) → NaCl(aq) +H2O ΔHC= -11,8376 Kcal/mol NaOH(aq) + HCl(aq) → NaCl(aq) + H2O ΔHA + ΔHC = -23,3718 Kcal/mol NaOH(aq) + HCl(aq) → NaCl(aq) + H2O ΔHB= -22,5669 Kcal/mol · Espera-se que a dissolução de NaOH absorva calor, já que ligações iônicas estão sendo quebradas, porém como foi comprovado com o experimento acima, a dissolução de NaOH é exotérmica, pois o calor calculado experimentalmente é da vizinhança e é endotérmico, então o calor da solução, no caso NaOH, é exotérmico pois com o tempo, a temperatura do sistema diminui e, eventualmente, o equilíbrio térmico é restabelecido. O balanço energético no final do experimento mostra uma liberação de energia, na forma de calor, pelo sistema. · Observou-se a proximidade entre os valores experimentais de e , o que condiz com o resultado esperado, pois ambas tratam da formação do sal cloreto de sódio mais água à mesma concentração. · Os valores experimentais, apresentados na Tabela 2, estão relativamente próximos dos teóricos. · Os erros ocorridos podem ter sido gerados pelo tipo de vidraria utilizada como calorímetro, por variações nas condições do ambiente durante a realização dos procedimentos, assim como por erros do operador. Conclusão Após o término dos experimentos e dos cálculos, observou-se um pequeno erro entre os dados experimentais e os dados teóricos nas partes A e B, porém houve um erro considerável na parte C. Isso se deve à imprecisão nas medições feitas, como nas massas dos Erlenmeyers, nas massas das soluções, do hidróxido de sódio sólido, e da temperatura. Bibliografia · Atkins, P.; Jones, L. Princípios de química. Porto Alegre: Bookman, 5ª edição, 2012. · SILVA, R.R.; BOCCHI, N; ROCHA FILHO, R.C. Introdução à química experimental. São Paulo: Mc Graw Hill, 1990. · BRADY, J.; HUMISTON, G.E., Química Geral vol. 1, Capítulo 1, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, Editora S.A., 1986.
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