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Keny Gonçalves Tirapeli Metabolismo do Glicogênio • É um compacto polímero (homopolissacarídeo) ramificado de glicose que possui mais de 100.000 unidades de glicoses • Ligações (1-4) e (1-6) - (ramificações ocorrem a cada 8-12 resíduos) entre monômeros de glicose • Forma de armazenamento da glicose • Reserva energética de glicose do animal mais rapidamente disponível (fácil e rápida mobilização para a corrente sanguínea) Ligações (1-4) Ligações (1-6) Relembrando... Relembrando... Obtenção da glicose: Dieta (alimentação): é esporádica e nem sempre é uma fonte confiável para manutenção da glicose sanguínea (níveis de glicemia); Gliconeogênese (formação de glicose por substratos não glicídicos, embora possa manter a síntese sustentada de glicose, é um pouco lenta em resposta a queda da glicemia;) Degradação do glicogênio Logo para não haver alterações na glicemia, o corpo desenvolveu mecanismos de armazenar glicose que seja rapidamente disponibilizado caso haja necessidade Metabolismo do glicogênio. Fonte imediata de energia dentro de condições metabólicas aeróbias ou anaeróbias 400g (1-2% do peso do músculo em repouso) Libera glicose para a glicólise para servir energia na contração muscular Pode ser depletado em menos de 1 h de exercício vigoroso intenso Reservatório de glicose para os demais tecidos (entre as refeições ou durante o jejum inicial) Lança glicose no sangue quando [↓] 100g (~ 10% peso, em adulto bem alimentado) Pode ser exaurido em 12 a 24 h http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=CRaDB1w281kkfM&tbnid=0RJnvf0VK0ph8M:&ved=0CAUQjRw&url=http://gabrielrbrunoabioifes.wordpress.com/2011/02/13/funcoes-do-figado/&ei=NOFCUtqxLvS24AOVkoDwBw&bvm=bv.53077864,d.b2I&psig=AFQjCNF7jRXkeQMgl651onii6WWENSKJ7Q&ust=1380201117548228 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=nFoGX0VMv7Zh_M&tbnid=61BJBR2-Wjnk0M:&ved=0CAUQjRw&url=http://cienciasete.blogspot.com/2010/10/os-muculos.html&ei=juFCUvGrGrLG4APTqYG4Dw&bvm=bv.53077864,d.b2I&psig=AFQjCNFob9AZFrbA6bKyF6S7BwZfyQwhYQ&ust=1380201168384746 Estado de Jejum • 24 horas de jejum promove a diminuição significativa da quantidade de glicogênio armazenada no fígado, chegando a praticamente ausência de glicogênio hepático. • Exercícios intensos mesmo efeito do jejum no fígado perda a quase ausência de glicogênio muscular. Glicogênese • No estado alimentado a glicogênese no músculo desempenha um papel importante para redução dos níveis de glicose no sangue após a ingestão de uma dieta rica em carboidratos. – Muito músculo esquelético captando glicose para armazenar no período de repouso muscular • Já a glicogênese hepática tem um papel na glicogênese menor que o desempenhado pelos músculos. – Considerando o tamanho do fígado em comparação à quantidade de glicose armazenada nos músculos Por que armazenar glicogênio e não glicose diretamente? • A glicose, além de mais solúvel, tem uma pressão osmótica elevadíssima. – Promove a entrada de água nas células, e elas poderiam se romper e morrer; – Polímero de glicose (glicogênio) além de otimizar a quantidade de glicose estocada, a pressão osmótica fica menor, já que esta é determinada por partícula de glicogênio. – O glicogênio é insolúvel, dando uma eficiência maior ao processo. • Há um limite de reserva de glicogênio, para que não cause dano. Quando ocorre o armazenamento da glicose na forma de glicogênio e a degradação do glicogênio em glicose? No estado alimentado • Abundância de substrato (glicose); • Elevados níveis de ATP (energia); • Glicólise ativada; • Glicogênese estimulada, glicogenólise inibida. No estado de Jejum ou exercício intenso • Escassez de substrato (glicose); • Diminuição dos níveis de ATP (energia); • Glicólise inativa; • Glicogênese inibida, glicogenólise estimulada; • Aumento da contração do músculo estimula a glicogenólise (sinalizado pelo aumento de cálcio observado durante a contração muscular) -GLICOGENÓLISE: via catabólica que culmina na degradação do glicogênio em glicose 6 fosfato Ocorre quando a glicemia está baixa ou quando há necessidade de energia para o exercício físico. -GLICOGÊNESE: via anabólica que culmina na transformação de glicose em glicogênio Ocorre quando há glicose livre em excesso. A síntese acontece no citoplasma das células e requer energia do ATP A rota metabólica que mobiliza o glicogênio armazenado (glicogenólise) NÃO é uma simples reversão da rota de síntese do glicogênio (glicogênese) Conjunto independente de enzimas é necessário Glicogenólise Rota degradativa que mobiliza o glicogênio armazenado no fígado e músculo esquelético • Iniciada pela degradação do glicogênio em glicose 1-fosfato, obtido pela quebra das ligações glicosídicas α-1,4 e α-1,6. • Etapas/reações da glicogenólise: – Encurtamento das cadeias de glicogênio – Remoção das ramificações da molécula do glicogênio – Conversão da glicose 1-fosfato em glicose 6- fosfato – Conversão da glicose 6-fosfato em glicose Enzimas da Glicogenólise • Glicogênio fosforilase – Cliva as ligações glicosídicas α-1,4 nas extremidades das cadeias do glicogênio até chegar em um ponto de ramificação, sendo a estrutura resultante uma dextrina limite (sequência de 4 unidades glicosil em cada cadeia) • Enzimas de desramificações – 1ª oligo-glucantransferase que remove os três resíduos glicosil aderidos a uma ramificação – 2ª amilo-α-(1,6)-glicosidase que quebras as ramificações deixando a glicose livre. • Fosfoglicomutase - Conversão de glicose 1-fosfato em glicose 6-fosfato – A glicose 1-fosfato produzida pela glicogênio fosforilase é convertida em glicose 6-fosfato – Uma pequena quantidade de glicogênio é continuamente degradada pela enzima lisossômica α-1,4-glicosidase Presente no fígado e rins Glicose 6-fosfato é convertida pela glicose 6-fosfatase em glicose que deixa o fígado, os rins e o intestino pelo GLT2 (**relembrar este conceito na aula de digestão de carboidratos) na membrana basolateral e entra na corrente sanguínea sendo disponível para todos os órgãos Controle da glicemia glucose-1-phosphate H O OH H OHH OH CH2OH H OPO3 2 H ligação -1,6 ligação -1,4 glicogênio fosforilase glicose 1-fosfato enzima desramificadora transferase glicose enzima desramificadora -1,6 glicosidase glicogênio fosforilase A glicogênio fosforilase vai retirando glicose 1-fosfato até sobrar uma cadeia com cerca de 4 resíduos (dextrinas limite) que são substratos para as enzimas desramificadoras Glicose 1-P fosforólise Glicogênese O glicogênio é sintetizado a partir de moléculas de α-D-glicose • Requer energia suprida pelo ATP para fosforilar a glicose e do trifosfato de uridina (UTP) • Etapas/reações da glicogênese: – Síntese de UDP-glicose; – Síntese de um primer para iniciar a síntese do glicogênio – Glicogenina (ou glicogênio restante no citosol) – Alongamento das cadeias de glicogênio – Formação de ramificações no glicogênio Cinco enzimas: -Fosfoglicomutase -Glicose-1-fosfato uridil transferase - Glicogênio sintase - Enzima de ramificação * Hexoquinase: tecs periféricos Glicoquinase: fígado * Glicogênese Reação: Conversão da glicose para Glicose6-P (fosfato inorgânico) Reação: conversão da glicose 6-P em glicose 1-P: fosfoglicomutase Reação: conversão da glicose 1-P em UDP-glicose: Reação: ligação da UDP- glicose a uma molécula de glicogênio pré-formada (primer). A ligação ocorre no grupo hidroxila do tirosina da glicogenina; Depois são adicionados mais 6 resíduos de glicose; glicogénio sintase UDP-glicosil transferase Glicogênese • Reação: a enzima glicogênio sintase não écapaz de formar ligações α 1-6 entre os resíduos de glicose. Para que isso aconteça, é necessária uma enzima ramificadora. • A ramificação das cadeias de glicogénio é feita por uma enzima “ramificadora” (amilo (1,4) para-(1,6)-transglicosilase ou glicosil-(4–>6)- transferase) • Esta enzima transfere segmentos terminais de glicogênio de cerca de 7 resíduos de glicose para o grupo OH no carbono 6 de um resíduo de glicose Glicogenina Primer Como é iniciada uma nova molécula de glicogênio? transferência de um resíduo de glicose da UDP glicose para o grupo Hidroxila de um resíduo de tirosina da glicogenina Adição de UDP-glicose ao grupo hidroxila daTyrosina da glicogenina; Adição de mais 6 resíduos de glicose; Glicogênese Glicose Hexoquinase = glicoquinase (fígado) Fonte de todos os resíduos glicosil que são adicionados à molécula de glicogênio em formação Proteína que funciona como um primer, que na ausência de glicogênio, pode servir como molécula aceptora de resíduos de glicose da UDP-glicose É a responsável por fazer as ligações α 1,4 no glicogênio (ligações lineares). No entanto, Não consegue iniciar a síntese das cadeias de glicose livre como um aceptor de molécula de glicose da UDP-glicose. Só consegue alongar as cadeias de glicose já existentes através das ligações glicosídicas Ramificações da molécula de glicogênio aumentam muito a quantidade de glicose armazenada, por aumentar o tamanho da molécula 1º 2º 3º 4º 5º Regulação da glicogênese e glicogenólise – Regulação hormonal Reação de Luta e fuga Disponibilizar energia rápida Níveis elevados de insulina: Estimula a enzima glicogênio sintase ativando a síntese do glicogênio (estimula a glicogênese) e inibe a fosforilase Estimula a glicogênese Inibe a glicogenólise Glucagon e adrenalina Jejum e Estresse Inativam a enzima glicogênio sintase inibem a síntese do glicogênio (inibem a glicogênese) ativa a fosforilase Inibe a glicogênese Estimula a glicogenólise, ou seja, a degradação do glicogênio Glicogenólise: Glicogênio fosforilase é ativada por: Epinefrina Ca2+ (músculo) [AMP] (músculo) É inibida por: [ATP] [Glicose] (fígado) Regulação da glicogênese e glicogenólise – Regulação pelas principais enzimas Fígado Músculo Esquelético Alimentado estimula a glicogênese (síntese) Jejum estimula a glicogenólise (degradação) Descanso do músculo estimula a glicogênese (síntese) Exercício estimula a glicogenólise (degradação) Glicogênese Glicogenólise Glicogênese Glicogenólise Ausência da fosforilase muscular Fraqueza e câimbras muscular após exercícios Grande depósito de glicogênio de estrutura normal nos músculos Desenvolvimento mental normal Bom prognóstico Doença de Von Gierke (↓Glicose 6-fosfatase hepática) Severa hipoglicemia no jejum Estrutura do glicogênio normal, depósito Hepatomegalia e hiperacidemia láctica Referências • Lehninger, A; Nelson, D.; Cox, M. Princípios de Bioquímica. Traduzido por Arnaldo A Simões, Wilson R. N. Lopes. 2ª ed., São Paulo: SARVIER, 2000. • Devlin, T.M. Manual de Bioquímica Química Clínica com Correlações Clínicas; traduzido por Yara M. Michelacci et al. 4ª ed, São Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1997. • Palermo J.R. Bioquímica da Nutrição. 4ª ed., São Paulo:Atheneu,2008. • Champe, P.C.; Harvey, R.A; Ferrier, D.R. Bioquímica Ilustrada, traduzido por Carla Dalmaz. 3ª Ed., ARTMED, 2005. • Dutra de Oliveira, J.E; Marchini, J.S. Ciências Nutricionais: aprendendo a aprender. 2ª ed., São Paulo: Sarvier, 2008. Quais vias estão ativadas e quais estão inibidas durante o jejum?
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