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LIVRO Projeto executivo plantas baixas, elevações, cortes e detalhamento

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PROJETO DE 
ARQUITETURA DE 
INTERIORES 
COMERCIAIS
Anna Carolina Manfroi Galinatti 
Projeto executivo: plantas 
baixas, elevações, cortes 
e detalhamentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar o que é o projeto executivo de interiores comerciais.
  Definir as especificidades do projeto.
  Demonstrar graficamente o projeto executivo de interiores comerciais.
Introdução
O projeto executivo é a etapa do projeto de arquitetura, tanto de 
edificações como de interiores, que viabiliza a materialização de tudo 
que foi planejado. Um projeto de arquitetura de interiores, mesmo com 
área reduzida, pode ser bastante complexo, composto por diversas 
soluções, materiais e tecnologias. Nos interiores comerciais, essa etapa 
é de grande importância, visto que esse tipo de projeto demanda 
soluções de rápida execução, fácil manutenção ao longo do tempo 
e boa durabilidade.
Neste capítulo, você conhecerá o que é um projeto executivo de 
interiores comerciais, bem como quais são as suas especificidades e seus 
entregáveis, como plantas, cortes e elevações, detalhamentos, planilhas 
e orçamentos. Por fim, verá exemplos de projetos dessa natureza, a fim 
de identificar os elementos que compõem um projeto executivo e qual 
a sua relevância para a realização de uma obra.
Projeto executivo de interiores comerciais
O projeto de arquitetura de interiores é composto por diversas fases, desde 
sua concepção e estudo preliminar, etapas nas quais as defi nições acerca do 
objeto a ser construído ainda são incipientes, até as etapas fi nais, nas quais é 
feita a representação de uma obra, de modo que permita a um terceiro a sua 
correta execução. Esse processo de projeto é comum a todo tipo de atividade 
projetual, desde os menores projetos de interiores até as maiores obras de 
arquitetura, uma vez que as etapas iniciais, com menos defi nição, permitem 
ao arquiteto testar diferentes alternativas, ao passo que as etapas fi nais, em que 
a informação deve ser clara e precisa, demandam que uma série de decisões 
conceituais já tenham sido tomadas. A arquitetura de interiores é defi nida 
pela Resolução nº 76/2014 da seguinte forma:
Intervenção detalhada nos ambientes internos e externos que lhe são correlatos, 
definindo uma forma de uso do espaço em função do mobiliário, dos equipamen-
tos e suas interfaces com o espaço construído, alterando ou não a concepção 
arquitetônica original, para adequação às necessidades de utilização (CAU/
BR, 2014, documento on-line).
Dessa maneira, existe uma diferenciação entre arquitetura de interiores e 
decoração, definida pela mesma resolução como o simples arranjo do espaço 
interno, sem modificações na estrutura, remoção ou adição de paredes, forros 
e pisos. Além disso, na decoração, fica vedada qualquer modificação externa 
na edificação.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) define, em 
seu Manual, especificamente em sua tabela de honorários de serviços de 
arquitetura e urbanismo, publicada em 2013, as seguintes etapas para um 
projeto de arquitetura: etapas preliminares, em que são realizados os levanta-
mentos, os estudos de viabilidade e a definição do programa de necessidade; 
etapas de projeto, divididas em estudo preliminar, anteprojeto e projeto, o 
qual é dividido entre projeto básico e projeto para execução, este último “[...] 
destinado à concepção e à representação final das informações técnicas da 
edificação [...] necessárias e suficientes à licitação e à execução de obra [...]” 
(CAU/BR, 2013, p. 11).
Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos2
Pela definição do CAU/BR, fica claro que o projeto executivo trata da 
produção de documentação para a obra, realizada em escala pertinente, 
possibilitando a correta interpretação por parte da mão de obra que será 
responsável pela execução da obra. A natureza dos documentos produzidos 
para projetos varia consideravelmente, de acordo com a escala e o tipo de 
intervenção que será realizada e, principalmente, o público para quem a 
documentação será produzida.
Imagine que você precisa realizar o orçamento de um revestimento cerâmico para a 
cozinha de um restaurante, cujo anteprojeto já mostrou para o cliente as dimensões 
e cores das peças que serão aplicadas no espaço. Em seu escritório, foram elaboradas 
renderizações, plantas baixas, elevações com paginação precisa, além de uma planilha 
com o modelo e o fabricante das peças e a quantidade de peças que você precisará 
(já calculando uma quantia a mais, a fim de garantir que, com as quebras e perdas que 
sempre acontecem, não falte material).
Para o lojista que orçará o seu material, é muito mais simples olhar apenas para 
a planilha, verificar quantas peças vêm em cada caixa de cerâmica e enviar o seu 
orçamento, visto que, para eles, normalmente não é necessário saber como as 
peças serão instaladas e a composição desses elementos com os demais itens de 
ambientação.
Como visto no exemplo anterior, embora a arquitetura seja normalmente 
representada por peças gráficas, como plantas baixas e perspectivas, mui-
tos dos documentos produzidos em um projeto executivo são em forma de 
texto e tabelas, como aqueles destinados à orçamentação e à quantificação 
de elementos.
Agora que você já sabe o que é um projeto executivo e como ele se aplica à 
arquitetura de interiores comerciais, faremos uma comparação entre os tipos 
de documentos apresentados nas diferentes etapas do trabalho do arquiteto, 
a fim de esclarecer a natureza das informações contidas em cada uma das 
fases do processo projetual. As etapas que ocorrem antes do projeto executivo 
3Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos
servem de base para a elaboração de seus documentos, ao passo que o material 
produzido no processo de projeto, desde sua concepção, serve de embasamento 
para o projeto executivo, no qual os desenhos, as planilhas e os orçamentos 
serão esmiuçados e detalhados.
Estudo preliminar
Na etapa de estudo preliminar, são apresentados os conceitos principais do 
projeto, geralmente em planta baixa ou diagramas conceituais, para que o 
cliente compreenda a proposta de intervenção do arquiteto. A Figura 1, a seguir, 
apresenta um exemplo de diagrama realizado em perspectiva, que demonstra 
ao cliente como serão os fl uxos dentro do projeto de um bar.
Figura 1. Diagrama de fluxos em um estudo preliminar.
Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos4
Anteprojeto
Uma vez defi nidas e aceitas as propostas conceituais do projeto, são pro-
duzidos desenhos com mais informações, como dimensões e materiais. A 
Figura 2, a seguir, apresenta a evolução do projeto para o bar da Figura 1, 
em que constam informações sobre as dimensões, para que o cliente possa 
entender o espaço que terá disponível.
Figura 2. Planta baixa de leiaute com algumas cotas gerais, apresentada em um 
anteprojeto.
Projeto executivo
Uma vez aprovados conceito, dimensões e materialidade, inicia-se o projeto 
executivo, em que o arquiteto produz o material necessário para a correta 
execução da obra. Observe na Figura 3, a seguir, o detalhamento construtivo 
do balcão do bar visto nas fi guras anteriores.
5Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos
Figura 3. Detalhamento da serralheria, apresentada no projeto executivo. 
Como visto, os desenhos são diferentes em cada etapa, e essa diferença 
se dá por dois motivos: primeiro, pela natureza dos desenhos, que têm 
funções diferentes, desde a apresentação de um conceito inicial (no estudo 
preliminar) até a documentação para execução (no projeto executivo); se-
gundo, em razão do público que receberá esse material, seja este o cliente, 
que geralmente não tem conhecimento técnico suficiente para compreender 
Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos6
a documentação da obra, ou a mão de obra, que precisa de documentos 
com precisão absoluta,para evitar erros durante a execução. Nas etapas 
preliminares, os desenhos são direcionados para os clientes e fornecedores 
em um momento inicial do processo de trabalho, a fim de apresentar as 
soluções gerais adotadas. No projeto executivo, os desenhos, detalhes e 
planilhas apresentados aos fornecedores são detalhados, servindo como base 
para a execução. Nessa etapa, apresenta-se os desenhos para os clientes, 
com a finalidade de mostrar as soluções definitivas que serão adotadas, 
bem como as alterações que podem ser feitas em função de outras variáveis, 
como tempo e custos.
Especificidades do projeto de arquitetura 
de interiores comerciais
Como visto anteriormente, o projeto executivo é a etapa fi nal do processo de 
projeto de arquitetura de interiores, no qual são produzidos os documentos 
que guiarão a mão de obra durante a execução do projeto. As duas caracte-
rísticas mais importantes dos produtos do projeto executivo são a clareza 
e a precisão; clareza, pois o projeto precisa ser entendido sem o auxílio 
de quem o desenhou; e precisão, pois tais documentos são o testemunho 
do que foi projetado pelo arquiteto e são o último registro da concepção 
antes da execução.
Segundo o CAU/BR (2014), no projeto de arquitetura de interiores, o projeto 
executivo deve apresentar soluções construtivas em diversas esferas do espaço, 
incluindo, além da ambientação e da disposição de mobiliário, soluções para 
as seguintes características:
  instalações;
  condicionamento acústico;
  climatização;
  estrutural;
  acabamentos;
  luminotécnico;
  comunicação visual;
  cores;
7Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos
  mobiliários;
  equipamentos;
  coordenação de projetos complementares;
  proteção e segurança.
A inclusão de tantas atribuições ao profissional de arquitetura responsável 
por um projeto de interiores não serve apenas para diferenciar os arquitetos dos 
decoradores, visto que, de acordo com a lista do CAU/BR de possíveis áreas de 
trabalho dos arquitetos de interiores, esses profissionais têm responsabilidade 
por tais disciplinas. 
O projeto de arquitetura de interiores é um documento com validade legal e pode ser 
utilizado em um processo judicial. Portanto, é extremamente necessária a seriedade 
e a precisão em sua elaboração. 
A arquitetura de interiores é um serviço que será contratado por pessoas 
que possuem um problema de natureza espacial para resolver, seja este uma 
inadequação nos espaços de um apartamento, seja a ampliação dos escritórios 
de uma empresa. Portanto, o profissional de arquitetura tem a responsabilidade 
de trabalhar dentro das limitações dos clientes, respondendo de maneira efetiva 
aos problemas existentes.
Na arquitetura de interiores comerciais, o tempo de execução da obra é 
um dos principais fatores, uma vez que seus clientes estão investindo em um 
negócio para gerar lucro e, enquanto o projeto está sendo realizado, a empresa 
já está tendo gastos fixos com o aluguel e a manutenção do espaço comercial. 
Pensando nisso, é importante que todo o processo de projeto nessas situações 
seja guiado por um cronograma que mantenha seu cliente atualizado durante o 
processo e, mais importante, informe você e sua equipe das datas importantes, 
como início da obra e abertura do espaço comercial.
Uma das maneiras de montar e seguir o cronograma de uma obra de ar-
quitetura de interiores comerciais é manter um cronograma visual atualizado 
Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos8
em seu escritório e enviar semanalmente ao seu cliente as atualizações acerca 
de problemas ou finalização de serviços no canteiro. O modelo mais utilizado 
na administração de obras é cronograma físico-financeiro.
O cronograma físico-financeiro é uma ferramenta que une o planejamento temporal 
do canteiro (i.e., quando se iniciam ou finalizam serviços) com o controle financeiro da 
empreitada (i.e., os principais pagamentos que são necessários para a continuidade 
do trabalho) (PMI, 2017).
No cronograma físico-financeiro de sua obra, devem constar os serviços a serem 
realizados, seus prazos e os custos que seu cliente terá. Além disso, é possível inserir 
quais atividades dependem de trabalhos anteriores; por exemplo, a pintura das paredes 
só pode iniciar após a construção destas. Parece simples, porém, em uma obra de 
grandes dimensões, a administração do trabalho e o pagamento da mão de obra 
exige cuidado constante. 
A arquitetura de interiores comerciais se diferencia daquela realizada 
para pessoas físicas em um aspecto interessante: nos projetos residenciais, 
existe uma forte carga subjetiva nos desejos e nas decisões de seus clientes. 
Por exemplo, as cores e os materiais desejados para um ambiente residencial 
variam de acordo com o cliente. O trabalho do arquiteto, nesse caso, pode 
ser dificultado, uma vez que ele pode não conseguir apresentar argumentos 
objetivos apontando para determinada solução em detrimento de outra. Em 
contrapartida, na arquitetura de interiores comerciais, grande parte das de-
cisões são tomadas em função do retorno sobre o investimento que o cliente 
terá. Imagine que você decide abrir um restaurante e pesquisas indicam que 
as cadeiras confortáveis fazem os clientes consumir 15% a mais (Figura 4). Se 
você encontrar uma cadeira confortável que custe até 10% a mais que outro 
modelo sem tanto conforto, a decisão de seu cliente será objetiva, optando 
por aquela que gerará mais lucro para seu estabelecimento.
9Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos
Figura 4. Restaurante com assentos confortáveis. 
Fonte: Rosa (2018, documento on-line).
Essa característica dos projetos de arquitetura de interiores comerciais pode 
ser utilizada pelos projetistas para criar espaços interessantes, uma vez que, 
desde que consiga apresentar argumentos objetivos de que aquela opção será 
mais rentável do que outra configuração, será muito difícil que seu cliente 
opte por perder dinheiro em seu investimento.
No Brasil, o mercado para profissionais de arquitetura de interiores está 
crescendo muito, devido ao aumento do poder de compra da população, que, 
hoje, tem capacidade de escolher frequentar um espaço, seja este uma loja, 
um restaurante ou até mesmo um escritório, em razão da qualidade espacial 
presente neste. Portanto, é essencial que os arquitetos conheçam as especifi-
cidades presentes em todo tipo de projeto de arquitetura.
Representação gráfica do projeto executivo 
de interiores comerciais
A representação gráfi ca dos projetos executivos é a maneira desenvolvida ao 
longo dos anos para traduzir uma ideia conceitual — o projeto — para um 
conjunto de documentos que permitem a uma pessoa reproduzir em tamanho 
real aquilo que o arquiteto imaginou. Para tanto, existe uma série de normas 
e documentos para a representação gráfi ca dos projetos para que todos os 
envolvidos sejam capazes de entender o processo.
A sistematização e normatização dos documentos produzidos no projeto 
executivo de arquitetura de interiores é imprescindível, uma vez que esta é a lin-
Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos10
guagem pela qual é transmitido o conhecimento sobre um objeto existente apenas 
na imaginação do arquiteto. Imagine tentar ler um livro escrito supostamente em 
português, mas que ignora todas as regras gramaticais. Você conseguiria com-
preender com bastante esforço, mas provavelmente perderia alguns aspectos da 
narrativa, tentando conferir um sentido ao que está lendo. É o que acontece com 
projetos executivos desenhados sem obedecer às convenções, o projeto até pode 
ser executado, mas o resultado não será exatamente o que o arquiteto planejou.
Em um dos primeiros projetos desenvolvidos por seu escritório, o Arquiteto Pablo 
projetou um banco que seria fabricado em OSB, uma chapa semelhante ao MDF, mas 
fabricada com pedaços maiores de madeira, que ficam visíveis. A ideia de Pablo era que 
o banco fossefeito sem nenhuma borda e sem saliências, assemelhando-se a um cubo. 
O desenho enviado para o marceneiro era este mostrado a seguir. Parece claro, certo?
Acontece que essa linguagem gráfica, embora seja entendida por arquitetos e até 
por clientes, não é adequada à marcenaria, de modo que há risco de o objeto ser 
executado erroneamente e ter um resultado diferente do esperado:
11Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos
Assim, fica evidente a importância do uso dos padrões de desenho técnico. 
Nesse caso, o arquiteto conseguiu conversar com o marceneiro e refazer as 
peças de acordo com o projeto inicial, mas a situação poderia ser bem diferente 
se os desenhos fossem adequados. A seguir, são apresentados os tipos de 
documentos que o CAU recomenda que sejam apresentados em um projeto 
executivo de arquitetura de interiores para que não haja dúvida sobre o que 
deve ser executado.
No Guia de Orientações para a Contratação de Serviços de Arquitetura de 
Interiores, elaborado pelo CAU/CE e Colegiado de Entidades de Arquitetura e 
Urbanismo do Ceará (2016) em colaboração com outras entidades profissionais 
de arquitetura, existe uma relação dos documentos técnicos que devem ser 
apresentados para um projeto de arquitetura de interiores ser considerado 
completo. O Guia separa os documentos em dois grupos: desenhos e textos. 
Os desenhos necessários são:
  planta baixa de todos os ambientes;
  cortes longitudinais e transversais em número suficiente para 
compreensão;
  elevações frontais, posteriores e laterais;
  plantas, cortes e elevações do interior de cada ambiente;
  detalhes, desenhados em plantas, cortes, elevações e perspectivas de 
elementos do projeto e de seus componentes construtivos (móveis, por-
tas, janelas, bancadas, grades, forros, parapeitos, pisos, revestimentos 
e seus encontros);
  perspectivas de interiores parciais ou gerais, produzidas à mão ou por 
computador.
O conjunto de desenhos obrigatórios presente no Guia de Orientações é 
suficiente para garantir a compreensão da maioria dos projetos de arquitetura 
de interiores. No entanto, o CAU ainda elenca algumas peças opcionais que 
podem auxiliar no entendimento do projeto, como maquetes, fotografias, 
filmagens e animações computadorizadas. Dentre os itens opcionais, cabe 
destacar as fotografias, principalmente aquelas que registram as instalações 
prediais, visto que esses recursos podem ser obtidos junto aos responsáveis 
pela construção original do edifício e guiam a mão de obra, no sentido de 
evitar interferências desnecessárias nas instalações existentes, como as de 
água, esgoto e energia elétrica.
O memorial descritivo é um grande auxiliar para a elaboração dos or-
çamentos de projeto, como no caso da orçamentação do revestimento da 
Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos12
cozinha do restaurante visto anteriormente. Naquele caso, como em muitos 
outros, a informação em forma de texto deixa menos dúvidas e é mais clara 
que os desenhos.
A representação de arquitetura, em todas as suas escalas e níveis de com-
plexidade, é guiada por uma norma estabelecida pela Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT). Trata-se da ABNT NBR 6494:1990. Nesse 
documento, estão especificados os tipos de desenhos e como estes devem ser 
apresentados para sua máxima compreensão.
Como visto neste capítulo, o projeto executivo para a arquitetura de in-
teriores é um conjunto de documentos que inclui os desenhos técnicos, mas, 
além destes, deve incluir textos, planilhas e quaisquer outros produtos que 
garantam a correta interpretação do projeto pelos responsáveis pela execução. 
No entanto, tal compreensão só é garantida quando são obedecidas regras e 
convenções na representação, como aquelas apresentadas pelo CAU e pela 
ABNT, uma vez que o projeto é uma linguagem e, como tal, deve ser única 
para ser compreendida por todos.
ASSOCIAÇÃO BRASIELIRA DE NORAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6494:1990. Segurança nos 
andaimes. Rio de Janeiro: ABNT, 1990. Versão Corrigida:1991 
CAU/BR. Resolução nº 76, de 10 de abril de 2014. Aprova os Módulos II e III das Tabelas de 
Honorários de Serviços de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Brasília: CAU/BR, 2014. 
Disponível em: https://transparencia.caubr.gov.br/resolucao76/. Acesso em: 30 out. 2019.
CAU/BR. Tabelas de honorários de serviços de arquitetura e urbanismo do Brasil. Brasília: 
CAU/BR, 2013.
CAU/CE; COLEGIADO DE ENTIDADES DE ARQUITETURA E URBANISMO DO CEARÁ. 
Guia de orientações para a contratação de serviços de arquitetura de interiores. Fortaleza: 
CAU/CE, 2016.
PMI. PMBOK® guide. 6th ed. [S. l.]: PMI, 2017.
ROSA, L. Lisboa: 8 restaurantes confortáveis para ficar e comer bem. 2018. Disponível 
em: https://www.evasoes.pt/comer/lisboa-8-restaurantes-confortaveis-ficar-comer-
-bem/506052/. Acesso em: 30 out. 2019.
Leitura recomendada
CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
13Projeto executivo: plantas baixas, elevações, cortes e detalhamentos

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