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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 OSTOMIAS GASTROSTOMIAS – JEJUNOSTOMIAS - COLOSTOMIAS Procedimentos muito frequentes em cirurgias do trato digestivo. “Ostomia” se refere à confecção de uma fístula, comunicação entre o trato digestivo e a superfície cutânea. Fístula se refere à comunicação entre duas superfícies epiteliais. Gastrostomias, jejunostomias, colostomias – comunicação entre o epitélio do trato digestivo com a superfície cutânea. O acesso ao trato digestivo para alimentação ou descompressão frequentemente é feito por sondagem naso ou orogástrica ou entérica. É um bom acesso quando o paciente não está habilitado a se alimentar ou quando há uma obstrução gastrointestinal alta. É um acesso fácil, não cirúrgico. O problema é que, na maioria das vezes, esse acesso precisa ocorrer por mais tempo e a sondagem, apesar de ser um procedimento fácil, deve ser mantida por um curto período – 30 dias, pois a presença da sonda interfere na mobilidade e na limpeza mecânica da via respiratória, provocando infecções de via aérea alta e baixa com o passar do tempo. Toda vez que o acesso ao trato digestivo precisa ser mantido por um período mais prolongado, como um paciente que precisa de uma complementação nutricional, o acesso deverá ser realizado por um procedimento cirúrgico. GASTROSTOMIAS • Acesso cirúrgico à luz gástrica para descompressão ou alimentação. • Via o Laparotomia o Videolaparoscopia o Endoscopia – por dentro do trato digestivo • Indicações o Descompressão – quando o trânsito intestinal está comprometido (tratamento de fístulas, tumor), faz parte do tempo intermediário de procedimento cirúrgico que precisa haver a saída de uma via acessória do conteúdo gastrointestinal por uma sonda que, como não pode permanecer por muito tempo, é trocada por uma via cirúrgica. o Alimentação temporária – estenose cáustica do esôfago, neoplasias (principalmente do esôfago que impede o acesso ao estômago), coma prolongado, megaesôfago (não funciona adequadamente para a propulsão do alimento da boca para o estômago). o Alimentação definitiva – tratamento paliativo de neoplasias irressecáveis (tumor nunca regride, por motivos relacionados ao estado geral comprometido), doenças neurológicas degenerativas. Aspectos técnicos Gastrostomia à Stamm Prevê a colocação de uma sonda através da parede gástrica e da parede do estômago, juntando essas duas estruturas, confeccionando essa fístula. Depois da incisão, é feita uma abertura na parede gástrica e são feitas duas suturas para fazer com que a sonda fique firmemente presa à parede do estômago. Depois, a sonda é passada pela parede abdominal e é tracionada, fazendo com que a parede abdominal e a parede gástrica fiquem unidas 2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 uma à outra – é confeccionada também uma sutura que as mantém aderidas, para que não haja extravasamento do conteúdo gástrico entre a sonda que é deixada, para que o conteúdo alimentar não extravase causando uma peritonite infecciosa ou química. Gastrostomia à Witzel Técnica que cria um túnel de parede gástrica entre o lugar que a sonda é introduzida e a parede gástrica. É confeccionado um túnel com a parede gástrica e, depois, a sonda sai da parede gástrica e vai para a parede abdominal anterior. No ponto em que a sonda é exteriorizada, deve ser realizada a junção da parede gástrica à parede abdominal anterior. Essa tunelização veio como uma evolução da técnica de Stamm para que houvesse, principalmente no momento da retirada da sona, menos chance de extravasamento do conteúdo intestinal ou gástrico para a superfície cutânea – dificulta esse processo, evitando as dermatites químicas que acontecem em torno dessas sondas de gastrostomias. Mas essa técnica não evita o risco de haver uma peritonite química. Gastrostomia à Depage-Janeway Cria um pertuito de mucosa entre a parede gástrica e a parede abdominal anterior. Técnica mais elaborada, geralmente utiliza-se um grampeador, formando um conduto de mucosa. Esse tipo de técnica evita qualquer tipo de extravasamento de conteúdo, principalmente para dentro da cavidade abdominal. Impede a não coaptação das paredes. Comunicação direta entre a mucosa gástrica e o epitélio cutâneo. Gastrostomia Endoscópica É feita por meio de um processo endoscópico que transilumina a parede abdominal anterior e é colocada uma agulha que, por essa agulha, coloca-se um fio guia que puxa uma sonda por dentro do endoscópio. Sai pela boca, onde é amarrada a sonda e é puxada através da parede gástrica e parede abdominal anterior. É um procedimento que, do ponto de vista técnico, é menos traumático, menos agressivo – não precisa fazer incisão na parede abdominal; mas há uma limitação técnica – o fato de, eventualmente, haver alguma estrutura interposta entre a parede abdominal e o estômago e isso não ser visto por essa transluminação. O cólon transverso é a estrutura mais lesada nessa técnica. Mas é um procedimento muito seguro sem nenhum relato de ser motivo de maior incidência de complicações. 3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 JEJUNOSTOMIAS • Procedimento que estabelece um acesso/fístula/comunicação a luz do jejuno através da parede abdominal; • Considerada uma via alimentar cirúrgica, não é utilizada para descompressão e sim para alimentação; • Vias de acesso o Laparotomia o Videolaparoscopia o Endoscopia o Indicações ▪ Alimentação • Temporária • Definitiva ▪ Descompressão – em segundo plano Diferença entre gastrostomias e jejunostomias As gastrostomias geralmente são realizadas com sondas mais calibrosas e permitem, em função do alimento ser recebido no estômago, que a alimentação seja uma alimentação que o paciente normalmente receberia por via oral, mas triturada para passar pela sonda e chegar ao estômago. As jejunostomias utilizam alimentação pré-hidrolisada, pré-digerida, com as proteínas quebradas, considerando que a nutrição seja em forma oligomérica, carboidratos, proteínas e gorduras pré- hidrolisadas. É uma alimentação mais cara que vem preparada e pronta em preparações industriais. Frequentemente há algum extravasamento, mesmo sendo utilizada à técnica de Witzel que é a menos suscetível ao vazamento; com o passar do tempo, pelo alargamento do pertuito ocupado pela sonda há um transbordamento de conteúdo entérico ou gástrico na área perijejunal ou perigastrostomal – provocam a DERMATITE QUÍMICA da pele que é mais agressiva e dolorosa quando acontece nas gastrostomias em função da acidez do conteúdo gástrico. Jejunostomia à Witzel Basicamente é a mesma técnica de uma gastrostomia à Witzel. Duas suturas, faz a comunicação, introduz a sonda dentro e interpõe a parede do intestino com a abdominal e fixa uma à outra. As complicações associadas às jejunostomias e as gastrostomias, sejam elas endoscópicas ou cirúrgicas, são praticamente as mesmas: perfuração, hemorragia, risco de perfuração, íleo prolongado, lesão visceral de outros órgãos, obstrução do órgão pelo tamanho da sonda, peritonite, vazamento, infecção da periostomia, fístula gástrica residual, ulcerações gástricas ou da pele, formação de tecido de granulação periostomias. Técnicas laparoscópias • A maioria não se justifica seu emprego em detrimento das endoscópicas e laparotômicas, pois as dificuldades técnicas, custos e tempo cirúrgicos são muito maiores. • Endoscópicas – Profissional bem treinado – menores custos e menos complicações. 4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 COLOSTOMIAS E ILEOSTOMIAS “Estoma” vem do grego – “boca” ou “stoma”; Geralmente, quando realizadas no segmento distal do intestino delgado são chamadas de ileostomias e colostomias. • Localização o Alças com comprimento suficientes à exteriorização: ▪ Íleo terminal, cólon transverso e cólon sigmoide – mais frequentes;• Classificação o Modo de exteriorização ▪ Terminal – quando o intestino acaba nela; alça ou bocas separadas; o Tempo de permanência ▪ Temporária ou definitiva o Maturação ▪ Precoce ou tardia; Sempre que se exterioriza com a porção final do intestino – terminal. Sempre que se exterioriza mantendo a continuidade do intestino – em alça. Sempre que separa a porção proximal e distal – em dupla boca. • Indicações o Obstruções intestinais ▪ Agenesias, atrésias, volvos, neoplasias... o Traumas ▪ Perfurante, contuso, empalação... o Perfurações do cólon ▪ Neoplasia, diverticulite, doença inflamatória intestinal.. o Fístulas ▪ Retovaginal, retovesical... o Proteção de Anastomoses de alto risco ▪ Coloanal • Cuidados o Escolha prévia quando possível; o 5cm de proeminências ósseas e cicatrizes; o Tamanho: 3m colostomias, 2cm ileostomias; o Formato circular; Colostomia em alça Importante deixar uma fixação para a alça não desabar para dentro da cavidade abdominal e acabar provocando ume peritonite fecal. Geralmente, deixa-se uma estrutura rígida que segura essa alça do lado de fora da cavidade. 5 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Colostomia Terminal Fixação direta das bordas do colon à superfície. Ileostomia em Alça Confecção da colostomia em dupla boca com a exteriorização da porção proximal e distal do cólon. Ileostomia Terminal Maturação precoce – eversão da mucosa fazendo com que a ostomia fique proeminente, projetada para fora da superfície cutânea, para não haver danos químicos na pele. Maturação tardia – fixo diretamente a boca do intestino/cólon na pele Ostomias por Trefinação Confecção de uma ostomia sem a realização de uma laparotomia – faço o pertuito onde pretendo exteriorizar essa colostomia e imobilizo o segmento do intestino para exteriorizar sem precisar fazer uma incisão grande. Derivação criada às cegas, por uma mini laparotomia, onde o segmento intestinal é escolhido, mobilizado e exteriorizado, originando-se um estoma em alça ou terminal. → Colostomia transversa: o estoma é feito na alça do transverso, no lado esquerdo ou direito do abdome. As fezes tem consistência pastosa. → Colostomia descendente: o estoma é feito na alça descendente, no lado esquerdo do abdome. As fezes tem consistência semi-sólida. → Colostomia sigmóide: uma colostomia sigmoide envolve o colon sigmoide. As fezes são firmes e sólidas. 6 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Complicações das ostomias • Isquemia – falta de nutrição vascular. Podem infartar e necrosar, precisando ser reposicionadas, segmento ressecado e fixado a um novo segmento intestinal. • Retração – fístulas mucosas. Por pouco funcionamento ou por sair pouco conteúdo, sofrem retração cicatricial que pode fechar elas. • Estenose – por retração cicatricial. • Prolapso ou procidência – espécie de hérnia que everte o intestino que está à montante da ostomia. • Hérnia paraostomal – em torno do intestino exteriorizado; • Dermatite fecal – quando as bolsas não são bem adaptadas podem acabar gerando uma dermatite fecal, ferimento, ferida que acontece em torno das ostomias. Estomas no sistema digestivo: • Esofagostomia. • Gastrostomia: o Gastrostomia de Witzel. o Gastrostomia de Stamm. o Gastrostomia Endoscópica. • Duodenostomia. • Jejunostomia: o Jejunostomia de Witzel. • Ileostomia: o Ileostomia de Brooke. o Ileostomia em alça. • Colostomia: o Colostomia em alça. o Colostomia terminal. o Colostomia em dupla boca (em “boca de espingarda”). o Cirurgia de Hartmann. • Colecistostomia. • Coledocostomia. Ostomias Estoma: boca, orifício diminuto, poro. • Comunicação entre a porção luminal de um órgão (víscera oca) e a superfície da pele. **Estoma = ostoma. o **Construído pelo cirurgião com finalidade de tratamento. • Nomenclatura de acordo com o órgão que se comunica com o exterior: o Colostomia: exteriorização do cólon na superfície cutânea. o Gastrostomia: comunicação do estômago com a superfície cutânea. 7 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Estomas Podem ser definitivos ou temporários, com duas funções, fornecer alimentação via enteral e para derivação de secreções, ou seja, um desvio das secreções do tubo digestivo. ** Estomas intestinais consistem na exteriorização do íleo ou cólon para o meio externo através da parede abdominal. Anastomoses intestinais são suturas entre dois segmentos do tubo digestivo para a reconstituição do trânsito intestinal. Fatores que interferem na cicatrização durante a cirurgia • Inflamação prejudica a cicatrização: o Alça de intestino delgada vista internamente: ▪ Primeira foto: intestino normal. Em seguida: dois graus de edema da mucosa intestinal, edemaciada. ▪ Cicatrização: Imagem 1: intestino normal: suturação, pontos e fechamento do intestino → dentro da mucosa normal tem-se a cicatrização esperada e desejada (normal). Imagens 2 e 3: suturação, pontos e fechamento do intestino → cicatrização dificultada devido ao edema e inflamação. ▪ Presença de inflamação e inchaço (presença de líquido) → cicatrização prejudicada. • Pressão Arterial: o Paciente hipotenso/ chocado/ acidentado: ▪ Paciente acidentado com trauma abdominal e com sangramento intenso: está hipotenso, chocado e irá para cirurgia. ▪ Paciente terá má perfusão intestinal. **Circulação sistêmica prejudicada devido a perda de sangue, portanto a cicatrização pode também ficar comprometida. • Desnutrição: baixo aporte nutricional e protéico → em uma cirurgia de intestino têm grande chance de fazer fístula. o Falta de nutrientes para cicatrização. • Quadro de sepsis, infecção sistêmica: também levam uma piora no processo cicatricial. o Sistema está voltado para a defesa contra o microrganismo que está causando a sepse → aumento da resposta inflamatória → cininas, fator de necrose tumoral. ▪ Presença de mediadores: sistema circulatório e inflamação tecidual. Patologias • Nutrição: pacientes acamados, disfagia, dificuldade de deglutir → alternativa: sonda nasogástrica, nasoentérica. o Exemplo: Paciente acamado, com isquemia (quadro de AVC), sem movimentação do lado direito do corpo e dificuldade de deglutir: 8 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 ▪ Aumento das chances de se engasgar quando se alimentar devido a dificuldade de deglutir → podendo ocorrer aspiração pulmonar → quadro de pneumonia e às vezes até insuficiência respiratória aguda (óbito). **Sonda nasoenteral (método temporário), para pacientes com a necessidade de uso permanente ou períodos prolongados: ostomias. • Paciente com obstrução alta do tubo digestivo: o Exemplo 1: paciente com tumor de estômago (próximo ao antro pilórico), obstruindo o estômago. ▪ **Alternativa de alimentação devido ao tumor estar bloqueando. o Exemplo 2: obstrução do tubo gástrico: produção de ácido (suco gástrico) → vômito. o Exemplo 3 (imagem): Paciente com obstrução no intestino grosso: estenose no cólon sigmóide. ▪ Estenose pode ser causada por tumor, exemplo: tumor de cólon, que estenosa, ocorrendo uma distensão do cólon a montante (proximal). ▪ Quando o paciente come, faz a digestão e o alimento vai chegar para formar as vezes e terá então a obstrução, ocorrendo a distensão do abdome, causando dor devido a obstrução, vômito. Principais ostomias **Imagem: • Superiormente, no estômago: Gastrostomia. o Sonda que conecta o estômago (luz do estômago) com a superfície da pele. ▪ Ostomia realizada através de um tubo (sonda de gastrostomia). • Medialmente, no jejuno: Jejunostomia. 9 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 o Sonda que comunica a pele (meio externo) com o interior do jejuno. ▪ Ostomia realizada por sonda. • Inferiormente, no fim do intestino delgado:Ileostomia. o Sonda que comunica o íleo terminal com a pele. ▪ Ostomia sem a presença de sonda. **Mucosa da víscera diretamente exteriorizando à pele. **Presença de duas anastomoses: duodenojejunal e ileocolônica. As anastomoses, então, de certa forma, também são ostomias (comunicações entre a luz de duas vísceras). Gastrostomia • A gastrostomia é o orifício criado que, através dele, é colocado a sonda de gastrostomia. • Sondas de gastrostomias: o Sonda de gastrostomia: ▪ Sonda comprida e inteira até o estômago. o Sonda de gastrostomia estilo de bóton: ▪ Sonda mais curta que possui um conector que se comunica com o estômago → sonda mais discreta. • Imagem: o Sonda com três vias: uma para alimentação, outra para insuflar o balonete (para colocar ou retirar a sonda) e uma terceira para medicamento (para não misturar o alimento com a medicação, diminuindo as chances de obstrução da sonda). o Sonda Foley: sonda vesical adaptada a um balonete. o Sonda do tipo bóton: mesma sonda de gastrostomia mas mais curta e de fácil ajuste ao paciente. ▪ Sonda mais curta acaba sendo mais confortável para o paciente, uma vez que diminui a quantidade/ tamanho de sonda pendurada no abdome do paciente. ▪ **Mais usada em criança, uma vez que a criança tem mais tendência a puxar a sonda. Assim como em pacientes com paralisia cerebral, Alzheimer, que, quando confusos, acabam não conseguindo arrancar esse tipo de sonda. 10 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 • Imagem: sonda Foley (dispositivo estéril, invasivo, utilizado para a realização da cateterização urinária → exemplo de sonda vesical): o Padrão de sonda adaptada com um balonete (via SUS). ** A sonda então conecta o interior do estômago com a pele e, para que seja possível fazer isso, coloca-se na parte interna da sonda um balonete que segura para que a sonda não retorne/ escape para a superfície. Já na superfície cutânea vai ter um reparo, nas sondas de gastrostomia existe uma plaquinha de silicone com o intuito da sonda não entrar/ deslocar internamente, o que pode causar a obstrução do duodeno, por exemplo. A finalidade da sonda então e para alimentação, para o paciente acamado, com disfagia, por exemplo, uma vez que pela sonda nasoenteral conseguiria-se fornecer a alimentação apenas por um tempo (devido ela ser temporária e seu uso exagerado causar complicações como a não preservação da estrutura e da função do trato gastrointestinal). Colocação da sonda • Cirúrgica: o Através de uma laparotomia para a fixação da sonda. ▪ Técnica de Stamm: técnica aberta (laparotomia): **Técnica mais realizada para estômago devido a vantagem de ser fácil e rápida. ▪ Mini Laparotomia com incisão de cerca de 5 cm. ▪ Suturas concêntricas (forma de bolsa de tabaco) que, quando amarradas, há a invaginação da sonda para dentro do estômago. ▪ A ideia do invaginamento é criar um tunelzinho, que é feito através da Técnica de Stamm. Quando mais suturas concêntricas, maior o comprimento do estômago (mais longo o trajeto). ▪ Quanto mais longo for esse túnel, mais difícil para o ácido sair/ vazar. **Essa seria então a finalidade das bolsinhas de tabaco. Fixando-se, em seguida, a sonda com alguns pontos com o intuito de também ocorrer vazamento de ácido. ▪ Técnica de Witzel: 11 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 ▪ Técnica realizada mais na jejunostomia mas que pode também ser usada no estômago. **Mais usada no intestino por ele ser longo, nesse sentido, as suturas longitudinais acabam sendo mais fáceis. ▪ A sutura em bolsa acaba estenosando a alça intestinal, podendo causar obstrução. ▪ Essa técnica forma um túnel longitudinal. Faz-se suturas no momento em que coloca-se/ fixa-se a sonda na luz da víscera. ▪ Ao invés de fazer a sutura de bolsa de tabaco faz se a sutura longitudinal acompanhando a sonda, criando um pequeno túnel que serve também como mecanismo de válvula, para que o conteúdo de dentro da víscera não extravase, impedindo o vazamento das secreções. o Imagem: Na jejunostomia: O resultado final então é a entrada da sonda pelo intestino, passando por um túnel de serosa que vai impedir então o extravasamento de conteúdo da víscera. **Na imagem pode ser vista a formação túnel realizada pelos pontos longitudinais. ▪ Quanto mais largo a realização dos pontos → estenose (mesmo o paciente sem comer ele pode ter sintomas de obstrução devido a não passagem do trânsito intestinal, como muco, gases): diminuição da luz ou ainda obstrução. • Endoscópica: o Endoscopia associada à anestesia local. 12 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 o Imagem: Entrada do aparelho através do estômago com auxílio de iluminação e, externamente, punciona-se a parede abdominal (estômago) com uma agulha, colocando-se um fio guia. O fio guia entra na cavidade abdominal e posteriormente é laçado por endoscopia. Através do fio guia passa-se então um dilatador e, em seguida, consegue-se introduzir a sonda de gastrostomia. ▪ ** Fixação sem presença de balonete mas com a presença de uma base mais alargada que evita seu deslocamento. Resultado da jejunostomia e gastrostomia são o mesmo: evitar o extravasamento. Entretanto, a localização da gastrostomia é mais alta, no epigástrio um pouco mais lateralizada à esquerda, próximo ao gradil costal (que é onde tem a grande curvatura do estômago), realizada através do músculo reto (porque ele funciona também como um esfíncter → após a retirada da sonda o músculo contrai, auxiliando no fechamento desse orifício,). Já na jejunostomia, é feita um pouco mais inferior, também à esquerda, próxima ao umbigo, realizada nas primeiras alças de jejuno, em torno de 30 centímetros após ângulo de Treitz, realizada então pela técnica de Witzel. Complicações • Cavidade gástrica → suco gástrico que pode escapar pela sonda e vazar, tanto para a cavidade abdominal (causando peritonite) quando em volta na pele, causando queimaduras cutâneas (ulcerações → que dificultam a fixação da sonda além de abrir grandes úlceras cutâneas que vão tornar essa abertura cada vez maior, fazendo com que vaze ainda mais suco gástrico). • Fístulas: quanto mais longa e mais estreita, mais fácil de fechar, enquanto que quanto mais curta e mais larga, menor a chance de fechá-la. Jejunostomia Possui a mesma compreensão da gastrostomia: alimentação. **A gastrostomia seria mais fisiológica (a comida chega ao estômago, recebe o conteúdo gástrico, passando posteriormente ao duodeno, e receber o suco íleo pancreático), entretanto, como nem todo mundo pode fazer isso, como quem tem tumor de estômago, realiza-se a jejunostomia. 13 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 • A gastrostomia, eventualmente, pode ser usada como descompressão → descomprimir o paciente com uma estase gástrica, obstrução pilórica. Entretanto, na prática, praticamente não se faz, fazendo-se, portanto, uma cirurgia de desvio. **Sendo raro então a utilização de gastrostomia descompressiva. o Via de regra, gastrostomia e jejunostomia são realizadas para alimentação. • Clínica: paciente com jejunostomia → obstrução do cólon (por metástases ou por torção da alça intestinal) pode-se abrir a jejunostomia para auxiliar na descompressão entretanto, o objetivo é o fornecimento de alimento de forma enteral. • Jejunostomia: o Alimentação quando as porções superiores do intestino não podem receber alimentação, como quando ocorre câncer gástrico. o Dietas menos osmolares (alimento mais fragmentado), alimentação entérica. ▪ Alimentação inadequada: ▪ Açúcar: puxa água para a luz intestinal, desidratando o paciente com tendência a baixar a pressão arterial. O edema diminui a absorção. Presença de muita água na luz intestinal propicia a diarréia. o Jejunostomia de Witzel é a mais utilizada: ▪ Sutura em bolsa → formação de um túnel. o Jejunostomia de Staam acaba sendo menosutilizada: ▪ Mais utilizada para estômago. Ileostomia Sem presença de sonda. ** É a exteriorização do intestino delgado na parede abdominal (traz o íleo para a pele). • Função: desviar o trânsito intestinal → evitar o trânsito para o cólon. o Derivação para que a eliminação das secreções. **Drenagem (levanta-se o íleo até a abertura na pele). ▪ Pode ser feito em alça ou no íleo terminal, próximo ao intestino grosso. ▪ Exemplos de realizações de ileostomias: ▪ Obstrução intestinal → derivação para que não ocorra a distensão intestinal, desviando o conteúdo para que libere a pressão exercida no cólon. ▪ Pergunta: porque não se faz uma cirurgia para a retirada desse tumor que está trancando o cólon? Seria o melhor, entretanto, nem todos os pacientes possuem condições de serem submetidos à cirurgia definitiva (paciente sépticos, muito doentes, desnutridos (quadro de desnutrição severa), com 14 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 processo inflamatório intenso, anemia). Faz-se, então, uma cirurgia temporária, a Ileostomia. ▪ Após ferimento por arma de fogo com contaminação da cavidade abdominal. ▪ Problema no cólon → diverticulite sigmóide. ** Retira-se o íleo terminal e se faz uma sutura que inverte a mucosa, fixando a borda da mucosa na pele para que ela fique exposta e forme esse padrão de ileostomia → ileostomia de Brooke. A secreção cai então diretamente da bolsa, sem encostar na pele. A ileostomia pode ser feita de duas maneiras ** O local mais adequado para se exteriorizar o intestino está localizado lateralmente à linha média da parede abdominal, através do músculo reto- abdominal. Em todas as operações abdominais, quando há previsão de se fazer um estoma, a incisão deve ser na linha mediana, preservando as laterais do abdômen para possíveis estomas. Quanto ao modo de exteriorização na parede abdominal, pode ser feito de duas maneiras: em alça (duas bocas: uma proximal e uma distal), há exteriorização de toda a alça e abertura apenas de sua 15 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 parede anterior, ficando duas bocas unidas pela parede posterior, e terminal (uma boca), nessa situação exterioriza-se a alça já seccionada com apenas uma boca. • Terminal: o Secção total do íleo, trazendo toda a boca que foi seccionada para a pele → ileostomia terminal. • Em alça: o Ainda há o trânsito do intestino vindo e seguindo adiante entretanto, há uma parte exteriorizada da parede paralela ao íleo, que permite que um pouco da secreção que está saindo (da parte distal para o intestino grosso) possa também sair pelo orifício. Clínica: paciente com tumor no sigmóide. • Paciente com obstrução do cólon sigmóide e sem condições físicas/ nutricionais de realizar cirurgia definitiva, como uma retossigmoidectomia. o Faz-se então uma ileostomia em alça com o intuito de desobstruir o paciente. **Não podendo ser a ileostomia terminal porque se não uma parte estaria fechada, e o conteúdo do íleo terminal e do cólon não iam poder passar adiante nem voltar. ▪ Ileostomia terminal: ▪ Como é fechada: ▪ No caso de uma ileostomia terminal, onde a borda não estaria presente como na em alça, seria necessária uma laparotomia mediana (abrir todo o abdome do paciente) para juntar a borda com a ostomia. 16 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 ▪ Corta-se o jejuno e pega-se a boca proximal enquanto que a boca distal fica fechada internamente. A parte do intestino vai continuar produzindo muco e secreções, que pode causar também uma obstrução, necessitando uma drenagem em alça. ▪ **Ileostomia de Brooke. ▪ Ileostomia em alça: ▪ Como é realizada: ▪ Retira-se uma alça de íleo terminal e coloca-se um bastãozinho (plástico, metal) wu vai sustentar essa alça pelo lado de fora do abdome, abrindo o intestino e suturando as bordas → presença de duas bordinhas e uma hastezinha por baixo da pele que mantém então a sustentação do íleo para que ele não volte para dentro da cavidade e consiga-se ter essa exteriorização. ▪ Como é fechada/ desfeita: ▪ No momento que for necessário fazer fechamento pode-se simplesmente fechar através do orifício, recortando as margens (soltando a parte exposta que está feia), desbrida-se e reaviva- se os bordos e posteriormente o fechamento das bordas (por sutura ou por grampeador), jogando as alças novamente para o intestino, conseguindo ter um domínio de toda a ileostomia. ▪ ** Faz-se a ileostomia em alça porque a alça permite que a parte distal (que vem do cólon) também seja drenada. O conteúdo que vem pelo intestino acaba saindo na ileostomia e, posteriormente, tem a continuidade para a parte distal. ▪ Tanto a parte distal quanto a proximal são drenadas. ▪ O conteúdo então que vem do estômago, pela parte proximal, vai sair na bolsa (ostomia), enquanto que a parte distal acaba voltando, devido a obstrução, e acaba saindo na ostomia também. A ileostomia é realizada próxima a válvula ileocecal, no quadrante inferior direito do abdome (flanco/ fossa ilíaca direita) enquanto que a jejunostomia é no quadrante superior esquerdo, e a gastrostomia na região do epigástrio, mais à esquerda, logo abaixo do rebordo costal esquerdo. Colostomia Semelhante a ileostomia, entretanto, realizada no cólon. Podendo, também, ser realizada na forma terminal ou em alça. 17 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 • Colostomia terminal: • Colostomia em alça: o Pode ser realizada transversostomia ou sigmoidostomia: o cólon transverso, assim como o cólon sigmóide, são móveis (naturalmente soltos). Entretanto, no cólon ascendente e no cólon descendente, eles são fixos com o peritônio, dificultando sua mobilização para a ostomia em alça, embora seja possível soltar/ dissecar o peritônio. Clínica: paciente com tumor na região sigmóide e necessitou de cirurgia de ressecção da área do cólon com o tumor, ficando com uma borda proximal e uma distal. • Nesse caso, fez-se então uma colostomia proximal e suturou-se o coto distal. o Ainda, paciente com fisiologia alterada (sepse, desnutrição severa, quadro infeccioso, diabético descompensado) não há a possibilidade de se submeter o paciente a uma anastomose, isso pode ocorrer porque a inflamação é tão intensa que compromete as bordas (edema) provocando má cicatrização, não ocorrendo então a realização da anastomose.**Caso for feito uma anastomose com o paciente nesse estado, há a formação de fístulas com abertura dos pontos. Optando-se, portanto, por uma colostomia proximal → cirurgia de Hartmann (Imagem / “sepultamento” do coto distal). Na cirurgia do intestino grosso existe uma dificuldade maior de cicatrização, por possuir uma parede mais fina se comparado ao intestino delgado, com menos vascularização, tendo maior probabilidade de fístula dado que o intestino delgado tem uma parede muscular e uma mucosa mais espessa além de mais vascularização, mais rico em nutrientes e mais fácil quanto a cicatrização. **Portanto, sempre que puder optar por qual local mexer e realizar sutura opta-se pelo intestino delgado devido sua melhor cicatrização. • Ainda, quando se faz uma cirurgia no colo deve-se sempre respeitar sua parte vascular (irrigação → artéria cólica direita, artéria cólica média, artéria cólica esquerda e vasos sigmóides, além da artéria retal superior) para que, na hora de ressecar o intestino, tenha-se duas bordas bem nutridas para que se possa realizar o fechamento. Locais de colostomias Depende do problema que o paciente tem. 18 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 • Colostomia transversa (transversostomia): o Sempre realizada em alça. Realizada mais lateralmente e não medialmente ao abdome devido a presença da artéria cólica média. ▪ É realizada em alça por ter a mesma finalidade da ileostomia terminal, ou seja, é aquele paciente que tinha o tumor no cólon e que há uma grandeprobabilidade da anastomose fistulizar, portanto, realiza-se a colostomia transversa em alça protetiva, para desviar o trânsito e diminuir a probabilidade de fistulização. ▪ A diferença da transversostomia para a ileostomia é que uma é realizada no cólon e a outra no íleo, vista principalmente na cicatrização, o íleo é intestino delgado (melhor cicatrização), apesar disso, tem-se uma boa cicatrização no cólon transverso também . o Usa-se um bastãozinho, assim como na ileostomia, para que todo conteúdo vindo de forma proximal saia e não volte para o distal, desviando o trânsito intestinal. O conteúdo que passa em alça acaba saindo para a bolsa, nada volta. • Colostomia no cólon ascendente: o É raro o procedimento ser realizado no cólon ascendente, não sendo praticamente feito. • Colostomia no cólon descendente: o Geralmente realiza-se a colostomia terminal. ** Cirurgia de Hartmann (que é a colostomia terminal com fechamento do coto distal). ▪ Realizada em flanco esquerdo. ▪ Colostomia de Hartmann: ▪ Mais utilizada em emergências e muito segura. **Realizada no cólon esquerdo. Imagem: aspecto final da colostomia de Hartmann, com uma placa na bolsa que é colada na pele. 19 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 • Como é feito o fechamento: paciente vai ser tratado, realização de quimioterapia com melhora da alimentação (estado nutricional adequado) → após 4 meses → bem recuperado/ nutrido, em boas condições clínicas, desejando fazer o fechamento da colonoscopia. o Faz-se então uma laparotomia mediana (abertura do abdome), pega-se a boca da ostomia e leva-se até o reto, unindo-a com uma anastomose. ▪ **Por isso, quando há a possibilidade de realizar a colostomia em alça, a hora do fechamento é realizada de forma mais fácil, não necessitando de uma laparotomia mediana (a invés de ter realizado a colostomia terminal poderia ter-se feito uma anastomose desse cólon com o coto retal mas as condições do paciente eram ruins, então posso anastomosar o cólon com o reto e, devido então ao estado clínico do paciente (com grande possibilidade de fistulização), tem como opção, além dessa anastomose, uma ileostomia em alça, com o intuito de cortar o trânsito do intestino, para que o alimento e o bolo fecal não cheguem até a anastomose, sendo uma ileostomia protetiva ( que é uma ileostomia para proteger a anastomose e diminuir a chance de que ocorra uma fístula). **O paciente teria uma ileostomia igual, entretanto, o fechamento acaba sendo mais fácil, sem laparotomia e a anastomose posteriormente, que acabaria sendo uma cirurgia muito maior. ▪ Ainda, alguns pacientes não consegue esse fechamento por serem pacientes que passaram por algum tipo de câncer do abdome, aderências, desnutrição. Por isso, cerca de 50% dos pacientes consegue e os outros 50% não, permanecendo com a bolsa de ostomia de forma permanente. • Sigmoidostomia: colostomia no cólon sigmóide: o Realizada em alça. ▪ Realizada dessa forma devido ser geralmente um paciente com tumor obstruído, com cirurgia de urgência e paciente em más condições. Portanto, puxa-se a alça de intestino do cólon sigmóide e faz-se uma colostomia em alça, desviando o trânsito do intestino. ▪ Assim, o paciente consegue se alimentar e tratar a infecção, melhorando o distúrbio hidroeletrolítico e, posteriormente, realizar a cirurgia definitiva. • Colostomia em dupla boca (em “boca de espingarda”): o Em raras vezes, consegue-se dissecar o tumor e trazer os dois cotos (bocas) para a pele, realizando as duas ostomias juntas, na mesma abertura da pele. ▪ Não realiza-se anastomose devido às condições do paciente não permitirem, não deixando, ainda, o coto distal fechado internamente porque se tivesse a situação de cirurgia de Hartmann, no momento em que o paciente estivesse em boas condições e fosse necessário reconstruir o trânsito intestinal, seria necessário a laparotomia mediana para realizar o acesso a essa borda. ▪ **Nesse caso, já colou-se as duas bordas externamente, não sendo necessário, posteriormente, a realização da laparotomia no paciente, assim, apenas resseca-se a borda, soltando-as e emendando-as uma na outra (anastomose) e as solta internamente, na cavidade abdominal (como na ileostomia em alça). **Entretanto, isso é pouco frequente, nem sempre consegue-se fazer dessa maneira. 20 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Quando realiza-se colostomia faz-se, preferencialmente, através do músculo reto do abdome, uma vez que esse funciona como um esfíncter (não funciona exatamente como, mas consegue controlar um pouco para que se tenha um pouco de continência na ostomia). Ainda, necessário controlar para que a ostomia não fique em um local de prega cutânea, principalmente em pacientes mais gordinhos, uma vez que, quando o paciente senta, a bolsinha se solta/ descola, por isso, importante cuidar para posicionar de forma a ficar confortável e bem ajustada para o paciente, melhorando sua qualidade de vida (importante colocar em um local onde a bolsa de ostomia grude bem, que não tenha osso por perto, logo, longe da espinha ilíaca ântero superior, para que a placa fique bem ajustada). Via de regra, posiciona-se no flanco esquerdo, região epigástrica esquerda ou direita. **A maioria é realizada no quadrante inferior esquerdo ou quadrante superior direito, longe de superfícies ósseas e de pregas cutâneas. Cuidando para deixar a ostomia sem tensão, bem ajustada ao intestino, suturação com bordos bem vascularizados (caso contrário pode necrosar as bordas, bem como descolar e acabar entrar para o abdome, sendo uma complicação possível da ostomia). ** Levanta-se a pele, rebate a gordura, expõe o músculo reto do abdome e, posteriormente abre a musculatura do músculo reto, dilata e, através desse espaço traz o intestino separando um segmento bem vascularizado, desbrida-se os bordos e então faz-se as suturas da borda do intestino na pele. **Imagem: cirurgia de Hartmann, colostomia proximal e fechamento do coto distal. Resumindo • Dependendo então da finalidade, se é um paciente com tumor e desejo retirá-lo já com anastomose, entretanto, após a anastomose não estou bem seguro quanto às boas condições do paciente e a probabilidade de fistulização, nesse paciente pode ser feito uma colostomia em alça ou uma ileostomia em alça, para proteger essa anastomose até que o paciente cicatrize bem essa anastomose (que é mais difícil de cicatrizar). Após 2 ou 3 meses e está bem cicatrizada e o paciente bem recuperado, fecha-se a ileostomia em alça sem ser necessário mexer em todo o abdome do paciente novamente, sendo essa portanto, a grande vantagem das ileostomias em alça ou transversostomia (colostomia) em alça. • Já o paciente que tinha o tumor e não fez esse tipo de anastomose primária, ele vai ter 50% de chances posteriormente de fechar a ostomia, bem como, 50% de chances de ter colostomia permanentemente. o Sempre que puder ser feito a anastomose primária é preferível, principalmente por saber que metade dos pacientes permaneceram com as bolsas de colostomia para o resto da vida. 21 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 Duodenostomia • Realizado principalmente em situações críticas e de trauma, como trauma complexo em torno da cabeça do pâncreas, ou envolvendo duodeno e cabeça do pâncreas → dificuldade na cicatrização → cirurgia mais conservadora o possível. o Colocação de uma sonda exteriorizando-a para que as secreções (íleo pancreático) sejam derivadas para fora de forma a facilitar a cicatrização. Coledocostomia Abertura cirúrgica para drenagem de um canal biliar com sutura à pele do abdome. Colecistectomia Derivação da vesícula biliar em casos muito pouco frequentes de colecistites mais grave s(sonda na vesícula para drená-la). **Derivação urinária: paciente que teve tumor de bexiga: • Paciente perdeu a bexigadevido a um tumor: o Pega-se/ recorta-se um pedaço de alça intestinal e conecta-se os ureteres no segmento de intestino para que funcione como se fosse uma bexiga, e a urina saia através de uma ostomia (urostomia). ** Esofagostomia: pouco frequente, realizada em situações de trauma de esôfago com necessidade de desvio para tratamento quanto a mediastinite ou ainda em situações de tumor (muito raramente). • Secciona-se o esôfafo com a exteriorização do coto proximal e o distal fechado, ou, ainda, ressecamento do esôfago em algumas vezes (esofagostomia).
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