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Cirurgias de Esôfago e Traqueia

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➢ A tricotomia é normalmente um pouco 
maior, pois a incisão pode ser desde a 
laringe até a entrada do tórax 
 
CIRURGIAS DE ESÔFAGO 
ANATOMIA 
→Tanto traqueia quanto esôfago passam pela 
região cervical, mas vão ao tórax, podendo o 
acesso ser cervical ou torácico 
→O esterno hioideo vai do esterno até a parte do 
osso hioide, ou seja, da laringe, sendo que nele é 
feita a separação bem na rafe com a tesoura de 
Metzembaum e abaixo dele já está a traqueia 
→A traqueia é mais ventral que o esôfago e para 
acesso deste, deve lateralizá-la 
→O esôfago da região cervical está mais para o 
lado esquerdo e o esôfago da região torácica 
cranial também continua do lado esquerdo, mas 
na base cardíaca, está do lado direito, pois o 
coração a empurra para o outro lado e depois 
ele tende a voltar um pouco para a linha média 
(é feita a toracotomia intercostal do lado direito 
para acessa-lo) 
 Os esôfagos cranial e caudal são visíveis 
do lado esquerdo, enquanto o esôfago 
na base cardíaca não, pois está 
lateralizado para o outro lado e devido 
ao arco aórtico presente na região 
→A traqueia fica mais ventral ao esôfago, sendo 
que ele fica na região mais caudal, ou seja, mais 
ventral à artéria aorta e nessa região existe o 
nervo vago (dividido em ramos dorsal e ventral), 
nervo frênico, nervo aórtico, emissão dos ramos 
braquicefálicos e da artéria subclávia esquerda, 
aorta descendente, coração, pulmões, 
mediastino, hemitórax direito para o esquerdo 
(nos cães e gatos é permeável para ar e líquidos, 
então, quando o tórax é aberto, ocorre perda de 
pressão negativa e o paciente para de ventilar, 
sendo necessária a instituição de ventilação 
controlada, manual ou mecânica) 
→Órgão com uma cicatrização um pouco mais 
difícil, pois não possui serosa, apenas adventícia, 
portanto, a selagem para a cicatrização é mais 
lenta 
→Submucosa é a estrutura de sustentação da 
sutura 
 Formada por mucosa, submucosa, 
camada muscular e adventícia 
→Irrigação segmentar (dependendo da posição 
do esôfago, uma parte da vascularização é feita, 
podendo dificultar a cicatrização) 
→Reconstrução (o ideal é fazer em 2 camadas, 
sendo que a 1ª pega mucosa e submucosa e a 
2ª pega muscular e adventícia) 
 
VASCULARIZAÇÃO 
→Depende do local em que é feita (por isso é 
chamada de segmentar, pois cada segmento 
tem sua vascularização própria) 
 Esôfago cervical: artéria tireóidea cranial 
e caudal e porção da artéria 
broncoesofágica 
 Esôfago torácico cranial: artéria 
broncoesofágica 
 Esôfago torácico médio (base cardíaca): 
ramos aórtico e intercostal 
 Esôfago torácico caudal (região 
abdominal): porção da artéria gástrica 
esquerda 
 
TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
→Esofagotomia: abertura, normalmente para 
remoção de corpo estranho ou biopsia de 
mucosa 
→Faringostomia: abertura de óstio na faringe, 
utilizada para colocação de sonda, mas ela é 
mais fácil de ser realizada que a esofagostomia 
que é sua evolução 
→Esofagostomia: abertura d enovo óstio, 
geralmente quando se quer colocar sonda 
esofágica 
→Esofagectomia: remoção do esôfago, não 
sendo possível fazer total, pois não há como 
emenda-lo com a orofaringe, devendo fazê-la 
de forma parcial 
 
CICATRIZAÇÃO DO ESÔFAGO 
→Movimento constante (alimento passa 
constantemente pelo esôfago) 
→Ausência de serosa 
→Ausência de omento (no abdômen o omento 
ajuda nessa cicatrização, pois consegue 
vascularização a mais e vedação) 
→Irrigação sanguínea segmentar 
OBS: por possuir cicatrização mais lenta que os 
demais órgãos, em casos de corpo estranho, se 
não for pontiagudo, cortante ou possuir risco de 
laceração de mucosas, é preferível que se faça 
gastrotomia para sua retirada 
 
SINAIS CLÍNICOS DAS ESOFAGOPATIAS 
→Vomito (é um reflexo, com ativação do centro 
do vômito, sendo que o paciente demonstra 
mimica do vômito com movimentos abdominais, 
salivação pelo desconforto e o alimento já está 
digerido e com odor característico) x 
regurgitação (é um alimento mais inteiro, que só 
chegou até a orofaringe, sendo esta a mais 
comum de ocorrer nas esofagopatias) 
 Pode haver vomito dependendo do grau 
de dor que o animal estará sentindo, pois 
esta irá ativar o centro do vômito 
→Disfagia (dificuldade para se alimentar) 
→Apetite: voraz, normal ou diminuído 
→Emaciação progressiva (OP) – come o 
suficiente para se manter vivo, mas começa a 
emagrecer (principalmente em casos mais 
crônicos, como obstrução ou estenoses maiores) 
→Tosse, estertores pulmonares, corrimento nasal 
mucopurulento (sinal respiratório, pois pode haver 
aspiração, fazendo pneumonia por aspiração), 
além de também poder ter corpo estranho que 
perfurou e atingiu a traqueia 
 
PRÉ-CIRURGICO 
→Tratar antes possíveis pneumonias aspirativas, 
esofagites e desnutrição (avaliar a possibilidade 
de sondagem gástrica para melhorara a 
condição do paciente para que ele aguente o 
procedimento) 
→Limitação de alimentos 12-18h e 4-8h 
(dependendo do que está acontecendo) 
→Protetores do TGI, antieméticos, hidratação e 
ATB (se necessário – paciente com pneumonia 
por aspiração deve-se entrar para o trato 
respiratório, para tratar a infecção, para depois 
operá-lo e, dependendo do que tenha no 
esôfago pode-se fazer ATB profilático o 
terapêutico depois) 
 
INDICAÇÕES 
→Obstrução: neoplasias, estenoses, corpos 
estranhos 
→Pontos de obstrução (têm em comum serem 
áreas mais estreitas e, por isso tendem a obstruir) 
 Entrada torácica 
 Base do coração 
 Proximal ao cárdia 
→Sinais de obstrução: apatia, desidratação, 
regurgitação, salivação, disfagia, anorexia e dor 
 O paciente pode estar comendo, mas 
apenas liquido passa (quanto mais 
obstruído, piores os sintomas) 
 
TRATAMENTOS 
→Se tiver um corpo estranho que não seja 
pontiagudo e que não esteja aderido, pode-se 
tentar leva-lo para o estômago e fazer 
gastrotomia para evitar esofagotomia ou retirá-lo 
com endoscopia 
→Pode também ser feita uma retração com 
balão entrando com um fechado, infla e tenta 
trazer o corpo estranho para fora (se estiver 
aderido ou for pontiagudo/irregular pode romper 
o esôfago e causar hemorragia) 
 
ACESSO CIRÚRGICO 
→Cervical 
 Coloca-se um acolchoado abaixo da 
região do pescoço 
 É feita tricotomia da face do paciente até 
o tórax cranial (acesso da parte da 
laringe até o manúbrio) 
 Abertura de pele e subcutâneo com 
bisturi e faz hemostasia e já são 
localizados os músculos esterno hioideo e 
em sua rafe é feita a separação 
(normalmente erguendo e separando 
com a tesoura de Metzembaum), logo 
baixo já se tem a traqueia 
 A traqueia é lateralizada para o lado 
direito para acessar o esôfago (lembrar 
que bilateralmente existe a bainha 
carotídea, sendo que a jugular interna e o 
nervo vago fazem parte dela, além de 
que perto da traqueia existe o nervo 
laringorecororente, devendo tomar 
bastante cuidado e a glândula tireoide e 
artéria tireóidea cranial) e a bainha 
carotídea pode ser lateralizada para o 
lado esquerdo 
 Para o fechamento solta tudo e faz uma 
simples continua no esterno hioideo, 
lavagem e intradérmica além da sutura 
de pele (PIS, Wolf) 
→Torácico 
 Prefere-se a toracotomia lateral 
intercostal, pois a esternotomia precisa 
serrar as esternébras e tracionar o esterno, 
sendo muito dolorosa, apesar de permitir 
melhor acesso, mas não é necessária 
 É preciso saber qual lado e qual espaço 
intercostal será utilizado 
 O animal é posicionado em decúbito 
lateral 
 Esôfago torácico cranial: acesso no 3º ou 
4º espaço intercostal do lado esquerdo 
o Abertura de pele e subcutâneo, 
depois há o musculo grande dorsal 
(lembrar que o nervo torácico lateral 
passa por ali, não devendo rompê-lo), 
com a tesoura de Mayo, secciona, 
depois faz a abertura do musculo 
serrátil ventral, musculo escaleno e 
logo depois as costelas já estarão 
sendo vistaso Após isso, é necessário abrir o musculo 
intercostal externo e o interno, sendo 
que no 1º as fibras vão em direção da 
borda caudal da costela cranial para 
a borda cranial da costela caudal, em 
sentido dorsoventral e no 2º faz o 
contrário, vindo da borda cranial da 
costela caudal para a borda caudal 
da costela cranial em sentido 
dorsoventral 
o Não deve ser aberto com bisturi, pois 
está aderido a pleura e se rompê-la e 
o paciente estiver respirando, o 
pulmão automaticamente vai para 
fora e pode ser seccionado sem 
querer (deve esperar o paciente 
expirar para cortar, faz punção om o 
bisturi e depois abre o resto com a 
tesoura) 
 Esôfago torácico caudal: lado esquerdo 
 Base do coração: lado direito, no 4º ou 5º 
espaço intercostal 
o Incisão de pele, subcutâneo, musculo 
grande dorsal (já está retraído), 
musculo serrátil ventral, escaleno e 
musculo obliquo abdominal externo e 
interno 
o Ao visualizar as costelas, faz-se a 
abertura do tórax e, em seguida tem-
se a visão do esôfago e traqueia (o 
acesso a traqueia pelo lado direito 
permite visualização de toda a 
traqueia torácica, nervo vago, veia 
ázigos, veia cava caudal, veia cava 
cranial, veia costocervical, artéria e 
eia torácicas internas que são ramos 
da artéria subclávia direita e a base 
do coração) 
 No acesso entre as costelas, não se deve 
fazer um acesso muito colado à costela 
cranial, pois passam artéria e veia 
intercostais por ela de forma caudal, 
portanto, a incisão deve ser no terço 
médio 
 O aceso é feito desde perto do ângulo da 
costela até a junção costocondral, 
lembrando que nessa posição já passa a 
artéria torácica interna, portanto, se 
incisão descer mais corre o perigo de 
rompê-la 
→Abdominal 
 Celiotomia na linha media ventral 
 Posição pré-umbilical, pois deve ser o mais 
cranial possível, antes de chegar ao 
estômago 
 
ESOFAGOTOMIA 
→Esofagorrafia: fechamento da mucosa e 
submucosa com sutra isolada Swift para que o nó 
fique intraluminal e de preferência com fios 
absorvíveis sintéticos de longa duração, já que o 
esôfago tem dificuldade de cicatrização 
 Na camada muscular e adventícia é feito 
o PIS para que os pontos fiquem 
extraluminais com fio absorvível sintético, 
mas se não tiver pode-se utilizar o 
polipropileno ou nylon 
→Reconstrução esofágica (técnicas de suporte e 
tamponamento – utilização de estruturas para a 
omentalização através de um flap colocado sob 
o defeito e vários pontos em Wolff com fio 
absorvível sintético de preferência) 
 Músculo esternocefálico (cervical) 
 Músculo esternotireoideo (cervical) 
 Músculos intercostais (torácico) 
 Pericárdio (base do coração) 
 Diafragma (abdominal) 
 Omento (abdominal) 
→Material de sutura: a reconstrução exige um 
material como os absorvíveis sintéticos de longa 
duração (poligliconato, polidiaxonona, além de 
também poder utilizar a poliglactina 910) 
 Podem também ser utilizados os fios 
inabsorvíveis como nylon ou 
polipropileno, que são mais inertes, 
causando menor reação 
 O fechamento após o procedimento é 
feito com fio absorvível e sutura simples 
continua no musculo esterno hioideo, 
além de também utilizar fio absorvível no 
subcutâneo, podendo ser feita a sutura 
em zig-zag e sutura de pele em PIS ou 
Wolff 
 
→Complicações 
 Deiscência 
 Perfuração 
 Fistulação (pode ocorrer com a traqueia 
quando há algum corpo estranho) 
 Choque séptico e óbito (dependendo da 
infecção) 
 
FARINGOSTOMIA 
→Abertura de novo óstio na faringe 
→Técnica bastante utilizada, mas por possuir 
bastante complicações, começou-se a utilizar a 
esofagostomia no lugar dela 
→Indicações: 
 Fornecer suplementação nutricional a 
pacientes anoréxicos 
 Pacientes incapazes ou avessos a 
alimentação oral (fenda palatina que 
acaba aspirando o alimento, fraturas de 
maxila ou mandíbula, neoplasia oral, ou 
em situações em que não se deseja que o 
alimento passe pela cavidade oral) 
→Contra indicação: 
 Disfunção esofágica primaria ou 
secundaria, pois se colocar na faringe irá 
passar pelo esôfago (em casos em que 
não se deseja que passe pelo esôfago, 
faz-se uma gastrostomia - após remoção 
de corpo estranho, esofagite ou 
megaesôfago) 
 Após remoção de corpo estranho, 
esofagite ou megaesôfago 
→Complicações 
 Obstrução parcial das vias aéreas (pois 
está muito próximo ao osso hioide) 
 Tosse por desconforto 
 Vômitos 
 Esofagite de refluxo 
 
→Técnica 
 Técnica simples, devendo o paciente 
estar bem sedado, ou com uma leve 
indução 
 Abertura da cavidade, palpação do osso 
hioide e, logo atras dele, já é o ponto 
onde se faz a incisão 
 Após a palpação, com o dedo mesmo, 
introduz-se uma pinça de Rochester Pean 
ou Carmalt mais longa e a empurra onde 
fará a incisão com o bisturi de pele e 
subcutâneo da faringe e, ao chegar na 
pinça, seleciona uma sonda de calibre 20 
a 24, não devendo inseri-la mais que o 8º 
espaço intercostal, para saber que não 
chegou ao cárdia (se chegar ao 
estômago o cárdia fica fechado 
causando um refluxo, podendo causar 
esofagite depois) 
 A sonda é presa com a pinça, trazida de 
volta a cavidade oral e é reintroduzida 
para dentro da boca, direto ao esôfago 
 A fixação da sonda é feita com a 
sapatilha romana (com um PIS ou Wolff na 
ferida ao redor da sonda, faz uma alça 
para que quando retirar o ponto ele ficar 
e soltar toda a sonda e faz a sapatilha 
romana) 
 Coloca-se uma gaze com iodo tópico 
para proteção contra infecção, enfaixa e 
o paciente deve ficar com colar para que 
não arranque a sonda 
 
ESOFAGOSTOMIA 
→Criação de novo óstio no esôfago médio 
→Indicações 
 Fornecer suplementação nutricional a 
pacientes anoréxicos 
 Pacientes incapazes ou avessos a 
alimentação oral (fenda palatina que 
acaba aspirando o alimento, fraturas de 
maxila ou mandíbula, neoplasia oral, ou 
em situações em que não se deseja que o 
alimento passe pela cavidade oral) 
→Vantagens 
 Facilidade de aplicação 
 Aceitação dos pacientes 
 Permite sonda de maior calibre para a 
faringe, já que vai direto ao esôfago 
 Capacidade de comer e beber com a 
sonda 
 Permite a remoção de qualquer 
momento 
 Elimina tosse, laringoespasmo, obstrução 
parcial das vias aéreas (faringostomia) 
→Técnica 
 Palpa o osso hioide e vai até onde 
conseguir para trás dele entrando com a 
pinça (caudal à laringe) e faz o mesmo 
procedimento da faringostomia 
 Sonda de calibre 16 a 24, atras da faringe, 
caudal, até o 7º ou 8º espaço intercostal 
OBS 1: existe um dispositivo EDL que é uma sonda 
que possui um trocarte junto, não necessitando 
de um bisturi para a incisão. Vem com o trocarte, 
palpa para saber onde está o osso hioide, mais 
para frente vai com o dispositivo e aciona esse 
trocarte, que secciona. Ele é então puxado de 
volta e é emendado com a sonda puxando 
novamente para dentro e o restante é igual. Esse 
dispositivo não é indicado para gatos, pois tem 
relatos de perfuração esofágica que acabou 
dando laceração maior. Existe também um 
aplicador de sonda de alimentação esofágica 
de Von Werther - técnica em etapa única, 
indicado para cães e gatos, que faz 
abaulamento na posição exata em que fará a 
incisão, passando a sonda por dentro 
OBS 2: a sonda esofágica pode ficar direto, mas 
deve ser trocada, pois existem pacientes 
terminais em que o tutor os alimenta de forma 
paliativa, apenas para uma sobrevida, mas deve 
ser trocada a cada 3 ou 4 meses. Logo que 
colocar a sonda deve-se avaliar o quanto de 
água e alimento o paciente precisa por dia, 
dividindo essas quantidades 
 
→Pós operatório 
 Colar elizabetano 
 Mantidas por semanas a meses 
 Limpeza e proteção da sonda 
periodicamente (pelo menos a cada 48h) 
 Não necessita sutura após a remoção da 
sonda 
→Complicações 
 Fácil remoção pelo paciente 
 Vômito dasonda 
 Mastigação da extremidade 
 Ruptura de esôfago (raro) 
 Esofagite de refluxo (relacionada a 
posição da sonda, que deve ficar até o 7º 
ou 8º EIC) 
 Lesões esofágicas 
 
ESOFAGECTOMIA PARCIAL 
→Indicações 
 Remoção de segmentos desvitalizados 
 Massas neoplásicas 
 Estenoses benignas que não foram 
resolvidas (uma das formas de resolvê-las 
é o uso do cateter balão que é inflado 
com o animal anestesiado 3x em um 
intervalo de 3min e na semana seguinte 
faz o mesmo – nas situações em que a 
estenose continua pode ser necessário 
fazer a ressecção e anastomose 
esofágica) 
→20-50% do esôfago pode ser removido, apesar 
disso, percebe-se que acima de 5cm há risco de 
deiscência 
→3-5cm é seguro e acima disso é indicado a 
miotomia parcial, que é incisão de relaxamento 
→2-3cm cranial e caudal (miotomia parcial – 
incisão de relaxamento) 
→Técnica 
 Para o acesso, faz-se o mesmo utilizado 
para o acesso cervical na esofagotomia 
em relação a posição do pescoço 
 Após chegar ao esôfago, pode-se utilizar 
pinças atraumáticas, clamps intestinais ou 
o próprio dedo do auxiliar para fazer a 
contenção da ingesta (normalmente 
palpa, faz uma ordenha para retirar o 
conteúdo e coloca as pinças, clamps ou 
dedos) 
 A secção é feita (ideal é que seja em 
torno de 1 a 2cm de cada lado se for 
maligno e se for benigno 1cm já é 
suficiente), o tecido é retirado e é feita a 
anastomose 
 Pode-se fazer pontos de fixação para 
manipular o esôfago e não ficar pinçando 
(o ideal é fazê-los em 2 camadas, sendo 
elas mucosa e submucosa e os nós da 1ª 
camada tendem a ficar intraluminais e os 
da 2ª extraluminais) 
 Nesse caso é feita uma incisão de 
relaxamento (incisão circunferencial na 
face cranial e caudal de 2-3cm), fazendo 
a secção da adventícia e muscular, 
restando apenas mucosa e submucosa 
(quando a mucosa é seccionada, acaba 
relaxando, o que tira a tensão da sutura – 
por isso acima de 5cm de secção deve-se 
fazer a miotomia de relaxamento 
 Para o fechamento começa pela parte 
externa, pegando as camadas adventícia 
e muscular, necessitando que os nós 
fiquem extraluminais, sendo feito o Swift e 
nas camadas internas pega-se a mucosa 
e submucosa, necessitando que os nós 
fiquem intraluminais, sendo feito o PIS 
 Após a esofagectomia pode-se usar flaps 
da esofagotomia, importantes para a 
vascularização e vedação 
→Pós-operatório 
 Analgésicos (quando na região cervical, 
geralmente apenas um anti-inflamatório + 
dipirona são suficientes, mas será avaliado 
a necessidade de um opioide, como por 
exemplo quando mexe em abdômen e 
tórax) 
 Evitar alimento oral por 24-48h (quando for 
apenas esofagotomia, normalmente o 
animal não fica sem alimento e o que se 
faz é que o paciente volta da anestesia, 
aguarda 6h, depois dela é oferecida 
água e, se aceitar bem a água, depois 
dessas 6h inicia com alimentação liquida 
 Início gradual da alimentação (liquida, 
pastosa e normal) 
 Continuar tratando esofagite ou 
pneumonia se necessário (associar uso de 
ATB por esofagotomia ou esofagectomia 
normalmente de forma profilática, mas 
deve avaliar a situação do paciente) 
→Complicações 
 Deiscência de pontos (associada a 
ausência de serosa, por isso são utilizados 
os flaps para ajudar a vascularização) 
 Vazamento do conteúdo alimentar 
(associada a tensão da sutura, devendo, 
portanto, tirar o suficiente, mas fazendo a 
miotomia se necessário, além de também 
poder estar associado a movimentação 
do alimento) 
 Estenose esofágica (pode ser gerada pela 
dificuldade de cicatrização, por isso que, 
quando possível evita-se fazer a 
esofagectomia – algumas literaturas 
indicam, ao invés do AINE, utilizar um 
corticoide para evitar a estenose, porém 
este atrasa a cicatrização) 
 
CIRURGIAS DE TRAQUEIA 
ANATOMIA 
→Tubo flexível, semirrígido 
→Estende-se da cartilagem cricóide ao brônquio 
principal, que fica entre a 4ª e 5ª vertebra 
torácica 
→Formada por cartilagens hialinas em forma de 
C, incompletas e fazem sua comunicação pelo 
ligamento traqueal dorsal/musculo traqueal 
dorsal/membrana traqueal dorsal 
→Unidas ventral e lateralmente pelos ligamentos 
anulares 
→As cartilagens de cães e gatos variam de 35 a 
45, sendo que nos gatos, normalmente são 40 
anéis 
→Existe um tecido conjuntivo frouxo que circunda 
a traqueia, chamado de pedículos laterais 
→Vasos e nervos suprem segmentos da traqueia, 
constituídos pelas artérias e veias tireóideas 
cranial e caudal, veias jugulares externas que 
vêm da bainha carotídea e artéria e veia 
broncoesofagianas e veias jugulares internas 
→Inervação fornecida pelo SNA, possuindo o 
nervo vago e o nervo laringorecorrente, que 
passa rente à laringe e, se este for lesionado 
pode ocorrer paralisia de laringe 
 Existem fibras parassimpáticas originadas 
tanto no gânglio cervical médio e do 
tronco parassimpático como nos nervos 
vago e laringorrecorrente, que causam 
contração traqueal e secreções 
glandulares 
 
TÉCNICAS CIRÚRGICAS 
→Traqueotomia: incisão na traqueia 
→Traqueostomia: abertura de óstio 
 Temporária 
 Permanente 
→Ressecção e anastomose traqueal 
 
PRÉ-OPERATÓRIO 
→Tratar dispneia é muito importante, geralmente 
sendo necessário colocar no oxigênio, uma 
sonda nasal, etc (muitas vezes associar a um 
corticoide para fazer com que respire melhor, 
pois é broncodilatador) 
→O2 
→Estabilizar o paciente e tratar complicações 
 Paciente com pneumonia, traqueite, etc 
 
TRAQUEOTOMIA 
→Indicações 
 Remoção de corpo estranho 
 Coleta de amostras 
 Facilitar fluxo aéreo (paciente com 
edema de glote e não consegue respirar, 
faz-se uma traqueotomia e depois uma 
traqueostomia temporária – o fato de 
abrir é traqueotomia e, a partir do 
momento me que se coloca uma sonda, 
já que traqueostomia) 
→Incisão 
 Horizontal: entre os anéis 
 Vertical 
 
→Acesso cirúrgico 
 Traqueia cervical: mesmo do esôfago 
cervical, mas quando se faz a incisão no 
musculo esternohioideo, 
automaticamente a traqueia aparece 
(em situações de emergência, pega-se o 
pescoço do paciente e empurra a 
traqueia para frente, segurando na mão e 
fazendo a incisão, pois dessa fora afasta 
todas as estruturas nobres, pois consegue 
puxa-la) 
 Traqueia torácica: semelhante ao 
esôfago, mas está mais ventral a ele (o 
esôfago fica dorsal a ela) 
 
TRAQUEOSTOMIA 
→Indicações 
 Urgências (obstruções das vias aéreas 
superiores; picadas por peçonha, que 
pode causar edema de glote; 
traumatismo; neoplasia; edema pós 
cirúrgico) 
 Faringoscopia retrograda (precisa ver a 
faringe, mas há uma neoplasia, não 
sendo possível entrar pela cavidade oral, 
devendo então, entrar pela traqueia) 
 Intubação endotraqueal (nos casos em 
que não é possível fazer pela cavidade 
oral) 
 Corpo estranho na traqueia ou brônquios 
 
→Traqueostomia temporária: quando faz com a 
sonda por um tempo 
 Indicações: proporcionar via de fluxo 
alternativa durante a cirurgia; 
procedimento de emergência (animal 
dispneico) 
 Existem sondas próprias que são mais 
curtas e, durante os procedimentos, o 
ideal é que tenham balonete para ser 
inflado 
o O ideal é que a sonda não ocupe 
toda a luz da traqueia, mas apenas 
1/3 da luz, para que o paciente possa 
ventilar por fora dela, porém durante 
o procedimento é necessário que infle 
o balonete, principalmente em 
anestesia inalatória, para que respire 
por ali 
o Quando não tiver sonda de 
traqueostomia, pode-se utilizar um 
endotraqueal, mas deve cortá-la para 
que seja introduzida em pequena 
parte, pois se for por completo acaba 
fazendo intubação seletiva 
 É feita uma incisão horizontal e secção de 
parte do anel cranial e caudal para 
facilitar a colocação, podendo passar um 
fio nesse anel e no outro 
o É vantajoso deixar o fio, pois a sonda 
pode obstruir e é possível puxá-la,empurrar a estrutura com a própria 
sonda e coloca-la de volta 
 Após a colocação da sonda é feito um 
fechamento temporário do esterno 
hioideo, pele e subcutâneo ao redor, 
para ficar apenas o buraco dela, não 
ficando visível 
 
→Traqueostomia permanente: em situações em 
que o paciente não tem mais patência, como 
em neoplasias de sistema respiratório superior, 
que não permite a passagem de ar, podendo ela 
ser tanto de faringe, como de laringe 
 Criação de um estoma na parede 
traqueal, com a sutura da mucosa 
traqueal na pele, ou seja, abertura de um 
novo óstio de forma definitiva 
 Indicações: obstruções respiratórias 
superiores com desconforto respiratório 
moderado a intenso (situações em que 
impedem o fluxo de ar, sendo necessário 
fornecer um novo caminho de ar de 
forma permanente) 
o Estenose laringeana ou traqueal 
o Paralisia da laringe 
o Trauma das vias aéreas superiores 
o Neoplasias 
 Para realiza-la, faz o mesmo acesso, 
tomando cuidado com a divulsão e passa 
um ponto de Wolff que liga o musculo 
esterno hioideo ao lado esquerdo ao lado 
direito para empurrar a traqueia mais 
ventralmente e diminuir a tensão 
 Após a colocação dos pontos, faz a 
secção dos anéis (não é ideal que se tire 
todo o anel, apenas 2/3, pois parte deles 
é musculo, fazendo com que a estrutura 
fique muito frouxa) em forma de I para 
tentar aproveitar a mucosa 
 Depois disso começa a suturar a mucosa 
com a pele, sendo com uma sutura 
continua mais interessante para que os 
fios não fiquem para fora e com 
polipropileno (menos reagente) ou 
polidiaxonona 
 Existem outras técnicas, podendo fazer 
uma incisão circular, abertura da 
cartilagem fixando-a em si mesma 
 Cuidados pós-operatórios: limpeza, aparar 
pelos, pomadas e vaselina, cuidado com 
aspiração de corpos estranhos (telas), 
evitar água 
 
→Ressecção e anastomose traqueal: 
 Indicações: remoção de tumores, traumas 
severos, estenoses severas 
 20-50% da traqueia pode ser removida, ou 
seja, de 8-10 anéis, mas a partir do 
momento me que se aumenta a 
quantidade de anéis a serem removidos, 
a tensão também aumenta e há maior 
chance de deiscência 
 Técnicas 
o Divisão da cartilagem: secção da 
cartilagem da parte cranial e caudal, 
sendo que depois faz a sutura de uma 
cartilagem com a outra (mais 
utilizada) 
o Incisão dos ligamentos anulares que 
ficam entre as cartilagens: depois 
sutura ligamento com ligamento e 
sutura da traqueia 
o O acesso é o mesmo para a região 
cervical ou torácica, devendo 
divulsionar o mínimo possível, já que a 
vascularização e a inervação são nos 
pedículos laterais e muito próximas 
umas as outras 
o É feita a passagem de 2 fios de reparo 
nos anéis acima e abaixo da área de 
ressecção para dar sustentação para 
que seja possível movimentar (na hora 
que seccionar não corre o risco de 
separar demais) 
o A incisão é feita na cartilagem, 
remove uma parte e secciona o 
musculo traqueal e depois é feita sua 
anastomose 
o É necessário fazer pelo menos 3 
pontos pegando o anel acima e o 
anel abaixo para reduzir a tensão, 
sendo feito um lateral de cada lado e 
um cranial e depois é feito um PIS nos 
anéis 
o É utilizado, normalmente, um fio 
absorvível sintético, de preferência 
monofilamentoso, mas se não tiver o 
polipropileno pode ser utilizado 
(inabsorvível com pouca reatividade) 
e o fechamento é o mesmo já visto 
 
PÓS-OPERATÓRIO 
→Controlar recuperação anestésica 
(hemorragia, tosse, vomito, aspiração – menos 
traumática possível para menor inflamação) 
→É muito importante o uso de oxigênio e de 
corticoide (por conta do edema e para diminuir 
a quantidade de secreção, mesmo que atrase 
um pouco a cicatrização), não utilizando AINEs 
→Analgésicos 
→ATB (depende se há ou não infecção, mas 
como já há corticoide, acaba sendo pouco 
utilizado, sendo mais comumente usado de 
forma terapêutica, pois o corticoide além de 
atrasar a cicatrização, aumenta a chance de 
infecção) 
→Limpeza constante do tubo ou da 
traqueostomia 
 
COMPLICAÇÕES 
→Obstrução respiratória (edema, inchaço, 
muco) 
→Infecções 
→Lesão no nervo laringorecorrente (pode gerar 
espasmo laringeano, paralisia ou paresia 
laringeana) 
→Pneumonia por aspiração 
→Fístula traqueo-esofagiana (deve ter cuidado 
na manipulação para não traumatizar o tecido) 
→Vômitos, tosse, obstrução e deslocamento do 
tubo 
→Enfisema subcutâneo (se tiver perda de ar da 
traqueia para o subcutâneo) 
→Estenose traqueal (se fizer sutura com muita 
tensão) 
→Malácia traqueal (se traumatizar demais a 
traqueia, podendo gerar necrose dela) 
→Hemorragia 
→Mudança de voz (principalmente na 
traqueostomia definitiva, que acaba fazendo 
com que o ar não mais entre pela cavidade oral, 
mas sim pela traqueia, fazendo com que fique 
mais rouco, afônico) 
→Amolecimento da cartilagem (se houver 
excesso de secreção) 
→Deiscência (se os pontos estiverem muito 
apertados, se o tecido for muito traumatizado, se 
houver infecção) 
→Dispneia (dificuldade da entrada de ar pelo 
tubo ou por desconforto, devendo fornecer 
saturação de oxigênio adequada)

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