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➢ A tricotomia é normalmente um pouco maior, pois a incisão pode ser desde a laringe até a entrada do tórax CIRURGIAS DE ESÔFAGO ANATOMIA →Tanto traqueia quanto esôfago passam pela região cervical, mas vão ao tórax, podendo o acesso ser cervical ou torácico →O esterno hioideo vai do esterno até a parte do osso hioide, ou seja, da laringe, sendo que nele é feita a separação bem na rafe com a tesoura de Metzembaum e abaixo dele já está a traqueia →A traqueia é mais ventral que o esôfago e para acesso deste, deve lateralizá-la →O esôfago da região cervical está mais para o lado esquerdo e o esôfago da região torácica cranial também continua do lado esquerdo, mas na base cardíaca, está do lado direito, pois o coração a empurra para o outro lado e depois ele tende a voltar um pouco para a linha média (é feita a toracotomia intercostal do lado direito para acessa-lo) Os esôfagos cranial e caudal são visíveis do lado esquerdo, enquanto o esôfago na base cardíaca não, pois está lateralizado para o outro lado e devido ao arco aórtico presente na região →A traqueia fica mais ventral ao esôfago, sendo que ele fica na região mais caudal, ou seja, mais ventral à artéria aorta e nessa região existe o nervo vago (dividido em ramos dorsal e ventral), nervo frênico, nervo aórtico, emissão dos ramos braquicefálicos e da artéria subclávia esquerda, aorta descendente, coração, pulmões, mediastino, hemitórax direito para o esquerdo (nos cães e gatos é permeável para ar e líquidos, então, quando o tórax é aberto, ocorre perda de pressão negativa e o paciente para de ventilar, sendo necessária a instituição de ventilação controlada, manual ou mecânica) →Órgão com uma cicatrização um pouco mais difícil, pois não possui serosa, apenas adventícia, portanto, a selagem para a cicatrização é mais lenta →Submucosa é a estrutura de sustentação da sutura Formada por mucosa, submucosa, camada muscular e adventícia →Irrigação segmentar (dependendo da posição do esôfago, uma parte da vascularização é feita, podendo dificultar a cicatrização) →Reconstrução (o ideal é fazer em 2 camadas, sendo que a 1ª pega mucosa e submucosa e a 2ª pega muscular e adventícia) VASCULARIZAÇÃO →Depende do local em que é feita (por isso é chamada de segmentar, pois cada segmento tem sua vascularização própria) Esôfago cervical: artéria tireóidea cranial e caudal e porção da artéria broncoesofágica Esôfago torácico cranial: artéria broncoesofágica Esôfago torácico médio (base cardíaca): ramos aórtico e intercostal Esôfago torácico caudal (região abdominal): porção da artéria gástrica esquerda TÉCNICAS CIRÚRGICAS →Esofagotomia: abertura, normalmente para remoção de corpo estranho ou biopsia de mucosa →Faringostomia: abertura de óstio na faringe, utilizada para colocação de sonda, mas ela é mais fácil de ser realizada que a esofagostomia que é sua evolução →Esofagostomia: abertura d enovo óstio, geralmente quando se quer colocar sonda esofágica →Esofagectomia: remoção do esôfago, não sendo possível fazer total, pois não há como emenda-lo com a orofaringe, devendo fazê-la de forma parcial CICATRIZAÇÃO DO ESÔFAGO →Movimento constante (alimento passa constantemente pelo esôfago) →Ausência de serosa →Ausência de omento (no abdômen o omento ajuda nessa cicatrização, pois consegue vascularização a mais e vedação) →Irrigação sanguínea segmentar OBS: por possuir cicatrização mais lenta que os demais órgãos, em casos de corpo estranho, se não for pontiagudo, cortante ou possuir risco de laceração de mucosas, é preferível que se faça gastrotomia para sua retirada SINAIS CLÍNICOS DAS ESOFAGOPATIAS →Vomito (é um reflexo, com ativação do centro do vômito, sendo que o paciente demonstra mimica do vômito com movimentos abdominais, salivação pelo desconforto e o alimento já está digerido e com odor característico) x regurgitação (é um alimento mais inteiro, que só chegou até a orofaringe, sendo esta a mais comum de ocorrer nas esofagopatias) Pode haver vomito dependendo do grau de dor que o animal estará sentindo, pois esta irá ativar o centro do vômito →Disfagia (dificuldade para se alimentar) →Apetite: voraz, normal ou diminuído →Emaciação progressiva (OP) – come o suficiente para se manter vivo, mas começa a emagrecer (principalmente em casos mais crônicos, como obstrução ou estenoses maiores) →Tosse, estertores pulmonares, corrimento nasal mucopurulento (sinal respiratório, pois pode haver aspiração, fazendo pneumonia por aspiração), além de também poder ter corpo estranho que perfurou e atingiu a traqueia PRÉ-CIRURGICO →Tratar antes possíveis pneumonias aspirativas, esofagites e desnutrição (avaliar a possibilidade de sondagem gástrica para melhorara a condição do paciente para que ele aguente o procedimento) →Limitação de alimentos 12-18h e 4-8h (dependendo do que está acontecendo) →Protetores do TGI, antieméticos, hidratação e ATB (se necessário – paciente com pneumonia por aspiração deve-se entrar para o trato respiratório, para tratar a infecção, para depois operá-lo e, dependendo do que tenha no esôfago pode-se fazer ATB profilático o terapêutico depois) INDICAÇÕES →Obstrução: neoplasias, estenoses, corpos estranhos →Pontos de obstrução (têm em comum serem áreas mais estreitas e, por isso tendem a obstruir) Entrada torácica Base do coração Proximal ao cárdia →Sinais de obstrução: apatia, desidratação, regurgitação, salivação, disfagia, anorexia e dor O paciente pode estar comendo, mas apenas liquido passa (quanto mais obstruído, piores os sintomas) TRATAMENTOS →Se tiver um corpo estranho que não seja pontiagudo e que não esteja aderido, pode-se tentar leva-lo para o estômago e fazer gastrotomia para evitar esofagotomia ou retirá-lo com endoscopia →Pode também ser feita uma retração com balão entrando com um fechado, infla e tenta trazer o corpo estranho para fora (se estiver aderido ou for pontiagudo/irregular pode romper o esôfago e causar hemorragia) ACESSO CIRÚRGICO →Cervical Coloca-se um acolchoado abaixo da região do pescoço É feita tricotomia da face do paciente até o tórax cranial (acesso da parte da laringe até o manúbrio) Abertura de pele e subcutâneo com bisturi e faz hemostasia e já são localizados os músculos esterno hioideo e em sua rafe é feita a separação (normalmente erguendo e separando com a tesoura de Metzembaum), logo baixo já se tem a traqueia A traqueia é lateralizada para o lado direito para acessar o esôfago (lembrar que bilateralmente existe a bainha carotídea, sendo que a jugular interna e o nervo vago fazem parte dela, além de que perto da traqueia existe o nervo laringorecororente, devendo tomar bastante cuidado e a glândula tireoide e artéria tireóidea cranial) e a bainha carotídea pode ser lateralizada para o lado esquerdo Para o fechamento solta tudo e faz uma simples continua no esterno hioideo, lavagem e intradérmica além da sutura de pele (PIS, Wolf) →Torácico Prefere-se a toracotomia lateral intercostal, pois a esternotomia precisa serrar as esternébras e tracionar o esterno, sendo muito dolorosa, apesar de permitir melhor acesso, mas não é necessária É preciso saber qual lado e qual espaço intercostal será utilizado O animal é posicionado em decúbito lateral Esôfago torácico cranial: acesso no 3º ou 4º espaço intercostal do lado esquerdo o Abertura de pele e subcutâneo, depois há o musculo grande dorsal (lembrar que o nervo torácico lateral passa por ali, não devendo rompê-lo), com a tesoura de Mayo, secciona, depois faz a abertura do musculo serrátil ventral, musculo escaleno e logo depois as costelas já estarão sendo vistaso Após isso, é necessário abrir o musculo intercostal externo e o interno, sendo que no 1º as fibras vão em direção da borda caudal da costela cranial para a borda cranial da costela caudal, em sentido dorsoventral e no 2º faz o contrário, vindo da borda cranial da costela caudal para a borda caudal da costela cranial em sentido dorsoventral o Não deve ser aberto com bisturi, pois está aderido a pleura e se rompê-la e o paciente estiver respirando, o pulmão automaticamente vai para fora e pode ser seccionado sem querer (deve esperar o paciente expirar para cortar, faz punção om o bisturi e depois abre o resto com a tesoura) Esôfago torácico caudal: lado esquerdo Base do coração: lado direito, no 4º ou 5º espaço intercostal o Incisão de pele, subcutâneo, musculo grande dorsal (já está retraído), musculo serrátil ventral, escaleno e musculo obliquo abdominal externo e interno o Ao visualizar as costelas, faz-se a abertura do tórax e, em seguida tem- se a visão do esôfago e traqueia (o acesso a traqueia pelo lado direito permite visualização de toda a traqueia torácica, nervo vago, veia ázigos, veia cava caudal, veia cava cranial, veia costocervical, artéria e eia torácicas internas que são ramos da artéria subclávia direita e a base do coração) No acesso entre as costelas, não se deve fazer um acesso muito colado à costela cranial, pois passam artéria e veia intercostais por ela de forma caudal, portanto, a incisão deve ser no terço médio O aceso é feito desde perto do ângulo da costela até a junção costocondral, lembrando que nessa posição já passa a artéria torácica interna, portanto, se incisão descer mais corre o perigo de rompê-la →Abdominal Celiotomia na linha media ventral Posição pré-umbilical, pois deve ser o mais cranial possível, antes de chegar ao estômago ESOFAGOTOMIA →Esofagorrafia: fechamento da mucosa e submucosa com sutra isolada Swift para que o nó fique intraluminal e de preferência com fios absorvíveis sintéticos de longa duração, já que o esôfago tem dificuldade de cicatrização Na camada muscular e adventícia é feito o PIS para que os pontos fiquem extraluminais com fio absorvível sintético, mas se não tiver pode-se utilizar o polipropileno ou nylon →Reconstrução esofágica (técnicas de suporte e tamponamento – utilização de estruturas para a omentalização através de um flap colocado sob o defeito e vários pontos em Wolff com fio absorvível sintético de preferência) Músculo esternocefálico (cervical) Músculo esternotireoideo (cervical) Músculos intercostais (torácico) Pericárdio (base do coração) Diafragma (abdominal) Omento (abdominal) →Material de sutura: a reconstrução exige um material como os absorvíveis sintéticos de longa duração (poligliconato, polidiaxonona, além de também poder utilizar a poliglactina 910) Podem também ser utilizados os fios inabsorvíveis como nylon ou polipropileno, que são mais inertes, causando menor reação O fechamento após o procedimento é feito com fio absorvível e sutura simples continua no musculo esterno hioideo, além de também utilizar fio absorvível no subcutâneo, podendo ser feita a sutura em zig-zag e sutura de pele em PIS ou Wolff →Complicações Deiscência Perfuração Fistulação (pode ocorrer com a traqueia quando há algum corpo estranho) Choque séptico e óbito (dependendo da infecção) FARINGOSTOMIA →Abertura de novo óstio na faringe →Técnica bastante utilizada, mas por possuir bastante complicações, começou-se a utilizar a esofagostomia no lugar dela →Indicações: Fornecer suplementação nutricional a pacientes anoréxicos Pacientes incapazes ou avessos a alimentação oral (fenda palatina que acaba aspirando o alimento, fraturas de maxila ou mandíbula, neoplasia oral, ou em situações em que não se deseja que o alimento passe pela cavidade oral) →Contra indicação: Disfunção esofágica primaria ou secundaria, pois se colocar na faringe irá passar pelo esôfago (em casos em que não se deseja que passe pelo esôfago, faz-se uma gastrostomia - após remoção de corpo estranho, esofagite ou megaesôfago) Após remoção de corpo estranho, esofagite ou megaesôfago →Complicações Obstrução parcial das vias aéreas (pois está muito próximo ao osso hioide) Tosse por desconforto Vômitos Esofagite de refluxo →Técnica Técnica simples, devendo o paciente estar bem sedado, ou com uma leve indução Abertura da cavidade, palpação do osso hioide e, logo atras dele, já é o ponto onde se faz a incisão Após a palpação, com o dedo mesmo, introduz-se uma pinça de Rochester Pean ou Carmalt mais longa e a empurra onde fará a incisão com o bisturi de pele e subcutâneo da faringe e, ao chegar na pinça, seleciona uma sonda de calibre 20 a 24, não devendo inseri-la mais que o 8º espaço intercostal, para saber que não chegou ao cárdia (se chegar ao estômago o cárdia fica fechado causando um refluxo, podendo causar esofagite depois) A sonda é presa com a pinça, trazida de volta a cavidade oral e é reintroduzida para dentro da boca, direto ao esôfago A fixação da sonda é feita com a sapatilha romana (com um PIS ou Wolff na ferida ao redor da sonda, faz uma alça para que quando retirar o ponto ele ficar e soltar toda a sonda e faz a sapatilha romana) Coloca-se uma gaze com iodo tópico para proteção contra infecção, enfaixa e o paciente deve ficar com colar para que não arranque a sonda ESOFAGOSTOMIA →Criação de novo óstio no esôfago médio →Indicações Fornecer suplementação nutricional a pacientes anoréxicos Pacientes incapazes ou avessos a alimentação oral (fenda palatina que acaba aspirando o alimento, fraturas de maxila ou mandíbula, neoplasia oral, ou em situações em que não se deseja que o alimento passe pela cavidade oral) →Vantagens Facilidade de aplicação Aceitação dos pacientes Permite sonda de maior calibre para a faringe, já que vai direto ao esôfago Capacidade de comer e beber com a sonda Permite a remoção de qualquer momento Elimina tosse, laringoespasmo, obstrução parcial das vias aéreas (faringostomia) →Técnica Palpa o osso hioide e vai até onde conseguir para trás dele entrando com a pinça (caudal à laringe) e faz o mesmo procedimento da faringostomia Sonda de calibre 16 a 24, atras da faringe, caudal, até o 7º ou 8º espaço intercostal OBS 1: existe um dispositivo EDL que é uma sonda que possui um trocarte junto, não necessitando de um bisturi para a incisão. Vem com o trocarte, palpa para saber onde está o osso hioide, mais para frente vai com o dispositivo e aciona esse trocarte, que secciona. Ele é então puxado de volta e é emendado com a sonda puxando novamente para dentro e o restante é igual. Esse dispositivo não é indicado para gatos, pois tem relatos de perfuração esofágica que acabou dando laceração maior. Existe também um aplicador de sonda de alimentação esofágica de Von Werther - técnica em etapa única, indicado para cães e gatos, que faz abaulamento na posição exata em que fará a incisão, passando a sonda por dentro OBS 2: a sonda esofágica pode ficar direto, mas deve ser trocada, pois existem pacientes terminais em que o tutor os alimenta de forma paliativa, apenas para uma sobrevida, mas deve ser trocada a cada 3 ou 4 meses. Logo que colocar a sonda deve-se avaliar o quanto de água e alimento o paciente precisa por dia, dividindo essas quantidades →Pós operatório Colar elizabetano Mantidas por semanas a meses Limpeza e proteção da sonda periodicamente (pelo menos a cada 48h) Não necessita sutura após a remoção da sonda →Complicações Fácil remoção pelo paciente Vômito dasonda Mastigação da extremidade Ruptura de esôfago (raro) Esofagite de refluxo (relacionada a posição da sonda, que deve ficar até o 7º ou 8º EIC) Lesões esofágicas ESOFAGECTOMIA PARCIAL →Indicações Remoção de segmentos desvitalizados Massas neoplásicas Estenoses benignas que não foram resolvidas (uma das formas de resolvê-las é o uso do cateter balão que é inflado com o animal anestesiado 3x em um intervalo de 3min e na semana seguinte faz o mesmo – nas situações em que a estenose continua pode ser necessário fazer a ressecção e anastomose esofágica) →20-50% do esôfago pode ser removido, apesar disso, percebe-se que acima de 5cm há risco de deiscência →3-5cm é seguro e acima disso é indicado a miotomia parcial, que é incisão de relaxamento →2-3cm cranial e caudal (miotomia parcial – incisão de relaxamento) →Técnica Para o acesso, faz-se o mesmo utilizado para o acesso cervical na esofagotomia em relação a posição do pescoço Após chegar ao esôfago, pode-se utilizar pinças atraumáticas, clamps intestinais ou o próprio dedo do auxiliar para fazer a contenção da ingesta (normalmente palpa, faz uma ordenha para retirar o conteúdo e coloca as pinças, clamps ou dedos) A secção é feita (ideal é que seja em torno de 1 a 2cm de cada lado se for maligno e se for benigno 1cm já é suficiente), o tecido é retirado e é feita a anastomose Pode-se fazer pontos de fixação para manipular o esôfago e não ficar pinçando (o ideal é fazê-los em 2 camadas, sendo elas mucosa e submucosa e os nós da 1ª camada tendem a ficar intraluminais e os da 2ª extraluminais) Nesse caso é feita uma incisão de relaxamento (incisão circunferencial na face cranial e caudal de 2-3cm), fazendo a secção da adventícia e muscular, restando apenas mucosa e submucosa (quando a mucosa é seccionada, acaba relaxando, o que tira a tensão da sutura – por isso acima de 5cm de secção deve-se fazer a miotomia de relaxamento Para o fechamento começa pela parte externa, pegando as camadas adventícia e muscular, necessitando que os nós fiquem extraluminais, sendo feito o Swift e nas camadas internas pega-se a mucosa e submucosa, necessitando que os nós fiquem intraluminais, sendo feito o PIS Após a esofagectomia pode-se usar flaps da esofagotomia, importantes para a vascularização e vedação →Pós-operatório Analgésicos (quando na região cervical, geralmente apenas um anti-inflamatório + dipirona são suficientes, mas será avaliado a necessidade de um opioide, como por exemplo quando mexe em abdômen e tórax) Evitar alimento oral por 24-48h (quando for apenas esofagotomia, normalmente o animal não fica sem alimento e o que se faz é que o paciente volta da anestesia, aguarda 6h, depois dela é oferecida água e, se aceitar bem a água, depois dessas 6h inicia com alimentação liquida Início gradual da alimentação (liquida, pastosa e normal) Continuar tratando esofagite ou pneumonia se necessário (associar uso de ATB por esofagotomia ou esofagectomia normalmente de forma profilática, mas deve avaliar a situação do paciente) →Complicações Deiscência de pontos (associada a ausência de serosa, por isso são utilizados os flaps para ajudar a vascularização) Vazamento do conteúdo alimentar (associada a tensão da sutura, devendo, portanto, tirar o suficiente, mas fazendo a miotomia se necessário, além de também poder estar associado a movimentação do alimento) Estenose esofágica (pode ser gerada pela dificuldade de cicatrização, por isso que, quando possível evita-se fazer a esofagectomia – algumas literaturas indicam, ao invés do AINE, utilizar um corticoide para evitar a estenose, porém este atrasa a cicatrização) CIRURGIAS DE TRAQUEIA ANATOMIA →Tubo flexível, semirrígido →Estende-se da cartilagem cricóide ao brônquio principal, que fica entre a 4ª e 5ª vertebra torácica →Formada por cartilagens hialinas em forma de C, incompletas e fazem sua comunicação pelo ligamento traqueal dorsal/musculo traqueal dorsal/membrana traqueal dorsal →Unidas ventral e lateralmente pelos ligamentos anulares →As cartilagens de cães e gatos variam de 35 a 45, sendo que nos gatos, normalmente são 40 anéis →Existe um tecido conjuntivo frouxo que circunda a traqueia, chamado de pedículos laterais →Vasos e nervos suprem segmentos da traqueia, constituídos pelas artérias e veias tireóideas cranial e caudal, veias jugulares externas que vêm da bainha carotídea e artéria e veia broncoesofagianas e veias jugulares internas →Inervação fornecida pelo SNA, possuindo o nervo vago e o nervo laringorecorrente, que passa rente à laringe e, se este for lesionado pode ocorrer paralisia de laringe Existem fibras parassimpáticas originadas tanto no gânglio cervical médio e do tronco parassimpático como nos nervos vago e laringorrecorrente, que causam contração traqueal e secreções glandulares TÉCNICAS CIRÚRGICAS →Traqueotomia: incisão na traqueia →Traqueostomia: abertura de óstio Temporária Permanente →Ressecção e anastomose traqueal PRÉ-OPERATÓRIO →Tratar dispneia é muito importante, geralmente sendo necessário colocar no oxigênio, uma sonda nasal, etc (muitas vezes associar a um corticoide para fazer com que respire melhor, pois é broncodilatador) →O2 →Estabilizar o paciente e tratar complicações Paciente com pneumonia, traqueite, etc TRAQUEOTOMIA →Indicações Remoção de corpo estranho Coleta de amostras Facilitar fluxo aéreo (paciente com edema de glote e não consegue respirar, faz-se uma traqueotomia e depois uma traqueostomia temporária – o fato de abrir é traqueotomia e, a partir do momento me que se coloca uma sonda, já que traqueostomia) →Incisão Horizontal: entre os anéis Vertical →Acesso cirúrgico Traqueia cervical: mesmo do esôfago cervical, mas quando se faz a incisão no musculo esternohioideo, automaticamente a traqueia aparece (em situações de emergência, pega-se o pescoço do paciente e empurra a traqueia para frente, segurando na mão e fazendo a incisão, pois dessa fora afasta todas as estruturas nobres, pois consegue puxa-la) Traqueia torácica: semelhante ao esôfago, mas está mais ventral a ele (o esôfago fica dorsal a ela) TRAQUEOSTOMIA →Indicações Urgências (obstruções das vias aéreas superiores; picadas por peçonha, que pode causar edema de glote; traumatismo; neoplasia; edema pós cirúrgico) Faringoscopia retrograda (precisa ver a faringe, mas há uma neoplasia, não sendo possível entrar pela cavidade oral, devendo então, entrar pela traqueia) Intubação endotraqueal (nos casos em que não é possível fazer pela cavidade oral) Corpo estranho na traqueia ou brônquios →Traqueostomia temporária: quando faz com a sonda por um tempo Indicações: proporcionar via de fluxo alternativa durante a cirurgia; procedimento de emergência (animal dispneico) Existem sondas próprias que são mais curtas e, durante os procedimentos, o ideal é que tenham balonete para ser inflado o O ideal é que a sonda não ocupe toda a luz da traqueia, mas apenas 1/3 da luz, para que o paciente possa ventilar por fora dela, porém durante o procedimento é necessário que infle o balonete, principalmente em anestesia inalatória, para que respire por ali o Quando não tiver sonda de traqueostomia, pode-se utilizar um endotraqueal, mas deve cortá-la para que seja introduzida em pequena parte, pois se for por completo acaba fazendo intubação seletiva É feita uma incisão horizontal e secção de parte do anel cranial e caudal para facilitar a colocação, podendo passar um fio nesse anel e no outro o É vantajoso deixar o fio, pois a sonda pode obstruir e é possível puxá-la,empurrar a estrutura com a própria sonda e coloca-la de volta Após a colocação da sonda é feito um fechamento temporário do esterno hioideo, pele e subcutâneo ao redor, para ficar apenas o buraco dela, não ficando visível →Traqueostomia permanente: em situações em que o paciente não tem mais patência, como em neoplasias de sistema respiratório superior, que não permite a passagem de ar, podendo ela ser tanto de faringe, como de laringe Criação de um estoma na parede traqueal, com a sutura da mucosa traqueal na pele, ou seja, abertura de um novo óstio de forma definitiva Indicações: obstruções respiratórias superiores com desconforto respiratório moderado a intenso (situações em que impedem o fluxo de ar, sendo necessário fornecer um novo caminho de ar de forma permanente) o Estenose laringeana ou traqueal o Paralisia da laringe o Trauma das vias aéreas superiores o Neoplasias Para realiza-la, faz o mesmo acesso, tomando cuidado com a divulsão e passa um ponto de Wolff que liga o musculo esterno hioideo ao lado esquerdo ao lado direito para empurrar a traqueia mais ventralmente e diminuir a tensão Após a colocação dos pontos, faz a secção dos anéis (não é ideal que se tire todo o anel, apenas 2/3, pois parte deles é musculo, fazendo com que a estrutura fique muito frouxa) em forma de I para tentar aproveitar a mucosa Depois disso começa a suturar a mucosa com a pele, sendo com uma sutura continua mais interessante para que os fios não fiquem para fora e com polipropileno (menos reagente) ou polidiaxonona Existem outras técnicas, podendo fazer uma incisão circular, abertura da cartilagem fixando-a em si mesma Cuidados pós-operatórios: limpeza, aparar pelos, pomadas e vaselina, cuidado com aspiração de corpos estranhos (telas), evitar água →Ressecção e anastomose traqueal: Indicações: remoção de tumores, traumas severos, estenoses severas 20-50% da traqueia pode ser removida, ou seja, de 8-10 anéis, mas a partir do momento me que se aumenta a quantidade de anéis a serem removidos, a tensão também aumenta e há maior chance de deiscência Técnicas o Divisão da cartilagem: secção da cartilagem da parte cranial e caudal, sendo que depois faz a sutura de uma cartilagem com a outra (mais utilizada) o Incisão dos ligamentos anulares que ficam entre as cartilagens: depois sutura ligamento com ligamento e sutura da traqueia o O acesso é o mesmo para a região cervical ou torácica, devendo divulsionar o mínimo possível, já que a vascularização e a inervação são nos pedículos laterais e muito próximas umas as outras o É feita a passagem de 2 fios de reparo nos anéis acima e abaixo da área de ressecção para dar sustentação para que seja possível movimentar (na hora que seccionar não corre o risco de separar demais) o A incisão é feita na cartilagem, remove uma parte e secciona o musculo traqueal e depois é feita sua anastomose o É necessário fazer pelo menos 3 pontos pegando o anel acima e o anel abaixo para reduzir a tensão, sendo feito um lateral de cada lado e um cranial e depois é feito um PIS nos anéis o É utilizado, normalmente, um fio absorvível sintético, de preferência monofilamentoso, mas se não tiver o polipropileno pode ser utilizado (inabsorvível com pouca reatividade) e o fechamento é o mesmo já visto PÓS-OPERATÓRIO →Controlar recuperação anestésica (hemorragia, tosse, vomito, aspiração – menos traumática possível para menor inflamação) →É muito importante o uso de oxigênio e de corticoide (por conta do edema e para diminuir a quantidade de secreção, mesmo que atrase um pouco a cicatrização), não utilizando AINEs →Analgésicos →ATB (depende se há ou não infecção, mas como já há corticoide, acaba sendo pouco utilizado, sendo mais comumente usado de forma terapêutica, pois o corticoide além de atrasar a cicatrização, aumenta a chance de infecção) →Limpeza constante do tubo ou da traqueostomia COMPLICAÇÕES →Obstrução respiratória (edema, inchaço, muco) →Infecções →Lesão no nervo laringorecorrente (pode gerar espasmo laringeano, paralisia ou paresia laringeana) →Pneumonia por aspiração →Fístula traqueo-esofagiana (deve ter cuidado na manipulação para não traumatizar o tecido) →Vômitos, tosse, obstrução e deslocamento do tubo →Enfisema subcutâneo (se tiver perda de ar da traqueia para o subcutâneo) →Estenose traqueal (se fizer sutura com muita tensão) →Malácia traqueal (se traumatizar demais a traqueia, podendo gerar necrose dela) →Hemorragia →Mudança de voz (principalmente na traqueostomia definitiva, que acaba fazendo com que o ar não mais entre pela cavidade oral, mas sim pela traqueia, fazendo com que fique mais rouco, afônico) →Amolecimento da cartilagem (se houver excesso de secreção) →Deiscência (se os pontos estiverem muito apertados, se o tecido for muito traumatizado, se houver infecção) →Dispneia (dificuldade da entrada de ar pelo tubo ou por desconforto, devendo fornecer saturação de oxigênio adequada)
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