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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS GENÉTICA HUMANA Paula Angélica Roratto Página 1 Questão 1: O que são mutações não sinônimas e porque elas estão relacionadas com as doenças genéticas? Resposta: Mutações não sinônimas são aquelas nas quais uma mudança de nucleotídeo no DNA altera o códon no mRNA e acaba modificando o aminoácido presente na proteína naquela posição. Este tipo de mutação esta relacionada com doenças genéticas porque a proteína produzida com uma alteração em sua constituição pode não assumir a sua FORMA correta, o que acaba comprometendo o desempenho de sua FUNÇÃO. Se a proteína não funciona corretamente no organismo, causa prejuízos metabólicos e estruturais que estão associados ás doenças. Questão 2: Qual a consequência estrutural e funcional, para uma proteína, quando uma mutação no DNA é designada como sem sentido? Resposta: Uma mutação do tipo sem sentido é uma alteração de nucleotídeo no DNA que gera um stop códon no mRNA, ou seja, um códon de finalização da fase de leitura. Ao ler este códon, o ribossomo interrompe a tradução do mRNA, mesmo havendo vários códons para serem lidos ainda. Como consequência estrutural, a proteína ficará menor que o seu tamanho normal (truncada), pois estarão faltando vários aminoácidos que não foram traduzidos. Com o formato incompleto, a função desempenhada por esta proteína certamente fica prejudicada, por a sua FUNÇÃO depende totalmente de sua FORMA correta. Questão 3: Descreva o que são alelos, sob o aspecto estrutural e funcional. Resposta: Os alelos são formas alternativas de um gene. Considerando que um gene é uma sequência de DNA (uma sequência de nucleotídeos), os alelos são sequências distintas do gene, ou seja, qualquer nucleotídeo diferente caracteriza um novo alelo. Em termos funcionais, cada alelo produz uma proteína com funcionamento alterado, já que a FUNÇÃO das proteínas depende de sua FORMA (seq. de aminoácidos). Sendo assim, um alelo pode ser caracterizado pela sua função dependendo do efeito exercido pela proteína que ele codifica. Ex.: alelo A – permite a produção normal da proteína; alelo a – sintetiza uma proteína mutante não funconal. Questão 4: Alelos de um gene distinguem-se pela constituição de bases (nucleotídeos) e pelo efeito causado pelas respectivas proteínas codificadas por eles. Quando dois alelos distintos estão presentes no genótipo de um indivíduo (heterozigoto) o fenótipo pode ser correspondente a apenas um dos alelos (o dominante). Explique porque, em grande parte dos casos, um dos alelos é causador de uma doença, mas o heterozigoto é um indivíduo normal. Resposta: O indivíduo heterozigoto possui uma cópia do alelo mutante causador da doença e uma cópia do alelo normal, sendo que o produto da cópia normal (a proteína normal codificada por este alelo) é suficiente para garantir o funcionamento correto do organismo (o alelo normal é haplossuficiente). Questão 5: A respeito da questão anterior, como este tipo de doença é classificada (recessiva, dominante, dominância incompleta)? Qual deve ser o genótipo das pessoas afetadas e por quê? Resposta: Trata-se de uma doença recessiva, pois o indivíduo heterozigoto é normal. Isto significa dizer que para um indivíduo ser afetado pela doença ele deve ser homozigoto para o alelo mutante recessivo. Dessa forma, ele possuirá em seus dois cromossomos homólogos, apenas cópias do alelo recessivo mutante e desenvolverá a doença porque não há nenhuma cópia do alelo normal para compensar, produzindo proteínas normais. Questão 6: Como é possível explicar a existência de doenças de herança dominante (Dominância Negativa), se indivíduos heterozigotos afetados apresentam uma cópia do alelo normal? EXERCÍCIO I: Ação gênica e Herança das doenças, Erros Inatos do metabolismo, Heterogeneidade genética e Patologia Molecular. Paula Angélica Roratto Página 2 Resposta: Uma doença é caracterizada como dominante quando o alelo normal for haploinsuficiente, ou seja, a proteína produzida pelo alelo mutante compromete o funcionamento e o efeito causado pela proteína codificada pelo alelo normal. Questão 7: O que ocorre em heterozigotos quando, em certas doenças, o produto do alelo normal não é suficiente para garantir o funcionamento correto do organismo, porém a cópia mutante não compromete o funcionamento da cópia normal? Cite um exemplo. Resposta: Este tipo de doença é caracterizada como Dominância Incompleta. Neste caso, o heterozigoto assume um fenótipo intermediário entre o normal (homozigoto para o alelo normal) e o gravemente afetado (homozigoto para o alelo mutante). Um exemplo é a Hipercolesterolemia familial, na qual os indivíduos normais são homozigotos para o alelo normal (H1H1), os indivíduos gravemente afetados com problemas cardíacos sérios e prematuros são homozigotos para o alelo mutante (H2H2) e os heterozigotos (H1H2) apresentam fenótipo intermediário. Questão 8: Sempre que se descreve uma mutação em um gene, relacionada a uma doença, o alelo normal é o mais comum na população e o alelo que sofreu alteração genética é denominado mutante. O que define que o alelo mutante será recessivo em relação ao normal? [Explique, referindo-se ao efeito do produto proteico deste gene] Resposta: A relação de dominância vai depender da função que a proteína normal produzida por este gene desempenha. Se for uma função em que apenas uma cópia no genoma (indivíduo heterozigoto) é suficiente para expressar o fenótipo normal, então o alelo mutante será recessivo (só causará a doença quando em homozigose). Se, em uma doença, o heterozigoto (Aa) for normal, o alelo dominante A é o normal. Por outro lado, se a função desempenhada pela proteína do alelo normal ficar comprometida no heterozigoto (Mm), então o alelo mutante será dominante. É quando, em uma doença, o heterozigoto é afetado, então o alelo dominante M é o mutante. Questão 9: A hipolactasia congênita é um erro inato do metabolismo no qual o indivíduo não produz lactase funcional desde o nascimento. O alelo causador da doença sofreu uma mutação (A→T) no DNA, gerando um stop códon no mRNA, o que caracteriza uma mutação ___(1)___. Sendo uma doença autossômica recessiva, o alelo normal é considerado ___(2)___, pois as pessoas heterozigotas são ___(3)___. Assinale a alternativa que preenche corretamente os espaços numerados: a) (1) sinônima; (2) dominante; (3) normais. b) (1) sem sentido; (2) dominante; (3) normais. c) (1) não sinônima; (2) recessivo; (3) normais. d) (1) sem sentido; (2) dominante; (3) afetados. e) (1) não sinônima; (2) recessivo; (3) afetados. Questão 10: A fenilcetonúria é um distúrbio metabólico caracterizado pelo acúmulo do aminoácido fenilalanina no organismo que, não tratado, pode causar retardo mental no desenvolvimento da criança. A disfunção metabólica se deve à inatividade da enzima fenilalanina hidroxilase (PHA), responsável pelo metabolismo da fenilalanina. Os indivíduos afetados pela fenilcetonúria são homozigotos para o alelo mutante do gene da PHA. 10.1) Qual é a relação de dominância/recessividade entre os alelos normal e mutante de PHA? Resposta: Se o enunciado diz que indivíduos afetados são homozigotos para o alelo mutante, significa que a doença obrigatoriamente é recessiva. Portanto, o alelo normal do gene da PHA é dominante (P) e o alelo mutante é recessivo (p). 10.2) Uma pessoa heterozigota seria normal ou afetada? Resposta: Se a doença é recessiva, a pessoa heterozigota é normal. Questão 11: A Síndrome de Ehlers-Danlos é um distúrbio autossômico dominante no qual os indivíduos apresentam elasticidade na pele e hipermobilidade nas articulações, devido a um defeito na produção das fibras de colágeno (mutação no gene COL 1A1). Em se tratando se uma doença autossômica Paula Angélica Roratto Página 3 dominante, é possível afirmar que um indivíduo heterozigotopara os alelos normal e mutante do gene COL 1A1 é [NORMAL / AFETADO]. Neste sentido, o alelo que produz a proteína do colágeno 1 normal é considerado [DOMINANTE / RECESSIVO], porque uma cópia normal do gene COL 1A1, produzindo 50% das proteínas do colágeno 1 normais, não é suficiente para garantir que a fibra de colágeno formada funcione normalmente e, portanto, o indivíduo heterozigoto é afetado pela síndrome. Circule a opção correta nas palavras entre [] e complete a frase, explicando a sua opção. Questão 12: A mutação que causa a fibrose cística envolve a deleção de 3 nucleotídeos no DNA. Explique porque este tipo de mutação causa a perda de apenas um aminoácido. Resposta: A mutação que deleta 3 nucleotídeos causa a perda de uma trinca inteira no DNA (TTT), o que por sua vez significa a ausência de um códon no mRNA (AAA) e gera a perda de apenas um aminoácido na proteína (Fenilalanina). A ausência de apenas um aminoácido causa um defeito na proteína, alterando a sua forma de modo que não permite o desempenho normal de sua função. Questão 13: A Talassemia é um distúrbio genético no qual ocorre um defeito na produção das hemoglobinas do sangue. Uma das mutações que pode causar talassemia é deleção de apenas um nucleotídeo no DNA. Quais as consequências dessa mutação, para o mRNA e principalmente, para a proteína? Resposta: Quando ocorre uma deleção de apenas um nucleotídeo no DNA, a consequência é igualmente a ausência de apenas um nucleotídeo no mRNA. Entretanto, o efeito dessa falta de 1 nucleotídeo é muito grave, visto que o códon onde ocorreu a deleção ficará desfalcado de uma base, tomando para si a próxima base do mRNA. A partir deste ponto onde ocorreu a mutação, todos os códons serão “lidos” de forma errada, contando um nucleotídeo à frente. A consequência deste desvio na fase de leitura dos códons é que todos os aminoácidos, a partir do ponto onde ocorreu a mutação, serão trocados, ou seja, haverá uma sucessão de substituições de aminoácidos na proteína que, com certeza, farão com que ela não funcione corretamente, causando a doença. Além disso, geralmente quando ocorre desvio da fase de leitura dos códons, surge um stop códon que interrompe a tradução e a proteína fica truncada. Questão 14: Sabendo que a fibrose cística é uma doença autossômica recessiva, explique qual o genótipo dos pais normais que geram uma criança afetada pela doença, bem como o genótipo da criança, e demonstre o cruzamento com o diagrama de Punnett ou genealogia. (Utilize os símbolos F e f para designar os alelos) Resposta: Sendo uma doença autossômica recessiva, a criança afetada certamente deve ter os dois alelos recessivos em seu genótipo (ff). Ela recebeu cada um dos alelos de um parental, portanto, tanto o pai quanto a mãe devem ter um alelo mutante f. Considerando que os pais são normais, eles também têm um alelo normal F cada um. Portanto: F – alelo normal Genótipo dos pais Ff x Ff f – alelo mutante Genótipo do filho afetado ff FF – normal Ff – normal ff - afetado Questão 15: A fenilcetonúria é uma doença causada por uma mutação no gene que produz a enzima PHA (fenilalanina hidroxilase), de modo que a enzima não funcional produzida pelo alelo mutante não possui a capacidade de metabolizar a fenilalanina. Sabendo que se trata de uma doença autossômica recessiva, complete a legenda abaixo, indicando qual alelo é o normal e qual é o mutante, e descreva o fenótipo dos indivíduos que possuem os genótipos PP, Pp e pp: Alelo P: normal Alelo p: mutante Indivíduo PP: normal Indivíduo Pp: normal F f F FF Ff f Ff ff O diagrama de Punnett mostra que pais normais heterozigotos, ou seja, que possuem o alelo mutante, podem gerar filhos afetados pela fibrose cística (1/4 ou 25% dos filhos) Paula Angélica Roratto Página 4 Indivíduo pp: fenilcetonúrico, ou afetado pela doença Questão 16: Explique o fenótipo do heterozigoto que você respondeu na questão anterior. Porque ele possui este fenótipo tendo ambos os alelos, o normal e o mutante? Resposta: O indivíduo heterozigoto é normal porque, apesar de ele ter apenas uma cópia do alelo normal, está cópia está produzindo a enzima PHA e é suficiente para evitar as consequências da doença causadas pelo alelo mutante (neste caso, acúmulo de fenilalanina) Questão 17: Indivíduos que possuem intolerância a lactose primária congênita, ou seja, aqueles que nunca podem ingerir lactose, desde seu nascimento, não produzem a enzima lactase normal. a) Por que a mutação que causa a intolerância a lactose primária congênita é denominada sem sentido? Resposta: Por que é o tipo de mutação que causa um stop códon no mRNA, interrompendo a tradução e gerando uma lactase incompleta e, portanto, não funcional b) Sendo uma doença autossômica recessiva, qual o genótipo do indivíduo afetado? (Utilize os símbolos L e l) Resposta: O indivíduo afetado é homozigoto recessivo, ou seja, seu genótipo é ll. c) Que tipos de lactase um indivíduo heterozigoto para esta mutação (Ll) está produzindo em seu intestino e qual o efeito de ser heterozigoto em seu fenótipo (é normal ou afetado)? Resposta: O indivíduo heterozigoto para o gene da lactase possui tanto o alelo normal L quanto o alelo mutante l. Ele está produzindo tanto enzimas lactases normais quanto as incompletas, devido à mutação, mas não apresenta intolerância à lactose porque um alelo normal, produzindo enzimas normais, já é suficiente pra degradar a lactose ingerida na dieta. Questão 18: A hipercolesterolemia familial é uma doença autossômica considerada de Dominância Incompleta. Descreva qual o alelo normal e qual o mutante na legenda abaixo, e os fenótipos relacionados aos genótipos para o gene do receptor do LDL, o qual gera a doença hipercolesterolemia quando mutando: Alelo H1: normal Alelo H2: mutante Indivíduo H1H1: normal Indivíduo H1H2: afetado de forma branda Indivíduo H2H2: gravemente afetado Questão 19: Explique porque, nas doenças ligadas ao sexo, os indivíduos do sexo masculino são mais frequentemente afetados. Resposta: Doenças ligadas ao sexo se devem a mutações que ocorrem em genes do cromossomo X. Considerando que as mulheres possuem dois cromossomos X (XX), caso elas recebam um cromossomo X contendo um alelo mutante (Xm), elas geralmente serão heterozigotas por terem a cópia do alelo normal no outro cromossomo X (genótipo feminino XMXm). Para o sexo masculino que possui apenas um cromossomo X (XY), o fato de receberam uma cópia do alelo mutante de suas mães (já que o Y eles recebem do pai) faz com que automaticamente eles sejam afetados pela doença (genótipo masculino XmY). Questão 20: Demonstra, através de cruzamentos com o diagrama de Punnett, as possibilidades de: a) Um casal ter filhos afetados por uma doença recessiva ligada ao sexo, quando o homem é afetado (XdY) e a mulher é normal (XDXD). Resposta: Quando o homem é afetado e a mulher é normal, não há chance de nascerem filhos afetados, somente as meninas serão heterozigotas normais. XD XD Xd XD Xd XD Xd Y XDY XDY Paula Angélica Roratto Página 5 b) Um casal ter filhos afetados por uma doença recessiva ligada ao sexo, quando o homem é normal (XDY) e a mulher é normal heterozigota (XDXd). Resposta: Quando o homem é normal e a mulher é normal heterozigota, todas as meninas serão normais. Entretanto, há 50% de chance dos meninos serem normais e 50% de chance de eles serem afetados, caso recebam o cromossomo Xd contendo o alelo mutante da mãe. c) Um casal ter filhos afetados por uma doença recessiva ligada ao sexo, quando o homem é normal (XDY) e a mulher é afetada (XdXd). Resposta: Quando o homem é normal e a mulher é afetada, todas as meninas serão normais heterozigotas e todos os meninos serão afetados pela doença, porque os descendentes do sexo masculino só recebem o cromossomo X contendo o alelo mutante (Xd) de sua mãe. Já as descendentes do sexo feminino, embora recebamo Xd de sua mãe, receberam o XD normal de sua pai. Questão 21: A diabetes congênita é raríssima e pode ser causada por mutações no gene da insulina, bem como em mutações no gene que codifica para o receptor da insulina, entre outros. Considerando que os sintomas, nas duas situações, são os mesmos, estas duas mutações representam um caso de heterogeneidade gênica porque são mutações em genes diferentes que causam o mesmo fenótipo (doença). Questão 22: Explique porque a Talassemia é uma doença na qual se observa tanto heterogeneidade alélica quanto gênica (consulte os slides da aula, não precisa decorar as mutações da Talassemia). Resposta: Trata-se de um caso de heterogeneidade gênica porque a Talassemia pode ser causada por mutações em dois genes distintos, o da α-globina e o da β-globina, sendo que o efeito é o mesmo. Além disso, diferentes mutações no mesmo gene (p. ex., o da β-globina) comprometem igualmente o funcionamento da β-globina, gerando a Talassemia. Isto constitui um exemplo de heterogeneidade alélica. Questão 23: O Raquitismo hipofosfatêmico é uma doença ocasionada pela hipofosfatemia (baixa concentração de fósforo na circulação), podendo ser causado por mutações em vários genes que produzem proteínas envolvidas na reabsorção de fósforo. 23.1) Um destes genes é o PHEX, localizado no cromossomo X, cujo alelo normal é haploinsuficiente. Neste caso, que tipo de herança é esperada para o Raquitismo hipofosfatêmico causado por uma mutação no gene PHEX? Resposta: Trata-se de uma herança dominante ligada ao sexo. É dominante porque o alelo normal é haploinsuficiente, e ligada ao sexo porque o gene se encontra no cromossomo X. 23.2) Uma mutação no gene DMP1, cujo alelo normal é haplossuficiente, também causa Raquitismo hipofosfatêmico, de modo que a herança é do tipo autossômica recessiva. Que tipo de heterogeneidade explica o fato de uma determinada doença apresentar diferentes formas de herança? Explique Resposta: Trata-se de heterogeneidade gênica, ou seja, mutações em genes diferentes causam a mesma doença. Os diversos genes relacionados com a mesma doença podem estar em cromossomos autossômicos ou sexuais, causando diferentes formas de herança. Além disso, os diferentes genes podem expressar proteínas cujo alelo normal pode ser haplossuficiente ou haploinsuficiente, gerando padrões de doenças recessivas ou dominantes, respectivamente. Questão 24: Explique do que se trata a heterogeneidade fenotípica, onde ocorrem as mutações e porque as diferentes proteínas mutantes resultam em fenótipos distintos. Resposta: A heterogeneidade fenotípica é caracterizada por mutações diferentes no mesmo gene que comprometem o funcionamento da proteína produzida de forma mais ou menos grave. Como XD Xd XD XD XD XD Xd Y XDY XdY Xd Xd XD XD Xd XD Xd Y XdY XdY Paula Angélica Roratto Página 6 consequência, os sintomas da doença poderão ser também mais ou menos graves. Se a mutação num determinado gene permite que a proteína mutante desempenhe uma função residual mínima, por exemplo, o indivíduo afetado apresentará sintomas leves da doença, já que uma certa atividade da proteína ainda ocorre. Por outro lado, se a mutação neste mesmo gene compromete totalmente a forma e a função da proteína mutante, então o indivíduo será gravemente afetado por não poder contar com a atividade da proteína. Questão 25: Tanto a dominância incompleta quanto a heterogeneidade fenotípica podem gerar indivíduos afetados por uma mesma doença de forma mais leve ou mais grave. Como diferencias as formas leve e grave de uma doença, em relação à dominância incompleta e à heterogeneidade fenotípica? Resposta: Quando os estudos de genotipagem e genealogias deixarem bem claro que os indivíduos afetados de forma mais leve, ou seja, com um fenótipo intermediário entre o normal e ao grave, são heterozigotos, obrigatoriamente trata-se de um caso de dominância incompleta. Por outro lado, se ficar claro que as manifestações leve e grave da doença são em indivíduos homozigotos para a mutação, então o que os torna afetados de modo diferente é o tipo de mutação que eles carregam e a forma como estas diferentes mutações comprometeram o funcionamento da proteína. Trata-se, portanto, de heterogeneidade fenotípica. Questão 26: Tome os símbolos I e F para designar os genes I e F, e invente os seus respectivos alelos e genótipos para ilustrar as situações de Dominância Incompleta (gene I) e Heterogeneidade fenotípica (gene F) descritas na questão anterior. Resposta: Exemplo de Dominância Incompleta – Gene I: Alelo I1: normal Alelo I2: mutante Indivíduo I1I1: normal Indivíduo I1I2: afetado de forma branda Indivíduo I2I2: gravemente afetado Exemplo de Heterogeneidade fenotípica – Gene F: Alelo F: normal Alelo f1: mutante (proteína com função residual mínima) Alelo f2: mutante (proteína totalmente não funcional) Indivíduo F_: normal Indivíduo f1f1: afetado de forma branda Indivíduo f2f2: gravemente afetado Questão 27: Do que se trata um genótipo heterozigoto composto e de que forma este conceito está relacionado com a heterogeneidade genética? Resposta: O heterozigoto composto é um genótipo no qual o indivíduo é homozigoto mutante, ou seja, ele não possui nenhuma cópia do alelo normal, porém as duas cópias mutantes são distintas (alelos diferentes). Isto pode ser explicado pela heterogeneidade alélica, ou seja, os dois alelos distintos que compõem este genótipo tratam-se de mutações em locais diferentes do mesmo gene, cada uma em um de seus cromossomos. Questão 28: De que modo a heterogeneidade gênica contribui na interpretação de diferentes formas de herança observadas para a mesma doença genética? Resposta: A heterogeneidade gênica explica porque a mesma doença pode ter padrões de herança distintos (autossômica ou ligada ao sexo, dominante ou recessiva), considerando que diferentes famílias (genealogias) segregam a mesma doença devido à mutações em genes diferentes. Em uma família, o gene causador do distúrbio pode estar no cromossomo X, enquanto em outra, ser um gene autossômico, como no caso do Raquitismo hipofosfatêmico. Em uma família a mutação pode ser recessiva para um Paula Angélica Roratto Página 7 determinado gene, enquanto em outra família a herança se apresenta de modo dominante porque o alelo normal daquele gene é haploinsuficiente. Questão 29: O que define, em nível molecular, se um alelo mutante é dominante ou recessivo? Resposta: Uma das principais formas de avaliar o efeito de uma mutação, em nível de fenótipo, é determinar, em nível molecular, se esta mutação causa um “ganho” ou uma “perda” de função para o produto (proteína) do alelo mutante. Para uma mutação do tipo “perda de função”, o esperado é que o alelo mutante seja recessivo, pois a proteína mutante possui um defeito molecular que somente a impede de executar sua função normal. Neste contexto, o alelo normal é haplossuficiente, pois continua e exercer sua função sem causar danos ao organismo e, portanto, a mutação é recessiva (*exceto em caso de genes sensíveis ao efeito de dose, ver questão 30). Já para uma mutação do tipo “ganho de função”, o alelo mutante geralmente apresenta um padrão dominante, pois a proteína mutante passa a desempenhar uma função anormal que torna a expressão do alelo normal haploinsuficiente. Portanto, o tipo de herança recessivo/dominante é um indicativo do efeito molecular da mutação de perda/ganho de função, respectivamente. Questão 30: Em qual situação uma mutação do tipo “perda de função” pode levar a uma herança dominante? Resposta: Nos casos em que o gene em questão é sensível ao efeito de dose. Isso significa que, para este gene, o indivíduo necessita da expressão de ambos os alelos normais. Para um heterozigoto, ter apenas um alelo produzindo a proteína normal não é suficiente para garantir a manifestação do fenótipo normal. Em termos quantitativos, a quantidade de mRNAe proteínas produzidas por apenas um alelo não é suficiente para ser normal. Neste sentido, mesmo que a mutação seja recessiva, de modo que o alelo mutante tenha pedido a sua função, ainda assim o alelo normal será haploinsuficiente (Exemplo, gene PAX3). Questão 31: Na questão 28 foi mencionada a observação de padrões de herança distintos (dominante/recessivo) em função da heterogeneidade gênica. É possível observar padrões de herança diferentes (dominante/recessivo) por mutações no mesmo gene (heterogeneidade alélica)? Explique. Resposta: Sim, é possível que mutações no mesmo gene gerem padrões de dominância distintos entre os alelos normal e mutante. Vai depender do efeito da mutação, se gera ganho ou perda de função. Para compreender essas diferenças, é preciso ter em mente que ao longo de um gene há sequências que codificam os aminoácidos de regiões distintas da proteína (domínios da proteína). Dependendo do local, no gene, onde a mutação ocorre, ela pode alterar um domínio da proteína de modo que a faça perder a sua função (mutação recessiva). Alternativamente, uma mutação que ocorra em outra parte do gene pode ser do tipo ganho de função, conferindo uma propriedade de funcionamento anormal a esta proteína e, desse modo, a mutação é dominante. Ver o exemplo da proteína p53 nos slides.
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