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1 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO F A R M A C O D I N Â M I C A → Farmacodinâmica relaciona-se com os eventos que o fármaco desencadeia no organismo pela sua interação com receptores específicos. Estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação. → Receptor de um fármaco: Receptor ou alvo de um fármaco é a macromolécula ou complexo macromolecular da célula com o qual o fármaco interage para desencadear uma reação celular ou sistêmica. Muitas vezes é um receptor de membrana, pode ser uma enzima ou proteína do citoesqueleto. → Tipos de interação química entre fármaco-receptor: são basicamente mais fracas (hidrogênio, dipolo-dipolo e van der Waals). Isso permite que eles liguem e desliguem, e quando é forte, a covalente é suficiente para dar estabilidade – as fracas precisam de uma interação complementar para que cada região possa formar uma estrutura de boa afinidade. ✓ Fármacos que interagem por meio de ligações fracas a seus receptores tendem a ser mais seletivos do que os fármacos que se prendem por meio de ligações muito fortes. ✓ Ligações fracas requerem um encaixe muito preciso do fármaco a seu receptor para que aconteça uma interação. Apenas poucos tipos de receptores têm probabilidade de prover um encaixe tão preciso para uma estrutura de fármaco em particular. → Natureza do receptor de um fármaco : ✓ Receptores fisiológicos: tem um papel de atuar como receptor de substâncias endógenas, mas podem ser alvos de fármacos. ✓ Enzimas: podem alterar sua atividade ao interagir. ✓ Carreadores de membrana: inibição de recaptação de serotonina por exemplo. ✓ Canais iônicos ✓ Ácidos nucleicos (único que não é proteína da lista) Tipos de interação do fármaco com o receptor, considerando o local que ele vai se ligar: → Sítio ortostérico: local da proteína onde o ligante endógeno normalmente é reconhecido. Um agonista é a molécula que vai se ligar no sítio e ativar esse receptor, vai simular a resposta que o agonista endógeno faria. Se é um antagonista (no caso de um fármaco), vai se ligar e não gera resposta, se fosse uma enzima chamaria inibidor competitivo. → Sítio alostérico: não é o sítio de ligação do fármaco original ou da enzima, o ativador alostérico é a molécula que se liga no outro local do receptor e o ativa, e inibidor alostérico o que se liga em outro local no receptor e não vai ativá-lo. Pode modular a resposta. → Receptores fisiológicos: são moléculas que já participaram como receptores de processos 2 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO endógenos de comunicação celular (receptores de neurotransmissores, hormônios, citocinas etc.). ✓ A taxa de ligação direta de um fármaco ao seu receptor pode ser medida in vitro. Quanto menor o K, ou seja, se com menos dose já conseguiu ocupar 50% do total de receptores disponíveis, isso quer dizer que há uma alta afinidade do fármaco com o receptor. → Em geral avalia-se uma curva de concentração com o efeito: CE50, concentração onde observa 50% do efeito máximo, então é concentração eficaz para se produzir 50% da resposta do fármaco. Tem a ver com resposta, não necessariamente tem que ligar com metade dos receptores para dar metade do efeito máximo, parte disso porque a gente pode ter cascatas de amplificação do sinal, então quando liga em um receptor ativa 10 proteínas G, e cada uma ativa uma via, isso possibilita o efeito máximo sem precisar ocupar todos, outra situação são os receptores de reserva, o Kd não vai ser necessariamente igual ao CE50. → Medidas de potência e afinidade: pode ter um fármaco que liga ao receptor e não gera resposta, como os antagonistas, a afinidade caracteriza a avidez de ligação do fármaco com seu alvo, mas não diz da efetividade da resposta. EC50 – concentração eficaz para se produzir 50% da resposta do fármaco. Kd – é a constante de dissociação, concentração do fármaco se observa metade da ligação máxima. Medida geral: joga um composto radioativo que vai se ligar aos receptores, e a coisas inespecíficas. Gráfico onde aumenta a concentração aumenta a ligação da molécula, até que os agonistas saturem, já que o todas as proteínas de membrana foram ligadas. Mais ampliado, pode-se traçar no que seria a constante de dissociação (K), mede a concentração do fármaco que precisa adicionar, para ter metade do fármaco desligado ou ligado. É inversamente proporcional á constante de afinidade que mede a ligação. 3 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO → Relação ocupação X resposta máxima: uma taxa de ocupação de 50% não determina uma resposta de 50% por exemplo. É possível que a resposta máxima ocorra com concentrações bem menores do agonista do que aquelas necessárias para ocupar todos os receptores. → Receptores de reserva: vários agonistas são capazes de ativar respostas máximas sem precisar ocupar todos os receptores. Observa-se que para alguns receptores, o pool de receptores existentes (quantidade) é maior do que seria necessário para gerar uma resposta máxima = isso é chamado de receptor de reserva. Permite uma economia da produção e liberação de ligantes endógenos, porque tem muito receptor, garante a resposta, mesmo liberando concentração baixa dos ligantes. → Distinção entre ligação dos fármacos e atividade do receptor: Afinidade: caracteriza a avidez de ligação do fármaco com seu alvo, e a eficácia é a capacidade do fármaco em ativar o receptor e desencadear resposta. → Curva de concentração X efeito: ✓ Agonista pleno – se liga ao receptor e ativa sua resposta máxima. ✓ Agonista parcial – se liga ao receptor e ativa uma resposta submáxima. ✓ Antagonista – se liga ao receptor e não induz uma resposta ✓ Agonista inverso – se liga ao receptor e favorece a forma inativa dele. → Potência e eficácia de agonistas: Comparativamente, quanto maior a resposta máxima desencadeada por um fármaco maior sua eficácia. O X consegue uma resposta muito maior. → Agonistas parciais promovem respostas submáximas porque mesmo com os sítios 100% ocupados pelo agonista parcial a resposta ainda é X e Y produzem respostas equivalentes, aquele com menor EC50 é dito mais potente 4 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO submáxima sugerindo que os agonistas parciais têm diferentes capacidades de ativar o receptor (eficácia). → Mecanismos de antagonismo: ✓ antagonista competitivo – na presença de uma concentração fixa do antagonista, concentrações crescentes de um antagonista competitivo inibem de forma progressiva a resposta ao agonista. A curva de concentração-efeito do antagonista é desviada para a direita. ✓ antagonista não competitivo (pseudoirreversível ou irreversível) – ocorre quando o antagonista se liga no sítio do agonista e se dissocia muito lentamente ou não se dissocia. Como acaba não tendo “competição” com o agonista aumentando- se as concentrações do mesmo não se atinge o efeito máximo (exceto receptores de reserva). → Ativação constitutivas e agonistas inversos: alguns receptores podem apresentar atividade intrínseca mesmo na ausência do ligante (porcentagem pequena na população de receptores totais). Ex.: benzodiazepínicos, canabinóides e serotonina. ✓ Os agonistas inversos se ligam aos receptores e favorecem o estado inativo do receptor, reduzindo a resposta basal mesmo na ausência do agonista. → Modulação alostérica: vai ser a ligação de um modulador (agonista ou antagonista) em um local da proteína receptora que não é o mesmo que o agonista endógeno, pleno ou parcial se liga. Isso pode acarretar várias coisas: ✓Se for um agonista se ligando, pode fazer a afinidade do fármaco (se for um agonista alostérico) pode aumentar a afinidade do outro agonista pelo sistema. A curva se deslocaria para a esquerda = aumentando a afinidade do agonista ortostérico. ✓ Quando coloca os 2 (agonista e fármaco alostérico), causa uma modulação positiva, causa uma resposta mais eficaz. ✓ Um antagonista alostérico se liga no sitio, ou um inibidor alostérico se liga no sitio que não é o sitio ativo, ele reduz a resposta – afinidade ou resposta máxima, regulando a eficácia. Obs.: Os benzodiazepínicos intensificam a ação do GABA ao facilitar a abertura dos canais de cloreto. Resulta no aumento da frequência de eventos de abertura dos canais 5 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO → Outras formas de antagonista: ✓ Antagonismo químico: quando 2 substâncias se combinam em solução e uma inibe a outra (ex. dimercaptol sequestra metais pesados e os inibe, anticorpos neutralizantes como infliximabe/TNF. ✓ Antagonismo farmacocinético: quando uma substância reduz a concentração de um outro fármaco, mas sem precisar interagir diretamente. ✓ Antagonismo fisiológico: quando 2 fármacos têm ações distintas em receptores ou até células distintas que tendem a se anular mutualmente (ex. histamina e omeprazol). Ativando o efeito de contrair a musculatura, e tem outro que relaxa, podem estar agindo em receptores diferentes, mas se anulam. Mecanismos gerais da ação dos fármacos: → Acoplado a proteína G (GPCRs) - todos apresentam 7 domínios transmembrana, constituem uma grande família (superfamília) com mais de 825 GPCRs), cerca de 30% dos fármacos agem em GPCRs. ✓ Diversos ligantes: neurotransmissores, hormônios, eicosanoides, lipídeos etc. Grande parte dos fármacos age nesses receptores. ✓ Esse receptor quando ativado muda de conformação e ativa a proteína G, desencadeiam cascatas de sinalização. Começa no receptor onde o ligante se liga, ele muda de conformação, interage e ativa a proteína G. ✓ Mecanismo de ativação da proteína G: 2 – Ligante se liga: e o receptor muda de conformação e interage com a proteína G. Depois ela solta o GDP e se liga no GTP (guanosina trifosfato) e dissocia as subunidades, a α se solta e agora tanto a α ligada ao GTP, quanto a unidade β – γ podem ativar seus efetores ou inibir alguma coisa. Proteína G: é trimérica, com 2 subunidades (α,β,γ), e a α tem afinidade com GTP e GDP, quando ligada consegue quebrar a molécula, tem atividade GTPasica. 1 – Inativo: quando a proteína G está no seu estado trimérico com α,β e γ juntos e ligada no GDP. 6 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO Existem proteínas Gs de classes diferentes: ✓ Esse tipo de sinalização por receptores acoplados a proteína G vai gerar uma cascata de sinalização, que muitas vezes vai envolver 2° mensageiros (moléculas pequenas de baixo peso molecular, em si não tem uma atividade enzimática), o que elas fazem é interagir com outras proteínas e por exemplo, promover a atividade delas. Normalmente há um aumento e uma queda rápida deles no citosol. Tipo Gs – como exemplo o receptor β-adrenérgico. Nessa cascata de sinalização essa proteína Gs vai ativar uma proteína chamada adenilil-ciclase, que vai pegar uma molécula de ATP, e corta 2 fosfatos, e faz uma ligação cíclica, da molécula do fosfato com a do AMP. Então vai ter uma adenosina monofosfato cíclica (AMPc), também tem fosfodiesterases, que são enzimas que quebram essa ligação cíclica não tendo mais o AMPc. Fosfodiesterases (PDE) degradam nucleotídeos cíclicos, como AMPc e GMPc e são alvo farmacológico para tratar diversas condições. • Quando presente o AMPc ele se liga a sítios que tem afinidade, e isso resulta na ativação e uma proteína quinase específica (PKA – dependente de AMPc). Ela tem a subunidade reguladora e subunidade catalítica juntas está inibida, quando o AMPc aumenta no citoplasma ele se liga na subunidade regulatória e ela perde a afinidade pela catalítica, que se solta e tem atividade quinase e pode fosforilar seus alvos. • Fosforilação de proteínas: vários alvos podem ser fosforilados por quinases ou cinases, uma proteína qualquer pode encontrar uma cinase vai colocar um radical fosfato, e se encontrar uma proteína fosfatase que vai tirar esse radical. Isso faz a estrutura da molécula se reorganizar, mudança conformacional, isso é suficiente para tornar uma proteína ativa ou inativa. É uma forma de regular processos de forma rápida, deixa a enzima pronta desligada, e quando recebe a fosforilação ativa. Regula/coordena uma resposta celular, ligando e desligando as proteínas nessa cascata. Etapas da via (cascata de sinalização) 1 - O ligante se liga ao receptor metabotrópico no lado extracelular; 2 – Essa ligação altera a conformação do receptor que passa então a interagir com a proteína G (s) na sua faze citoplasmática; 3 – A proteína G (subunidade α) desliga do GDP e liga ao GTP. 4 – A subunidades alfa desliga da beta-gama 5 – A subunidade alfa interage com a proteína adenilil ciclase que se torna ativada 6 – A Adenil ciclase catalisa a formação de AMP cíclico 7 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO 7 – O AMP cíclico (segundo mensageiro) se liga à ativa a proteína quinase A (PKA). 8 – A PKA ativa fosforila diversos alvos intracelulares ativando e gerando assim uma resposta na célula-alvo. Tipo Gq: outra via, por fosfolipase C ✓ Quando a molécula se liga no receptor, o mecanismo até a proteína G é muito parecido, quando a molécula de sinalização se liga no receptor, ele muda de conformação – passa a interagir com a proteína G que solta o GDP e liga o GTP, dissocia das subunidades alfa da beta-gama e ativa a fosfolipase C. ✓ A fosfolipase quebra o fosfolipídio de membrana chamado fosfatidil Inositol bifosfato, quebra a molécula, deixando uma parte que fica na membrana (diacil glicerol) e vai soltar a parte de baixo (IP3 – Inositol 3 fosfato). Eles são considerados 2° mensageiros, já que alteram a atividade de outras proteínas. Imagem: A subunidade alfa da Gq ativa a enzima PLC (fosfolipase C), a PLC catalisa a formação de PIP3 e DAG a partir de Fosfatidil Inositol bifosfato. O DAG vai ativar uma proteína quinase chamada PKC e o IP3 solúvel vai até o reticulo endoplasmático, se liga a um canal de cálcio e favorece a saída de cálcio do reticulo para o citoplasma. → Adaptação e receptores acoplados à proteína G – algumas formas pelas quais as células-alvo podem se tornar adaptadas (dessensibilizadas) a uma molécula de sinalização extracelular. Sequestro do receptor: dependendo da quantidade de ligante, da duração do estímulo a célula pode dessensibilizar o receptor, internalizando-o, forma uma vesícula, tira da membrana. Retrorregulação: degradado no lisossomo, por causa de um aumento exacerbado de estímulo. (esses dois de cima são mais duradouros, para sair disso a célula precisaria sintetizar mais receptores). Inativação do receptor: o receptor foi ativado, por exemplo por uma PKA, que pode fosforilar a parte de baixo do receptor e não permite mais que ele ative a proteína G, deixando temporariamente inativado. 8 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO Inativação de proteínas sinalizadoras: como a Adenil- ciclase. Produção de proteínas inibidoras: vai inibir o processo. → Canais iônicos: permitem fluxo de íon através da membrana a favor do seu gradiente, são formados por proteínas grandes, ou várias subunidades. Sua abertura e fechamento pode ser regulada por: ✓ Voltagem dependentes: são importantes em células excitáveis (neurônios e musculares), seres humanos expressamvárias isoformas de canais de NA+, Ca+, K+ e Cl- dependentes de voltagem. Todos os canais voltagem dependentes têm em sua estrutura proteica segmentos que regulam a seletividade do canal a espécie iônica e segmentos sensíveis à voltagem. Os aminoácidos da parte interna do poro regulam o que vai entrar e sair. • Sensor de voltagem dos canais: aminoácidos são uma sequência que está presente, e quando a voltagem da membrana se altera eles mudam de conformação abrindo o poro do canal. • Canal de Na+ regulado por voltagem: são formados por uma subunidade alfa muito grande com vários domínios transmembrana, se organiza como canal. São alvo de anestésicos locais (como lidocaína) que bloqueiam o poro e impedem a condução do potencial de ação em neurônios da dor. Vai impedir a geração do potencial de ação, não vai ter o impulso nervoso. • Canal de Ca++ regulados por voltagem: importantes na contração do músculo cardíaco, e controlam fusão de vesículas de neurotransmissores, na musculatura lisa controlam o tônus vascular via MLCK/calmodulina. Inibidores desses canais (nifedipina, dialtiazem e verapamil) são vasodilatadores utilizados para tratar angina e algumas arritmias cardíacas. ✓ Ligantes extracelulares: também chamados de receptores inotrópicos, vários neurotransmissores atuam dessa forma (receptores nicotínicos, de GABA por exemplo). Muitas vezes são formados por proteínas transmembrana, que juntas formam um poro de 4 ou 5 subunidades. Receptores para o nt glutamato, transmissão rápida no sistema nervoso ATP também podem ser liberados por neurotransmissores, se ligam as purinas. 9 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO • Receptores nicotínicos de ACh: presentes na junção neuromuscular, quando um neurônio motor ativa uma célula muscular esquelética por exemplo, canal se abre e permite entrada de sódio, cálcio e PA nesse musculo. • Receptor de potencial transitório (TRP): canais iônicos que tem propriedades distintas, participam de várias respostas, estão em várias células e existem vários tipos de canais. Subunidades com 6 domínios transmembranas que se organizam em tetrâmeros, formando o canal. Por exemplo, os presentes em neurônios sensoriais de dor e temperatura, podem ser ativados por vários estímulos = polimodais, podem ser ativados mecanicamente, temperatura moléculas químicas. Tipo o TRPV1 que se abre quando atinge uma temperatura mais alta, acima de 50 graus, mas também se abre em resposta a uma molécula química chamada capsaicina (pimenta), se liga nesses receptores, abre e ativa os neurônios. O TRPM8 ativado no frio e ao mentol. Estão sendo estudados como alvos farmacológicos. ✓ Ligantes intracelulares: não são comuns, o controlado por GMP cíclico na retina ✓ Mecanicamente: neurônios de tato, por compressão estira e abre-se o canal. ✓ Temperatura → Classe relacionado a atividade enzimática: quando ativado tem atividade enzimática ou recruta uma enzima diretamente. Principais tipos: • Receptores tirosina cinase: fatores de crescimento (EGF, PDGF, FGF, NGF, IGF, VEGF) e insulina. • Receptor de citocina (Jak-STAT) • Receptores TGF-b (SMADs) • Toll like receptores • Receptores de TNF-a (IKK) • Receptores guanilil ciclase: não fosforilam, sintetizam GMPciclico. • Essas vias estão sendo estudadas para desenvolvimento de fármacos antineoplásicos. • Receptores tirosina cinase: para a maioria, a forma inativa é uma proteína transmembrana que atravessa uma vez só, quando o ligante interage com as 2 partes do receptor, aproxima os monômeros (proteínas) – causa dimerização, que tem atividade quinase e elas começam a se autofosforilar. Então esse receptor fica cheio de fosforilações, ficou com resíduos de fosfato e isso recruta proteínas próximas que tem domínio de ligação para tirosinas fosforiladas, esse receptor agora vira uma plataforma de sinalização, atraindo muitas proteínas e favorecendo a atividade de vias importantes. ✓ Ativação de Ras: é uma GTPase monomérica. Quando o receptor tirosina cinase é ativado, é recrutar uma proteína adaptadora (Grb2), liga a uma outra proteína (GEF fator que estimula troca de nucleotídeo guanina). A Ras inativada está ligada ao GDP, e precisa se ligar ao GTP para se ativar, mas só quando vai encontrar a GEF vai conseguir, interagem, ela solta o GDP e se liga ao GTP (se torna ativa), e vai ativar outras vias que estão diretamente relacionadas a proliferação e crescimento celular (importante no estudo do câncer). 10 AULA 3 – FARMACOLOGIA/ 4° PERIODO A Ras ativa vai ativar uma proteína chamada MAP cinase (MAPK), essa via está envolvida principalmente em respostas de proliferação e diferenciação celular – regulam a transcrição gênica. Se essa via estiver desregulada pode levar a geração de câncer, existem drogas desenvolvidas para o tratamento que tem como alvo essas proteínas. Vemurafenibe e drabafenibe – inibidores de bRAF mutante (melanoma metastásico) Trametinibe – inibidor de MEK (melanoma) Cobimetinibe – inibidor de ERK (melanoma) ✓ Outra via ativada por receptores tirosina cinase é a da PI3K/Akt (uma enzima, quinase, fosforila lipídeo de membrana). Coloca um fosfato no lipídeo de membrana transformando um lipídeo chamado PIP2 em PIP3, isso vai levar a ativação da enzima chamada PKB (AKt). Essa via também é relacionada a crescimento celular, ativa a mTOR, que é uma proteína que leva a crescimento, também pode levar a via das quinases está relacionada a sobrevivência celular (inibe morte celular). Tumores podem surgir de uma mutação dessa via, e a ativação dessa via é antagonizada/inibida pela PTEN (fosfatase que regula essa via para impedir uma superativação). Dessa forma existem drogas que visam o tratamento de tumores (idelalisibe – inibidor de PI3K gama (neoplasia de célula B refratária). → Receptores que estimulam a síntese de GMP cíclico: O GMPc é um segundo mensageiro, sintetizado por enzimas guanilil ciclase. Receptores (de superfície, são ativados → ativa a atividade guanilil ciclase) ativados de fatores natriuréticos (promovem suas ações através de receptores dessa classe, quando uma molécula se liga ele muda de conformação, ativa guanilil ciclase e faz GMPc, que ativa proteína PKC). Esse GMPc vai levar a relaxamento de determinados vasos, mecanismo de controle da pressão arterial. → Existem guanilil-ciclase solúveis, são ativadas por óxido nítrico, o mecanismo pelo qual o oxido nítrico induz relaxamento de musculatura lisa é através da ativação de GMP ciclo levando a relaxamento de vasos sanguíneos. Isso também é alvo de fármacos, o GMPc é degradado por uma fosfodiesterase, o viagra inibe a fosfodiesterase, causa acumulo do GMPc aumentando o relaxamento dos vasos.
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