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FARINGITE AGUDA Definição: - Inflamação da mucosa da faringe. - Faringotonsilite: infecção concomitante da tonsila palatina. Epidemiologia: - Escolares e adolescentes entre 5 e 11 anos; - Podem apresentar 3 a 5 episódios/ano; - Incomum em crianças < 3 anos. Etiologia: - Viral: Rinovírus, coronavírus, VSR, parainfluenza, enterovírus. - Bacteriana: Streptococcus pyogenes > H. influenzae, M. pneumoniae, C. diphteriae, N. gonorrhoeae. FARINGITE VIRAL MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Febre, dor de garganta, exsudato faríngeo ou tonsilar; - Tosse, rouquidão, congestão nasal, coriza, rinorreia. COXSACKIE A - Herpangina: febre, vesículas ulcerativas, dor de garganta, dor abdominal, cefaleia. - Sx. mão-pé-boca: vesículas orais e lesões papulovesiculares em palmas e plantas. ADENOVÍRUS - Febre faringoconjuntival: febre alta, dor de garganta, ceratoconjuntivite, dor no corpo, cefaleia. EPSTEIN-BARR - Mononucleose: amigdalite exsudativa, febre prolongada, adenopatia cervical, esplenomegalia. - Hemograma: linfocitose com predomínio de linfócitos atípicos. - Orientar repouso e evitar esportes de contato (ruptura esplênica); - Pode cursar com rash após exposição a betalactâmicos. HERPES SIMPLES - Gengivoestomatites: vesículas ulceradas em faringe posterior, cavidade oral e lábios. - Pode durar 14 dias e acompanha-se de febre alta e disfagia. TRATAMENTO - Sintomático: antitérmicos, anti-inflamatórios, anestésicos locais. FARINGITE ESTREPTOCÓCICA (S. pyogenes) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Febre, dor de garganta, exsudato faríngeo ou tonsilar; - Petéquias em palato (manchas de Forchheimer); - Linfonodos cervicais anteriores aumentados e dolorosos; - Sinais de escarlatina: palidez perioral (sinal de Filatov), língua em framboesa, linhas de Pastia. DIAGNÓSTICO - Strep test: teste rápido de resultado imediato negativo deve ser confirmado por cultivo. - Cultivo de orofaringe: resultado em 2 a 3 dias. TRATAMENTO - Antibiótico: Amoxicilina VO 10 dias ou Penicilina benzatina IM dose única. - Alérgicos: clindamicina ou azitromicina. - Sintomáticos: anti-inflamatório, antitérmico, anestésico local. COMPLICAÇÕES Complicações supurativas Abscesso peritonsilar Abscesso retrofaríngeo Complicações não supurativas Febre reumática Glomerulonefrite pós-estreptocócica ABSCESSO PERITONSILAR - Infecção do tecido localizado entre a cápsula da tonsila e os músculos faríngeos. - Geralmente polimicrobiano e mais comum em adolescentes. Clínica: - Dor de garganta, febre, sialorreia; - Odinofagia, disfagia, trismo. Diagnóstico: - Abscesso unilateral com desvio contralateral da úvula. Tratamento: - Drenagem + antibioticoterapia EV. Complicação: - Ruptura com pneumonite aspirativa. ABSCESSO RETROFARÍNGEO - Disseminação bacteriana para os linfonodos retrofaríngeos. - Geralmente polimicrobiano e mais comum em < 5 anos. Clínica: - Febre, dor no pescoço, disfonia; - Meningismo, trismo, estridor, mal estado geral. Diagnóstico: - Clínico + confirmação por TAC. Tratamento: - Antibioticoterapia EV; - Drenagem cirúrgica (falha de tratamento). Complicações: - Obstrução de via aérea; - Mediastinite; - Pneumonite aspirativa. FEBRE REUMÁTICA - Quadro de poliartrite, cardite, nódulos subcutâneos, eritema marginado e coreia. - Prevenível por antibiótico: desde que iniciado até 9 dias do início da infecção. - Tratamento: sintomático (analgésicos, anti-inflamatórios). GLOMERULONEFRITE PÓS-ESTREPTOCÓCICA - Quadro nefrítico pós faringite ou infecção de pele por Streptococcus. - NÃO prevenível por antibiótico: há risco mesmo com tratamento oportuno. - Quadro autolimitado com recuperação completa em 2 a 4 semanas. SÍNDROME PFAPA Definição: - Síndrome caracterizada por febre periódica (PF), aftas orais (A), faringite (P) e adenite cervical (A). Epidemiologia: - Síndrome auto-inflamatória mais comum da infância; - Frequente em crianças < 5 anos; - Resolução completa até 12 anos; - Etiologia desconhecida. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - Febre elevada que dura até 7 dias e não responde a antitérmicos. - Surtos febris ocorrem em intervalos regulares a cada 3 a 6 semanas. - Faringite exsudativa e eritematosa, aftas orais, linfadenopatia cervical. - Pode acompanhar cefaleia, mialgia, mal-estar geral, irritabilidade. DIAGNÓSTICO - Amigdalite com aftas? Pensar em PFAPA. - De exclusão: deve cumprir os seguintes critérios, após descartar outras patologias: - Febre que recorre regularmente em crianças < 5 anos; - Pelo menos um dos seguintes: estomatite aftosa, linfadenite cervical, faringite; - Ausência de infecção respiratória superior; - Exclusão de neutropenia cíclica; - Intervalo completamente assintomático entre episódios; - Crescimento e desenvolvimento normais. TRATAMENTO Prednisona: - 1 mg/kg/dia por 3 a 5 dias. - Melhora da febre em 6h; - Melhora outros sintomas em 48h. Amigdalectomia: - Infecções graves e recorrentes de garganta: - > 7 episódios em 1 ano; - > 5 episódios/ano por 2 anos consecutivos; - > 3 episódios/ano por 3 anos consecutivos. - Crianças com Síndrome da apneia obstrutiva do sono que afeta qualidade de vida.
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