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Introdução ao Direito do Comércio Internacional 1

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DIREITO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL (DCI 1) 
 
MARCOS HISTÓRICOS: 
Mais importantes, ​na minha opinião: 
- Renascimento: Rotas -> ​Início da Globalização 
- Idade moderna e Contemporânea: ​Estados, Acordos, Mercado interno. 
 
FONTES DO DIREITO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL 
As fontes do direito do comércio internacional podem ser internas ou externas, isto é, 
internas quando são reguladas por países, de forma unilateral, mas que afetam o comércio 
internacional, e externas quando são tratados ou jurisprudências arbitrais internacionais. São 
fontes do DCI: ​(i) Principais convenções internacionais; (ii) direito costumeiro ou 
consuetudinário – práticas e usos comerciais de determinados setores mercantis –; (iii) 
Os contratos, normalmente elaborados por organizações ou associações internacionais 
que buscam uniformizar a prática do comércio internacional. (iv) Jurisprudência 
arbitral, a qual emana de instituições de arbitragem internacional, como a Câmara de 
Comércio Internacional de Paris (CCI). Essas fontes são chamadas de ​Nova Lex 
Mercatoria​. 
 
A NOVA LEX MERCATORIA ​surge no seio da comunidade de comerciantes 
internacionais, principalmente formada ​por uso de costumes internacionais, jurisprudências 
arbitrais e contratos tipos. ​Berthold Goldman defendia inicialmente ser a ​lex mercatoria um 
corpo autônomo de direito formado graças à autonomia da vontade, pela repetida aplicação e 
eficácia nas operações do comércio e arbitragem internacional. Assim o autor entendia que a 
lex mercatoria possui âmbito e finalidade compatíveis com a qualificação de sistema jurídico. 
No entanto, em 1985, o autor oferece uma definição mais pragmática para o conceito de lex 
mercatoria, que seria entendido como ​um conjunto de princípios gerais e regras costumeiras 
referidas espontaneamente ou criadas dentro da estrutura do comércio internacional, sem 
referência a um sistema jurídico nacional em particular​. A validade e eficácia desses 
princípios variam, ainda, de acordo com o sistema jurídico de cada estado. ​Os jogadores 
criam as regras do jogo​. ​Como já de costume nas mudanças de perspectiva no direito 
internacional, a nova ​lex mercatoria vem após a segunda guerra mundial, como rápido 
desenvolvimento da tecnologia, expansão do tráfego aéreo e produção em massa. Com essa 
demasiada evolução, lacunas começam a surgir nas legislações estatais e, assim, contratos e 
decisões vão ganhando força. 
 
NOVAS TENDÊNCIAS RUMO À CODIFICAÇÃO DO DIREITO DO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL 
 
 
Há esforços para unificação do Direito Internacional Privado. Discussões feitas em torno do 
conceito, fonte e conteúdo da ​lex mercatoria​, que em muito influencia na criação de projeto 
de unificação. Objetivo de harmonizar e garantir maior segurança jurídica. Há planos do 
secretariado do UNIDROIT de promover a progressiva codificação da legislação sobre o 
comércio internacional. Vai ganhando força a ideia de um código do comércio internacional. 
Observa-se, portanto, que apesar das diferenças e obstáculos que surgem nas tentativas de 
uniformização e de codificação de uma lei transnacional, persiste a insatisfação dos atores do 
comércio internacional em relação às legislações nacionais, que não conseguiram e não 
conseguem acompanhar a evolução das relações internacionais. 
 
SISTEMA MULTILATERAL DE COMÉRCIO 
- Acordo de Bretton Woods: ​Parâmetros para a economia pós segunda guerra 
mundial. ​O acordo previa a criação de instituições financeiras mundiais que se 
encarregariam de dar o sustento necessário ao modelo que estava sendo criado, que 
seriam: Banco Mundial, que funciona até hoje como uma espécie de Agência de 
Crédito tamanho família, destinada a fornecer capitais para políticas e projetos de 
desenvolvimento no mundo todo. Além desta seria criado o FMI (Fundo Monetário 
Internacional), uma espécie de "caixinha" de todos os países, que poderiam fazer 
movimentações de dinheiro do caso necessitassem de injeção de capitais em sua 
economia, respeitando, claro, alguns preceitos de disciplina fiscal a serem ditados 
pelos dirigentes do fundo. 
- Princípios: ​Não discriminação e investimento nacional. 
- Institutos: ​Território Aduaneiro, Zona Franca e Operações Aduaneiras. 
- Funções e objetivos: ​sua função é liberalizar o comércio internacional por meio da 
derrubada de barreiras tarifárias e não-tarifárias, tais como tarifas, cotas, barreiras 
técnicas, subsídios, dumping e outras, sempre por meio de regras a serem aplicadas 
amplamente pelos membros da Organização Mundial de Comércio (OMC). 
Importante esclarecer que esse sistema precede a OMC. ​O desenvolvimento do 
comércio internacional é caracterizado pela evolução simultânea do sistema 
multilateral de comércio, aliado aos processos de integração regional. É função da 
OMC supervisionar a implementação e cumprimento das regras sobre comércio e 
operações internacionais contidas no Sistema Multilateral de Comércio. 
 
ORGANIZAÇÕES QUE CONTRIBUEM PARA O COMÉRCIO 
INTERNACIONAL 
I. ONU 
A) UNCITRAL ​A Comissão das Nações Unidas para o Direito do Comércio 
Internacional é um órgão subsidiário da Assembléia Geral das Nações Unidas 
responsável por ajudar a facilitar o comércio internacional e o investimento 
 
 
B) ONPI 
 
C) UNCTAD + SGP: ​A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e 
Desenvolvimento foi estabelecida em 1964, em Genebra, Suíça, no contexto 
das discussões de liberalização do comércio no Acordo Geral de Tarifas e 
Comércio. ​Os países desenvolvidos, membros da Organização de Cooperação 
e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por meio de acordo aprovado em 
outubro de 1970 pela Junta de Comércio e Desenvolvimento da UNCTAD, 
estabeleceram o Sistema Geral de Preferências (SGP), mediante o qual 
concedem redução parcial ou total do imposto de importação incidente sobre 
determinados produtos, quando originários e procedentes de países em 
desenvolvimento. São considerados originários os produtos inteiramente 
produzidos no país. Não obstante, podem ser utilizados materiais ou partes 
importadas ou de origem indeterminada na composição do produto a ser 
exportado, desde que sejam atendidas as Regras de Origem estabelecidas pelos 
países outorgantes. 
 
D) CEPAL ​A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe ou 
Comissão Económica para a América Latina e Caraíbas foi criada em 1948 
pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas com o objetivo de 
incentivar a cooperação econômica entre os seus membros. 
 
II. FMI 
Fundo Monetário Internacional é uma organização internacional criada em 1944 na 
Conferência de Bretton Woods com o objetivo, inicial, de ajudar na reconstrução do sistema 
monetário internacional no período pós-Segunda Guerra Mundial. 
 
III. BANCO MUNDIAL 
O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional que efetua empréstimos a 
países em desenvolvimento. É o maior e mais conhecido banco de desenvolvimento no 
mundo, além de possuir o status de observador no Grupo de Desenvolvimento das Nações 
Unidas e em outros fóruns internacionais, como o G-20 financeiro. 
 
IV. OEA 
Fundada dois anos após a ONU (Organização das Nações Unidas), a OEA teve no 
início 21 países membros que assinaram a Cartada Organização dos Estados 
Americanos.comprometeram-se em buscar soluções pacíficas para as questões sociais, 
econômicas e culturais do continente. Diante demais objetivos políticos e sociais, a OEA tem 
como objetivo: 
 
- Busca de soluções pacíficas para conflitos econômicos, sociais e culturais entre os países 
membros. 
 
- Integração econômica entre os países membros. 
 
 
V. CONFERÊNCIA DE HAIA 
Com mais de 60 Estados membros representando todos os continentes, a Conferência 
da Haia de Direito Internacional Privado é uma organização intergovernamental de caráter 
global. O objetivo maior da Organização é trabalhar por um mundo, no qual, apesar das 
diferenças entre os sistemas jurídicos, pessoas – tanto físicas como jurídicas – possam se 
beneficiar de um elevado grau de segurança jurídica. Rui Barbosa alcançou o lugar de 
celebridade mundial ao representar o Brasil na Conferência de Haia. A 2ª Conferência da Paz 
teve início no dia 15 de junho e durou até 18 de outubro de 1907, na cidade de Haia, com a 
presença de 175 delegados de 44 Estados. Desta vez, as nações latino americanas não foram 
esquecidas, e o Brasil, pela primeira vez, tomaria parte num acontecimento de grande 
responsabilidade internacional. Portanto, a representação do país deveria ser escolhida com 
muito cuidado, pois estava em jogo o seu prestígio internacional. 
A primeira, realizada em 1899, reunira poucas nações e concluíra pela criação de um 
corpo de árbitros, aos quais poderiam recorrer facultativamente as potências em casos de 
divergência. As propostas de desarmamento feitas pelo czar da Rússia não foram aceitas. O 
Brasil, convidado, não comparecera, pois exigia a participação de outras repúblicas 
sul-americanas. Para a segunda conferência estavam convidados 44 países. Na época, Rui 
Barbosa, que fora convocado pelo presidente da República para a delegação brasileira, 
enfrentou uma série de assuntos. O principal seria a transformação da Corte de Árbitros num 
tribunal permanente – que depois virou a CIJ. O grande tema da discussão era a criação da 
corte permanente de justiça, já que todos admitiam o princípio do arbitramento compulsório. 
Mas foi atacando a classificação dos países por sua força militar que Rui Barbosa conquistou 
o respeito das Nações. 
VI. UNIDROIT 
O Instituto Internacional para a Unificação do Direito Privado, também conhecido 
como UNIDROIT, é uma organização internacional independente cujo propósito é estudar 
formas de harmonizar e de coordenar o direito privado entre Estados e preparar gradualmente 
a adoção, pelos diversos Estados, de uma legislação de direito privado uniforme. 
 
DO GATT E DAS SUAS RODADAS 
- Regras para economia internacional pós-guerra 
- Vigorou por 50 anos até vir a OMC 
- Liberação do comércio internacional, redução de tarifas e obstáculos não tarifários. 
- Visava ao crescimento econômico dos países que ratificam o acordo, 
 
Funcionamento - Rodadas 
Maior destaque: 
- Kennedy (1964 - 1967) 
- Tóquio (1973 - 1979) 
- Uruguai (1986 - 1993) 
Pilares das rodadas de negociação: 
Princípio da nação mais favorecida: privilégio de um é privilégio de todos. 
Princípio do tratamento internacional: produto que ingressar em país via importação, deverá 
ser tratado da mesma forma – money wise. 
 
OMC 
A Organização Mundial do Comércio é o ​organismo internacional, composta de 164 
países, responsável por legislar e acompanhar as transações econômicas e comerciais 
realizadas entre diferentes países. Além disso, o seu principal objetivo é ​promover a 
liberalização mundial do comércio, visando ​combater o chamado protecionismo alfandegário​, 
em que uma nação impõe elevadas tarifas para produtos estrangeiros a fim de favorecer a 
indústria local. Quando algum país têm algum tipo de problema ou entrave com outro Estado, 
ele geralmente recorre à ​OMC como instância máxima para avaliar e julgar a questão. 
 
- Funções: 
- Regulamentar e fiscalizar o comércio internacional. 
- Resolver conflitos comerciais entre os países membros 
- Regulamentar e fiscalizar o comércio mundial 
- Gerenciar acordos comerciais tendo como parâmetro a globalização da economia 
- Criar situações e momentos – rodadas – para que sejam firmados acordos comerciais 
internacionais 
- Supervisionar cumprimento de acordo entre os membros 
 
- Princípios: 
(1) Não discriminação: Princípio básico da OMC, presente no GATT (1994). 
Estabelece diversos ​princípios, como o da nação mais favorecida​, no qual 
um país é obrigado a estender aos demais membros qualquer vantagem ou 
privilégio concedido a um dos membros​; ​e o ​princípio do tratamento 
nacional​, que impede o tratamento diferenciado de produtos nacionais e 
importados, quando o objetivo for discriminar o produto importado 
desfavorecendo a competição com o produto nacional; 
(2) Previsibilidade: ​Operadores do comércio exterior precisam de previsibilidade 
de normas e do acesso aos mercados, tanto na exportação quanto na 
importação. Pilar básico: consolidação de compromisso tarifário; 
(3) Concorrência Leal: ​OMC tenta garantir um comércio justo. ​Coíbe práticas 
comerciais desleais – dumping e subsídios; 
 
Dumping: a prática de colocar no mercado produtos abaixo do custo com o 
intuito de ​eliminar a concorrência​ e ​aumentar as quotas de mercado​. 
(4) Proibição de Restrições Quantitativas: ​Impede o uso de restrições 
quantitativas, como meio de proteção. Único meio admitido é a tarifa; 
(5) Tratamento especial e diferenciado para países em desenvolvimento: ​Os 
países desenvolvidos abrem mão da reciprocidade nas negociações tarifárias. 
Parte IV do GATT 1994 lista uma série de medidas mais favoráveis aos países 
em desenvolvimento que os países desenvolvidos deveriam implementar. 
(6) Single Undertaking: De acordo com o princípio do single undertaking, os 
países que entram na Organização Mundial do Comércio devem aceitar todas 
as regras existentes. Em outras palavras, todos os acordados já negociados, tais 
como os TRIPs e TRIMs etc., devem ser aceitos pelos membros da 
organização. Não é mais facultado a um país escolher, como ocorria na 
sistemática do GATT, os acordos dos quais ele quer fazer parte. Esse princípio 
pode ser resumido pela máxima em inglês: ““Nothing is agreed until 
everything is agreed” 
(7) Válvulas de Escape (‘’Safety Valves’’): ​Há três tipos de situações em que se 
admite a utilização de válvulas de escape: (i) utilização de medidas comerciais 
para objetivos não econômicos (por motivos de saúde pública ou segurança 
nacional); (ii) garantia de competição justa (possibilidade de utilização de 
medidas de defesa comercial); (iii) intervenção no comércio por razões 
econômicas (desenvolvimento de indústrias nascentes e problemas na balança 
de pagamentos). 
 
SISTEMA DE SOLUÇÕES DE CONTROVÉRSIAS 
Quem compõe: Partes e terceiros, assim como o corpo de apelação e o secretariado da 
OMC. 
 
O órgão de solução de controvérsias da OMC (OSC) tem autoridade para estabelecer 
painels (Panels), adotar relatórios do Panel, assim como do corpo de apelação. Além de poder 
autorizar ou suspender obrigações. 
A regra geral de aceitação das decisões é por consenso; Quando o OSC estabelece panels, só 
não os aprova se houver consenso negativo.Ou seja, se um só membro quiser bloquear 
alguma decisão do OSC, deve persuadir todos os outros membros. 
 
Há 4 fases no OSC (Consultas, Panels, Apelação e Implementação) 
 
1ª FASE: Comunicar à outra parte sobre a possibilidade de uma disputa. Dessa forma. a 
parte demandante pode pedir um panel. 
 
 
2ª FASE: Panel - primeira instância do OSC. Apenas o consenso de todos os membros 
impede o panel. Essa fase tem 6 meses de prazo para resolução e deve entregar um relatório 
preliminar. As deliberações são confidenciais. Quando revisto o relatório preliminar pelo 
panel, este se torna um relatório final. 
 
3ª FASE: Corpo de Apelação ´é composto por 7 membros, dos quais 3 analisam caso 
individual. Normalmente esses membros são pessoas especialistas e renomadas na área, 
todavia não possuam vínculos governamentais. O órgão não é disponível para terceiros 
interessados. Corpo de revisão do corpo de apelação: Presidente do OSC, diretor geral e o 
corpo de apelação. A decisão deve ser aceita incondicionalmente. 
 
4ª FASE: Implementação da decisão: Aquele país que realizar a conduta deve 
imediatamente modificá-la. Se continuar quebrando o acordo, terá que compensar de alguma 
forma ou então sofrerá alguma penalidade.

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