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TEORIAS CONTEMPORANEAS DAS RI - AULA 1

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27/08/2021 UNINTER - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/24
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Natali Hoff
27/08/2021 UNINTER - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/24
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, serão abordadas as contribuições conceituais e metodológicas de autores vinculados
ao que se convencionou rotular como pós-estruturalismo nas Relações Internacionais. Tais
contribuições inspiraram-se sobretudo em discussões oriundas de disciplinas vizinhas, como a
Sociologia, a Linguística e a Filosofia, em particular autores franceses cuja produção intelectual
passou a ganhar destaque a partir dos anos 1960, como é o caso de Michel Foucault (1926-1984) e
Jacques Derrida (1930-2004).
Ao final da década de 1980, a influência dessas discussões passou a se fazer mais presente na
disciplina de Relações Internacionais, em um momento crítico de maior abertura da área a novos
conceitos e metodologias, momento esse caracterizado como uma “virada reflexiva”, em que muitos
dos pilares teórico-metodológicos tradicionais – sobretudo aqueles assentados nas correntes
realistas e liberais – passaram a ser criticamente revistos. É o caso, por exemplo, do privilégio teórico
dado ao Estado como ator central das relações internacionais ou à visão de ciência oriunda das
premissas do positivismo epistemológico (Pereira; Blanco, 2021).
Saiba mais
Por Epistemologia, entenda-se a discussão filosófica acerca de como o conhecimento
humano a respeito da realidade ocorre, quais suas potencialidades e seus limites.
Inicialmente, serão apresentadas algumas das fontes teóricas do pós-estruturalismo, em especial
no campo da Filosofia e das Ciências Humanas, dando destaque ao diálogo crítico que essa
abordagem manteve com o estruturalismo que a precedeu. Também serão apresentadas as
marcantes diferenças em relação à visão de ciência e de pesquisa oriundas da epistemologia
positivista que até aquele momento ocupava posição francamente hegemônica nas teorias de
Relações Internacionais.
No Tema 2, será abordado o contexto em que o pensamento pós-estruturalista se inseriu na
disciplina, assim como seus primeiros impactos em matéria de renovação conceitual e metodológica,
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terminando com a identificação de seus principais autores e autoras.
Os Temas 3 e 4 serão dedicados às principais contribuições que o pós-estruturalismo trouxe às
Relações Internacionais, como é o caso de uma nova maneira de analisar a relação entre poder e
produção de conhecimento; ou de se problematizar a noção tradicional, cartesiana, de “sujeito”; ou,
ainda, a natureza e o papel da “linguagem” para as relações sociais e políticas. Aqui, serão destacadas
sobretudo as contribuições teórico-metodológicas de Foucault e de Derrida à disciplina.
Por fim, no Tema 5, o foco recairá sobre metodologias de pesquisa inspiradas pelas
problematizações pós-estruturalistas, tendo como exemplo as estratégias textuais de Derrida, como a
“desconstrução” e a “leitura dupla”; a “genealogia” de Foucault; e ainda a crítica da realidade
internacional a partir da noção de “estética”, tal como proposta pelo também francês Jacques
Rancière.
TEMA 1 – FONTES TEÓRICAS DO PÓS-ESTRUTURALISMO
Como já dito, o pós-estruturalismo em Relações Internacionais inspirou-se fortemente em
discussões oriundas de disciplinas vizinhas, como a Sociologia, a Linguística e a Filosofia. Tem
destaque aqui, como fonte teórica dessa abordagem, sobretudo o pensamento filosófico francês que
emergiu a partir dos anos 1960, com jovens filósofos como Michel Foucault, Jacques Derrida, Gilles
Deleuze, Jean Baudrillard, Jean-Luc Nancy, Paul Virilio, entre outros – eles próprios rotulados sob o
título de “pós-estruturalistas” (Çalkivik, 2017; Gregory, 1989).
Tais autores, ainda que muito diferentes entre si, exibiam em comum um grande ceticismo em
relação às chamadas grandes narrativas, quer dizer, aos discursos que se pretendem explicativos do
mundo (natural ou social), como é o caso do discurso científico (Edkins, 2007). Tal ceticismo estendia-
se também a alguns dos pilares do pensamento ocidental, como as noções de “verdade”, “fato” e
“evidência” ou mesmo ao argumento de que seria possível chegar a uma descrição “objetiva” (quer
dizer, não influenciada por interpretações parciais e vieses) a respeito do funcionamento da
realidade.       
Em resumo, o que tais autores e autoras questionavam eram os pressupostos positivistas então
hegemônicos na Filosofia e nas ciências humanas em geral. Antes, contudo, de se abordar de
maneira mais sistemática tais pressupostos e as correspondentes críticas pós-estruturalistas a eles, é
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preciso entender por que esse pensamento – extremamente diverso internamente e que não se deixa
aprisionar na ideia de teoria ou paradigma unificado – recebeu a denominação que possui. Dito de
outra forma: que estruturalismo é esse ao qual o pós-estruturalismo sucede?
   O estruturalismo é uma abordagem teórica e metodológica presente em diversas disciplinas
das ciências humanas, tendo destaque sobretudo na Antropologia e na Linguística. Seu argumento
fundamental é o de que a maneira como os seres humanos pensam e agem organiza-se a partir de
uma lógica subjacente, baseada especialmente na relação entre pares de opostos (também
chamados de oposições binárias), como masculino/feminino, céu/terra, cru/cozido, seco/úmido,
interior/exterior etc. Por consequência, o objetivo básico do estruturalismo é o de analisar os
artefatos da cultura humana para além da diversidade de aparência e de conteúdo, buscando, em vez
disso, as estruturas profundas (ou seja: as diversas combinações entre pares de opostos) comuns a
todos eles.
Os precursores do estruturalismo, como o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917) e o linguista
Ferdinand de Saussure (1857-1913), já defendiam a importância de se tratar a sociedade – no caso do
primeiro – e a língua – no caso do segundo – como sistemas de relações entre um conjunto de
elementos determinados. Durkheim procurava compreender a sociedade como uma espécie de
“organismo”, em que cada parte (a escola, por exemplo) só poderia ser compreendida a partir da
função que cumpriria “em relação” às demais partes (a de socializar as crianças, preparando-as para
os papéis da vida adulta) (Durkheim, 2003).
Saussure, por sua vez, em seu seminal Curso de Linguística Geral, publicado em 1916, defendia
que se estudasse a língua como um sistema de relações, em que palavras e letras só adquiririam
significado pelas relações (de proximidade, de oposição etc.) mantidas umas com as outras: assim,
uma determinada palavra (alto, por exemplo) só se tornaria inteligível – quer dizer: passível de ter seu
significado compreendido – a partir da sua relação de oposição a outras palavras (baixo, seguindo o
mesmo exemplo) (Saussure, 2011).
Foi, entretanto, por meio da obra do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009) que
tais contribuições precursoras do pensamento estruturalista encontraram seu momento de maior
popularidade intelectual. Partindo da noção de que as sociedades e as culturas humanas poderiam
ser compreendidas como uma estrutura, quer dizer, como um conjunto de relações (de oposição e de
complementaridade), Lévi-Strauss analisou diferentes aspectos da existência humana (regras de
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parentesco, preparo de alimentos, mitos) a fim de encontrar, por debaixo da imensa diversidade
aparente, os padrões comuns que organizariam cada um deles, e cujofundamento estaria na própria
maneira como a mente humana funcionaria: a partir dessa combinação de pares de opostos (Lévi-
Strauss, 2012).
Foi com esse cenário intelectual, em que o estruturalismo se apresentava como a abordagem
dominante nas ciências humanas, que os jovens filósofos franceses se defrontaram a partir dos anos
1960. Continuando algumas das linhas de raciocínio do estruturalismo e revisando outras, autores
como Foucault e Derrida foram responsáveis por minar a hegemonia estruturalista na academia
francesa e europeia.
Fundamental para o surgimento do rótulo “pós-estruturalismo” foi a apresentação do texto
Structure, Sign, and Play in the Discourse of the Human Sciences, de Jacques Derrida, na Universidade
John Hopkins, em 1966. O diálogo crítico que o autor estabelecia com os mestres do estruturalismo,
criticando alguns de seus principais argumentos, foi o pontapé inicial para que o establishment
acadêmico percebesse o surgimento de novas abordagens que procuravam superar algumas das
teses então hegemônicas.
Ainda que tais críticas variassem de acordo com cada autor, alguns pontos comuns podiam ser
identificados: (I) o questionamento da rigidez do modelo analítico estruturalista, centrado em
oposições binárias ou pares de opostos, que simplificaria a análise dos sistemas culturais a fim de
obter uma imagem coerente e estável de tais sistemas; (II) ao explicar um elemento a partir de sua
relação com os demais elementos do sistema, o estruturalismo privilegiaria a análise sincrônica (quer
dizer: do momento presente), em detrimento da história – análise diacrônica da estrutura ao longo
do tempo – que teria produzido tais elementos e as relações entre eles; (III) o estruturalismo ainda
estaria assentado em uma concepção de conhecimento e de ciência amplamente positivistas,
pretendendo assim obter a “interpretação verdadeira” a respeito das culturas e das sociedades
humanas; (IV) como consequência dessa visão positivista, o analista estruturalista enxergaria a si
próprio como estando imune aos vieses interpretativos produzidos pelas estruturas que analisa
(Masaro, 2018).
Tais críticas, contudo, não significavam que o pós-estruturalismo representasse uma rejeição
completa às abordagens anteriores: em comum com o estruturalismo, autores como Derrida,
Foucault e Deleuze também concordavam com o argumento de que a interpretação da realidade
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(natural ou cultural) é mediada por sistemas de signos (tal como a linguagem) e que o mais
importante em tais sistemas seriam as relações estabelecidas entre suas partes (seus signos), e não
cada uma delas isoladamente. Essas relações, entretanto, não seriam o produto da maneira universal
como a mente humana funciona (como em Lévi-Strauss), mas sim o efeito de contingências e de
lutas históricas, em que o poder, a estratégia e a política teriam grande participação.
Saiba mais
Signos podem ser entendidos como “qualquer objeto, forma ou fenômeno que representa
algo diferente de si mesmo e que é usado no lugar deste numa série de situações (a balança em
lugar de 'justiça'; a suástica, de 'nazismo' etc.)” (Houaiss, 2009). A linguagem pode ser definida,
portanto, como um tipo de “sistema de signos”.
A rejeição, por parte dos autores e autoras pós-estruturalistas, de parte importante das teses
estruturalistas e, de maneira mais geral, das teorias assentadas em pressupostos positivistas de
objetividade e de busca pela “verdade”, levou muitos intérpretes a identificarem o pós-estruturalismo
ao pós-modernismo ou a tratarem o primeiro como uma mera manifestação ou sintoma do segundo
(Çalkivik, 2017). É preciso, no entanto, aclarar e precisar a distinção entre ambos.
De acordo com David Campbell, o “’pós-modernismo’ surgiu durante o período após a Segunda
Guerra Mundial, representando e interpretando a cultura indeterminada, pluralista e cada vez mais
globalizada do mundo da Guerra Fria” (Campbell, 2010, p. 230). Nesse sentido, ele “refere-se a
formas culturais inspiradas pelas condições de tempo e espaço aceleradas e pelo hiper-consumismo
que experimentamos na era globalizada que alguns chamam de ‘pós-modernidade’” (Campbell,
2010, p. 231), em que muitos dos pressupostos e crenças nascidas ainda na esteira do Iluminismo e
da Revolução Industrial (berços da “modernidade” ou do “projeto moderno”) passaram a ser
criticadas ou revisadas: a crença na ciência e na razão como motores do progresso humano; a ideia
de que a história seguiria algum tipo de lógica evolutiva ou seria dotada de uma finalidade específica;
ou de que a realidade humana poderia ser explicada a partir de grandes narrativas totalizantes,
fossem elas artísticas, religiosas, políticas ou filosóficas.
Ainda que as abordagens pós-estruturalistas na Filosofia e nas ciências humanas expressem
alguns dos traços e humores da atitude cultural iconoclasta do pós-modernismo, elas não se
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esgotam em uma simples crítica ao “projeto moderno” e à modernidade (Campbell, 2010, p. 230),
lidando, ao contrário, com temas e problemas seculares da tradição filosófica ocidental.
TEMA 2 – O PÓS-ESTRUTURALISMO EM RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
As abordagens pós-estruturalistas – oriundas, como já dito, sobretudo da filosofia francesa
contemporânea – passaram a se fazer presentes nas Relações Internacionais a partir do final da
década de 1980, momento em que a disciplina assistia a uma problematização de seus pressupostos
fundacionais e a uma pluralização de perspectivas, conceitos, metodologias e objetos de estudo. Esse
momento é denominado por alguns como uma virada reflexiva na disciplina (Hamati-Ataya, 2012),
dando início ao que se convencionou chamar de quarto debate das Relações Internacionais
(Nogueira; Messari, 2005), em que a base epistemológica e teórico-metodológica até então
hegemônica na área – aquela assentada no positivismo – passou a ser severamente questionada,
juntamente com as principais teorias que nela se baseavam, como o realismo, o idealismo, o
neoliberalismo e o neorealismo.    
A fim de compreender o escopo dessa “virada” – também chamada de sociológica, discursiva ou
pós-positivista – é preciso antes delinear de maneira mais sistemática as características da
epistemologia positivista que havia estruturado a área até aquele momento. Segundo Steve Smith, o
positivismo nas Relações Internacionais alicerça-se em quatro “suposições subjacentes e muitas vezes
profundamente implícitas” (Smith,1996, p. 15-16) que moldam as pesquisas na área, ainda que não
sejam necessariamente perseguidas de maneira consciente pelos pesquisadores e pesquisadoras.
Primeiramente, o naturalismo, quer dizer, a crença no caráter unitário da ciência e de seu método,
pouco importando as especificidades de cada objeto ou área a ser estudada. Nesse sentido, tanto as
ciências naturais quanto as ciências humanas ou sociais compartilhariam um mesmo conjunto de
pressupostos metodológicos.
Em segundo lugar, o objetivismo, que postula uma separação clara e estanque entre fatos e
objetos, de um lado, e valores e interpretações, de outro; haveria, nesse caso, uma separação
absoluta entre o sujeito do conhecimento – o observador – e o objeto desse conhecimento – o
observado –, bastando para isso o esforço do analista em colocar “em suspenso” suas crenças e
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valores no ato da pesquisa. Aqui, o processo de conhecimento é visto como uma “descoberta”, e não
como um processo interpretativo e ativo de “construção”.
Em terceiro, o positivismo parte do pressuposto de que a realidade é inteligível e passível de ser
explicada em sua causalidade (o encadeamento de causas e efeitos), pois está fundamentada emrepetições, ciclos, padrões e até mesmo em leis que norteariam seu funcionamento, sendo isso
verdadeiro tanto para o mundo natural quanto para o mundo social. Por último, mas não menos
importante, o positivismo postula, como critério exclusivo de cientificidade de uma pesquisa, a
validação ou o falseamento da hipótese de trabalho por meio de teste empírico, o que, em termos
filosóficos, é chamado de empiricismo (Smith, 1996, p. 15-16).   
Foram justamente tais pontos, característicos da epistemologia positivista que fundamentou a
disciplina de Relações Internacionais até aquele momento, que passaram a ser problematizados pelas
abordagens pós-estruturalistas (Gregory, 1989), responsáveis por colocar “uma série de questões
meta-teóricas – perguntas sobre a teoria da teoria – de modo a compreender como formas
particulares de conhecimento, o que conta como conhecimento e quem pode saber, foram
estabelecidas ao longo do tempo” (Campbell, 2010, p. 225).
Em primeiro lugar, o pós-estruturalismo recusa o objetivismo inerente à epistemologia
positivista, argumentando que o ato de conhecimento é um processo ativo, do qual a interpretação –
e, portanto, a linguagem e a política – é parte inescapavelmente constituinte. Não há, sob essa
perspectiva filosófica, um mundo a ser “descoberto” ou “desvendado” pelo olhar científico, mas sim
uma realidade a ser interpretada de acordo com os constrangimentos de um dado contexto
linguístico e político que torna certas coisas visíveis, enunciáveis, ao mesmo tempo que invisibiliza
outras. Tal perspectiva possui também uma história na tradição filosófica, remontando, por exemplo,
a Friedrich Nietzsche, para quem “existe apenas perspectiva de visão, apenas perspectiva ‘do
conhecer’” (Nietzsche, 2006, p. 87; grifo do original), e não uma visão triunfante capaz de dizer a
“verdade” a respeito do mundo.
Ainda contra o objetivismo positivista, os pós-estruturalistas negam a existência de uma
distinção entre fatos e interpretações ou entre juízos de conhecimento e juízos de valor, já que
ambos estariam integrados em uma dada linguagem (ou discurso, no sentido de Foucault), que
condiciona aquilo que se pode ver e julgar. Tal linguagem possui também uma estrutura (as relações
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internas entre palavras, ideias e argumentos), que é sempre o efeito de um determinado contexto
sócio-político e das relações de poder que operam nele. 
Como nos chama a atenção Roland Bleiker (2007), o objetivo principal da problematização pós-
estruturalista não é “chegar à uma verdade objetiva sobre eventos ou fenômenos políticos. Tal
empreendimento seria tão problemático quanto inútil. O ponto, ao contrário, é aumentar a
compreensão de como poder e conhecimento estão interligados em todas as representações da
política” (Bleiker, 2007, p. 91). Daí a necessidade de se interrogar, criticamente, as teorias que, ao
dizer a “verdade” sobre o mundo, tendem a naturalizá-lo, desistoricizá-lo, fazendo esquecer os
processos, passados e presentes, que o levaram a ser como é, ou mesmo impedindo a possibilidade
de imaginá-lo de outra forma: “trata-se de desvelar as suposições e os limites que fizeram as coisas
como são, de modo que o que parece natural e sem alternativa possa ser repensado e retrabalhado”
(Campbell, 2010, p. 233).   
Mas não é apenas a maneira como se concebe o processo de conhecimento – a epistemologia,
portanto – que afasta o pós-estruturalismo do positivismo, é também a maneira como se
compreende a realidade a ser conhecida – a ontologia – que afasta ambos. Se, para o positivismo, a
realidade é inteligível e possuidora de padrões, ciclos e leis que podem ser “descobertas” por meio
do escrutínio do teste empírico, para o pós-estruturalismo, a realidade apresenta-se como dotada de
uma complexidade inesgotável de significados que escapa a qualquer tentativa de redução analítica.
Daí o recurso, por parte de tal abordagem, a noções como a de “texto” (no sentido de Derrida), a
qual, como se verá mais adiante, pretende sublinhar justamente a inesgotabilidade de interpretações
ou representações a que a realidade, inclusive a política, dá margem (Derrida, 1988).
Saiba mais
Por Ontologia, entenda-se o estudo filosófico das propriedades mais gerais do ser ou do
real.
Por meio de tais críticas ao positivismo, vê-se que as abordagens pós-estruturalistas trazem
questionamentos bastante distintos àqueles presentes na disciplina de Relações Internacionais até
pelo menos o final dos anos 1980, quando a hegemonia, de uma maneira única e exclusivista de se
conceber a pesquisa e a produção na área, começou a ser colocada em xeque. Pode se dizer,
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portanto, que o pós-estruturalismo ampliou as possibilidades de reflexão acerca da realidade
internacional presentes nas Relações Internacionais (Pereira; Blanco, 2021).
Como já dito, a partir do final dos anos 1980 e começo da década seguinte, as contribuições
dessa nova filosofia, sobretudo francesa, começou a encontrar eco nas produções de autores e
autoras da área, por meio de trabalhos como os de Richard Ashley (1981; 1984), James Der Derian
(1987), Michael Shapiro (1988) e R. B. J. Walker (1987; 1995) (Campbell, 2010, p. 226).
Inicialmente, tais trabalhos baseavam-se em problematizações de cunho majoritariamente meta-
teórico, quer dizer, questionando o próprio processo de construção de conhecimento na área, seus
pressupostos e fundamentos implícitos. Um exemplo de tais problematizações é aquela em relação
ao caráter “estadocêntrico” das teorias tradicionais, como a realista: “[o pós-estruturalismo começou]
questionando como o Estado passou a ser considerado o ator mais importante na política mundial, e
como o Estado passou a ser entendido como um ator unitário e racional” (Campbell, 2010). Tratava-
se, assim, de desnaturalizar a centralidade teórica do Estado, indagando inclusive por meio de quais
práticas estatais o Estado colaborava para manter a visão a respeito de sua importância (Campbell,
2010).
Após esse primeiro momento, em que a atenção das abordagens pós-estruturalistas esteve
centrada nos pressupostos e fundamentos meta-teóricos da disciplina, outros fenômenos e aspectos
da realidade internacional passaram a ser problematizados. Ainda que muito variada, a produção
desse novo momento pode ser descrita como possuindo os seguintes elementos:
1) uma preocupação fundamental com a relação entre poder e conhecimento; 2) o emprego de
metodologias pós-positivistas, como a desconstrução e a genealogia; 3) um engajamento crítico
com o papel do Estado e com questões relacionadas a fronteiras, violência e identidade; e 4) a
necessidade resultante de repensar fundamentalmente a relação entre política e ética. (Bleiker,
2007, p. 91)
A respeito dos objetos ou aspectos da realidade internacional mais pesquisados nesse segundo
momento, há, como exemplos: soberania; segurança; operações de paz e de manutenção da paz;
processos de reconstrução pós-bélica; guerra; contra-insurgência; refugiados; política externa e
identidade estatal; diplomacia; cidadania; desenvolvimento; fome; relações Norte-Sul globais;
economia política e finanças internacionais; fronteiras (Pereira; Blanco, 2021).
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TEMA 3 – CONTRIBUIÇÕES DO PÓS-ESTRUTURALISMO ÀS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS: A RELAÇÃO ENTRE PODER E
CONHECIMENTO E A CRÍTICA AO SUJEITO CARTESIANO
Como já se pode notar, as abordagens pós-estruturalistas representaram um vetor importante
de pluralização epistemológica e teórico-metodológica para as Relações Internacionais, ao
questionar as bases positivistas sobre as quais as escolas hegemônicas da área, como realismo e
idealismo, se assentam. Entre asprincipais inovações trazidas por essas novas abordagens, pode se
destacar: (I) uma redefinição do papel da teorização, a quem caberia menos a produção de um
modelo preditivo do comportamento dos atores internacionais, e mais uma problematização da
própria relação entre tal teorização e as relações de poder da qual ela inevitavelmente faz parte; (II) a
crítica à maneira tradicional, de matriz cartesiana, de se conceber o sujeito (jargão filosófico para
designar a experiência mental do indivíduo ao tentar compreender o mundo que o cerca) e a
subjetividade; (III) o papel da linguagem na vida social e política, incluindo aí a política internacional;
(IV) o conceito foucaultiano de “discurso”; (V) os conceitos de “texto” e “textualidade”, oriundos da
obra de Derrida; (VI) as inovações metodológicas representadas pelas estratégias textuais, pela
genealogia e pela análise estética (Pereira; Blanco, 2021).
 Relativamente à primeira dessas contribuições, a da redefinição do papel da teoria e do ato de
teorizar, é preciso antes abordar a noção de “problematização”, expressão utilizada por Michel
Foucault para destacar qual seria o objetivo primordial de uma pesquisa que fuja aos moldes
positivistas. Enquanto as pesquisas tradicionais – como as que partem de uma base teórico-
metodológica realista – concebem a teoria como um modelo ou uma representação que “espelhe” o
mais fielmente possível o funcionamento da realidade internacional, procurando inclusive prever o
comportamento futuro dos atores internacionais, as pesquisas guiadas pela noção de
“problematização” procuram, antes de mais nada, colocar sob análise as próprias perguntas, objetos
e pressupostos metodológicos que tradicionalmente embasam os trabalhos em Relações
Internacionais.
A noção de “problematização” pressupõe, portanto, a reflexão crítica – seja por meio da análise
historiográfica ou textual – acerca de como um determinado conjunto de temáticas (científicas,
sociais ou políticas) passa a se configurar como um “problema”, quer dizer, como um enunciado
sobre a realidade a respeito do qual é preciso refletir e buscar “soluções”. Assim, “ao invés de
começar com uma pergunta de pesquisa que identifica os significados dos conceitos e explora as
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relações entre eles, [...] uma abordagem partindo da problematização reflete sobre por que
problemas particulares emergiram em determinados momentos históricos”.
Problematizar aquilo que em geral permanece como um pressuposto indiscutido leva, em
Relações Internacionais, a um ganho de reflexividade por parte do analista, que passa a colocar sob o
crivo da crítica os próprios instrumentos teóricos da pesquisa: os conceitos (soberania, anarquia,
Estado), pressupostos teóricos (o Estado como unidade de análise da realidade internacional) e
técnicos (a quantificação do poderio militar, por exemplo). Esse tipo de indagação reflexiva também
permite retomar “soluções” e cursos de ação alternativos, muitas vezes bloqueados ou invisibilizados
pela linguagem corrente (Pereira; Blanco, 2021). 
Além desse ganho em matéria de reflexividade na pesquisa, a noção pós-estruturalista de
problematização também colabora para jogar luz sobre a (estreita) relação entre conhecimento e
poder, relação essa denegada pela concepção positivista de ciência e pesquisa. Para esta última, “o
conhecimento deve estar imune à influência do poder”, o que exigiria “a suspensão de valores,
interesses e relações de poder na busca de um conhecimento objetivo” (Devetak, 2005, p. 162).
Problematizar, ao contrário, leva ao abandono “[da] tradição que permite imaginar que o
conhecimento pode existir somente onde as relações de poder estão suspensas e que o
conhecimento pode desenvolver-se somente fora de suas injunções, suas demandas e seus
interesses” (Foucault, 1977, p. 27).
Nessa concepção, poder e conhecimento implicam um ao outro: as relações de poder produzem
campos de conhecimento e corpos de especialistas, assim como o conhecimento colabora para criar,
manter ou alterar essas mesmas relações de poder. Da física nuclear à medicina, passando pela
estatística ou economia, não há sistemas de conhecimento que não possam ser analisados em sua
conexão com relações de poder.
  Outra importante contribuição do pós-estruturalismo à disciplina de Relações Internacionais
reside na discussão a respeito das noções de “sujeito” e de “subjetividade”, termos filosóficos
bastante antigos que se referem, respectivamente, ao “eu pensante, consciência, espírito ou mente
enquanto faculdade cognoscente e princípio fundador do conhecimento” e à “realidade psíquica,
emocional e cognitiva do ser humano” (Houaiss, 2009). Fundamental na consolidação da concepção
moderna de “sujeito”, a filosofia cartesiana (referência ao filósofo francês René Descartes) argumenta
por uma concepção racionalista e universalista de ser humano: dotado de uma essência universal e
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atemporal, o ser humano define-se pelo uso metódico do pensamento, quer dizer, pela racionalidade
(“penso, logo existo”).
A abordagem pós-estruturalista, ao contrário, recusa qualquer atribuição de uma essência
universal e atemporal ao “sujeito”, chamando a atenção para o seu caráter radicalmente histórico, ou
seja, localizado no espaço e no tempo, e submetido, portanto, às relações de poder de seu contexto:
“a crença humanista de que existe uma essência universal do ‘homem’ – um atributo atemporal de
todos os seres humanos – é substituída pela visão do sujeito produzido por atos de poder, moldados
pelas técnicas e conhecimentos políticos aplicados a ele” (Çalkivik, 2017, p. 5). O viés racionalista da
concepção cartesiana e moderna de “sujeito” – reduzindo-o, no limite, a um agente calculador,
plenamente consciente de si – também dá lugar a uma ênfase maior às dimensões inconscientes,
fluidas e opacas da subjetividade, bem como à sua dimensão emocional e corporal.  
TEMA 4 – CONTRIBUIÇÕES DO PÓS-ESTRUTURALISMO ÀS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS: LINGUAGEM, DISCURSO E
TEXTUALIDADE
A introdução do pós-estruturalismo nas Relações Internacionais – assim como de outras
vertentes ligadas à já comentada “virada reflexiva” dos anos 1980 – como o feminismo e o pós-
colonialismo – teve como consequência trazer o tema da “linguagem”, e da relação desta com a
realidade internacional, para o centro dos debates na área. Mudança parecida já havia ocorrido em
outras disciplinas, como Sociologia, Antropologia e Filosofia, levando a se falar em uma “virada
linguística” nas Humanidades em geral (Gomes, 2011). Tal “virada” só foi possível graças à absorção,
por parte dessas disciplinas, de avanços teórico-metodológicos oriundos da Linguística e da
Semiótica, com destaque para a obra seminal de Ferdinand de Saussure, já mencionada nesta aula.
A visão convencional sobre a “linguagem” a define como “qualquer meio sistemático de
comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc.”
(Houaiss, 2009). Esses “signos” (as letras e as palavras que compõem este texto, por exemplo)
funcionam como representações que evocam objetos, ações e fenômenos: a palavra cavalo evoca, na
mente do leitor ou da leitora, a imagem do animal “cavalo”, ainda que este não esteja fisicamente
presente. Daí a importância da linguagem para a sociabilidade humana: ela permite que se fale a
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respeito daquilo que não está imediatamente presente ou mesmo sobre aquilo que existe apenas na
imaginação (a ideia de “nação” ou de “Estado”, por exemplo).  
Essa função “representacional” da linguagem – a capacidade que ela tem de “simular” ou
“evocar” os objetos e as características da realidade– tem sido salientada e analisada pela tradição
filosófica ao menos desde os gregos antigos. A novidade trazida pela abordagem pós-estruturalista é
a de enxergar a linguagem para além dessa função representacional, ressaltando, em vez disso, o
papel dela como produtora de alterações na própria realidade: nomear algo é interferir ativamente
na realidade; é, em certo sentido, criar realidade (Gomes, 2011). 
Muito da realidade internacional, por exemplo, baseia-se em atos de nomeação e renomeação –
de atores, situações e fenômenos: expressões como anarquia, soberania, crise humanitária, direitos
humanos, segurança internacional, terrorismo etc. funcionam como instrumentos de produção de
uma maneira específica de enxergar a realidade e, por essa via, de atuar sobre ela: “a nomeação de
objetos no mundo é arbitrária e, além disso, o processo de nomeação produz o objeto nomeado
como algo que é separado do continuum das coisas no mundo” (Edkins, 2007, p. 91). A abordagem
pós-estruturalista atribui, assim, um papel central à linguagem, como sistema de signos que molda a
interpretação sobre a realidade e, dessa forma, a maneira como se age sobre ela: “o que é dito ou
pensado depende do que uma língua específica, e o seu modo de ver o mundo, tornam possível
dizer ou pensar” (Edkins, 2007).   
Tanto Foucault quanto Derrida exploram, em suas obras, esse papel ativo da linguagem e dos
sistemas de signos em geral, relacionando-os, sobretudo, à distribuição de poder vigente em uma
sociedade em dado momento do tempo. Noções como a de discurso, em Foucault, e de texto e
textualidade, em Derrida, servem justamente ao objetivo de explorar esse vínculo entre signos,
significados e relações de poder, fazendo a crítica da maneira como as hierarquias sócio-políticas são
expressas, legitimadas e reforçadas por meio da linguagem.
A noção foucaultiana de “discurso” procura descrever conjuntos de enunciados ou afirmações
produzidos em contextos institucionais específicos – como o Estado, a prisão, o tribunal ou o hospital
psiquiátrico – e que colaboram para a organização das práticas que ali têm lugar – o disciplinamento
dos “encarcerados” ou dos “doentes mentais”, por exemplo. Esses enunciados combinam-se de
maneira sistemática e previsível, formando sistemas de pensamento e de práticas dotados de
coerência interna – o discurso psiquiátrico sobre a “doença mental” ou o discurso judiciário sobre o
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“crime” – e definindo os parâmetros ou regras segundo os quais novos enunciados poderão ser
produzidos: o discurso científico, por exemplo, estabelece os critérios de acordo com os quais um
enunciado poderá ser considerado “científico” e “verdadeiro” ou, ao contrário, “falso” e
“pseudocientífico”. 
Nesse sentido, o discurso “não simplesmente traduz a realidade em linguagem; ao invés disso, o
discurso deve ser visto como um sistema no qual se estrutura o modo pelo qual se percebe a
realidade” (Mills, 2003, p. 55), determinando o que pode ser falado e discutido, bem como quem é
autorizado a falar e discutir: “[o discurso acaba por] construir o tópico de um modo específico e
circunscrever os limites de como o mesmo pode ser pensado” (Çalkivik, 2017, p. 7). Em relação à
realidade internacional, pode-se analisar, por exemplo, o discurso de segurança internacional em
relação ao “terrorismo” ou ainda a formação de um discurso sobre a migração como “problema” ou
“crise”.
Outra contribuição pós-estruturalista à área de Relações Internacionais vem das noções,
oriundas da obra de Derrida, de “texto” e de “textualidade”. O filósofo redefine o significado do
termo texto, expandindo-o para além da ideia de escrita ou de literatura (Devetak, 2005) e sugerindo
que a realidade se apresenta aos sujeitos como um texto, quer dizer, como uma estrutura de signos
cujos significados só podem ser extraídos por meio de um processo interpretativo, tal como ocorre
na leitura de um texto escrito (Derrida, 1988).
Como dito anteriormente, o pós-estruturalismo considera vão o objetivo positivista de se chegar
a uma “verdade objetiva” a respeito da realidade, já que esta se apresenta à maneira de uma
linguagem, quer dizer, como um sistema de signos cujo significado não pode ser nunca esgotado,
estando, ao contrário, sempre aberto à interpretação e reinterpretação. Nesse sentido, tanto os
fenômenos do cenário internacional quanto as teorias utilizadas para explicá-los – idealismo,
realismo ou neorrealismo – podem ser tratadas em sua “textualidade”, ou seja, a partir das oposições
internas (os já mencionados pares de opostos) que organizam seus significados: guerra/paz;
interno/externo; nós/eles; anarquia/soberania; ocidente/oriente; norte/sul etc. (Der Derian, 1989). 
Não apenas o significado dos fenômenos do cenário internacional e das teorias que os explicam
organizam-se a partir de binarismos persistentes, mas, como lembra Derrida, a relação entre os
termos que os constituem é, ela própria, assimétrica e hierárquica, baseando-se na dominância de
um desses termos sobre o seu par (Der Derian, 1989). A crítica realista ao “liberalismo utópico”, por
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exemplo, característica do primeiro debate da disciplina, opõe “guerra” à “paz”, privilegiando a
primeira como estado típico da história e do cenário internacional e tratando a segunda como um
ideal irrealizável diante das características da disputa de poder entre os Estados.  
Analisar essas relações internas de significado que estruturam a maneira como se apreende a
realidade internacional – a textualidade dela – permite que se vá além dos argumentos
explicitamente declarados pelos autores e autoras desses “textos”, além de suas intenções
conscientes, salientando, no lugar, a lógica autônoma com base na qual são construídos: “enxergar a
textualidade em um discurso é, em parte, reconhecer que um dado texto contém, ou catalisa, um
excesso de significados para além do que a autora queria dizer” (Gregory, 1989, p. 18).
TEMA 5 – METODOLOGIAS PÓS-ESTRUTURALISTAS PARA AS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS        
Além das já elencadas contribuições do pós-estruturalismo à problematização de alguns dos
pressupostos subjacentes às teorias tradicionais das Relações Internacionais, autores como Derrida e
Foucault também oferecem valiosas sugestões às estratégias metodológicas que pesquisadoras e
pesquisadores da área podem empregar em suas pesquisas. Tais estratégias afastam-se, contudo,
dos parâmetros positivistas de pesquisa e de ciência, guiando-se, ao contrário, pela tarefa de crítica e
de desestabilização da presumida objetividade dos discursos acerca da realidade internacional,
tendentes a naturalizar e universalizar características contingentes produzidas por processos
históricos particulares.
Entre tais estratégias metodológicas pós-estruturalistas, destacam-se as estratégias textuais
propostas por Derrida, notadamente a “desconstrução” e a “leitura dupla”; a análise genealógica,
presente nas obras finais de Michel Foucault; e a análise estética, elaborada sobretudo a partir dos
trabalhos do também francês Jacques Rancière (2004).
Como mencionado, Derrida encara o processo de conhecimento da realidade como
inescapavelmente interpretativo: não haveria uma realidade objetiva a ser “descoberta” pela
pesquisa, mas um conjunto de signos (um “texto”) a terem seus significados permanentemente
interpretados. Partindo dessa premissa, sua metodologia só poderia ter uma feição interpretativista,
baseando-se na estratégia de explicitar a estrutura de sentido subjacente ao texto, as oposições e
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tensões a partir das quais os argumentos do autor ou autora são construídos. Duas estratégias
textuaisde análise se destacam aqui: a “desconstrução” e a “leitura dupla”.
A desconstrução, como o nome sugere, pretende ultrapassar os argumentos explícitos
apresentados no texto ou mesmo as intenções declaradas do autor, buscando, em vez disso, a
estrutura profunda sobre a qual tais argumentos e intenções se sustentam: tal estrutura baseia-se
sobretudo em oposições binárias, construídas de maneira hierárquica. Como afirma Devetak, “um dos
dois termos da oposição é [sempre] privilegiado sobre o outro. Este termo privilegiado supostamente
conota uma presença, propriedade, plenitude, pureza ou identidade que falta ao outro (por exemplo,
soberania em oposição à anarquia)” (Devetak, 2005, p. 168).
Dessa forma, a desconstrução é “um modo geral de desestabilizar conceitos e oposições
conceituais que são de outra forma tidos como estáveis” (Devetak, 1995, p. 41). A desconstrução
busca evidenciar que essas oposições “são insustentáveis, pois cada termo sempre já depende do
outro. De fato, o termo valorizado ganha seu privilégio apenas ao negar sua dependência do termo
subordinado” (Devetak, 1995). Ao construir um argumento a partir da oposição, por exemplo, entre
soberania e anarquia, realizar-se-á o esforço retórico de apagar as zonas de intersecção entre os dois
conceitos, tratando-os como mutuamente excludentes. A descontrução procura justamente desfazer
tal esforço retórico, mostrando como tais noções se interpenetram: a soberania não exclui totalmente
a anarquia; nem está está destituída de características da primeira.   
Uma segunta estratégia de análise textual é a chamada leitura dupla, em que são confrontados
dois momentos interpretativos distintos: um primeiro, que segue a interpretação dominante a
respeito do texto, subscrevendo a intenção ou argumento explícito do autor ou autora e
preocupando-se em demonstrar como um “texto, discurso ou instituição atinge o efeito de
estabilidade” (Devetak, 2005, p. 169). Dito de outra forma, essa primeira leitura se preocupa em
relatar fielmente “a história dominante ao basear-se nas mesmas premissas fundamentais e repetindo
etapas convencionais do argumento” (Devetak, 2005). A segunda leitura, ao contrário, “desestabiliza
aplicando pressão naqueles pontos de instabilidade dentro de um texto, discurso ou instituição. Ela
expõe as tensões internas e como elas são (incompletamente) encobertas ou expelidas”, a fim de
manter a ilusão de coerência interna e unidade do texto” (Devetak, 2005). Assim, o objetivo da leitura
dupla é enfatizar a tensão existente entre esses dois momentos interpretativos, expondo como
qualquer “história depende da repressão de tensões internas de modo a produzir um efeito estável
de homogeneidade e continuidade” (Devetak, 2005, p. 170).
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A desconstrução e a leitura dupla são técnicas analíticas frequentemente empregadas nos
trabalhos pós-estruturalistas em Relações Internacionais. Rob Walker (1995), em seu livro
Inside/outside: international relations as political theory, apresenta uma análise sobre o campo teórico
das Relações Internacionais partindo dessa lógica derridiana do contraponto. Segundo Walker, as
teorias das Relações Internacionais podem ser compreendidas em sua totalidade – e especificidades
– a partir da metáfora “dentro/fora” (inside/outsider).
Essa metáfora faz referência aos âmbitos interno e externo dos Estados – supondo-se que estes
são qualitativamente diferentes um do outro. Ela é, consequentemente, a dicotomia fundante do
“internacional” – concebido em relação ao doméstico/nacional. Para realizar a sua análise, Walker faz
a leitura das teorias tradicionais da disciplina, considerando os seus principais pressupostos. Essa
leitura é seguida da apresentação sobre como a dicotomia fundadora do campo de estudos está
presente em conceitos centrais às teorias tradicionais. Assim, o internacional é construído semântica
e politicamente por meio de uma delineação dicotômica do espaço (dentro e fora), apoiando-se nas
categorias de ausência/presença – por exemplo, ausência de soberania na esfera internacional e
presença de soberania no âmbito doméstico. Nesse sentido, a noção de internacional está assentada
em redes de exclusão e inclusão, e as relações internacionais só podem ser compreendidas a partir
da observação dos conceitos/fenômenos/atores incluídos e dos conceitos/fenômenos/atores
excluídos.
Outra estratégia metodológica oriunda das problematizações pós-estruturalistas é a genealogia,
vinculada à obra de Michel Foucault. Esse metódo é historicista, ou seja, faz uso da história a fim de
elucidar a configuração do mundo presente, tendo sido aplicado pelo autor para compreender o
surgimento de temáticas bastante diversas, como a do surgimento do discurso moderno sobre
sexualidade ou do entendimento presente sobre a criminalidade e sobre a doença mental. Essa forma
bastante particular de historiografia dá atenção sobretudo às relações entre poder e conhecimento,
procurando identificar a formação de discursos em torno de certas instituições e populações, bem
como os processos concomitantes de exclusão e encobrimento de maneiras de fazer e pensar
alternativas, esquecidas pela historiografia dominante e pela concepção teleológica de história que
lhe serve como base. Por concepção teleológica, entenda-se a crença de que a história seria
portadora de uma lógica interna unificadora ou de que caminharia inexoravelmente em direção a um
certo fim (o progresso da razão, por exemplo). A genealogia, ao contrário, enfatiza as
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descontinuidades, as contradições entre diferentes forças históricas, assim como os acidentes e as
casualidades que são apagadas pelo olhar historiográfico positivista.
Considerando a abordagem pós-estruturalisna das Relações Internacionais, o método
genealógico pode ser observado no trabalho desenvolvido por Cynthia Weber (1995) na obra
“Simulating sovereignty: intervention, the state and symbolic exchange”. Ao realizar uma genealogia do
conceito de soberania, Weber analisa o seu processo de conceitualização dentro da disciplina. Weber
evidencia que, por mais que a definição da soberania envolva múltiplas discussões teóricas e disputas
políticas, nas Relações Internacionais, esse conceito é, muitas vezes, tomado como “uma questão
resolvida” ou como um dado – a soberania é percebida como parte da essência do Estado. Esse
tratamento ao conceito, que se propõe objetivo, resulta em uma “cegueira analítica” quanto à sua
historicidade e vinculação com as relações de poder estabelecidas no campo. Nesse sentido, o
objetivo da autora não é escolher qual é a melhor definição para a soberania, mas sim entender
como um determinado enquadramento ao conceito foi sendo naturalizado na área e quais as
definições alternativas foram sendo esquecidas/marginalizadas.
Uma última estratégia metodológica legada pelas abordagens pós-estruturalistas é a da análise
da realidade internacional a partir da estética. Na base dessa estratégia metodológica está a ideia,
oriunda de Rancière, de que haveria uma afinidade profunda entre a política e a arte, já que ambas
trabalhariam em torno do que o autor chama de partilha do sensível, ou seja, a organização do que
os nossos sentidos são capazes de perceber e apreender (Ranciére, 2004). Pós-estruturalistas que se
utilizam desse modo de problematização acerca da política e da realidade internacional “fazem de
imagens, narrativas, sons, literatura, arte visual, cinema, artes performativas, centrais às suas
investigações” (Çalkivik, 2017, p. 15).
O emprego da estética nas Relações Internacionais tende a ser menos frequente do que as
técnicas analíticas anteriormente mencionadas. Ainda assim, esse tipo de abordagem reverberou
entre os autores pós-estruturalistas que buscam compreendera política internacional através das
imagens da mídia, da televisão e do cinema. Esse tipo de leitura está presente em Cinematic
Geopolitics, de autoria de Michael Shapiro (2009). Para Shapiro, o cinema é uma estética exemplar,
cujo objetivo é inspirar sensações e sentimentos em uma audiência por meio da imagem. Por
conseguinte, o estudo sobre se e como a estética do cinema é empregada politicamente e, mais
importante, sobre quais são os objetivos por trás da sua utilização é fundamental.
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Nesse sentido, Shapiro se direciona a mapear, por meio do cinema, como a “violenta cartografia
global contemporânea” possui incentivos epistêmicos. As cartografias violentas se constituem como
uma articulação de imaginários e antagonismos geográficos, a partir de modelos de
identidade/diferença. Assim, Shapiro relaciona a estética do cinema à construção de imaginários que
delineiam certos espaços mais passíveis da incidência da violência/guerra ou ainda como o
“outro”/inimigo” é representado. Isso é feito para problematizar como a estética serve às relações de
poder e ao processo de contrução de conjuntos de verdades.
NA PRÁTICA
Richard Ashley, importante autor do pós-estruturalismo em Relações Internacionais, dá um bom
exemplo de como utilizar a estratégia textual de desconstrução, a fim de analisar obras clássicas da
área. Nesse caso, a análise recai sobre a obra O Homem, o Estado e a Guerra, do neorrealista Kenneth
Waltz. Primeiramente, Ashley (I) detecta a oposição binária sobre a qual o argumento de Waltz é
construído: a oposição entre “homem” e “guerra”. Nesse caso, o significado de “homem” é construído
como força racional que exerce controle sobre o rumo da história, enquanto seu inverso, a “guerra”,
descreveria a porção dessa história que escapa ao controle desse “homem”, sendo por isso anárquica,
violenta e aleatória ou, em uma palavra, “irracional”. Ashley mostra assim que (II) existe uma relação
hierárquica entre os termos, em que o subordinado (“guerra”) é definido apenas pela ausência das
características definidoras do termo dominante (“homem”) (Ashley, 1989).
Tendo esse exemplo de “desconstrução” em mente, procure agora selecionar um texto clássico
da área, preferencialmente das tradições realista ou liberal, executando então esses mesmo dois
passos ilustrados pela análise de Ashley.  
FINALIZANDO
Nesta aula, foram mostradas algumas das principais contribuições do pós-estruturalismo à área
de Relações Internacionais, principalmente por meio da problematização das premissas positivistas
nas quais as teorias hegemônicas (realismo, liberalismo, neorrealismo) se baseavam. Foram
apresentadas as bases teóricas dessa abordagem, como o estruturalismo, bem como as inovações
metodológicas presentes em estratégias textuais como a desconstrução e historiográficas como a
genealogia. Tais inovações, ainda que criticadas como muito heterodoxas, foram responsáveis por
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ampliar as possibilidades de pesquisa à disposição de pesquisadoras e pesquisadores da área, ao
salientar a importância da relação entre linguagem e poder para o entendimento da realidade
internacional.
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 Encontra-se também na literatura a caracterização desse momento como um “terceiro
debate” nas Relações Internacionais (Lapid, 1989).
[1]
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