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Melhoramento Genético em Bovinos de Leite

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) 
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA (FAVET) 
DISCIPLINA: Melhoramento Genético Animal 
DISCENTE: Leonira Morais da Silva 
MELHORAMENTO GENÉTICO EM BOVINOS DE LEITE 
INTRODUÇÃO 
Falando um pouco sobre o histórico, no Brasil, programas delineados de melhoramento 
genético foram implantados a partir de 1976, com a criação do Centro Nacional de 
Pesquisa de Gado de Leite (CNPGL). Coube ao Dr. Fernando Enrique Madalena a 
coordenação dos trabalhos que, juntamente com a equipe de melhoramento animal, 
recém constituída, propuseram o Projeto Mestiço Leiteiro Brasileiro (MLB), que foi o 
primeiro programa de teste de progênie para leite realizado no Brasil, e esse projeto se 
enquadrava no programa de assistência técnica da FAO (Food and Agriculture 
Organization), que é a organização das nações unidas para a alimentação e agricultura. 
Os aspectos operacionais do teste de progênie foram organizados, como produção e 
distribuição de sêmen, acompanhamento dos registros zootécnicos em fazendas 
colaboradoras, controle leiteiro, processamento de amostras para sólidos do leite em 
laboratório central e, especialmente, elaboração de um software para a inclusão e 
validação das informações. Vale ressaltar que na mesma época, foi proposto um projeto 
de pesquisa intitulado Programa de Melhoramento de Zebu para Leite, e os objetivos 
desse projeto foram: 
1. Promover e coordenar a implantação de um Programa de Seleção a nível nacional 
para produção de leite. 
2. Obter material experimental para estudos visando o aperfeiçoamento da metodologia 
de seleção de gado de leite. 
3. Proporcionar oportunidade para os técnicos conhecerem diretamente os problemas 
encontrados na aplicação prática de um programa de melhoramento 
CARACTERISTICAS DE SELEÇÃO 
Seleção é um processo pelo qual indivíduos em uma população são escolhidos 
para produzirem descendentes, sendo indispensável em qualquer programa de 
melhoramento. Na seleção de vacas para a produção de leite, dois critérios podem ser 
empregados: a capacidade mais provável de produção, que permite realizar uma 
previsão da sua produção em lactações futuras com base em lactações passadas, e o seu 
valor genético para produção, que é estimado usando-se registro de produção da própria 
vaca e informações de parentes, e que serve para selecionar as matrizes que deverão ser 
mães das novas gerações de novilhas de reposição. 
A escolha dos animais domésticos, com base na forma e aparência, tem sido 
utilizada há centenas de anos. O conjunto de características externas dos animais, 
próprias de cada raça, levou ao estabelecimento de padrões raciais e à instituição dos 
registros genealógicos, através das Associações de Raça, que se encarregam de 
preservar e melhorar tais características, procurando ajustá-las às tendências funcionais 
e de mercado de cada uma das raças, através dos registros seletivos. Além das 
atribuições das associações de raça deve ser acrescentado o peso apreciável das 
exposições de animais, onde os critérios de avaliação do tipo exterior têm predominado 
sobre os indicadores reais de produção. Tal critério tem estimulado os criadores de gado 
puro a dedicarem maior ênfase na seleção de seus plantéis, com base nas características 
raciais, em detrimento das características funcionais e econômicas. Esta tendência é 
notória em gado leiteiro, onde muitos criadores têm visado à beleza estética e não à 
funcional dos seus animais. 
É preciso ficar claro que a seleção pelo tipo é importante no sentido de preservar 
e melhorar as características exteriores de cada raça, mas é mais importante ainda saber 
ponderar o valor a ser dado ao exterior dos animais e às suas características econômicas, 
procurando sempre compatibilizar o lado estético com o funcional e econômico. 
Mas enfim, partindo agora para as características que as vacas devem ter para serem 
classificadas como boas produtoras de leite. Essas características são: 
- Alta produção de leite com alta porcentagem de gordura e proteína. 
- Vida útil ou produtiva longa. 
- Boa conformação de úbere que reduz a incidência de mastite. 
- Ausência, ou mínimo de problemas da reprodução. 
- Conversão alimentar eficiente para produção de leite. 
- Boa conformação de cascos. 
- Ser saudável e de boa resistência, o que minimiza a incidência de doenças. 
Características raciais e funcionais 
Além dos pontos desejados, o produtor não deve descuidar da seleção para 
características raciais e o tipo funcional, observando sempre úbere bem aderido, tetas 
curtas, pernas e pés com ângulos corretos e, finalmente, uma boa capacidade corporal, 
para garantir a ingestão de forragem, visando à produção econômica de leite. Observar, 
também, os índices reprodutivos e produtivos como idade ao primeiro parto, intervalo 
entre partos, período seco, porcentagem e produção de gordura. 
Rusticidade 
A rusticidade funcional é outra característica para seleção, que é a capacidade de 
a vaca ter boas produções de leite a partir da pastagem. 
Saúde animal 
Em síntese, a atual situação dos rebanhos de alta produção leiteira merece 
atenção. É necessário trabalhar em busca de um balanço equilibrado entre a produção e 
a saúde animal. As vacas precisam manter os ciclos reprodutivos e precisam de 
longevidade, mas para encontrar esse equilíbrio entre produção e saúde é necessário, 
antes de mais nada, conhecer os índices do rebanho e detectar onde estão os maiores 
pontos de desequilíbrio. Um bom começo é enfatizar a fertilidade, a saúde e a 
longevidade no momento da definição dos acasalamentos e compra de sêmen.

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