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RESENHA DE ARTIGO CIENTÍFICO - O IMPACTO AMBIENTAL DE UMA EDIFICAÇÃO (The Environmental Impact of a Building)

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O impacto ambiental de uma edificação
The Environmental Impact of a Building
LOPES, Gabriela Moreira. 1
SILVA FILHO. Winder André da. 2
MORAES, Patrícia. SOUZA, Cinthia. Os impactos ambientais de uma edificação = The Environmental Impact of a Building. Revista Organização Sistêmica. Vol 7. N.4. São Paulo: jan/dez 2015. Disponível em: www.uninter.com> download. Acesso em 24 mar. 2019.
A geração de resíduos desenfreados pelos setores da Construção Civil no meio ambiente vem sendo alvo de preocupação para os órgãos competentes, como o CONAMA, o Conselho Nacional do Meio Ambiente. Novas resoluções abordam a necessidade de se estabelecer mecanismos de controle por meio de estudos acerca dos impactos gerados por resíduos provenientes da Construção Civil.
MORAES (Arquiteta pela Universidade do Rio dos Sinos, UNISINOS e pós-graduada em Perícia e Auditoria Ambiental – Distância (1431), Grupo Uninter, Pólo Novo Hamburgo, RS) e SOUZA (Graduada e Mestre em Química pela UFPR em 2007) procuraram identificar novas maneiras de fazer com que as construções se tornem cada vez mais sustentáveis para o ambiente em um âmbito nacional e global. Além disso, visaram conscientizar engenheiros e arquitetos sobre a importância do meio ambiente.
A Construção Civil demanda uma enorme quantidade de materiais. Além disso, estudos comprovam que não há nenhum material que não agrida o meio em que está inserido. Tendo em vista o desperdício gerado pelo setor, os impactos, entretanto, vão além do canteiro. Se estendem para a extração de matérias-primas, demolição, manutenção etc.
Muitos desses materiais podem consumir enormes quantidades de energia, liberar poluentes na água e no ar, além de provocar concentração de resíduos - que, em algum momento, se tornarão tóxicos para o meio ambiente. Os materiais utilizados emitem gases poluentes de diversas formas: pelo processo de calcinação (calcinação é o nome dado à reação química de decomposição térmica, usada para transformar o calcário em cal virgem, liberando gás carbônico), através da extração de madeira e pelo uso de combustível fóssil durante a fabricação e transporte de materiais. Desta forma, é necessário principalmente que arquitetos e projetistas planejem maneiras mais eficientes de diminuir tais impactos.
Outro aspecto importante está relacionado ao fato de que a de um material mais barato nem sempre significa a melhor escolha, pois este, além de não possuir muita durabilidade, gera maior impacto. Um novo marco nesse sentido foi a implementação do AQUA (Alta Qualidade Ambiental), um sistema de certificação ambiental que trata acerca da vida útil de edifícios.
A destinação dos resíduos também preocupa, uma vez que estes costumam gerar resíduos não-renováveis. Apesar dos esforços empregados para a redução do fluxo desses resíduos depositados no meio ambiente, apenas 1/3 do entulho produzido no país é recolhido. Este trabalho é feito por empresas privadas, e apesar de o negócio ser bastante lucrativo, a parcela recolhida ainda é bastante pequena.
Como não existem grandes incentivos por parte do Estado, são frequentes os casos de corrupção, principalmente por sonegação de impostos, o que restringe um bom desenvolvimento da obra. Isso se intensifica com os registros de informalidade dos trabalhadores, a falta de treinamento e o desconhecimento das normas técnicas.
Em 2013, porém, chegou-se mais perto de uma possível mudança nesse cenário. Arquitetos e engenheiros passaram a se preocupar com a vida útil e seus encadeamentos das construções após a implantação da NBR ABNT 15575:2013. A norma, comumente conhecida como Norma de Desempenho, busca mensurar o nível de desempenho mínimo de edificações habitacionais de até cinco pavimentos, para elementos estruturais, vedações, instalações elétricas e hidrossanitárias, pisos, fachadas e cobertura, revendo e qualificando técnicas construtivas existentes a fim de que estes ambientes se tornem mais seguros.
A norma também traça os aspectos relacionados à vida útil de uma edificação, como o uso correto e operação de suas partes, a regularidade de serviços de manutenção e limpeza, variações do clima e do solo e os níveis de poluição no local da obra e as alterações que ocorrem em seu entorno conforme o passar dos anos. Isso resulta no aumento do custo final do imóvel, principalmente para obras de baixo custo, como as do Programa Minha Casa, Minha Vida. A consequência é positiva: pensa-se mais sobre Sustentabilidade, mas também passa-se a executá-la. Sustentabilidade nada mais é do que o uso comedido dos recursos naturais de forma que ainda estejam disponíveis em dez, vinte, cinquenta, cem anos depois.
Essa preocupação com a questão ambiental, no entanto, advém de tempos mais longínquos. Acabou tomando força durante o governo Collor (1990-1992), por meio de discussões sobre a Amazônia. Associado a um despertar global para os temas ambientais, o país foi sede da conferência ECO 92, na cidade do Rio de Janeiro. Também conhecida como RIO 92, trilhou novos caminhos para o diálogo acerca das questões ambientais, representando um marco. Seus acordos incluíram tentativas de despoluição hídrica (Baía da Guanabara, rio Tietê e lago Guaíba) e mudanças nas leis regulamentadoras. Outro benefício foi a incorporação da Amazônia Legal ao Ministério do Meio Ambiente, então Secretaria Nacional do Meio Ambiente. Tornado ministério durante a conferência, exemplifica o impacto desse despertar no Brasil.
As cidades estão repletas de novas edificações sendo construídas, sejam grandes empreendimentos ou casas populares. O Plano Diretor que rege cada município e demais leis relativas ao licenciamento ambiental buscam minimizar e controlar a implantação de edificações que possam impactar o meio ambiente, e a economia local. A lei está cada vez mais rigorosa, tanto para as empreiteiras como para os responsáveis técnicos destas obras, com a aplicação de multas altas para quem não estiver de acordo. Além disso, a ideia de obra sustentável torna-a mais “vendável” do ponto de vista.
Entre as regras deste Plano Diretor, há um ponto, conhecido como Patrimônio Cultural da Paisagem, que prevê a preservação de uma paisagem que seja singular e significativa ou que se refira a história daquele lugar. Referindo-se ao meio ambiente e sua preservação e importância, destaco este ponto do plano diretor urbanístico como algo relevante no que diz respeito a legislação de políticas ambientais que realmente valorizam o meio ambiente.
A Construção Civil sustentável é um desafio no Brasil e no mundo. A cadeia produtiva a qual ela pertence ainda gera muitas influências negativas ao meio ambiente. A forma de construir ainda precisa ser revista e grandes investimentos no setor tecnológico devem ser feitos para que haja uma significante mudança no panorama atual.
A leitura deste artigo é indicada aos profissionais da Construção Civil, e aos usuários do setor, a fim de que tenhamos em um futuro não muito distante uma perspectiva mais favorável.
1 Estudante do segundo período de Engenharia Civil na Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
2 Estudante do terceiro período de Engenharia Civil na Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

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