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Maria Eduarda Sardinha TEORIA DA HIGIENE Projeto de extensão INTRODUÇÃO SOBRE ALERGIA As doenças alérgicas ou reação de hipersensibilidade é uma resposta imunológica exagerada, que se desenvolve após a exposição a um determinado antígeno e que ocorre em indivíduos susceptíveis (geneticamente) e previamente sensibilizados. A sensibilização alérgica é caracterizada pela presença de imunoglobulina E específica para alérgenos (IgE) no soro São representadas por asma, rinite e dermatite de contato. As manifestações clínicas são multifatoriais e dependem da interação entre fatores ambientais e genéticos. Essa hipótese da higiene surgiu como explicação do aumento da prevalência de alergias no século passado. A falta de infecções estariam associadas a um estilo de vida ocidental, tendo como consequência uma redução na resposta imunológica devido a uma introdução maciça de medidas de higiene, antibióticos, etc. Além disso, sabe-se que o desenvolvimento da tolerância aos alérgenos depende da colonização microbiana e de sinais ambientais imunoestimuladores durante a infância. HIPÓTESE DA HIGIENE- DAVID STRACHAN Esses sinais são percebidos pelas células epiteliais da barreira dos pulmões e da pele, as quais instruem as células dendríticas a regular a resposta adaptativa das células T. Segundo estudos, o aumento da incidência de alergia é resultado de: HIPÓTESE DA HIGIENE Diminuição do tamanho da família Melhoria nas comodidades domésticas Padrões elevados de limpeza pessoal pois reduziu a chance de ocorrer infecção cruzada entre famílias, por exemplo. Os indivíduos nascem predispostos a desenvolver uma resposta Th2, sendo a exposição a microrganismos na infância necessária para desenvolver a resposta imunológica Th1 para contrabalancear a resposta Th2, prevenindo o desenvolvimento de predisposição alérgica hereditária (atopia). Essa hipótese depende de variáveis, como: - Idade - Resposta imunológica primária - Predisposição genética - Tempo de exposição e tempo entre elas. HIPÓTESE DA HIGIENE Proposta por Graham Rook como uma expansão da hipótese da higiene de Strachan. Sugere que a exposição a microrganismos inofensivos (velhos amigos) desde o início da vida seria a chave para o treinamento do sistema imunológico. Esses velhos amigos incluem vários comensais e microbiotas, como helmintos presentes em animais, água não tratada e lama. Crianças nascidas de parto normal recebem a microbiota diretamente da mãe, tendo uma menor predisposição a alergias e se isso for somado ao contato com velhos amigos, a criança será ainda mais saudável. HIPÓTESE DOS VELHOS AMIGOS Essa imagem apresenta o desenvolvimento dos fenótipos para alergias (TH2) ou tolerância (TH1). A IL-10 estimula a manutenção do fenótipo para alergias e a IL-12 para a sua tolerância, assim como os linfócitos Th3 por meio do fator de crescimento tumoral β (TGF – β). HIPÓTESE DOS VELHOS AMIGOS Mas, o que isso quer dizer? Crianças que tiveram contato com o ambiente e com uma diversidade de microrganismos possuem um fenótipo predominantemente da resposta TH1 HIPÓTESE DOS VELHOS AMIGOS Contato prévio = criação de uma imunidade que preparou o sistema imunológico caso ocorra o contato com o antígeno quando adulto Por outro lado, crianças que sempre foram privadas de brincadeiras ao ar livre, contato com os animais, desmame precoce e outros fatores no qual poderiam estar em contato com antígeno, se tornarão adultos suscetíveis a doenças, com predomínio do fenótipo TH2. REFERÊNCIAS Haspeslagh, Eline et al. “The hygiene hypothesis: immunological mechanisms of airway tolerance.” Current opinion in immunology vol. 54 (2018): 102-108. doi:10.1016/j.coi.2018.06.007 Alergias. Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/82alergias.html PAULA, J. E. R., LIMA, J. S., HIPÓTESE DA HIGIENE. Disponível em: https://srped.com.br/arquivos/trabalho36.pdf SOUZA, Fabíola Suano et al . Prebióticos, probióticos e simbióticos na prevenção e tratamento das doenças alérgicas. Rev. paul. pediatr., São Paulo,v. 28, n. 1, p. 86-97, Mar. 2010. BENEDÉ, Sara et al. The rise of food allergy: environmental factors and emerging treatments. EBioMedicine, v. 7, p. 27-34, 2016. DU TOIT, George et al. Prevention of food allergy. Journal of Allergy and Clinical Immunology, v. 137, n. 4, p. 998-1010, 2016. http://www.asbai.org.br/ REFERÊNCIAS Graham A. W. Rook, Christopher A. Lowry, Charles L. Raison, Microbial ‘Old Friends’, immunoregulation and stress resilience, Evolution, Medicine, and Public Health, Volume 2013, Issue 1, 2013, Pages 46–64, https://doi.org/10.1093/emph/eot004 Grammatikos AP. The genetic and environmental basis of atopic diseases. Ann Med. 2008;40(7):482-95. doi: 10.1080/07853890802082096. PMID: 18608118 GOEDICKE-FRITZ, Sybelle et al. Preterm Birth affects the risk of developing immune-mediated diseases. Frontiers in Immunology, v. 8, p. 1266, 2017. Matricardi PM. 99th Dahlem conference on infection, inflammation and chronic inflammatory disorders: controversial aspects of the ‘hygiene hypothesis’. Clin Exp Immunol. 2010 Apr;160(1):98-105. doi: 10.1111/j.1365- 2249.2010.04130.x. PMID: 20415858; PMCID: PMC2841842. Rook GA, Martinelli R, Brunet LR. Innate immune responses to mycobacteria and the downregulation of atopic responses. Curr Opin Allergy Clin Immunol. 2003 Oct;3(5):337-42. doi: 10.1097/00130832-200310000-00003. PMID: 14501431. https://doi.org/10.1093/emph/eot004
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