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Elementos Celulares do Sangue

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Laísa Dinelli Schiaveto 
Elementos Celulares do Sangue 
IMPORTÂNCIA E 
CARACTERÍSTICAS DO SANGUE 
O sangue é um importante tecido conectivo, 
representando a porção do meio interno confinado 
anatomicamente ao sistema circulatório. Este é o 
principal sistema de transporte do corpo, no entanto 
é preciso da ajuda do sistema cardiovascular para a 
circulação deste tecido e sua distribuição pelo corpo. 
Dessa forma, caso haja uma falha no sistema 
cardiovascular, o sistema sanguíneo não consegue 
realizar suas funções. 
COMPOSIÇÃO 
O sistema sanguíneo é formado por duas partes 
distintas: 
1) Elementos figurados do sangue ou componente 
celular; 
2) Plasma, componente acelular ou parte líquida. 
COMPONENTE CELULAR 
O componente celular do sangue (ou elementos 
figurados) é composto por três tipos celulares: 
• Hemácias ou eritrócitos ou glóbulos vermelhos; 
• Leucócitos ou glóbulos brancos; 
• Plaquetas ou trombócitos. 
COMPONENTE ACELULAR 
O componente acelular (ou plasma) é a parte líquida 
do sangue, onde estão dispersos os elementos 
celulares do sangue – células sanguíneas – além de íons, 
proteínas plasmáticas, hormônios e outras substâncias 
sinalizadoras, nutrientes, catabólitos, os gases 
respiratórios, etc. 
FUNÇÕES 
Função Respiratória: transporte dos gases 
respiratórios (oxigênio e dióxido de carbono); 
Função Nutritiva: transporte dos nutrientes 
necessários para a vida celular (carboidratos, lipídeos 
e proteínas); 
Função Excretora: transporte de resíduos do 
metabolismo para serem excretados pelo organismo 
pelos sistemas renal ou biliar (ureia, amônia e sais 
biliares); 
Função Imunitária: certos tipos de células 
sanguíneas – leucócitos – formam um sistema de 
defesa do organismo contra agentes invasores; 
Função de Comunicação Hormonal: transporte 
de hormônios para as diferentes glândulas e tecidos-
alvo; 
Função de Regulação Térmica: distribuição de 
calor para o aquecimento ou resfriamento da 
temperatura interna e demais leitos vasculares; 
Função de Tamponamento do pH: há sistemas 
tamponantes no sangue para o adequado controle do 
pH arterial, principalmente os tampões de bicarbonato 
de sódio e ácido carbônico. 
PLASMA 
O sangue é constituído por 55% de componente 
acelular e por 45% de componente celular. 
O plasma contém ¼ de todo o líquido extracelular, 
sendo constituído por 90% de água, 8% de proteínas e 
2% de outras substâncias orgânicas ou inorgânicas. 
Este possui uma coloração levemente amarelada em 
função das proteínas plasmáticas: albuminas (55%), 
globulinas (37%) e fibrinogênio (8%). 
Obs.: O plasma tem composição idêntica ao líquido 
intersticial, exceto pelas proteínas plasmáticas, o que 
faz com que a pressão coloidosmótica plasmática seja 
maior que a do interstício. 
SORO 
Representa o plasma que foi coagulado anteriormente. 
Se o sangue for colocado em um tubo de ensaio, ele 
coagulo logo após algum tempo – tempo de coagulação 
– e, se este coágulo for retirado, o que resulta é o 
soro. 
A composição é idêntica ao do plasma, porém não 
existe mais o fibrinogênio, mas sim a trombina, devido 
ao processo da coagulação sanguínea. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
VOLEMIA 
Representa o volume total de sangue de um indivíduo. 
Seu valor é mantido muito constante pela ingesta de 
líquidos (mecanismo da sede) e pela excreção hídrica 
através da ação renal, bem como para manter a 
osmolaridade plasmática constante (300 mOsm/litro). 
O valor médio para homens adultos é de 74 ml/kg e 
para as mulheres de 67 ml/kg, o que corresponde 
cerca de 7% do peso corporal. Para um homem de 
70kg, ele deve ter 5 litros de sangue, sendo 2 litros da 
parte celular e 3 litros da parte acelular. 
Quando a volemia está dentro dos valores de 
normalidade, caracteriza-se a normovolemia. Se esta 
se encontra inferior, caracteriza-se hipovolemia. E, por 
fim, se esta se encontra superior, caracteriza-se 
hipervolemia. 
HEMATÓCRITO 
É definido como o valor percentual da parte celular em 
relação ao sangue total OU o volume percentual que 
as células sanguíneas, principalmente os eritrócitos, 
ocupam num determinado volume de sangue. 
O valor normal do hematócrito para o homem adulto 
é de 47% (42-49%) e para mulher é de 42% (38-45%); 
sendo que essa diferença ocorre devido à ausência de 
testosterona e a perda menstrual. 
 
Como o percentual dos glóbulos brancos e das 
plaquetas são baixos em relação ao dos eritrócitos, o 
hematócrito indica a quantidade de eritrócitos 
(hemácias) do indivíduo. O valor aumentando 
caracteriza policitemia, enquanto o valor reduzido 
caracteriza anemia. 
 
Exemplo: A anemia pode ocorrer devido a deficiência 
de ferro, hemorragia ou perda menstrual, enquanto a 
policitemia pode ocorrer devido ao treinamento em 
grandes altitudes. 
A determinação do hematócrito pode ser feita por 
três maneiras: 
1) Método Clássico (ou Manual): coleta-se uma 
amostra de sangue (cerca de 3 a 5 ml), transfere-
se para um tubo de ensaio e leva para 
centrifugação com 10000 rpm por 5 minutos e, 
depois faz-se a leitura; 
2) Micro-Hematócrito: coleta-se cerca de 75 μl 
de sangue da polpa digital, transfere-se para um 
capilar e leva para uma centrífuga por 12000 rpm 
por 5 minutos; 
3) Método Automatizado: coleta-se uma 
amostra de sangue (3 a 5 ml) e leva-se à máquina 
automatizada; esta calcula-se o número de 
eritrócitos por impedância elétrica e a soma 
destes pulsos fornece o valor do hematócrito. 
CÉLULAS SANGUÍNEAS 
HEMÁCIAS OU ERITRÓCITOS OU 
GLÓBULOS VERMELHOS 
As hemácias, também podem ser chamadas de 
eritrócitos ou glóbulos vermelhos, devido a sua cor 
vermelha dada pelo pigmento hemoglobina presente 
no citoplasma desta célula. Tem como função principal 
o transporte de gases respiratórios, em especial o 
oxigênio, ligado ao pigmento hemoglobina presente 
dentro das hemácias. Estas são responsáveis pela 
reação de formação do bicarbonato no transporte do 
dióxido de carbono, devido à ação da enzima anidrase 
carbônica encontrada em seu interior. Além disso, é 
responsável pelo tamponamento proteico que ocorre 
no equilíbrio ácido-base. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
A produção de hemácias – eritropoiese – ocorre na 
medula óssea dos ossos longos e chatos, em especial 
nas vértebras, costelas, esterno e ossos do quadril. 
Esta é estimulada pelo hormônio eritropoietina (EPO) 
que é formada nos rins e tem sua secreção aumentada 
em casos de hipoxia celular ou se o indivíduo residir 
em locais de grandes altitudes. 
Obs.: No período gestacional, a produção ocorre no 
fígado, baço e linfonodos. 
São células anucleadas, sem organelas ou mitocôndrias. 
Existem enzimas citoplasmáticas que catalisam a via 
glicolítica para a formação de ATP, de forma anaeróbia 
lática exclusivamente, uma vez que a produção de ATP 
é importante para manter a bomba de sódio-potássio 
em funcionamento. à Por serem anucleadas, as 
hemácias não apresentam proliferação (mitose), tendo 
uma vida média de 120 dias, sofrendo hemólise no 
baço; os restos celulares são fagocitados por 
macrófagos e o pigmento é reaproveitado, 
especialmente o átomo de ferro existente em seu 
interior. 
No homem saudável, o número médio de hemácias é 
de 5,2 milhões/mm3 (5,0-5,6) e na mulher de 4,7 
milhões/mm3 (4,4-5,1); sendo que, na mulher, o valor 
é menor devido à menstruação e a inexistência de 
testosterona. 
à O treinamento anaeróbico, principalmente em 
altitudes, eleva estes valores em até 20%. Uma 
pequena parte das hemácias pode ser estocada no 
baço, podendo ser lançadas para a circulação durante 
o exercício físico. 
Quando a hemácia é colocada em meio hipotônico 
(< 0,9 g% de cloreto de sódio), ela incha e se rompe 
(hemólise). Já, se colocada em meio hipertônico 
(> 0,9 g%), ela murcha e denomina-se plasmólise. Por 
fim, num meio isotônico (igual à 0,9 g%), ela mantem o 
volume, por isso o soro fisiológico administrado por 
via intravenosa é isotônico. 
HEMOGLOBINA 
No citoplasma das hemácias,há um grande estoque do 
pigmento hemoglobina, que é responsável pelo 
transporte do oxigênio dos pulmões até os tecidos, na 
forma de oxi-hemoglobina e, também, pela cor 
vermelho vivo do sangue. 
A concentração de hemoglobina, no homem, é cerca 
de 16g / 100ml de sangue (16%), variando de 14 a 18%. 
Já, na mulher, é de 14%, variando de 12 a 16%. 
Uma grama de hemoglobina carreia cerca de 1,34 ml 
de oxigênio. Dessa forma, se toda a hemoglobina 
estiver saturada, 100 ml de sangue carreiam 20,1 ml de 
oxigênio para o homem e 18,8 ml de oxigênio para a 
mulher. 
Um tecido periférico, dependendo de sua taxa 
metabólica, tem a capacidade de extração entre 10 a 
35% deste valor. O consumo de oxigênio deste tecido 
pode ser determinado conhecendo-se o fluxo 
sanguíneo (quantidade máxima de oxigênio ofertada ao 
tecido) e sua capacidade de extração (em %), 
determinada pela diferença artério-venosa de oxigênio 
para aquele tecido. 
Exercício: 
Sabendo que um músculo de um homem com 
hemograma normal, recebeu um fluxo sanguíneo de 
230 ml/min e sua capacidade de extração de 
oxigênio era de 18% (davO2), pergunta-se qual o 
consumo de oxigênio deste músculo? 
 
100 ml de sangue ----- 20,1 mlO2 
230 ml de sangue ----- x 
x = 46,23 mlO2 
 
100% ----- 46,23 mlO2 
18% ----- x 
x = 8,32 mlO2/min 
A biossíntese da hemoglobina apresenta 
resumidamente as seguintes etapas: 
1. Ácido 2 α cetoglutarato + glicina = pirrol 
2. Ligação de 4 pirrol = protoporfirina III 
3. Protoporfirina III + Fe = heme 
4. Globina + 4 heme = hemoglobina 
 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
LEUCÓCITOS OU GLÓBULOS BRANCOS 
Os leucócitos, também podem ser chamados de 
glóbulos brancos, uma vez que não possuem o 
pigmento hemoglobina em ser interior. 
A produção dos leucócitos – leucopoiese – ocorre na 
medula óssea e nos linfonodos. Possuem uma vida 
média no sangue de 4 a 8 horas, porém, nos tecidos, é 
maior, sendo de 4 a 5 dias. 
São células nucleadas, não possuem capacidade 
proliferativa, apresentam algumas organelas, não 
apresentam mitocôndrias, portanto a produção de 
ATP é de forma anaeróbica lática. Apresentam 
também a capacidade de atravessar as paredes dos 
capilares – diapedese – pela emissão de pseudópodos. 
Além disso, possuem grande variedade de tamanho, 
forma, funções e concentração na circulação. 
As funções básicas dos leucócitos são a defesa do 
organismo, fagocitar corpos invasores do organismo 
(bactérias, vírus, fungos, etc) ou restos celulares, 
imunidade celular, sistema imune e em reações 
alérgicas. 
Existem 5 tipos de leucócitos (pela histologia) que 
podem ser classificados em granulócitos e 
agranulócitos, em função da presença ou não de 
grânulos no citoplasma celular. 
• Granulócitos: 
- Neutrófilos Polimorfonucleares ou Neutrófilos 
(corante neutro); 
- Basófilos Polimorfonucleares ou Basófilos 
(corante básico); 
- Eosinófilos Polimorfonucleares ou Eosinófilos 
(corante ácido ou eosínico); 
• Agranulócitos: 
- Monócitos; 
- Linfócitos. 
 
No adulto saudável, a contagem dos leucócitos (ou 
leucocitária) é da ordem de 7000 leucócitos/mm3, 
tendo uma variação de 4000 a 12000, com maiores 
valores de neutrófilos e menores de basófilos. 
 
Resumidamente, em relação as principais funções dos 
leucócitos: 
• Neutrófilos: primeira linha de defesa contra 
bactérias e fungos e propriedade fagocitária; 
• Basófilos: células mais raras, que participam de 
processos alérgicos, produzindo mais histamina e 
heparina; 
• Eosinófilos: células do sistema autoimune, que 
possuem ações contras parasitas e certas infecções; 
responsável pela produção de citocinas e alguns 
fatores de crescimento; 
• Monócitos: propriedade fagocitária e a defesa do 
organismo, atuando contra bactérias, vírus e 
fagocitando células mortas; 
• Linfócitos: defesa do organismo contra infecções 
(causadas por bactérias e vírus), substâncias 
alérgicas e imunidade celular. 
PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS 
As plaquetas, também conhecidas como trombócitos, 
são as menores células sanguíneas, advindas de 
fragmentos do megacariócito. 
A produção de plaquetas – trombopoiese – ocorre na 
medula óssea, devido a fragmentos do megacariócito. 
Possuem uma vida entre 7 a 10 dias. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
São células anucleadas, que possuem formato irregular 
a discoide, com diâmetro médio de 2,6 µm. 
Apresentam algumas organelas, são ricas e, ATP. 
A função primordial das plaquetas é no processo de 
coagulação sanguínea, formando uma rede de fibrina e 
estacando o extravasamento de sangue. Participam 
também do processo inflamatório e na reparação de 
feridas e lesões. 
A concentração normal no sangue tem um valor médio 
de 300 mi/ml, variando na faixa de normalidade entre 
150 a 400 mil/ml. 
Uma redução no número de plaquetas é denominado 
trombocitopenia, enquanto uma elevação é 
trombocitose. 
HEMOGRAMA 
O hemograma é um tipo de exame de sangue para o 
conhecimento biológico ou para diagnóstico de 
doenças que podem ser inferidas pela análise 
sanguínea. 
O exame consiste na coleta de uma amostra de sangue 
venoso, colocado num tubo de ensaio com 
anticoagulante (EDTA) e mensurado, de maneira 
manual ou automatizada, a contagem de eritrócitos, 
leucócitos, plaquetas e realizados alguns índices 
hematológicos. Além do hemograma completo, o 
médico pode solicitar exames complementares, na 
mesma amostra de sangue, como: eletrólitos (sódio, 
potássio, cálcio e magnésio), hormônios, colesterol, 
glicemia, triglicerídeos e bactérias ou vírus, etc. 
Dessa forma, trata-se do principal exame do dia a dia, 
pois ele não representa apenas o sistema sanguíneo, 
mas sim vários outros. 
Além da contagem das células sanguíneas, o 
hemograma identifica alguns índices hematológicos: 
• VCM: Volume Corpuscular Médio – é o valor 
médio do volume das hemácias; 
• HCM: Hemoglobina Corpuscular Média – é o peso 
médio da hemoglobina dentro da hemácia; 
• CHCM: Concentração da Hemoglobina 
Corpuscular Média – é o nível de concentração da 
hemoglobina dentro da hemácia; 
• RDW: Red Cell Distribution Width ou Amplitude 
de Distribuição das Células Vermelhas – é o índice 
que avalia a diferença de tamanho entre as 
hemácias. 
Obs: Células Menores (+ jovens) – Células 
Intermediárias – Células Maiores (+ velhas). 
 
* O valor normal do RDW é 11 – 16 % (14%). 
Quando não se deseja conhecer todos os valores do 
hemograma, pode-se solicitar somente a contagem 
dos eritrócitos ou dos leucócitos ou das plaquetas. 
- Eritrograma (somente eritrócitos): mensura-se o 
número de eritrócitos, quantidade de hemoglobina, 
hematócrito e os índices VCM, HCM, CHCM e 
RDW; 
- Leucograma (somente leucócitos): mensura-se 
número total de leucócitos e seus tipos, 
neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos e 
linfócitos; 
- Plaquetograma (somente plaquetas): mensura-se 
somente a quantidade total de plaquetas.

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