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1 CIRURGIA TGI 4 Marina Prietto CÂNCER GÁSTRICO INTRODUÇÃO: Pode apresentar diversos tipos histológicos: » Neuroendócrino » GIST » Linfoma MALT » Adenocarcinoma (+ comum) – subdivido de acordo com a sua diferenciação (bem | moderadamente | pouco | indiferenciado) Um marcador dessa diferenciação será a presença do ANEL DE SINETE (pior prognóstico – totalmente indiferenciado); Fatores de risco: Dieta rica em sal/nitritos/alimentos defumados. Tabagismo Doenças polipoides gástricas. Pobreza (provavelmente por pior nível sanitário e alimentar). Tipo sanguíneo A Presença de metaplasias intestinais Infecção por H. Pylori Gastrite atrófica (devido a presença de sinalização endocrinológica intermitente → não responde por ser atrófica) Quadro clínico: Em sua grande maioria: assintomático. Porém, quando presente: Epigastralgia | Sangramento digestivo (hematêmese, melena) | Perda ponderal Abordagem diagnóstica É feita por meio de uma endoscopia digestiva alta: Classificação de BORRMANN; E o material que for biopsiado será classificado pela Classificação de LAUREN; CLASSIFICAÇÃO DE BORRMANN: É feito com base na inspeção visual do aspecto macroscópico. 2 CIRURGIA TGI 4 Marina Prietto Essas diferenciações são fundamentais para guiar o tratamento, por exemplo: » Borrmann I ou pólipos = RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA » Borrmann IV (linite plástica) = GASTRECTOMIA TOTAL CLASSIFICAÇÃO DE LAUREN: Lauren vai diferenciar o câncer gástrico no seu aspecto microscópico em difuso (indiferenciado) e intestinal (bem diferenciado); » Intestinal: Paciente idoso, homem, bem diferenciado, disseminação hematogênica, menos agressivo. aparece no contexto de uma condição pré-cancerosa reconhecível, como a metaplasia intestinal ou alimentação ocidental » Difuso: Paciente jovem, mulher, pouco diferenciado, disseminação linfática, mais agressivo, familiar, célula em anel de sinete OBS: ESTADIAMENTO! Ao exame de imagem: TC DE TÓRAX | ABDOME | PELVE. Solicitação dos marcadores: CEA + CA 72.4 Em alguns casos pode-se indicar uma cirurgia para estadiamento (LAPAROSCOPIA DIAGNÓSTICA) – INVESTIGAR METÁSTASE PERITONEAL. TRATAMENTO CURATIVO: O tratamento terá intenção curativa naqueles pacientes que apresentam um tumor gástrico: sem invasão local | sem metástase. A opção terapêutica é o cirúrgico: GASTRECTOMIA (subtotal ou total) + LINFADENECTOMIA D2 » Gastrectomia total: Difusos pela classificação de Lauren, que apresentam lesões proximais OU Bormann IV. » Gastrectomia subtotal: Tumores mais favoráveis, distais. LINFADENECTOMIA D2 = D2, porque pega DOIS níveis linfonodais – Ressecar as cadeias de linfonodos perigástricos e dos troncos vasculares; (A. gástrica E | Hepática (comum e própria) | Esplênica | Tronco celíaco) Associa-se em alguns casos... QT ADJUVANTE. Quando associar? Resultado do anatomopatológico com T ≥ 3 OU N+ Já a QT NEOADJUVANTE (feita antes da cirurgia) ainda é controverso a sua indicação em pacientes com Ca gástrico. Porém, na prática, muitas vezes é indicada para pacientes com: Anatomopatológico com T ≥ 3 OU N+ e com um comportamento BORDERLINE (aspectos de ressecção serão mais difíceis e trabalhosos, e por isso é indicado uma tentativa de redução do tamanho e da dilatação linfonoidal). Para realizar a QT NEOADJUVANTE é necessário ter CERTEZA que não há uma carcinomatose peritoneal oculta → como? Realizando uma laparoscopia diagnóstica de estadiamento. INTESTINAL DIFUSA Bem diferenciado Indiferenciado (presença de anel de sinete) Homens Mulheres Com idade avançada Jovens Associado a gastrite atrófica / H. pylori / Anemia perniciosa. Associado à história familiar e relacionado ao GS: A Metástase hematogênica (fígado/pulmões) e de forma tardia Metástases linfáticas/peritoneais e de forma precoce Melhor Prognóstico Pior prognóstico 3 CIRURGIA TGI 4 Marina Prietto Número mínimo de 15 LINFONODOS ressecáveis para classificar a linfadenectomia como adequada. RECONSTRUÇÃO DO TRÂNSITO → preferencialmente em Y DE ROUX. Se gastrectomia total: conexão esôfago-jejuno. Se gastrectomia subtotal: conexão gastro-jejuno. Complicações: Fístula de coto duodenal (4%): Ocorre um vazamento de: BILE + SUCO PANCREÁTICO. Cursa com: piora infecciosa | presença de conteúdo bilioso no dreno – amarelado – | dosagem de amilase e bilirrubinas no líquido. Solicitar TC para avaliar: trajeto da fístula e se há presença de alguma coleção abdominal. Conduta: Conversador (ATB | NUTRIÇÃO | TC DE CONTROLE) Drenar: seja por via percutânea ou se refratariedade: uma drenagem cirúrgica. CÂNCER GÁSTRICO PRECOCE: É definido quando à profundidade da invasão é no máximo T1. Independentemente de ter METÁSTASE OU LINFONODO ACOMETIDO. (COM OU SEM) Após uma ECOENDOSCOPIA, classifica-se em: T1 A: Limitado à mucosa; T1 B: Limitado à submucosa. Manejo: É possível realizar uma MUCOSECTOMIA (RESSECÇÃO ENDOSCÓPICA) Se a lesão apresentar critérios favoráveis, como: Avaliar a profundidade → T1 A (restrito a mucosa) + Classificação de Lauren do tipo intestinal (+ benigno) + Classificação de Bormann como uma lesão não ulcerada (TIPO I – lesão polipoide); + Tamanho menor que 1cm ; Indicar uma GASTRECTOMIA COM D2 Em caso da presença de critérios desfavoráveis, como (apenas 1 deles): Avaliar a profundidade → T1 B (encontra-se na submucosa, pode ter acometido linfonodo que não é retirado pela ressec.) OU Classificação de Lauren do tipo difuso (+ pior prognóstico) OU Classificação de Bormann como uma lesão ulcerada (TIPO II / III / IV) ; OU Tamanho maior que 1cm; OU Realização de uma Mucosectomia que não tenha sido curativo. 4 CIRURGIA TGI 4 Marina Prietto CÂNCER GÁSTRICO AVANÇADO: É definido quando a doença oncológica é incurável. Presença de metástases, como: Fígado; pulmão; peritônio; linfonodos distantes. Ou então, com presença de invasão adjacente (tronco celíaco | veia porta | outros órgãos) – irrececáveis. Ao exame físico, é possível encontrar alguns sinais sugestivos de CA Avançado (presença de linfonodos distantes) – SEMPRE BIOPSIAR. Linfonodo de Virchow (supraclavicular esquerdo) Linfonodo de Irish (axilar esquerdo) Ou então, sinais sugestivos de comprometimento peritoneal: Nódulo periumbilical (Sister Mary Joseph/Irmã Maria José) – Nódulo metastático que acomete cicatriz umbilical. Prateleira de blummer → metástases em fundo pélvico e em órgãos genitais, palpáveis ao toque retal Ascite – Indica-se paracentese diagnóstica e calculamos o GASA (ALB. SORO – ALB ASCITE) se < 1,1 pode ser carcinomatose peritoneal TRATAMENTO PALIATIVO: Indicado para casos em que a doença é incurável. A paliação é uma forma de melhorar a qualidade de vida, sem perspectiva de cura. QT PALIATIVA – indicada para controle oncológico e melhora da qualidade de vida. RT HEMOSTÁTICA – em casos de sangramento de recorrência. Se refratariedade, é viável o uso de uma gastrectomia. CIRURGIA PALIATIVA – indicada em casos, como obstrução pilórica por neoplasia. (Desvio gastroentero anastomose ou gastrectomia) GIST GÁSTRICO (Tumor estromal gastrointestinal) Essa condição pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal. Sendo a localização gástrica mais frequente. Ele não é desenvolvido a partir do epitélio. É considerado um Ca estromal, com aspecto mesenquimal da estrutura (fica na altura da camada muscular – próximo as células de cajal –) Apresenta-se como uma TUMOR SUBEPITELIAL (TIPICO) – podendo ter um diagnostico diferencial com um Leiomioma (apresenta-se na muscular tb) Quadro clínico: Em sua grande maioria: assintomático. Quando presente, é bem similar ao adenocarcinoma: Epigastralgia | Sangramento digestivo (hematêmese, melena) | Perda ponderal. Abordagem diagnóstica » Muitas vezes inidental » É feita por meio de uma endoscopia digestiva alta: visualiza uma lesão subepitelial na camada muscular. » A análise anatomopatológica é insuficiente. » É necessário o uso de uma imuno-histoquímica ( C KIT) para diferenciação, principalmente de um LEIOMIOMA. 5 CIRURGIA TGI 4 Marina Prietto Tratamento: É considerada uma conduta bastante simples: GASTRECTOMIA (em cunha | subtotal | total) COM MARGENS LIVRES. Não há necessidade de linfadenectomia associada (não cursa com metástase linfonoidal) OBS: Em casos de alto risco, é possível associar com o IMATINIBE. É similar a uma quimioterapia neoadjuvante, indicado para: Se tumor primário > 10cm Se > 10 mitoses /CGA (análise microscópica) OU ENTÃO se tumor primário > 5cm + > 5 mitoses /CGA. Se KI67 > 5% (representa um índice de velocidade e replicação de mitose celular) LINFOMA MALT: MALT: tecido linfoide associado à mucosa de qualquer parte do tubo digestivo (Placar de Peyer) É linfoma, considerado NÃO HODGKIN, de células T. Sendo a localização gástrica mais frequente, por apresentar uma relação importante com o H. PYLORI. Linfoma MALT é um tipo de tumor mais incomum, menos de 15% dos canceres gástricos e menos de 2% dos linfomas. Não tem um marcador característico. Quadro clínico: Em sua grande maioria: assintomático. Quando presente, é bem similar ao adenocarcinoma: Epigastralgia | Sangramento digestivo (hematêmese, melena) | Perda ponderal. Abordagem diagnóstica » Será feito com base na ENDOSCOPIA + BIÓPISA (anatomopatológico + imuno-histoquímica) » Sempre realizar estadiamento. Tratamento: O tratamento nesses casos é MEDICAMENTOSO (o único tumor sem necessidade de cirurgia); Erradicação do H. PYLORI – estratégia curativa. Tratamento por 14 dias (CAO): CLARITROMICINA + AMOXICILINA + OMEOPRAZOL. A cirurgia é indicada apenas em casos de refratariedade,
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